DOENÇAS DOENÇAS VIRAIS. doenças virais associadas à pele



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DOENÇAS As doenças são enfermidades que perturbam a saúde de seres vivos, de onde se observam a manifestação de vários sintomas que podem ou não ser perceptíveis. As doenças autoimunes são causadas pelo próprio sistema imunológico do paciente, quando este não reconhece os seus próprios tecidos normais e os ataca e destrói como se fossem antígenos. Quando o sistema imunológico não responde com eficácia aos agentes que ameaçam o organismo, há imunodeficiências, que podem ser congênitas ou adquiridas, como no caso da AIDS. Epidemiologicamente, há vários graus de determinada doença. As endemias são doenças que ocorrem apenas em um determinado local ou região, não se atingindo nem se espalhando para outras comunidades; na endemia, o número de casos dentro da população fica relativamente constante. As epidemias, por outro lado, são doenças que podem se espalhar rapidamente entre pessoas de outras regiões, originando surtos; as epidemias ocorrem por mutações do agente transmissor ou pelo surgimento de novos agentes. As pandemias são epidemias que atingem proporções mundiais, espalhando por mais de um continente descontroladamente. Os agentes são as entidades biológicas, físicas ou químicas capazes de causar as doenças; já os hospedeiros são organismos capazes de serem infectados por outro ser infeccioso. Os hospedeiros definitivos apresentam o parasita em fase de maturidade ou de atividade sexual. Por outro lado, algumas doenças são transmitidas por mosquitos, como são os casos da dengue, da febre amarela e da malária. Nesse caso, os mosquitos são exemplos de hospedeiros intermediários, que apresentam o parasita em fase larvária ou assexuada. Os parasitas monoxenos necessitam de somente um hospedeiro para a sua evolução completa; já os parasitas heteroxenos necessitam dos dois tipos de hospedeiro. DOENÇAS VIRAIS Inúmeras doenças são causadas por vírus, seres acelulares que são capazes de penetrar seu material genético nas células de todos os seres vivos. As soluções mais eficientes para as viroses são as vacinas, que previnem infecções no corpo humano. As doenças virais podem se manifestar no organismo em diversos sistemas. doenças virais associadas à pele catapora ou herpes zóster herpes simples labial é causada pelo varicela- zóster, um vírus envelopado com DNA duplo. Afeta frequentemente crianças, com formação de pústulas na pele, que regridem após três ou quatro dias; a infecção pode atingir também diversos órgãos internos. O DNA viral permanece, em geral, em estado latente nos gânglios nervosos espinhais e pode ser ativado décadas mais tarde, causando lesões dolorosas na pele, ao longo de nervos sensitivos, quadro clínico chamado herpes zóster ou cobreiro. Adquire- se o vírus pelas vias respiratórias; a infecção manifesta- se em cerca de duas semanas. No caso do herpes zóster, não há nenhum tratamento; deve- se evitar o contato com pessoas contaminadas. o agente causativo é o Herpes simplex tipo 1, um vírus envelopado com DNA duplo; os sintomas são na forma de lesões nas bordas dos lábios. O DNA viral permanece em estado latente em gânglios faciais e pode ser reativado, infectando células da pele e provocando as lesões típicas do herpes; elas são associadas a situações traumáticas, como exposição excessiva à luz solar, estresse emocional e variações hormonais menstruais. Adquire- se o vírus por contato com pessoas ou objetos contaminados; por isso, deve- se evitar contato íntimo com pessoas durante as recorrências da inflação. Pomadas contendo inibidores da síntese de DNA viral podem aliviar os sintomas. rubéola é causada pelo Rubivirus, um vírus envelopado com DNA de cadeia simples. Os sintomas são muito leves e podem passar despercebidos; em geral, ocorrem febre branda e pequenas manchas vermelhas na pele. A infecção durante a gravidez produz, em 35% dos casos, a síndrome da rubéola contagiosa, caracterizada por sérios danos ao feto em desenvolvimento, incluindo surdez, catarata, má sarampo é causado por Morbillivirus, um vírus envelopado com RNA de cadeia simples. A infecção tem início na parte superior das vias respiratórias e, após um período de incubação de 10 a 12 dias, aparecem sintomas semelhantes aos do resfriado comum: dor de garganta, dor de cabeça e tosse. Logo depois aparecem erupções na pele, começando na face e espalhando- se pelo tronco e pelas extremidades. O

formação cardíaca, retardo mental e mesmo a morte. É importante detectar mulheres sem imunidade contra a rubéola; aquelas não- imunes que desejam engravidar devem se vacinar. Adquire- se o vírus pelas vias respiratórias, por meio de gotículas de saliva expelidas por pessoas portadoras do vírus. Não há tratamento. A vacina é aplicada na infância juntamente com as vacinas contra sarampo e caxumba na forma de tríplice viral. sarampo é uma doença perigosa, principalmente em crianças e idosos; em casos raros, pode gerar encefalite e lesões cerebrais permanentes. Adquire- se o vírus pelas vias respiratórias, por meio de gotículas de saliva de pessoas portadoras do vírus. Não há tratamento. A vacina também é aplicada na infância, juntamente com as vacinas contra caxumba e rubéola na forma da vacina tríplice viral. varíola é causada pelo Orthopoxvirus variolae, um vírus envelopado com DNA de cadeia dupla. O vírus infecta inicialmente órgãos internos antes de entrar na corrente sanguínea e infectar as células da pele, com a formação de pústulas que provocam lesões desfigurantes pelo resto da vida. A taxa de mortalidade é grande entre os infectados. A transmissão ocorre pelas vias respiratórias, por meio de gotículas de saliva de pessoas portadoras do vírus. Não há tratamento. A vacina é muito eficiente e sua aplicação sistemática e generalizada levou à erradicação da doença no mundo. doenças virais associadas ao sistema nervoso poliomielite ou paralisia infantil raiva ou hidrofobia é causada por Enterovirus, um vírus não envelopado é causada pelo Lyssavirus, um vírus envelopado com com RNA de cadeia simples. O vírus multiplica- se RNA de cadeia simples. O vírus multiplica- se inicialmente em células da garganta e do intestino inicialmente em células musculares e do tecido delgado, invadindo, em seguida, as tonsilas, os conjuntivo, nas quais permanece por dias ou meses. linfonodos do pescoço e o íleo (a porção terminal do Em seguida, entra nos nervos periféricos, intestino delgado). Em geral, a infecção regride e, na deslocando- se por eles até o sistema nervoso maioria dos casos, é assintomática ou produz central, onde causa encefalite. Quando o vírus sintomas leves como dor de cabeça, dor de garganta, penetra em áreas ricas em fibras nervosas, como o febre e náusea, confundindo- se com meningite rosto ou as mãos, o período de incubação pode ser branda ou com gripe. Se a infecção persistir, o que bem curto e a doença mais perigosa, pois não há ocorre em cerca de 1% dos casos, os vírus caem na como combater o vírus após sua entrada no sistema circulação sanguínea e penetram no sistema nervoso. Quando este é atingido, alternam- se nervoso central. Ali eles infectam preferencialmente períodos de agitação e de calma. Nessa fase são as células nervosas motoras que formam as raízes frequentes os espasmos dos músculos da boca e da dorsais dos nervos espinais, matando- as e faringe, que ocorrem quando o animal ou a pessoa provocando paralisia e atrofia dos músculos por elas afetada tentam inalar ar ou beber água. A simples inervados. A doença pode causar a morte se forem visão