Sobre a ação da URV Caros colegas hoje vou fazer algumas ponderações sobre a situação da URV o que gera está gerando uma expectativa positiva entre nossos colegas ativos, aposentados e pensionistas. Histórico Quando da implementação do Plano Real em 1994 houve na sistemática de conversão da moeda que era representada pela aplicação de um índice denominada Unidade Real de Valor URV, que foi estipulada por lei federal. Quando os servidores públicos se detiveram sobre os cálculos dos seus vencimentos foi identificada uma pequena diferença na aplicação da lei federal nº 8880 de 1994, que totalizavam 11,98%. As reivindicações das diversas categorias sempre foram motivadas pelos índices das diversas categorias. Os servidores do Poder Judiciário Federal se colocaram na briga inicialmente e foram buscar seu direito e obtiveram uma decisão favorável no ano de 2000, pela ADI 1797 que reconheceu o direito ao pagamento dos atrasados até o momento em que houve reestruturação do sistema de carreira dos servidores públicos da justiça federal, porém houve o reconhecimento do recebimento dos atrasados. Neste momento várias categorias começaram a propor ações coletivas ou individuais em busca do mesmo direito. Note-se que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo possuem orçamento próprio. E por isso se unem em um corporativismo para receber todas as suas diferenças e atrasados tranquilamente sem os percalços dos servidores do poder Executivo. Com a implantação da sistemática dos recursos repetitivos pelo STF, todos os processos que falam sobre o mesmo tema são represados nas instâncias (tribunais) inferiores e se toma uma decisão que se aplica de pronto em todos esses processos. Nesse caso em 2007 foi interposto pelos servidores do estado do Rio Grande do Norte Recurso Extraordinário 561836 que, pela relevância da matéria, foi selecionado para ser admitido como Recurso Repetitivo que em questão de repercussão geral ( ou seja que se apresenta para toda a sociedade) poderá observar a sistemática processual do art. 543- B do Código de Processo Civil.( acrescentado em 2006 pela lei 11418 de 2006). Observe que a questão remonta um erro em conversão em 1994 que foi colocado em discussão em 1997 e originou diversas ações que obtiveram uma atenção do Supremo tribuna Federal apenas em 2007. Nesse processo observe que o julgamento desse processo se deu em 2013 e a publicação da decisão somente em fevereiro de 2014.( DATA DE PUBLICAÇÃO DJE 10/02/2014 - ATA Nº 6/2014. DJE nº 27, divulgado em 07/02/2014). Mas na prática o que significa a repercussão geral?
A repercussão geral significa que: Uma vez constatada a existência de repercussão geral, o STF analisa o mérito da questão e a decisão proveniente dessa análise será aplicada posteriormente pelas instâncias inferiores, em casos idênticos. Ou seja, somente obrigará os demais poderes a cumprir a decisão após que um tribunal julgue o eventual reexame necessário ( recurso de apelação ) interposto pela procuradoria no caso de análise de um processo judicial. Assim, a decisão do Supremo Tribunal Federal sugere uma alta possibilidade de êxito quando ocorrer o julgamento da causa. O Poder Judiciário não legisla, não pode determinar que seja aplicada em caráter geral uma decisão sua, a única certeza nesse ponto é que suas decisões serão repetidas sempre que questionado sobre esse tema. Isso em direito se chama segurança jurídica. Quem tem direito? Todo o servidor público que não teve sua carreira reestruturada nos termos da decisão do STF na ADI 1797 e que tenha uma sentença judicial transitada em julgado ( sem possibilidade de recurso) a seu favor. Quanto é o valor? O valor da correção implica em um acréscimo de 11,98% na remuneração atual do servidor público ativo e dos inativos com paridade. Para os outros casos proporcionam um acréscimo menor aos pensionistas e aposentados proporcionalmente. As parcelas devidas pelos atrasados são calculadas no momento da liquidação da sentença, cálculos antecipados não servem como parâmetros para indicar o valor do recebimento Quanto aos valores atrasados? Os valores atrasados deverão ser pagos após a liquidação de sentença definitiva de mérito, após todos os recursos e a ação de cumprimento de sentença. E dependendo dos cálculos será realizada por requisição de pequeno valor se até o valor for de até R$ 23.000,00 ou por precatório caso o valor seja maior. Qual a estratégia que o SIPROTAF adotou para essa questão? Apresentamos um processo coletivo para que toda a categoria tenha direito e com a sentença faremos a liquidação fracionada por pequenos grupos de colegas na mesma situação. Observe-se a decisão do STF do dia 24/09/2014, nos autos do RE 568645: 24/09/2014 Julgado mérito de tema com TRIBUNAL PLENO Decisão: O Tribunal, decidindo o tema 148 da repercussão geral,
