O Associativismo Desportivo em Portugal Fernando Tenreiro (Prof. Dr.)

Documentos relacionados
A UNIÃO EUROPEIA E O DIÁLOGO INTERCULTURAL MNE DGAE

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA PARA O TURISMO. com

ESTATÍSTICAS DA IMIGRAÇÃO

Olimpíadas é tema da agenda do professor para 2016

T U R I S M O D E N E G Ó C I O S

A abordagem das despesas públicas em cultura no contexto europeu constitui o objecto desta Nota Estatística.

Os fundos estruturais e o Fundo de Coesão surgem no âmbito da política comunitária que visa reduzir as diferenças de desenvolvimento entre as regiões

Futebol nas Olimpíadas 2016 Autores: Antonio B, Rodrigo A, Gustavo S, Gustavo A, Lucas B Matheus G.

Associação Empresarial das Ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge. Turismo

PROMOÇÃO EUROPA EUROPA PRIMEIRA CLASSE

Peso da construão no PIB aproximadamente entre 5 e 7%. ( em 2000 o volume de negcios da construão foi 8,2% do Vol. Total das empresas nacionais)

COMPORTAMENTOS DE PAGAMENTO DAS EMPRESAS EM PORTUGAL

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS DE MESA

PORTUGAL - INDICADORES ECONÓMICOS. Evolução Actualizado em Março Unid. Fonte Notas

Conta Satélite do Turismo

ANÁLISES DESTA EDIÇÃO

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

Tratados de Roma. Comunidade Económica: União Aduaneira - Politica Comercial Externa 6 Estados Membros

Estratégias de Crescimento e Internacionalização no cluster Habitat. AICCOPN Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas

Fundação Bienal de Cerveira, 15 de outubro de 2018

Reforma da Previdência

A importância económica do sector do azeite

Instituto Nacional de Estatística. stica. Procedimento dos Défices Excessivos (PDE)

Nós tratamos de si: Questões dos cidadãos Heidi Heinrich. Projetos Sebastian Kramer. Direcção Barbara Sterl

PROMOÇÃO EUROPA LUGARES LIMITADOS EUROPA PRIMEIRA CLASSE CIRCUITO SAÍDAS PREÇO 1ª PESSOA PREÇO 2ª PESSOA (25%)

Histórico de Medalhas Paralímpicas - Portugal

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

Conta Satélite do Turismo

Seminário Diplomático 2013

PROMOÇÃO EUROPA EUROPA PRIMEIRA CLASSE

CONSOLIDAÇÃO E CRESCIMENTO

Anuário. do Turismo 2008

Orçamento da UE e perspetivas financeiras

Ação Cultural Externa Relatório Anual 2014 Indicadores. 2. Número de iniciativas apoiadas por áreas geográficas

Os Jogos Olímpicos Feito por Vasco Marques nº 28 7º2ª

OEm Observatório da Emigração

QUÍMICA RELATÓRIO DE CONJUNTURA

Ano Europeu da Criatividade e Inovação

Seminário Exportar, exportar, exportar A Experiência dos Principais Clusters Regionais

ESTATÍSTICAS OFICIAIS. DIPLOMADOS NO ENSINO SUPERIOR [ a ]

2012 % Abs / % Abs /11

PROMOÇÃO EUROPA EUROPA PRIMEIRA CLASSE

PORTUGAL - INDICADORES ECONÓMICOS. Evolução Actualizado em Dezembro de Unid. Fonte Notas 2010

Estratégia de Especialização Inteligente para a Região de Lisboa

Atitudes e valores face ao Trabalho:

Os Indicadores do Relatório do Estado do Ambiente (REA 2014)

Mor o tal a ida d d a e d e R o R d o o d v o i v ár á ia a em e P o P r o tug u a g l a :

PLANO DE ACTIVIDADES 2011 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS DE MESA

AGENDA CARACTERIZAÇÃO DA FILEIRA VINHO E AZEITE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS ADERENTES DEBATE DE IDEIAS CONCLUSÕES

Fundamentação da tabelas de taxas Ecoparque Outão

Assembleia Geral Relatório e Contas Nazaré, Auditório da Câmara Municipal

FORUM

Europeu de juniores femininos de Polo Aquático Women's European Under 19 WPC Piscinas Olímpicas do Funchal 9 a 16 de setembro

Reforma da Previdência

O Portugal que temos. o que imaginamos

A internacionalização das empresas portuguesas

Recursos Energéticos e Meio Ambiente (REMA) Engenharia Ambiental 1º semestre/2017

2.1 Descrição. Objetivos:

COMO SERIA A NOSSA VIDA SEM A UNIÃO EUROPEIA?

