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Transcrição:

PESQUISA DE INVESTIMENTO ALAGOAS Crise impacta nos investimentos da indústria em Alagoas Indicador que mede a disseminação da decisão de investimento das indústrias alagoanas apresenta intensa redução no ano de 2015. No ano de 2015, a pesquisa de investimentos nas indústrias revelou que apenas 49,3% das empresas investiram 23,4 pontos percentuais abaixo da intenção de investimento das empresas ao final de 2014, que correspondia a 72,7%. Para 2016, 53,5% das empresas manifestaram que possuem planos de investimento. Em uma perspectiva nacional, vários fatores explicam as razões que levaram os empresários da indústria a reverem suas expectativas de investimento em 2015, que resultou, segundo os dados das contas nacionais do IBGE, em uma retração de 14,1% na Formação Bruta de Capital Fixo Gráfico 1: (FBCF) do país no ano passado. O forte ajuste de preços provocados pelo realinhamento de preços relativos das tarifas e taxa de câmbio associado ao aumento dos juros e do racionamento do crédito ao longo do ano impactaram negativamente os custos operacionais e financeiros das empresas. Os efeitos da aceleração da inflação, decorrentes dos choques de preços das tarifas, sobre o poder de compra das famílias, que se encontravam endividadas em função do ciclo de estímulo a consumo que começa a se esgotar em 2013, levaram a que houvesse uma variação do crescimento no consumo das famílias que vai de 2,0% em 2013 para -4,2% em 2015, com reflexos negativos sobre os estoques das empresas e consequente redução dos níveis de utilização da capacidade instalada. Mesmo sem completar o ajuste fiscal estimado para 2015, houve retração dos gastos do governo de -1,3% puxada por corte dos investimentos públicos em infraestrutura e contingenciamento de gastos não obrigatórios, reforçando o processo de retração da demanda doméstica que saiu de uma taxa de crescimento de 3,2% em 2013 para uma queda de -6,6% em 2015. Empresas que pretendiam investir ou investiram: 72,7% 49,3% 53,5% REDUÇÃO DE INVESTIMENTO Um percentual de empresas menor do que foi previsto em 2014 investiram em 2015 e um percentual ainda menor pretende investir em 2016. das empresas que pretendiam investir em 2015 ao fim de 2014 das empresas que investiram em 2015 pretende investir em 2016

Obs.: Do total de empresas respondentes, 28 eram de porte pequeno, 27 de porte médio e 16 de porte grande, totalizando a amostra de 71 empresas na coleta da Pesquisa de Investimentos em 2015. Baixo investimento pelas indústrias marca o indicador em 2015. Tendência de queda no período é destaque no ciclo 2013-2015. Os dados do gráfico nº 2 deixam claro que nos últimos três anos houve um paulatino processo de retração dos investimentos na indústria alagoana, ou seja, no período de 2013 a 2015 o percentual de empresas que investiram caiu 27,6%. Neste período, como apontado na introdução para a indústria nacional, alguns fatores contribuiram para o aumento da incerteza dos empresários da indústria alagoana com reflexos negativos para as suas decisões de investimento: agravamento do quadro macroeconômico como aumento da inflação, do déficit público e até 2014 deterioração das contas externas; contexto internacional instável com reflexos negativos sobre os preços das commodities em função do aumento do risco de um pouso forçado da economia chinesa; e agravamento da crise política em virtude dos desdobramentos do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobrás. Em síntese, em 2015, com exceção do setor externo que cresceu 2,8% em função do efeito desvalorização cambial sobre o processo de recuperação das exportações e expressiva queda das importações, o PIB caiu 3,8% puxado em grande medida pelo desempenho negativo da indústria de -8,0%. As perspectivas do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus do BCB, para o crescimento do PIB do país e da indústria em 2016 são de -3,6% e -4,75%, respectivamente, o que reforça uma tendência desfavorável ao investimento. A análise que será feita abaixo sobre os indicadores de decisão de investir na indústria de Alagoas de 2013 a 2015 terá como pano de fundo o contexto e as expectativas para a economia brasileira acima descritas. Gráfico 2: Percentual de empresas que investiram Participação(%) no total de respostas. 