de água ou o pensar nela desencadeia os atingidos nervos que controlam os músculos do espasmos, daí a doença ser conhecida também como sistema respiratório. Adquire- se o vírus por hidrofobia. A raiva é sempre fatal em questão de ingestão de água e alimentos contaminados com dias. O vírus presente na saliva do animal infectado fezes de portadores; há indícios de que o vírus é transmitido por mordida ou pelo contato com também pode ser transmitido pela saliva. A ferimentos expostos. Antes que atinja o sistema poliomielite também é chamada de paralisia infantil, nervoso, a doença pode ser evitada com a injeção de pois é manifestada principalmente em crianças. Não anticorpos antivirais (soro) ou mesmo com há tratamento. A vacina é muito eficiente e sua vacinação pós- exposição ao vírus. Pessoas mordidas aplicação sistemática e generalizada está levando à por um animal (ou se a saliva deste entrar em erradicação da doença. Entretanto, algumas regiões contato com algum ferimento exposto) devem lavar no sul da Ásia e da África ainda apresentam o local ferido com água limpa e sabão, manter o epidemias de poliomielite, sendo necessários animal sob observação rigorosa e procurar esforços globais para a erradicação completa da imediatamente um serviço de assistência médica. doença. doenças virais associadas ao sistemas cardiovascular e linfático dengue é causada pelo Flavivirus, um arbovírus envelopado com RNA de cadeia simples. São conhecidas quatro variedades do vírus, três das quais ocorrem no Brasil; se uma pessoa for infectada por uma das formas, não adquire imunidade para as outras. A dengue caracteriza- se por febre, dor muscular intensa, dores nas juntas, manchas vermelhas na pele e pequenas manifestações hemorrágicas. Essa é a forma mais branda da doença, conhecida como dengue clássica, cujos sintomas regridem em cinco a sete dias, podendo persistir a fadiga. A forma mais grave, conhecida como dengue hemorrágica, tem sintomas iniciais basicamente

semelhantes aos da dengue clássica mas, no terceiro ou quarto dias, começam a ocorrer sangramentos internos e dores abdominais, com queda da pressão sanguínea e lábios arroxeados, e alternam- se períodos de letargia e de agitação. A dengue hemorrágica pode levar à morte. Contrai- se dengue pela picada de um mosquito portador do vírus, o Aedes aegypti ou o Aedes albopictus. Nenhuma dessas duas espécies é nativa das Américas, tendo sido introduzidas por diversas vezes no continente. O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue no Brasil e o Aedes albopictus, na Ásia e nos EUA. Os mosquitos infectados podem transmitir o vírus à descendência pelos ovos. Não há tratamento específico para a dengue; combatem- se os sintomas com hidratação e antitérmicos, mas medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina, não devem ser utilizados, uma vez que essas substâncias podem aumentar as hemorragias. A doença pode ser controlada e eventualmente erradicada com eliminação dos mosquitos vetores. Uma medida é impedir o acesso do mosquito a qualquer tipo de água parada onde ele possa depositar seus ovos e suas larvas venham a desenvolver- se; devem- se cobrir caixas d água e eliminar pneus, vasos e utensílios onde haja risco de acumular água da chuva e servir de criadouro aos mosquitos transmissores. febre amarela também é causada pelo Flavivirus, um arbovírus envelopado com RNA de cadeia simples. O vírus infecta inicialmente células dos linfonodos, espalhando- se em seguida pelo fígado, baço, rins e coração. No início da infecção, os sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas e, em seguida, náusea e vômito. Com a lesão do fígado, pigmentos biliares (bilirrubina) são liberados no sangue e se depositam na pele e nas membranas mucosas, levando a pessoa a adquirir uma tonalidade amarelada (icterícia); daí o nome da doença. A febre amarela é uma doença ainda endêmica na África, na América Central e nas regiões tropicais da América do Sul. O vírus também é transmitido por mosquitos Aedes aegypti contaminados; nas matas, outras espécies de mosquito transmitem a doença e, na maioria das vezes, os reservatórios naturais são macacos. Não há tratamento específico para a febre amarela. A vacinação, com forma atenuada do vírus, confere uma imunidade efetiva com poucos efeitos adversos. A doença pode ser controlada e eventualmente erradicada pelo combate aos mosquitos vetores. Devem- se eliminar os criadouros de mosquitos, como no caso da dengue, a fim de combater a doença. mononucleose é causada pelo Lymphocryptovirus, um vírus envelopado com DNA de cadeia dupla e um dos mais comuns do mundo. Crianças tornam- se suscetíveis à infecção pelo vírus assim que desaparece a proteção por anticorpos maternos presentes em seu sangue por ocasião do nascimento. Quando a pessoa se infecta durante a infância, não ocorrem sintomas específicos e as indisposições causadas pelo vírus são confundidas com doenças infantis sem importância. Quando a infecção ocorre na adolescência (cerca de 35%- 50% dos casos), ocorre a mononucleose, cujos sintomas são febre, dor de garganta e inchaço dos linfonodos. Problemas cardíacos e comprometimento do sistema nervoso ocorrem raramente e há pouquíssimos casos fatais. Após a infecção, o vírus permanece latente em células da garganta e do sangue pelo resto da vida; ele é reativado periodicamente, reproduzindo- se e liberando novos vírus que são detectados na saliva; nessas recorrências da infecção, porém, os sintomas não reaparecem. Em poucos portadores, o vírus parece ter algum papel no desenvolvimento de cânceres, não sendo, no entanto, a única causa dessas doenças. A pessoa adquire o vírus por contato íntimo com a saliva de pessoas contaminadas, sendo praticamente impossível evitar a dispersão do vírus. Não há tratamento. doenças virais associadas ao sistema respiratório gripe resfriado comum é causada pelo Influenzavirus, um vírus envelopado que contém oito moléculas de RNA de cadeia simples. Os sintomas são calafrios, febre, dor de cabeça e dores musculares generalizadas. A recuperação costuma ocorrer em poucos dias, mas pessoas idosas e crianças, bem como as debilitadas por doenças crônicas, correm o risco de desenvolver pneumonia viral ou bacteriana, otites, sinusites, entre outras doenças. Essas complicações, dependendo da gravidade, podem causar até a morte da pessoa. A contaminação dá- se por meio de gotículas de saliva contendo o vírus, que penetra pelas vias respiratórias. A droga antiviral amantadina parece reduzir significativamente os sintomas se administrada de modo apropriado. A vacinação de idosos tem sido bastante eficiente, reduzindo significativamente a taxa de mortes, principalmente em países desenvolvidos. metade dos resfriados são causados pelo Rhinovirus, um vírus não envelopado com RNA de cadeia simples; algumas manifestações são causadas pelo Coronavirus, um vírus envelopado de RNA com cadeia simples. Os demais casos devem- se a vírus diversos. Os vírus infectam células da mucosa nasal, produzindo sintomas como espirros, aumento de secreção das vias respiratórias e congestão nasal. A infecção pode facilmente espalhar- se da garganta para os seios nasais, para as vias respiratórias inferiores e para os ductos auditivos, causando laringite e otite. Adquire- se o vírus por contato direto com secreções nasais ou com ambientes contaminados; os vírus podem resistir durante horas em superfícies como telefones e outros utensílios, podendo contaminar as mãos e ser levados até as cavidades nasais. Não há tratamento. Deve- se evitar contato com pessoas infectadas.