A União Europeia Ano Europeu do Diálogo Intercultural MNE DGAE

VI SEMINÁRIO NACIONAL BANDEIRA AZUL Vítor Neto

Organizar a Escola para 12 anos de escolaridade obrigatória JOAQUIM AZEVEDO

A Economia Portuguesa Dados Estatísticos Páginas DADOS ESTATÍSTICOS

ANEXO. Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre a situação de execução das ações prioritárias da Agenda Europeia da Migração

Fosso demográfico, reflexões no contexto europeu

Preçário. REALTRANSFER Instituição de Pagamentos, S.A. Consulte o FOLHETO DE COMISSÕES E DESPESAS. Data de Entrada em vigor: 03-out-2014


REFORMA DA PREVIDÊNCIA: POR QUE FAZER? EFEITOS DA DEMOGRAFIA EXIGEM AJUSTE DE REGRAS

Características Gerais

Aplicação do QREN na Região do Norte Ponto de situação

O papel da AICEP na Internacionalização das Empresas Portuguesas

FACTOS PARA O DEBATE

Orçamento Anual FPPM 2018

PIB PAÍSES DESENVOLVIDOS (4 trimestres, %)

mensário estatístico - exportação Janeiro 2011 CAFÉ EM GRÃOS

Uma visão geral do processo de reforma da previdência. Manoel Pires SPE/MF

Ranking Mundial de Juros Reais OUT/14

Uma visão geral do processo de reforma da previdência. Manoel Pires SPE/MF

Alto Rendimento Desportivo, Projeto Olímpico e Paralímpico Rio 2016 e desafios para os próximos Ciclos Olímpicos

APESAR DE EXISTIR OUTRA SOLUÇÃO, O GOVERNO PREFERE AUMENTAR O IVA SOBRE O GÁS E A ELECTRICIDADE PENALIZANDO AS FAMILIAS DE MÉDIOS E BAIXOS RENDIMENTOS

Cooperação da União Europeia - Educação Superior. Erasmus+ Maria Cristina Araujo von Holstein-Rathlou ABMES, 8 DE NOVEMBRO DE 2016.

A AP e as TI Portugal na Europa Os desafios sectoriais da AP Sustentabilidade A AP e o PEC Rumo ao Green Datacenter.

IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral

, , , ,

Jornal Oficial da União Europeia

Ranking Mundial de Juros Reais Mai/13

PLANO DE ACTIVIDADES ORÇAMENTO EXERCÍCIO DE 2018 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE BRIDGE

T U R I S M O E M N Ú M E R O S

T U R I S M O E M N Ú M E R O S

Ranking Mundial de Juros Reais Ago/13

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

Geopolítica do Desenvolvimento e. suas Transformações

A ECONOMIA PORTUGUESA NO MUNDO

Geração Z. Ação de voluntariado jovem promovida pelo IPDJ I.P. cujas atividades são organizadas por entidades privadas sem fins lucrativos

INÊS HENRIQUES PALMARÉS EM

Indicadores socioeconómicos dos Países de Língua Portuguesa

No portal da União Europeia ( podem ser encontradas muitas informações sobre a União Europeia

Alentejo no horizonte 2020 Desafios e Oportunidades

Programa de acção comunitário em matéria de formação profissional

Transcrição:

O Associativismo Desportivo em Portugal Fernando Tenreiro (Prof. Dr.) Universidade Lusíada de Lisboa Seminário de Gestão do Desporto Câmara Municipal de Loulé 9 de Novembro de 2012

Dados do Desporto da Europa

O continente mais competitivo 600 500 400 300 200 100 0 Total Olympic medals by continent, number Atenas 1896 Paris 1900 S. Louis 1904 Atenas 1906 Londres 1908 Estocolmo 1912 Antuérpia 1920 Paris 1924 Amsterdão 1928 Los Angeles 1932 Berlim 1936 Londres 1948 Helsinquia 1952 Melburne 1956 Roma 1960 Toquio 1964 México 1968 Munique 1972 Montreal 1976 Moscovo 1980 Los Angeles 1984 Seul 1988 Barcelona 1992 Atlanta 1996 Sydney 2000 Atenas 2004 Pequim 2008 Londres 2012 europa ásia américa áfrica

O último lugar europeu éde Portugal 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 hungria finlândia holanda suíça dinamarca republica checa noruega grécia bélgica 0 Atenas 1896 Paris 1900 S. Louis 1904 Atenas 1906 Londres 1908 Estocolmo 1912 Antuérpia 1920 Paris 1924 Amsterdão 1928 Los Angeles 1932 Berlim 1936 Londres 1948 Helsinquia 1952 Melburne 1956 Roma 1960 Toquio 1964 México 1968 Munique 1972 Montreal 1976 Moscovo 1980 Los Angeles 1984 Seul 1988 Barcelona 1992 Atlanta 1996 Sydney 2000 Atenas 2004 Pequim 2008 Medalhas, total acumulado iuguslávia áustria irlanda portugal Jogos Olímpicos