76,90 57,58 49,30 2013 2014 2015 Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Apenas 27% dos planos de investimento de 2015 foram realizados como planejado. Incerteza econômica foi a principal razão para a não realização do investimento. De acordo com o gráfico nº 3, das empresas que tinham planos de investimento para 2015, apenas 27% realizaram os seus investimentos como planejado; 29% das empresas realizaram seus investimentos apenas parcialmente, 9% adiaram o investimento para 2016, enquanto 1% o fizeram por tempo indeterminado ou cancelaram os investimentos planejados. Por fim, 34% não havia planejado investimento para 2015. Gráfico 3: Realização dos planos de investimento Participação (%) no total de respostas Adiados para 2016 9% 1% Adiados para depois de 2016 ou cancelados Realizados como planejados 27% 34% Não havia investimento planejado para 2015 29% Realizados parcialmente Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Principais razões para a não realização dos investimentos previstos A incerteza econômica foi assinalada por 42,86% das empresas pesquisadas como a principal razão para a não realização dos investimentos conforme planejado. Este dado demonstra que a crise de confiança na condução da política econômica e seus reflexos no ambiente de negócios é o principal impecílio para a realização dos investimentos na indústria alagoana. A dificuldade de obtenção de crédito / financiamento apontada por 20,00% das respostas em 2016 reflete o aumento do racionamento de crédito em virtude da maior aversão a risco dos bancos com o agravamento da crise econômica. Os problemas relacionados ao custo do crédito/financiamento, reavaliação da demanda/ ociosidade elevada e aumento inesperado no custo previsto do investimento, que receberam cada 14,29%, 14,29%, 14,29%, respectivamente das respostas, decorrem da política monetária restrititiva de aumento dos juros para reverter as expectativas de inflação dos agentes econômicos com reflexos negativos sobre o consumo das famílias e os custos de investimento das empresas. Gráfico 4: Razões para a frustração dos planos de investimento Participação (%) no total de empresas cujos investimentos em 2015 foram realizados parcialmente ou adiados. Incerteza econômica 42,86 Dificuldade de obtenção de crédito / financiamento 20,00 Aumento inesperado no custo previsto do investimento 14,29 Reavaliação da demanda / ociosidade elevada 14,29 Custo do crédito / financiamento 14,29 Dificuldade de obtenção de mão de obra 5,71 Dificuldades com burocracia 5,71 Dificuldades tecnológicas 2,86 Restrições relacionadas ao meio-ambiente 2,86 Nota: Soma dos percentuais supera 100% devido a possibilidade de múltiplas respostas. Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Aumenta a proporção dos investimentos em 2015 das empresas que tinham como objetivo melhorar a capacidade da linha atual, mas abaixo a 2013. É percebido o estímulo das empresas para redução de custos e aumento de competitividade por meio do processo produtivo. De 2013 a 2015 houve uma significativa mudança na estratégia de investimento dos empresários da indústria alagoana. Ou seja, o percentual de respostas cujo objetivo do investimento era o aumento da capacidade da linha atual, ganhos de escala, passou de 40% em 2013 para 25,71% em 2015. Enquanto que o objetivo era a melhoria do processo produtivo houve um crescimento marginal no período e introdução de novos produtos um aumento expressivo, como pode ser observado no gráfico nº 5. Assim, com base nestes dados, as