síndrome respiratória aguda grave é causada pelo Coronavirus, um vírus envelopado com RNA de cadeia simples. A doença foi registrada pela primeira vez em fevereiro de 2003, na China, infectando de início trezentas pessoas, das quais cinco morreram. Os sintomas são febre, tosse seca, dor de cabeça, dispneia (dificuldade em respirar) e, em alguns casos, diarreia. Embora relativamente leves na primeira semana, os sintomas costumam agravar- se em seguida. Os primeiros dados indicam que a infecção mata 13,2% dos afetados com menos de 60 anos e 43,3% das pessoas com mais de 60 anos. A origem do vírus parece ter sido a civeta (Paguma larvata), um mamífero do tamanho aproximado de um gato, muito apreciado como quitute em certas regiões da China. Transmite- se de pessoa para pessoa pelo ar e também por objetos contaminados. Pode ser que se transmita também pela ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes de doentes. Não há tratamento. Deve- se evitar contato com pessoas que apresentem os sintomas da infecção e os locais por elas frequentados. doenças virais associadas ao sistema digestório caxumba gastrenterite rotaviral é causada pelo Paramyxovirus, um vírus envelopado com RNA de cadeia simples. O vírus infecta, em geral, células das glândulas salivares parótidas, causando inchaço em um ou em ambos os lados da porção superior do pescoço, acompanhado de febre e dor ao engolir. Entre 20% e 30% dos homens infectados após a puberdade apresentam inflamação dos testículos, a orquite, que, em casos raros, provoca esterilidade. Pode raramente também ocasionar inflamação dos ovários nas mulheres. A transmissão dá- se por meio de gotículas de saliva contendo os vírus, que penetram pelas vias respiratórias. Não há tratamento; deve- se evitar o contato com pessoas doentes e com objetos utilizados por elas. A imunização é feita por vacina aplicada na infância juntamente com as vacinas contra sarampo e rubéola, na forma da vacina tríplice viral. é causada pelo Rotavirus, um tipo de vírus não envelopado que contém 11 moléculas de RNA de dupla cadeia no capsídeo. Após um período de incubação de dois ou três dias, surgem os sintomas: febre baixa, diarreia e vômito, que podem persistir por cinco a oito dias. A infecção pelo rotavírus é a causa mais comum de diarreia severa em crianças, sendo responsável por de 600 mil mortes por ano, no mundo. Contrai- se a doença pela ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo o vírus. A substituição do leite materno por mamadeira aumenta o risco de contaminação, principalmente em populações carentes de saneamento básico. Não há forma de combater a infecção; o único tratamento é a reidratação oral dos pacientes e, em casos graves, a reidratação intravenosa. hepatites A e E são causadas pelos Hepatitis A (HAV) e Hepatitis E (HEV), respectivamente, dois vírus não envelopados com RNA de cadeia simples. Esses vírus multiplicam- se inicialmente nas células do epitélio do intestino e, em seguida, espalham- se pelos rins, baço e fígado, cuja inflamação caracteriza a doença. Os sintomas são, em geral, subclínicos, ou seja, passam despercebidos. Nos casos severos ocorrem febre, dor de cabeça, indisposição e icterícia, devido à ruptura de células hepáticas e à liberação de bilirrubina, que se deposita na pele e nas membranas mucosas. As hepatites A e E não causam doença crônica do fígado como as outras hepatites virais (B, C e D). A contaminação dá- se por ingestão de alimentos e água contaminados com fezes de portadores do vírus. Não há tratamento, mas logo será comercializada uma vacina contra hepatite A, que confere proteção apenas temporária. Deve- se evitar o contato com pessoas doentes. Tratamento de água e outras medidas de saneamento básico podem conter a disseminação do vírus. hepatite C é causada pelo Hepatitis C (HCV), um vírus envelopado com RNA de cadeia simples. Os hepatite B É causada por Hepadnavirus, um vírus envelopado de DNA de cadeia dupla. O DNA viral não se duplica diretamente; em sua replicação, é utilizada a enzima transcriptase reversa, produzindo o DNA dos novos vírus a partir de RNA mensageiro. Os sinais clínicos da infecção variam muito, mas cerca de metade dos casos são assintomáticos. Os sintomas, quando ocorrem, são: perda de apetite, febre baixa e dores nas juntas; posteriormente, pode ocorrer icterícia. O vírus pode causar hepatite crônica e câncer de fígado. A transmissão dá- se por transfusão de sangue ou contato com fluidos corporais (saliva, leite e sêmen) contaminados. Não há tratamento, mas como prevenção existe a vacinação. Dentre as medidas preventivas destacam- se: o uso de camisinha nas relações sexuais; o não compartilhamento de objetos como lâminas de barbear, escovas de dente e seringas; a utilização de objetos adequadamente esterilizados; a utilização somente de sangue devidamente testado para transfusões. hepatite D é causada pelo vírus conhecido como vírus delta (HDV), que se caracteriza que não consegue

sintomas são leves ou subclínicos; 50% dos casos, porém, evoluem para hepatite crônica. A transmissão dá- se por transfusão de sangue contaminado; durante relações sexuais quando há contato sanguíneo entre os parceiros; de mãe contaminada para o feto por meio de hemorragias placentárias. Muitos casos crônicos respondem ao tratamento com uma droga farmacêutica conhecida como interferon alfa, mas são frequentes as recaídas. Não existem vacinas, e as prevenções são as mesmas utilizadas no caso da hepatite B. produzir envoltório proteico e, por isso, está sempre associado ao vírus da hepatite B (HBV), utilizando o capsídeo deste para sair da célula hospedeira e infectar outras células. Alguns o consideram um viroide e não um vírus. O HDV já foi detectado em diversas partes do mundo, sendo endêmico na região da Amazônia. A pessoa nunca é infectada apenas pelo HDV, adquirindo esse vírus juntamente com o HBV ou se já estiver contaminada por ele. Os sintomas são os da hepatite B. Não há tratamento, e as medidas preventivas são as mesmas que se utilizam para a hepatite B. doenças virais associadas ao sistema genital condiloma acuminado ou HPV herpes simples genital é uma doença sexualmente transmissível causada O agente causativo é o Herpes simplex tipo 2, um pelo Papilomavirus, um vírus não envelopado com vírus envelopado com DNA de cadeia dupla. As DNA de cadeia dupla, também conhecido como HPV. lesões aparecem após um período de incubação de O vírus infecta células dos órgãos genitais, uma semana ou menos e causam a sensação de uma provocando lesões papilares (verrugas) na glande, queimadura; a micção é dolorosa e caminhar é prepúcio e meato uretral, no homem, e na vulva, desconfortável. O DNA viral permanece em estado períneo, vagina e colo do útero, na mulher. Na latente no gânglio sacral próximo à base da espinha maioria das vezes, entretanto, a