Dados do Desporto de Portugal

Evolução de federados estagnada 600000 1,2 500000 400000 300000 200000 100000 1,15 1,1 1,05 1 0,95 0 0,9 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 valor absoluto, número valor relativo, percentagem valor absoluto, número crescimento, percentagem

Financiamento às federações incerto 41.000.000,00 1,30 financiamento total 39.000.000,00 37.000.000,00 35.000.000,00 33.000.000,00 31.000.000,00 29.000.000,00 27.000.000,00 25.000.000,00 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 1,25 1,20 1,15 1,10 1,05 1,00 0,95 0,90 0,85 0,80 financiamento, crescimento, percentagem financiamento total, euros financiamento, crescimento, percentagem

Financiamento ao desporto menos 60 milhões de euros desde 1996 150.000.000 600000 orçamento administração central, euros 120.000.000 90.000.000 60.000.000 30.000.000 480000 360000 240000 120000 praticantes federados, número 0 0 Desporto orçamento valores nominais Desporto orçamento valores reais praticantes federados

Financiamento ao desporto autárquico e central em quebra 90 79 82 78 81 85 80 80 80 83 81 78 80 80 74 68 70 70 65 67 63 6158 56 58 60 54 52 51 48 42 32 35 37 39 42 44 46 48 49 52 50 40 33 30 30 26 21 22 18 19 20 20 20 15 17 19 22 20 20 10 0 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 financiamento público, percentagem central local

Financiamento ao desporto decresce e àcultura mantém-se despesa total, 10^3 euros 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 cultura desporto

Despesa autárquica ao desporto, corrente ultrapassa o capital Autarquias despesa, 10^euros 450000 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 total capital corrente

Despesa total autárquica ao desporto por região 180000 despesa total por região, 10^3 euros 160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira 0

A surpresa algarvia: Despesa autárquica per capita despesa pública por região e por habitante, euros 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira

Desafio: As políticas algarvias devem atender àparidade desportiva Censo 2011 Praticantes federados (2009) Percentagem Homens 220.000 20.770 9,4 Mulheres 231.005 6.610 2,9 Total 451.005 27.380 6,1 Fonte: INE, IPDJ Quadro 1 Prática federada no Algarve

O Modelo Europeu do Desporto e a Economia das Federações Desportivas

Economia das federações desportivas Federações Desportivas Regulação privada Produção Privada Output por jogador Famílias consumo, voluntários Empresas consumo, produção patrocínios Excelência Recreação Formal Prática Informal Produção Pública Estado Administração Europeia, governo central e local Regulação Pública Produção, subsídios, legislação Investimento por jogador

Despesa Privada e Pública, Dimensão europeia e portuguesa Custo, Despesa Despesa Pública Curva Procura Privada Curva Procura Pública Curva Oferta Despesa Privada Portugal 45% prática desportiva, 0,8% VAB Europa 67% prática desp., 1,76% a 2,98% VAB

O Desafio do Desporto no Algarve

Se os dados são a realidade, como devem os Algarvios actuar? Saber o terreno que pisam Ter uma teoria de desenvolvimento que sirva de bússula Contar com um Líder competente e corajoso Assumir uma equipa experiente e credível Assumir que têm de se especializar como outros países europeus fizeram

Um Bom Programa Regional de Desporto Abrir um processo de diálogo entre todas as autarquias da região do Algarve, não fechar as portas ao sul do Alentejo e àvizinha Espanha para diversificar a oferta, a procura, os produtores e os consumidores Criar dossiers sobre as maiores instalações quanto ao seu custo, quanto às actividades que aípodem ser realizadas e quanto à racionalidade do seu impacto local e regional

Assumir um programa simples e claro Assumir um programa de desenvolvimento do desporto Algarvio Encontrar o lugar de cada município na região Definir a população do Algarve como a beneficiária fundamental Casar a Cultura e o Desporto como actividades para a Vida Melhor da população do Algarve A Economia e o Turismo como variáveis estruturais

Exigir responsabilidades ao COP e Federações antes de os subsidiar Pedir às federações programas de promoção das suas actividades no Algarve que sejam cativantes para a região Procurar colocar o Algarve no topo desportivo no informal, na recreação e conceber um alto rendimento adequado àregião Financiar as actividades desportivas mais praticadas pela população, Apoiar clubes de bairro, sustentabilidade e competitividade, ajudar a trabalhar com as escolas, fornecer treinadores e animadores, formar dirigentes, incentivar voluntários no desporto Apoiar a prática desportiva de sectores carenciados

MUITO OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO!