PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO SECRETARIA DO TRIBUNAL PLENO TRIBUNAL PLENO RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA N.08 /2014 O PLENO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA DÉCIMA NONA REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO a necessidade de adaptação dos critérios para afastamento de magistrado, nos moldes previstos no inciso I do artigo 73 da Lei Complementar nº 35/79, ao disposto na Resolução nº 64, de 16 de dezembro de 2008, do Conselho Nacional de Justiça, visando, além da equidade na concessão daquela vantagem, a preservação da normalidade da prestação jurisdicional no âmbito desta 19ª Região, RESOLVE: CAPÍTULO I DO AFASTAMENTO PARA FINS DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL Art. 1º O afastamento de magistrados para participar de eventos externos, para fins de estudo e aperfeiçoamento profissional, dar-se-á, sem prejuízo de seus vencimentos ou vantagens, a critério do Tribunal Pleno, por período não superior a 02 (dois) anos, contínua ou interpoladamente, para o mesmo curso, observado o disposto nesta Resolução Administrativa.
1º Considera-se evento externo aquele não promovido pela Escola Judicial do TRT da 19ª Região. 2º O prazo máximo de 2 (dois) anos previsto no caput deste artigo inclui o período necessário à elaboração do trabalho de conclusão. Art. 2º O magistrado de primeiro grau que pretender frequentar cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos jurídicos dirigirá requerimento por escrito ao Corregedor que, depois de ouvida a Escola Judicial, encaminhará a matéria ao Tribunal Pleno para deliberação. Parágrafo único. Quando formulado por Desembargador, o requerimento será dirigido ao Presidente que o encaminhará ao Tribunal Pleno. Art. 3º O pedido de afastamento deverá ser encaminhado com antecedência mínima de seu início, sendo de 60 (sessenta) dias para eventos de longa duração e de 30 (trinta) dias para os de média e curta duração, dele fazendo constar: I o nome e o local da instituição de ensino promotora do curso ou atividade de aperfeiçoamento profissional; II - o prazo de duração, as datas de início e término do curso ou evento, o calendário acadêmico real ou aproximado, os horários das aulas, a carga horária total e eventual previsão de férias durante o curso; III prova da inscrição, aprovação em processo seletivo ou aceitação do requerente, fornecida pela instituição promotora do curso ou evento de aperfeiçoamento profissional; IV a natureza do curso ou evento e a sua pertinência e compatibilidade com a prestação jurisdicional; V prova de domínio da língua em que será ministrado o curso, se no exterior; VI o compromisso de: a) permanência na instituição a que está vinculado, pelo mesmo período de afastamento, após o retorno às atividades; b) apresentação de certificado de participação, se o evento for de curta duração, e de conclusão, com aproveitamento, na hipótese de eventos de média e longa duração;
c) disponibilização do trabalho de conclusão do evento, permitida a publicação gratuita em revista do Tribunal, a inserção do respectivo texto no sítio da escola da magistratura ou do Tribunal na rede mundial de computadores e arquivamento na Biblioteca para consulta pelos interessados; d) disseminar, mediante aulas e palestras, os conhecimentos adquiridos durante o evento, quando solicitado pelo Tribunal; e) restituir ao Erário o valor correspondente aos subsídios e vantagens percebidos durante o afastamento, na hipótese de não conclusão do curso por fato atribuível ao magistrado, bem como indenizar pelo subsídio a que faria jus no período remanescente em caso de descumprimento da exigência de permanência mínima, após o retorno às atividades. 1º O prazo para encaminhamento da solicitação de afastamento, quando se tratar de evento de média ou curta duração, poderá ser inferior ao estipulado no caput, a critério da Presidência ou Corregedor e ad referendum do Pleno. 2º Quando se tratar de evento de curta duração poderá ser exigido do magistrado a apresentação de resumo dos estudos ou relatório sobre os temas discutidos, ou outra atividade estabelecida pela Escola Judicial. dias; Art. 4º São considerados: I de curta duração os eventos que não ultrapassem 30 (trinta) dias; II- de média duração os eventos que ultrapassem 30 (trinta) até 90 (noventa) III- de longa duração os eventos que ultrapassem 90 (noventa) dias; Art. 5º O total de afastamentos para eventos de longa duração não poderá exceder a 5% (cinco por cento) do número de magistrados em atividade em primeira e segunda instâncias. Parágrafo único. Considera-se em efetivo exercício o número total de juízes em atividade, excluídos os que se encontram em gozo de: a) licença para tratamento de saúde; b) licença por motivo de doença em pessoa da família; c) licença para repouso à gestante; d) afastamento para exercer a presidência de associação de classe; e) afastamento em razão da instauração de processo disciplinar.
Art. 6º Na apreciação do pedido de afastamento, o Tribunal decidirá de acordo com a conveniência do serviço judiciário e examinará a oportunidade de sua concessão, devendo observar: I para a habilitação do candidato: a) a observância do limite de afastamentos estipulado no artigo anterior; b) a instrução do pedido com os documentos, declarações e informações indicados no artigo 3º; c) o cumprimento da carga horária mínima de formação profissional, nos termos estabelecidos pela Resolução 13/2013 da ENAMAT. II para o deferimento do pedido: a) a pertinência e a compatibilidade do curso ou atividade com a prestação jurisdicional e o seu reflexo no aprimoramento cultural do candidato; b) a conveniência e oportunidade para a Administração Pública; c) a ausência de prejuízo para os serviços judiciários; d) a inexistência de despachos ou sentenças pendentes além do prazo legal, injustificadamente; e) a inexistência, no momento da apreciação do pedido, de procedimento administrativo-disciplinar movido contra o requerente ou de qualquer punição dessa natureza nos últimos 2 (dois) anos. Parágrafo único. A ausência de qualquer dos requisitos de habilitação implicará a rejeição do pedido de afastamento, sem prejuízo de sua renovação com o suprimento dos dados faltantes ou com a redução do número de magistrados afastados. Art. 7º No caso de empate na votação para a escolha dos candidatos inscritos para um mesmo curso, ou havendo mais candidatos do que o limite estabelecido será dada preferência, na ordem a seguir, ao candidato que: I ainda não houver usufruído do benefício; II contar com maior tempo de serviço na carreira, contado da data da posse; III- for mais idoso em relação aos concorrentes.