empresas que continuaram investindo para se adequar a um contexto de retração do nível de atividade econômica usaram como estratégias a redução dos custos, por meio do uso mais eficiente dos recursos produtivos o que engloba melhoria na gestão empresarial, e da diferenciação de produtos procurando agregar valor e não mais redução de custos através da mudança da escala das plantas industriais. Gráfico 5: Objetivo de Investimento Participação no total de empresas que investiram*. Aumento da capacidade da linha atual Melhoria do processo produtivo atual Introdução de novos produtos Manutenção da capacidade produtiva Introdução de novos processos produtivos 5,00 25,71 16,67 25,71 22,22 25,00 22,86 16,67 10,00 14,29 16,67 5,00 8,57 40,00 Sem resposta 2,86 15,00 27,78 2015 2014 2013 *Excluídas respostas em branco. Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa I EL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Uso de recursos próprios é destaque em pequena empresa. Bancos oficiais de desenvolvimento continuaram sendo as principais fontes de recursos de terceiros para as grandes empresas em 2015. Das fontes de financiamento usadas pelas grandes empresas para investirem em 2015, em média, 33% foram oriundas de recursos próprios, 43% oriundas de recursos de bancos públicos e 19% de bancos privados e captados no exterior. De acordo com os dados, a dependência de recursos próprios aumentou para 71% no caso das médias que tem seus recursos complementados por bancos privados e marginal Gráfico 6: participação das instituições financeiras públicas. No tocante as pequenas empresas também há elevada dependência de recursos próprios 72%, mas os bancos públicos tem uma participação um pouco maior que os privados. É importante destacar a assimetria que há entre as empresas grandes e as médias e pequenas no tocante ao acesso às linhas de financiamento do BNDES e Banco do Nordeste, apontada pela pesquisa no gráfico nº6. Isto porque nos momentos de crise quando os bancos privados aumentam a sua aversão a risco e racionam o acesso ao crédito o papel dos bancos públicos, principalmente os de desenvolvimento que possuem taxas de juros subsidiadas para operações de investimento em máquinas e equipamentos, passa a ser crucial para as empresas de médio e pequeno portes. Distribuição média das fontes de financiamento do investimento da indústria em 2015. Grande 33,0 43,0 6,0 10,0 9,0 Média 71,0 5,0 24,0 Pequena 72,0 3,0 12,0 13,0 Recursos próprios Bancos oficiais de desenvolvimento (BNDES, Banco do Nordeste, etc.) Bancos comerciais privados Bancos comerciais públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, etc.) Financiamento externo Outros Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Capacidade produtiva foi suficiente para atender a demanda prevista para 2015. Adequação da capacidade instalada para atender a demanda prevista em 2016 reduz, o que pode ser sinal de excesso. De acordo com a Pesquisa de Investimentos, para 82% das empresas industriais, a capacidade produtiva instalada estava adequada e 6,0% considerava mais que adequada ao atendimento da demanda prevista para 2015. As expectativas para 2016 são de que o desequilíbrio entre a demanda prevista e a capacidade instalada aumente, com 15,49% assinalando que estará mais do que adequada e 19,72% pouco adequada. O processo de retração na demanda da economia com o agravamento da crise tem dificultado a adequação da capacidade de produzir das empresas às necessidades do mercado principalmente por conta do aumento da capacidade ociosa. Tal dificuldade de adequação da capacidade instalada pode ser um dos fatores que explicam a mudança de orientação das estratégias de investimentos observadas no gráfico nº 7, ou seja, menos focada em aumento da escala das plantas e mais no crescimento da produtividade e diferenciação dos produtos. Isto demonstra como as flutuações cíclicas da demanda exacerbadas por momentos de crises políticas podem dificultar o planejamento de investimentos com maior impacto na estrutura da indústria, com reflexos de médio e longo prazos. Gráfico 7: Adequação da capacidade instalada para demanda prevista*. 2016 57,75 19,72 15,49 2,82 4,23 2015 81,82 6,06 3,03 6,06 Adequada Pouco adequada Mais do que adequada Muito pouco adequada Muito mais do que adequada Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Perspectiva de empresários é para menor investimento em 2016. Intenções de investimento apresentam índice menor que 2015 e 2014. Os dados exibidos no gráfico nº 8, relativo as intenções de investimento dos empresários da indústria alagoana, são perfeitamente compatíveis com o quadro de deterioração do ritmo de crescimento das economias nacional e de Alagoas no biênio 2014-2015, com reflexos negativos para 2016. Como tal, os dados da economia brasileira para os últimos dois anos não deixam dúvidas quanto a fragilização do ambiente de negócios tanto para Alagoas como para o Brasil, como descrito na introdução. Para se ter uma ideia, caso se confirme a retração de 3,6% este ano, estimada pelo mercado, no período de 2014 a 2016 a queda média do PIB brasileiro terá sido de - 2,4%aa e acumulada no triênio de -7,5%. De acordo com estimativa feita pela Consultoria 4E publicada no jornal Valor Econômicos de Os Osdados exibidos no gráfico nº 8, relativo Gráfico 8: Intenções de investimento Participação (%) no total de respostas. 96,15 as intenções de investimento dos empresários da indústria alagoana, são perfeitamente compatíveis com o quadro de deterioração do ritmo de crescimento das economias nacional e de Alagoas no biênio 2014-2015, com reflexos negativos para 2016. Como tal, os dados da economia brasileira para os últimos dois anos não deixam dúvidas quanto a fragilização do ambiente de negócios tanto para Alagoas como para o Brasil, como descrito na introdução. Para se ter uma ideia, caso se confirme a retração de 3,6% este ano, estimada pelo mercado, no período de 2014 a 2016 a queda média do PIB brasileiro terá sido de - 2,4%aa e acumulada no triênio de -7,5%. De acordo com estimativa feita pela Consultoria 4E publicada no jornal Valor Econômicos de 14/03/2016, o PIB de Alagoas em 2015 teve uma queda de -4,0% ficando acima dos -3,8% estimados pelo IBGE para o Brasil no mesmo ano. Os principais fatores que levaram a esta forte retração da economia alagoana porque afetaram negativamente as decisões de investimentos dos empresários da indústria alagoana estão listados no gráfico nº 9: incerteza econômica cujo percentual de resposta praticamente dobrou em relação a 2013; aumento dos custos de financiamento que também passou a ter um peso importante em relação à pesquisa de 2013 juntamente com problemas de capacidade ociosa decorrentes da insuficiência de demanda. Assim, a combinação desses fatores produziram uma conjuntura econômica bastante desfavorável e instável que esta na base da explicação do porque as intenções de investimentos caíram cerca de 44% de 2014 a 2016 na indústria alagoana. 72,73 53,52 2014 2015 2016 Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Gráfico 9: Razões para a frustração dos planos de investimento Participação (%) no total de empresas que pretendem investir. Incerteza econômica 25,0 50,00 96,97 Custo do crédito / financiamento 11,1 26,92 48,48 Reavaliação da demanda / ociosidade elevada Dificuldade de obtenção de crédito / financiamento 5,6 45,45 19,4 30,77 27,27 34,62 Aumento inesperado no custo previsto do investimento Dificuldade de obtenção de mão de obra Dificuldades com burocracia Deficiência da infraestrutura Dificuldade de obtenção de matéria-prima Outros. 9,09 16,7 15,38 9,09 5,6 7,69 6,06 2,8 7,69 6,06 5,6 3,85 3,03 2,8 11,54 3,03 2,8 3,85 2016 2015 2014 Nota: soma dos percentuais supera 100% devido a possibilidade de múltiplas respostas. Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento CNI (2015).