infecção é e as recorrências são bastante variáveis, sendo assintomática. Pode levar ao sério desenvolvimento muito frequentes em alguns portadores e raras em de câncer no colo do útero, na vulva e, mais outros. As recorrências são desencadeadas por raramente, no pênis e no ânus. Adquire- se o vírus diversos fatores, como estresse emocional, por contato sexual íntimo; mesmo não ocorrendo menstruação e febre. A infecção ocorre, em geral, na penetração vaginal ou anal, o vírus pode ser relação sexual com portador; por isso, deve- se evitar transmitido. Eventualmente, uma criança pode ser contato íntimo com pessoas durante as recorrências infectada pela mãe doente durante o parto. Pode da infecção. As ulcerações na pele secretam um ocorrer também, embora mais raramente, fluido contagioso; o uso de camisinha nessa fase da contaminação por outras vias que não a sexual: infecção oferece pouca proteção, pois, na mulher, as banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso lesões ocorrem geralmente na genitália externa e, comum de roupas íntimas, etc.. Não há tratamento nos homens, na base do pênis. Pomadas contendo que elimine o vírus; as verrugas, ou condilomas, são inibidores da síntese de DNA viral podem aliviar os removidas cirurgicamente. Deve- se evitar contato sintomas, como no caso do herpes simples labial. íntimo, principalmente o sexual, com pessoas portadoras do vírus. DOENÇAS BACTERIANAS Inúmeras doenças são causadas por bactérias, organismos unicelulares, procariontes e microscópicos. Embora exerçam várias funções ecológicas, tanto como produtores, quanto decompositores, os seres bacterianos podem se relacionar desarmonicamente, principalmente parasitando espécies animais. Cerca de metade das doenças humanas são provocadas por bactérias. Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias, e devem ser os mais tóxicos possíveis para os microrganismos infecciosos, e, simultaneamente, extremamente seguros para as células humanas; são feitos para produzir uma toxicidade seletiva. Porém, o seu uso não deve ser indiscriminado, isto é, sem receita médica ou por períodos de tempo incorretos. Esses fatos acabam por selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultando a posterior cura das lesões e infecções. A resistência antibiótica advém da presença de pelo menos um gene que codifique uma enzima capaz de neutralizar o medicamento, proveniente principalmente dos plasmídeos bacterianos.

doenças bacterianas associadas à pele acne provavelmente a doença de pele mais comum, a acne afeta principalmente adolescentes. Resulta do bloqueio dos ductos secretores das glândulas sebáceas do pelo, com acúmulo de secreção e formação de um ponto esbranquiçado característico. O folículo rompe- se e é invadido por Propionibacterium acnes, normalmente presente na pele. Essas bactérias alimentam- se da secreção do folículo e produzem ácidos graxos que induzem a resposta inflamatória, com formação de pústulas que podem resultar em cicatrizes. Não é contagiosa; as causas são alterações hormonais no organismo e proliferação da bactéria comum da pele. Como prevenção, deve- se evitar uso excessivo de cosméticos e manter higiene cuidadosa da face e cabelos. Além disso, uma dieta equilibrada, sem a ingestão de muitos doces, chocolates, gorduras animais, amendoins e derivados do leite devem ser evitados por pacientes que possuam a doença. O tratamento é feito com a aplicação de antissépticos e o uso de antibióticos específicos, com a orientação de dermatologistas. erisipela é causada por Streptococcus pyogenes e ocorre com mais frequência em crianças e em idosos. Caracteriza- se pela presença de manchas avermelhadas na pele, produzidas pelas toxinas bacterianas. O quadro é geralmente acompanhado de febre alta. O modo de contágio ainda não está definido; não se sabe se a pele é invadida por bactérias vindas do ambiente ou de algum local contaminado do corpo, via sistema linfático (uma infecção de garganta causada por estreptococo, por exemplo). Como tratamento, empregam- se antibióticos específicos. impetigo comum em crianças, é causada por Staphylococcus aureus. Os sintomas são pústulas isoladas na pele, que se rompem e desenvolvem uma casca. O contágio se dá por contato direto com pessoas portadoras; as bactérias penetram por pequenas lesões previamente existentes na pele. Como prevenção deve- se manter a higiene da pele. O tratamento é feito com antissépticos e antibióticos específicos. doenças bacterianas associadas ao sistema nervoso botulismo lepra ou hanseníase é causado pela ingestão da toxina botulínica produzida pelo Clostridium botulinum, presente em alimentos industrializados mal processados, como enlatados, conservas e embutidos como salsichas. O principal sintoma é a paralisia muscular, pois a toxina bloqueia a transmissão de impulsos nervosos. Pode ser fatal se não for tratada rapidamente, em decorrência da paralisia dos músculos responsáveis pela respiração. O tratamento é feito com soro antitoxina. o agente causativo é Mycobacterium leprae que se aloja em nervos sensitivos próximos à superfície do corpo, levando à perda de sensibilidade e, por isso, são frequentes as lesões na pele e nas extremidades afetadas. O contágio se dá pelo contato com secreções contaminadas de pessoas doentes; as bactérias penetram no corpo através de pequenas lesões na pele e nas mucosas. O tratamento é feito com antibióticos específicos, e a prevenção, pela vacinação (ainda em testes) de pessoas que tenham contato intimo com portadores. meningite o principal agente causativo é o Streptococcus pneumoniae. As bactérias provocam inflamação das meninges, ocasionando febre alta, dores de cabeça intensas, rigidez do pescoço e vômitos, podendo levar à morte. A contaminação dá- se pelas vias respiratórias, por inalação de partículas contaminadas por saliva ou secreção nasal de portadores da bactéria, que podem não apresentar os sintomas da infecção (portadores assintomáticos). Uma atitude preventiva é evitar aglomerações em ambientes pouco ventilados e contato com pessoas contaminadas, que devem ficar hospitalizadas em isolamento. Utiliza- se também a vacinação. O tratamento é feito com antibióticos específicos. tétano é causado pelo Clostridium tetani, cujos esporos estão presentes no solo e penetram no corpo através de lesões profundas na pele. As toxinas liberadas pela bactéria atuam sobre os nervos motores, provocando fortes contrações musculares; se não for tratada a tempo, ocorre morte por parada respiratória e cardíaca. Como prevenção, utiliza- se vacinação. Em caso de ferimentos sujos e profundos com sinais de contaminação, aplica- se soro antitetânico. O tratamento consiste em remover o tecido danificado (para evitar a produção de mais toxina) e administrar antibióticos (pouco eficaz se a toxina tiver atingido os nervos).