repercussão geral por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, negou provimento ao recurso, afirmando a tese de que a interpretação do 4º do art. 100, alterado e hoje 8º do art. 100 da Constituição da República, permite o pagamento dos débitos em execução nos casos de litisconsórcio facultativo. Ou seja, o próprio STF afirma que esse é uma estratégia valida pois permite que se entre com uma ação coletiva pelo sindicato e que no cumprimento da sentença sejam propostas ações. Graficamente temos o seguinte desenrolar esperado: Primeira Etapa: Formação do Direito através de uma sentença com resolução do mérito. Julgamento Se da ação em primeira instância. Recurso Necessário do Processo apresentado no Tribunal de Justiça, decisão de 2ª instância Com o julgamento do RE 561836 não cabe novos recursos ao STF sobre o tema. Segunda Etapa: Cumprimento da Sentença O Processo retorna a Vara para o cumprimento de sentença Apresenta-se um pedido para a implantação na folha o total de 11,98 % no salário mensal do servidor Apresenta-se várias petições de pequenos grupos na mesma situação para a cobrança dos atrasados A Procuradoria do Estado pode embargar ou aceitar os cálculos dos valores Requisição de Pequeno Valor ou Precatório (dependendo do valor)
Na sistemática processual em vigor esses diagramas simplificados representam o caminho do processo para a satisfação do direito. Não há como pular etapas ou garantir êxito aos nossos sindicalizados, o que podemos afirmar é que estamos tomando todas as cautelas para que o processo tramite sem nenhum percalço e possamos ter reconhecido esse nosso direito em juízo. Qual o prazo para se resolver essa demanda no judiciário? Não há prazo para o juiz julgar o processo isso depende de seu acumulo de trabalho e do desenrolar dos atos processuais. Porém, temos uma perspectiva favorável de que até o primeiro semestre de 2015 tenhamos uma sentença em primeira instância. Para que o colega receba os valores efetivos, se não houver uma determinação do governo do Estado em acertar esses valores espontaneamente, as perspectivas são a longo prazo de pelo menos 5 (cinco) anos. Há alguns processos que estão sendo julgados mais rápidos o que devo fazer, entrar com uma ação individual? Não há como prever o tempo de um processo na Justiça, pois os juízes como todos nós funcionários públicos sofremos com a falta de estrutura dos Poderes e com o acúmulo de serviço. (Nesse período eleitoral há apenas um Juiz acumulando as diversas funções de 5 varas especializadas em Fazenda Pública). Todos têm o direito de entrar com suas próprias ações o que o sindicato fez é viabilizar o direito de uma forma coletiva sem poder prever êxito ou decisões podemos afirmar que é um direito que vem sendo sistematicamente reconhecido pelos tribunais pátrios e que temos uma chance muito grande de obtermos uma sentença favorável. Aqueles colegas que optaram por reivindicar o direito de uma forma individualizada prestem atenção para que não tenham uma parcela substancial dos valores a receber vinculadas ao êxito do trabalho do advogado, honorários de êxito de 20 a 30 % são comumente solicitados nessa situação, mais um valor inicial para que se entrem com essas ações. Para se ter uma vaga ideia do prazo de duração de um processo, vamos analisar o exemplo do processo que foi proposto no Rio Grande do Norte. A ação foi proposta na seguinte data 01/06/2004: 0000292-69.2004.8.20.0112 (112.04.000292-7) Em grau de Processo: recurso Classe: Procedimento Ordinário Área: Cível Assunto: Gratificações Estaduais Específicas
Distribuição Direcionamento - 01/06/2004 às 16:00 : Vara Cível Apodi Outros números: 1591/2004 Valor da R$ 4.066,20 ação: Observe que até o momento a colega servidora do Rio Grande do Norte, ainda não recebeu nenhum valor uma vez que seu processo consta como Em grau de recurso, dez anos se passaram uma sentença no STF e ainda não recebeu nada. Porém, para nós não interessa saber se alguém já recebeu só interessa que nosso processo seja julgado favorável a nossa categoria, o resto das considerações não se reflete no aspecto legal da situação. Nosso processo tramita sobre o Código nº 827162 na 2 VARA ESPECIALIZADA DA FAZENDA PÚBLICA, qualquer interessado pode solicitar uma consulta no site www.tjmt.jus.br, nosso processo foi proposto em 2013. Agradeço desde já Willian Rossi Agente de Tributos Estaduais Diretor de Assuntos Jurídicos SIPROTAF e-mail para: dijur@siprotaf.org.br