Investimento em 2016 é voltado para a melhoria de processo produtivo. Em 2016 apresenta destaque a melhoria do processo produtivo atual e a manutenção da capacidade produtiva. De acordo com os dados do gráfico nº 10, os investimentos previstos para 2016 refletem a mudança de estratégia apresentada anteriormente, ou seja, o foco deixa de ser o aumento da capacidade da linha atual para ser melhoria do processo produtivo atual - ou redução de custos, não por escala, mas por uso mais eficiente dos recursos produtivos o que engloba melhoria na gestão empresarial seguido de manutenção da capacidade produtiva. Essa mudança no objetivo pode ser explicado pelo fato das indústrias em período de crise, apresentarem maior ociosidade, atingindo níveis recordes em 2015 (segundo a Pesquisa de Indicadores de Desempenho, a Utilização da Capacidade Instalada finalizou o ano de 2015 com 65 p.p, excluído os dados do setor sucroenergético), e avançam em busca de ganhos de produtividade e em redução de custos. De forma geral, a estratégia de diferenciação via introdução de novos produtos aumenta a sua relevância no período analisado, passando de 8% das respostas em 2014 para 15,8% em 2016, sinalizando que a diferenciação de produtos passou a ser uma estratégia importante junto com melhoria do processo para o enfrentamento da crise pelos empresários da indústria alagoana. Gráfico 10: Objetivo de Investimento previsto Participação (%) no total de empresas que pretendem investir.* Melhoria do processo produtivo atual Aumento da capacidade da linha atual Manutenção da capacidade produtiva Introdução de novos produtos Introdução de novos processos produtivos Sem resposta 2,6 5,3 15,8 12,5 8,0 8,0 20,8 16,0 18,4 20,8 16,7 16,0 16,0 2016 2015 2014 28,9 28,9 29,2 36,0 * Excluídas respostas em branco. Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com

Intenção de compra de máquinas e equipamento em 2016 é menor que em anos anteriores. Expectativa de compra de máquinas e equipamentos apresenta forte queda no período entre 2014 e 2016. De acordo com a pesquisa, destaque no gráfico nº 11, apenas 33,33% das empresas consultadas pretendem aumentar a compra de máquinas e equipamentos em 2016, percentual bem abaixo do registrado nas pesquisas anteriores: 47,83% em 2015 e 60,87% em 2014. Um fato a ser sublinhado na Pesquisa de Investimentos em 2015, refere-se a questão que além da redução da disposição para investir, a intenção da indústria em comprar máquinas e equipamentos também diminuiu frente aos anos de 2014 e 2015. Entre as empresas que planejam manter-se inalteradas, cerca de 33,33% das empresas destacaram tal condição, percentual superior à pretensão coletada em 2015 que foi de 17,39% e 21,74% em 2014. A incerteza econômica assinalada na pesquisa como principal fator para explicar a queda na intenção de investimento é um fator importante para justificar esta retração nas expectativas para a aquisição de máquinas e equipamentos. Outros fatores já apontados são dificuldades de acesso ao crédito e crescimento do custo dos financiamentos e perspectivas por parte dos empresários de continuidade de um cenário de demanda fraca para os próximos dois anos. Gráfico 11: Expectativa de compra de máquinas e equipamentos Participação (%) no total de empresas que pretendem comprar máquinas e equipamentos. 60,87 21,74 13,04 47,83 17,39 9,09 4,35 9,09 33,33 33,33 13,04 6,06 17,39 9,09 4,35 2014 2015 2016 Reduzir-se muito Reduzir-se Manter-se inalteradas Aumentar Aumentar muito Sem resposta Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL

Expectativa de compra de máquinas e equipamentos importados diminui em 2016. Expectativa de compra de máquinas e equipamentos importados acompanha a desvalorização do real. De acordo com os dados, em média, apenas 13,64% das empresas pretendem aumentar a compra de máquinas e equipamentos importados, enquanto 9,09% pretendem reduzir em 2016. O percentual é menor que em pesquisas anteriores, conforme gráfico nº 12. Tal percentual repercute a maior quantidade de indústrias em 2016 que planeja reduzir a participação de importados no total das compras de máquinas e equipamentos à medida que em 2014, cerca de 58,33% das indústrias almejavam o aumento. A principal explicação para a queda nas expectativas empresarias para aumentar a importação de máquinas e equipamentos está na significativa desvalorização do real frente ao dólar, da ordem de 50% em 2015, o que aumentou consideravelmente o preço das máquinas importadas e, no caso de manutenção dada pelo fabricante, em reais. Gráfico 12: Expectativa de compra de máquinas e equipamentos importados Participação (%) no total de empresas que pretendem comprar máquinas e equipamentos importados. 25,00 16,67 25,00 58,33 8,33 33,33 33,33 31,82 9,09 13,64 27,27 9,09 9,09 2014 2015 2016 Reduzir-se muito Reduzir-se Manter-se inalteradas Aumentar Aumentar muito Sem resposta Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Mercado interno, ainda, é o foco das empresas alagoanas em 2016. Mesmo com a desvalorização do real, a proporção de investimentos com foco no exterior ainda é pequena. A indústria alagoana continua a mostrar pouco interesse no mercado externo, visto que os investimentos em 2016 voltaram a considerar o mercado externo menos do que em anos anteriores. Apenas 5,26% das empresas que pretendem investir em 2016 têm como foco, totalmente ou principal-mente, o mercado externo. Embora baixo, o percentual é maior desde a pesquisa realizada em 2014, sobre os investimentos previstos. Os objetivos de investimentos da indústria alagoana para 2016 continuam com direcionamento para o mercado interno, embora essa intensidade tenha diminuído em relação aos anos anteriores. Na análise, 21,05% das empresas que pretendem investir nesse ano têm como objetivo somente o mercado interno, enquanto que em 2014, cerca de 43,48% tinham como objetivo somente o mercado interno. Nessa direção, mesmo com representatividade, esse foi o menor percentual dos três anos, abaixo do estimado em 2015 com cerca de 36,36% das respostas. Em outro ângulo, segundo o gráfico 13, a proporção de empresas que pretendem focar igualmente o mercado interno e externo em seus investimentos. Em 2014, cerca de 34,78% das empresas; em 2015, 31,82% e em 2016, 34,21%. Como justitificativa dos dados, percebese que a crise no mercado doméstico e a desvalorização da taxa de câmbio, que aumentam a competitividade das empresas alagoanas no exterior, considerando a elevação do desempenho financeiro das exportações, ajudam a explicar esse resultado. Gráfico 13: Expectativa de compra de máquinas e equipamentos importados Participação (%) no total de empresas que pretendem comprar máquinas e equipamentos importados. 4,35 17,39 34,78 43,48 4,55 7,89 2,63 5,26 27,27 31,82 36,36 28,95 34,21 21,05 2014 2015 2016 Somente o mercado interno Igualmente os mercados interno e externo Somente o mercado externo Principalmente o mercado interno Principalmente o mercado externo Sem resposta Fonte: Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - CNI (2015).

Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa IEL/ AL com dados da Pesquisa de Investimento - Confederação Nacional da Indústria - CNI. Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Presidente José Carlos Lyra de Andrade 1º Vice-presidente (supervisão) José da Silva Nogueira Filho Diretor Executivo Walter Luiz Jucá Sá Unidade Técnica UNITEC/FIEA Gerente Helvio Vilas Boas Elaboração Núcleo de Pesquisas do IEL/AL Coordenadora Eliana Sá - 82 2121.3085 Equipe Técnica Luciana Santa Rita Reynaldo Rubem Ferreira Júnior Bruna Pinto de Cerqueira Pedrosa de Oliveira Danielle Ferreira de Melo Ingrid Danielle Correia Slva Jenyffer Alves da Silva Juliana Silva Goes Larissa de Amorim Fernandes Leillane Priscila da Silva Tania Maria dos Santos Diagramação Núcleo de Inovação e Pesquisa Endereço: Av. Fernandes Lima, 385 - Farol Ed. Casa da Indústria Napoleão Barbosa 1º andar - CEP: 57.055-902