doenças bacterianas associadas aos sistemas cardiovascular e linfático brucelose febre maculosa é causado pela ingestão da toxina botulínica produzida pelo Clostridium botulinum, presente em alimentos industrializados mal processados, como enlatados, conservas e embutidos, como salsichas. O principal sintoma é a paralisia muscular, pois a toxina bloqueia a transmissão de impulsos nervosos. Pode ser fatal se não for tratada rapidamente, em decorrência da paralisia dos músculos responsáveis pela respiração. O tratamento é feito com soro antitoxina. o agente causativo é Mycobacterium leprae, que se aloja em nervos sensitivos próximos à superfície do corpo, levando à perda de sensibilidade; por isso, são frequentes as lesões na pele e nas extremidades afetadas. O contágio se dá pelo contato com secreções contaminadas de pessoas doentes; as bactérias penetram no corpo através de pequenas lesões na pele e nas mucosas. O tratamento é feito com antibióticos específicos, e a prevenção, pela vacinação (ainda em testes) de pessoas que tenham contato intimo com portadores. febre reumática é causada por bactérias do gênero Brucella, que provocam sintomas variados e, em muitos casos, subclínicos; nos casos agudos, há febre e calafrios. A bactéria, presente no gado, é transmitida por leite não pasteurizado e pela manipulação da carne de animais contaminados, penetrando no corpo por lesões na pele ou através das mucosas da boca, garganta e tubo digestório. Como prevenção deve- se evitar o consumo de carne crua de matadouros clandestinos e leite não pasteurizado; o tratamento é feito com antibióticos específicos. peste o agente causativo é Yersinia pestis, bactéria que pode multiplicar- se no interior dos macrófagos, em vez de ser destruída. O principal sintoma é o inchaço dos linfonodos das virilhas e axilas, acompanhado de febre. Sem tratamento, a morte pode ocorrer em menos de uma semana após os primeiros sintomas. Adquire- se a bactéria pela picada de pulga- do- rato (Xenopsylla cheopis) contaminada ou por ferimentos e arranhões causados por animais infectados (cães ou gatos). A prevenção consiste em combater pulgas e ratos e evitar contato com animais que possam estar contaminados. O tratamento é feito com antibióticos específicos. gangrena gasosa o agente causativo é Rickettsia rickettsii, e os sintomas são febre alta, dor de cabeça e vômito, além de manchas vermelhas no corpo devido a hemorragias subcutâneas provocadas pelo ataque das bactérias aos vasos sanguíneos. A taxa de mortalidade é alta quando a infecção não é tratada adequadamente. A bactéria é transmitida pela picada do carrapato- estrela (Dermacentor variabilis) contaminado. O carrapato adulto ou suas ninfas, conhecidas como micuins, contaminam- se ao sugar animais portadores da bactéria, como aves, mamíferos domésticos e selvagens. Como prevenção devem- se evitar locais infestados pelo carrapato ou proteger- se adequadamente contra eles, além de combatê- los. O tratamento é feito com antibióticos específicos. tifo endêmico é causado pela bactéria Rickettsia prowazekii, transmitida por fezes do piolho- do- corpo (Pediculus humanus corporis) contaminado; a bactéria penetra através do ferimento da picada quando o local é cocado. Os sintomas são febre alta e persistente por cerca de duas semanas e manchas vermelhas no corpo decorrentes de hemorragias subcutâneas provocadas pela entrada das bactérias nas células da parede dos vasos sanguíneos. A taxa de mortalidade é alta quando a infecção não é tratada adequadamente. Como prevenção, deve- se evitar a presença do piolho, mantendo as habitações limpas. O tratamento é feito com certos tipos de antibiótico. doenças bacterianas associadas ao sistema respiratório antraz coqueluche é causada pelo Bacillus anthracis, que produz infecção purulenta localizada quando penetra por ferimento, mas há perigo de septicemia (infecção generalizada). Situações mais graves ocorrem pela inalação dos esporos e instalação de pneumonia, com febre alta, dificuldade para respirar e dores no peito; nesses casos, na maioria das vezes, ocorre septicemia, e a taxa de mortalidade é alta. A contaminação se dá pela inalação ou ingestão de grande quantidade de esporos, geralmente presentes no solo. Como prevenção, deve- se evitar causada por Bordetella pertussis, afeta principalmente crianças. Os primeiros sintomas assemelham- se aos de um resfriado; em seguida sobrevém uma fase de tosse intensa, decorrente de as secreções bacterianas imobilizarem os cílios da traqueia, impedindo a eliminação de muco. A tosse é a tentativa do organismo de eliminar o muco acumulado nas vias respiratórias. A recuperação é lenta e pode levar meses. A contaminação dá- se pela inalação de bactérias eliminadas durante a tosse de pessoas infectadas. A prevenção é feita pela

contato com locais contaminados, em geral pastos onde morreram animais com a doença. O tratamento é feito com antibióticos específicos. difteria causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae. Inicialmente ocorrem dor de garganta e febre, seguidas de mal- estar e inchaço do pescoço. Forma- se na garganta uma membrana cinzenta em resposta à infecção, constituída por fibrina, tecidos mortos e bactérias, podendo bloquear totalmente a passagem de ar para os pulmões. Algumas linhagens da bactéria, portadoras de um fago lisogênico, podem produzir uma toxina potente que ataca o coração e os rins, causando a morte. A contaminação ocorre pela inalação de bactérias eliminadas com as secreções respiratórias de pessoas infectadas, as quais podem ser assintomáticas. O tratamento inclui ministração de antibióticos específicos e soro antitoxina. A prevenção é feita com vacina aplicada nos primeiros meses vitais. vacinação, aos dois meses de idade. O tratamento emprega antibióticos específicos. pneumonia bacteriana o agente causativo é a bactéria Streptococcus pneumoniae. Os sintomas são febre, dificuldade respiratória e dor no peito. Em resposta à infecção, os alvéolos pulmonares ficam tomados por glóbulos vermelhos, leucócitos e fluido dos tecidos. As bactérias podem invadir a corrente sanguínea, a cavidade pleural e, ocasionalmente, as meninges. Muitas doenças de pessoas idosas evoluem para pneumonia estreptocócica. O contágio ocorre pela inalação de bactérias eliminadas com as secreções respiratórias de pessoas infectadas, as quais podem ser assintomáticas. O tratamento é feito com antibióticos específicos; a prevenção, principalmente em idosos, é feita por meio da vacinação. tuberculose agente causativo é Mycobacterium tuberculosis. As bactérias primeiramente multiplicam- se no interior de macrófagos que, ao invés de destrui- las, passam a protegê- las. Quando o número de bactérias torna- se muito grande, elas abandonam os macrófagos e espalham- se pelo sistema respiratório e, eventualmente, por outros sistemas corporais. A pessoa perde peso e vigor corporal, sendo acometida por crises de tosse com eliminação de secreção sanguinolenta, decorrente da ruptura de vasos sanguíneos pulmonares. Se não for tratada adequadamente, causa morte. A doença se dá pela queda da imunidade, que pode ocorrer devido a outras enfermidades, ma nutrição e estresse. O bacilo é adquirido normalmente por inalação; ao atingir os alvéolos pulmonares, é fago citado pelos macrófagos. A prevenção é feita com a vacina BCG; deve- se evitar ambientes com condições de higiene ruins e aglomeração de pessoas. O tratamento dos portadores é feito com antibióticos específicos. O aparecimento recente de linhagens resistentes da bactéria da tuberculose vem preocupando. doenças bacterianas associadas ao sistema digestório cárie dentária cólera é causada por Streptococcus mutans, uma bactéria comumente presente na cavidade bucal. Resulta da deterioração dos tecidos do dente pelas secreções produzidas por bactérias que formam as placas dentarias. A degradação do esmalte abre caminho para a invasão dos tecidos internos do dente (dentina) pelas bactérias. A prevenção da cárie consiste em diminuir a ingestão de açúcares e manter a higiene cuidadosa dos dentes, escovando- os depois de cada refeição. A aplicação de flúor fortalece o esmalte dentário. Deve- se consultar regularmente o dentista. é causada pela famosa Vibrio cholerae. A bactéria multiplica- se no intestino delgado e produz uma toxina que induz as células intestinais a liberar água e sais. A perda de líquido, na forma de vômito e, principalmente, de diarreia, pode chegar de 12 a 20 litros em um so dia, levando ao colapso dos órgãos e, com frequência, à morte. Adquire- se a bactéria pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes de portadores. Como prevenção, devem- se evitar alimentos preparados sem condições higiênicas adequadas e a ingestão de água não potável. O tratamento é feito com antibióticos específicos e reposição de líquidos e sais minerais. disenteria bacilar é causada por bactérias do gênero Shigella. As bactérias multiplicam- se nas células do intestino delgado, liberando uma toxina muito ativa que destrói a mucosa do intestino grosso, causando diarreia severa e, em alguns casos, febre. As formas mais agudas da doença podem levar à morte. Alguns casos da chama- da diarreia do viajante são uma forma branda de disenteria bacilar. Contrai- se a bactéria pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes de portadores. Como prevenção, devem- se evitar ingerir alimentos preparados sem condições higiênicas adequadas e febre tifoide agente causativo é a bactéria Salmonella typhi. Cerca de duas semanas após a infecção, ocorre febre e forte dor de cabeça; a diarreia tem início apenas após três semanas, quando a febre declina. Durante esse período, a bactéria dissemina- se por todo o organismo e pode ser isolada do sangue, da urina e das fezes. Em casos graves pode ocorrer perfuração do intestino e morte. Contrai- se a bactéria pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes de portadores. Como prevenção devem- se evitar ingerir alimentos preparados sem condições higiênicas adequadas e água não potável. O

água não potável. O tratamento é feito com antibióticos específicos e reposição de líquidos e sais minerais. gastrenterite é causada por algumas linhagens patogênicas de Escherichia coli que produzem toxinas responsáveis pelos distúrbios gastrintestinais. Os sintomas são diarreia aquosa, assemelhando- se a uma forma branda de cólera. A contaminação dá- se pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes de portadores; a patologia é quase impossível de ser evitada. O tratamento é a reidratação oral, recomendada para qualquer tipo de diarreia. tratamento é feito com antibióticos específicos e reposição de líquidos e sais minerais. salmonelose causada por bactérias do gênero Salmonella, que penetram nas células da parede intestinal, onde se multiplicam, podendo, eventualmente, atravessá- la e atingir vasos sanguíneos e linfáticos, espalhando- se pelo corpo. Os sintomas são febre moderada, dores abdominais, cólicas e diarreia. Contrai- se a bactéria pela ingestão de produtos de origem animal contaminados, principalmente ovos e carne de galináceos. A prevenção consiste na higiene adequada dos criadouros de animais, na refrigeração adequada da carne e no cozimento adequado de carne e ovos. O tratamento é a reidratação oral, recomendada para qualquer tipo de diarreia. doenças bacterianas associadas ao sistema urinário cistite leptospirose Os agentes causativos são Escherichia coli ou Staphylococcus saprophyticus. A bactéria causa inflamação da bexiga urinária, o que provoca dificuldade em urinar e a presença de leucócitos na urina. Afeta mais comumente as mulheres. Desenvolve- se em decorrência da contaminação da uretra com bactérias presentes nas aberturas do sistema urogenital. A infecção é facilitada pelas relações sexuais e descuido com a higiene pessoal. A prevenção é feita por meio de cuidados com a higiene pessoal, e o tratamento, pelo uso de bactericidas. é uma doença típica de animais domésticos e selvagens causada por Leptospira interrogans. Os animais portadores eliminam a bactéria na urina e as pessoas infectam- se pelo contato com água e solo contaminados. Após um período de duas semanas, aparecem dor de cabeça, dor muscular, calafrios e febre. Pode afetar o fígado e os rins, principais causas de morte pela doença. A prevenção consiste em combater os ratos, um dos principais portadores, e evitar contato com animais que possam estar contaminados. O tratamento é feito com antibióticos. doenças bacterianas associadas ao sistema genital cancro mole gonorreia o agente causativo é Hemophilus ducreyi que se adquire por contato sexual com parceiros contaminados. Após um período de incubação de três a cinco dias, mas que pode estender- se por até duas semanas, aparecem lesões, geralmente dolorosas, nos órgãos genitais. É mais frequente nos homens. A prevenção consiste em evitar relações sexuais com pessoas portadoras e usar preservativo (camisinha). O tratamento é feito com antibióticos específicos e a pessoa contaminada deve abster- se de relações sexuais até a cura completa, para evitar a disseminação da doença. é causada por Neisseria gonorrhoeae que se transmite através de relações sexuais com parceiros contaminados e da mãe para o recém- nascido, durante o parto. O diagnóstico nos homens é mais fácil, pois a doença produz ardor ao urinar e eliminação de uma secreção uretral amarelada. Nas mulheres, os sintomas são pouco evidentes, o que dificulta o tratamento, com evolução para a DIP (doença inflamatória pélvica), que compromete as tubas uterinas e pode causar esterilidade. Mulheres grávidas infectadas podem contaminar os recém- nascidos, nos quais a infecção pode levar à cegueira. A prevenção consiste em evitar relações sexuais com pessoas portadoras e usar preservativos sexuais. O tratamento é feito com antibióticos específicos e a pessoa contaminada deve abster- se de relações sexuais até a cura completa. sífilis o agente causativo é a bactéria Treponema pallidum que se transmite por via sexual ou da mãe para o feto, durante a gestação. Cerca de vinte dias após a contaminação surge uma lesão de consistência endurecida e pouco dolorosa (cancro duro) nos órgãos genitais. No homem, o cancro duro aparece com maior frequência na glande do pênis, e na mulher, nos lábios menores, nas paredes da vagina e no colo uterino. Cerca de seis a

oito semanas após o cancro duro aparecem lesões escamosas na pele e nas mucosas; lesões nas palmas das mãos e nas plantas dos pés são fortes indicativos de sífilis secundária. Outros sintomas são dores no corpo, febres, dores de cabeça e falta de disposição. No terceiro estágio, o sistema nervoso pode ser afetado, causando problemas mentais, dificuldades de coordenação motora e cegueira. A prevenção consiste em evitar contato íntimo com pessoas contaminadas, principalmente relações sexuais. O tratamento é feito com antibióticos, específicos para cada estágio da doença. DOENÇAS POR PROTOZOÁRIOS Inúmeras doenças são causadas por protozoários, organismos unicelulares, eucariontes e microscópicos. Embora o hábitat desses seres seja variado, algumas espécies levam uma vida parasitária nos organismos de diversos hospedeiros. protozoonose associada à pele leishmaniose os agentes causativos são os protozoários da família Leishmania, e as formas de manifestações são diversas: a visceral, que invade os órgãos internos; a cutânea, que se expressa na pele; e a mucocutânea, que também contamina as mucosas. As leishmânias são transmitidas através da picada do conhecido mosquito- palha, que se contamina ao sugar o sangue de pessoas doentes. O principal sintoma é uma grave afecção de pele; as lesões aparecem principalmente no rosto, braço e perna. Aparecem borbulhas vermelhas na pele de difícil cicatrização, e a pele fica escurecida devido ao excesso de pigmentação. A espécie visceral da doença está muito presente em pacientes imunodepressivos. Nas áreas onde há maior frequência, é importante combater o inseto, vacinar cachorros e utilizar repelentes adequados. O tratamento se dá por medicação, como a aplicação de antimoniais. protozoonoses associada aos sistemas cardiovascular e linfático doença de Chagas ou tripanossomíase causada pelo flagelado parasita Trypanossoma cruzi, a doença de Chagas possui, como hospedeiro intermediário, o mosquito barbeiro, animais hematófagos de hábito noturno que adquire os tripanossomos ao sugar sangue de pessoas ou de animais silvestres contaminados, entre os quais se destaca o tatu, cujas tocas são reservatórios naturais do barbeiro. A forma infectante da doença de Chagas, o tripomastigota, é penetrado através da pele lesada do organismo. A fase crônica da doença é caracterizada por lesões no tubo digestório e no coração; a cardiopatia chagásica caracteriza- se pelo aumento do volume do coração, a disritmia cardíaca e a insuficiência cardíaca, o que pode levar à morte súbita do doente. A profilaxia da doença de Chagas está intimamente ligada à melhoria das condições da vida camponesa, como a melhoria das habitações rurais, bem como à modificação do habito secular de destruição da fauna e da flora. O tratamento se dá por fortes medicamentos, devido à gravidade da doença. malária causada pelos protozoários do gênero Plasmodium, os plasmódios são parasitas heteroxenos que têm como hospedeiro vertebrado o homem e, como hospedeiro invertebrado, os mosquitos fêmeas do gênero Anopheles. No homem, o Plasmodium se reproduz assexuadamente, e, no mosquito, sexuadamente. Assim, o homem é o hospedeiro intermediário, enquanto o mosquito anofelino fêmea é o hospedeiro definitivo. A transmissão se faz, usualmente, por meio da picada dos mosquitos, e também por meio de transfusões sanguíneas ou congênitas. As alterações mais frequentes na malária são o acesso malárico e a anemia. O acesso malárico é caracterizado por calafrio, calor e suor que, geralmente, ocorrem em intervalos regulares de tempo quando há ruptura das hemácias. No toxoplasmose o agente causativo é o protozoário Toxoplasma gondii, que prolifera em diversos animais domésticos, como cachorros, gatos, aves e também em suínos, caprinos e bovinos; nos gatos e demais felinos, os parasitas hospedam- se definitivamente. Nos seres humanos com boa saúde e imunidade, a toxoplasmose é geralmente assintomática; entretanto, a baixa de imunidade leva à fatalidade, principalmente quando há consumo de carnes industrializadas. O principal sintoma, além de febre, dores no corpo e fadiga, é o aparecimento de gânglios linfáticos em relevo, as ínguas, que podem se manifestar em qualquer parte orgânica que abrigue gânglios, como as axilas e o pescoço. Nos pacientes com imunidade muito debilitada, a enfermidade se expressa gravemente, com lesões no

acesso malárico, o doente começa a ter calafrios, seguidos por calor intenso e febre alta. A anemia malária é provocada pela destruição das hemácias parasitadas, após a divisão dos protozoários. A malária é uma doença que tem tratamento e sua profilaxia consiste em: tratamento dos doentes; combate às larvas dos mosquitos anofelinos em regiões alagadas, por meio de drenagem, do uso de inseticidas ou de inimigos naturais; e utilização de recursos que evitem o acesso dos mosquitos às moradias, tais como o uso de telas em portas e janelas ou de mosquiteiros nas camas e de inseticidas. O tratamento se dá por drogas e medicamentos. sistema nervoso, nos pulmões, no coração e na retina. A prevenção mais eficiente da toxoplasmose é a higiene, inclusive dos animais domésticos; a atenção no cozimento de carnes e no lavamento de verduras; e o evitamento de exposição a solos contaminados com as fezes dos ovos dos parasitas. O tratamento é somente recomendado em pacientes com órgãos como o coração e a retina afetados, já que as ínguas saem sozinhas com o passar do tempo. protozoonoses associada ao sistema digestório amebíase giardíase causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, a amebíase é transmitida por meio da ingestão de alimentos contaminados. Os parasitas se instalam no intestino grosso, onde fagocitam os alimentos digeridos. Em casos mais graves, os entamoebas podem comer parte da parede intestinal, atingindo a corrente sanguínea e podendo chegar ao coração. Os sintomas principais são as diarreias e as dores abdominais. A manutenção da higiene pessoal é a mais eficiente prevenção da doença, além de não utilizar excrementos animais como fertilizante nas lavouras, ação bastante comum no meio rural. O tratamento se dá por medicamentos específicos. o agente causativo é o protozoário Giardia lamblia, um dos mais comuns do mundo. Adquirida através da ingestão de cistos, a giardíase manifesta- se principalmente em locais onde não há saneamento adequado. Quando ingeridos, o ácido estomacal estimula os cistos a transformarem- se na forma adulta; no duodeno, eles estão potencialmente graves, formando um tapete que recobre as vilosidades do intestino e dificultando a absorção de nutrientes. Os sintomas principais são diarreias, cólicas abdominais, flatulências e, em casos mais graves, desnutrição. A melhoria da higiene e do saneamento são medidas profiláticas importantes, e o tratamento também se dá por medicamentos específicos. protozoonose associada ao sistema urinário tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que habita o trato geniturinário feminino e masculino e que vive bem em phs neutros ou levemente ácidos. Uma doença sexualmente transmissível, a tricomoníase é adquirida principalmente por meio de contato sexual, além do compartilhamento de roupas íntimas. Os sintomas mais comuns são formação de edemas na vagina, manchas avermelhadas na vulva, leucorreia, prurido intenso, cervicite e dor ao urinar. Nos homens, a infecção é geralmente assintomática; infecções crônicas podem permanecer latentes durante anos, transformando o homem em um vetor. As medidas mais importantes, além do uso de preservativos sexuais, são as boas condições higiênicas e o evitamento de utilizar roupas íntimas que não sejam de uso próprio. O tratamento se dá por medicamentos de utilização a longo prazo. DOENÇAS POR ANIMAIS Os animais são um vasto reino, e compõem seres de grande diversidade. Relativamente simples nas suas escalas evolutivas, os platelmintos e nematelmintos são geralmente parasitas, vermes achatados cujos hábitats podem ser terrestres ou aquáticos. Evolutivamente, os platelmintos têm a novidade de apresentarem um sistema nervoso ganglionar, com mercante simetria bilateral no corpo. Os nematelmintos, por sua vez, passam a ser pseudocelomados: o crescimento da mesoderma é colado à ectoderma, formando um falso celoma.

zoonoses associadas ao sistema digestório ancilostomose ou amarelão ou necatoríase esquistossomose causada pelos nematelmintos Ancylostoma os agentes causativos são os platelmintos do gênero duodenale e Necator americanos, eles possuem, na Schistosoma; espécies diferentes se alojam na forma adulta, a capacidade de instalarem- se no bexiga, no intestino ou no fígado. Pessoas aparelho digestivo dos humanos, onde se fixam no contaminadas permitem que os outros indivíduos intestino delgado, nutrindo- se do sangue do adquiram a doença ao liberar ovos do parasita hospedeiro e causando anemias. Transmitida através das fezes e da urina em ambientes de água através da penetração ativa de pequenas larvas doce. Na água, as larvas, chamadas de miracídios, infectantes na pele, as larvas da ancilostomose, após são liberadas, e só continuam seus ciclos de vida se passarem pela epiderme, atingem a corrente alojarem- se em caramujos cinzentos do gênero sanguínea, seguindo em direção aos alvéolos Biomphalaria. As larvas, agora denominadas pulmonares. Por meio das vias respiratórias, as cercárias, se desenvolvem e, em contato com a pele larvas se deslocam pela traqueia até a laringe, onde humana, penetram no organismo e podem provocar são deglutidas com os alimentos ingeridos, inflação, coceira e vermelhidão nas regiões. Na fase passando pelo esôfago, estômago e atingindo a crônica da doença, órgãos como fígado e baço parede do intestino; a adesão dos vermes no ducto podem aumentar de tamanho, com hemorragias intestinal provoca lesões e sangramentos, intensas e barrigas d água. Profilaxias importantes agravando o quadro anêmico. Medidas profiláticas são a melhoria do saneamento básico, o evitamento como utilização de calçados, evitamento de contato de contato com a água represada (só entrando com direto com o solo contaminado e fornecimento de roupas adequadas), o combate aos caramujos e o saneamento básico são importantes. O tratamento tratamento dos doentes, que é feito com se dá por vermífugos. A ancilostomose também é antiparasitários. chamada de amarelão, pois as hemorragias deixam um tom amarelado na pele. teníase ou cisticercose a teníase é causada por membros da espécie Taenia solium, platelmintos chamados de solitárias, já que o portador, geralmente, traz apenas um verme adulto. Hermafroditas, o ciclo da teníase possui, como hospedeiros intermediários, animais suínos e bovinos. Nos homens, a tênia fica fixada às paredes intestinais e se autofecunda; cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, deposita ovos no ambiente, que podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um dos hospedeiros. Ao se alimentar de carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da doença. Por não possuírem sistema digestório, as solitárias absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro no intestino e conferem ao portador dores de cabeça e abdominais, perdas de peso e alterações metabólicas. Um indivíduo que diretamente digere ovos do Taenia solium pode ter seu organismo bastante comprometido, gerando a neurocisticercose: o embrião passa do intestino para a corrente sanguínea e, com o auxílio de suas ventosas e ganchos, pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos (inclusive do coração), podendo conferir ao portador casos de cegueira definitiva, convulsão ou óbitos. Há medicamentos para tratamento, e a profilaxia consiste na melhoria do sistema de saneamento básico, na fiscalização das carnes bovina e suína, no cozimento prolongado de carnes e no incentivo a bons hábitos de higiene no cotidiano. zoonose associada ao sistema linfático filariose linfática ou elefantíase a filariose linfática é causada pelas espécies Wuchereria bancrofti e Brugia malayi. As larvas do parasita, denominadas microfilárias, são encontradas no sangue de indivíduos infectados e são ingeridas por animais hematófagos. Depois de passar parte do ciclo vital dentro de insetos, as microfilárias são transmitidas a pessoas sadias através de picadas durante uma nova ingestão de sangue. Assim, elas se alojam nos vasos linfáticos, sobretudo nos braços e pernas onde, depois de alguns meses, atingirão a maturidade sexual. fase aguda ocorre com febre e calafrios em intervalos irregulares, com ou sem inflamação de vasos linfáticos ou gânglios e reações inflamatórias das extremidades inferiores e genitais. À medida em que a infecção se desenvolve, a presença dos vermes adultos nos vasos linfáticos provoca sua obstrução, impedindo o fluxo linfático normal, implicando no acúmulo de líquido pelo tecido, no engrossamento e hipertrofia dos tecidos afetados, chamada de elefantíase. A profilaxia mais importante é o combate aos mosquitos, principalmente do gênero Culex, nos locais onde ocorre a transmissão. O tratamento é feito com medicamentos, de acordo com as manifestações clínicas do indivíduo.