Art. 8º Além da inobservância dos critérios de habilitação e deferimento previstos no art. 6º, supra, também não será autorizado o afastamento do magistrado quando: I não cumprido o período de vitaliciamento, ressalvadas as hipóteses de eventos de curta duração ou, a critério do Tribunal ou da Escola Judicial, de frequência obrigatória; II haja usufruído de idêntico benefício nos últimos 05 (cinco) anos. Parágrafo único. Na hipótese de afastamento de magistrado em fase de vitaliciamento para participar de curso de formação para ingresso em outro cargo público, em quaisquer das esferas da Federação, aplica-se subsidiariamente o 4º do art. 20 da Lei nº 8.112/90, não se aplicando o inciso I do caput deste artigo. Art. 9º O período de afastamento do magistrado para frequência em cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos será computado como de efetivo exercício da função, sem prejuízo da regra inserta na alínea a do inciso VI do artigo 3º desta Resolução. CAPÍTULO II DO AFASTAMENTO APÓS A CONCLUSÃO DE CURSO Art. 10 É facultada, ainda, a autorização para afastamento: 1º De magistrado que não se tenha licenciado durante a participação no curso ou que não ficaram licenciados por dois anos durante as aulas, para a elaboração do trabalho de conclusão, observados os prazos máximos de: I 10 (dez) dias para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso de Pós- Graduação; II 20 (vinte) dias para elaboração de Monografia de Pós-Graduação, neles incluídos os trabalhos de levantamento de dados e pesquisa, assim como para elaboração de projeto; III 60 (sessenta) dias para elaboração de dissertação de mestrado; e IV 90 (noventa) dias para elaboração de tese de doutorado. 2º Quando necessário, para apresentação ou defesa do trabalho de conclusão, pelo prazo de até 30 (trinta) dias anteriores a defesa.
CAPÍTULO III DAS FÉRIAS Art. 11 O afastamento do magistrado, nos casos regulados por esta Resolução, não poderá implicar acumulação de períodos de férias, as quais serão coincidentes com as férias regulares do curso por ele frequentado. Parágrafo único. Se o período de férias escolares for inferior a 60 (sessenta) dias, o remanescente será usufruído posteriormente à conclusão do curso. CAPÍTULO IV DO PAGAMENTO DE DIÁRIAS E PASSAGENS Art. 12 O magistrado que se afastar para realização de curso de longa duração não fará jus a diárias, salvo quando a sua participação for obrigatória ou de iniciativa da Administração do Tribunal. Parágrafo único. Nos demais casos, o Tribunal poderá deferir o pagamento de diárias, na forma Resolução TRT19 nº 7/2013, ou outra que substitua. Art. 13. O pagamento de passagens aéreas obedecerá ao regulamentado pela Resolução TRT19 nº 7/2013 ou outra que substitua. Art. 14. O art. 1º, caput, da Resolução TRT19 nº 7/2013, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 1.º Os magistrados e servidores da Décima Nona Região da Justiça do Trabalho, que se deslocarem a serviço, em caráter eventual ou transitório, da localidade de exercício para outro ponto do território nacional ou para o exterior, farão jus à percepção de diárias, para indenização das despesas extraordinárias de alimentação, hospedagem e locomoção urbana, além das respectivas passagens, nos termos desta Resolução, observados os valores consignados na tabela de diárias". Art. 15. O magistrado de primeiro grau que pretender frequentar cursos, congressos, seminários, simpósios, encontros, jornadas de estudo e outros conclaves semelhantes, promovidos com o intuito de estimular o debate e a discussão sobre temas
jurídicos que tenham consonância com a atividade jurisdicional trabalhista, que não sejam objeto de formação inicial ou continuada, dirigirá requerimento ao Corregedor, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias da realização do evento, salvo se justificada e acolhida a inobservância do referido prazo, que poderá decidir monocraticamente ad referendum do Tribunal Pleno, devendo o pedido ser instruído pelo requerente com os seguintes dados e documentos: I nome e local de funcionamento da instituição promotora do evento; II período de realização do evento; III natureza do evento e sua pertinência e compatibilidade com a prestação jurisdicional; IV programação preliminar ou definitiva do evento, incluindo horário das aulas ou palestras e carga horária total; V certidão expedida da Secretaria da Corregedoria Regional, circunstanciando que o magistrado está sem pendências de despachos ou sentenças em atraso injustificadas. 1º Caso o requerimento seja formulado por entidade associativa, deverá ela indicar os magistrados interessados na participação, a fim de que a Administração delibere acerca da possibilidade de liberação e/ou custeio das respectivas despesas. 2º Havendo concorrência de pedidos de afastamento, para o mesmo período, com custeio para o Tribunal, dar-se-á preferência, na seguinte ordem, ao magistrado que: I ainda não usufruiu do benefício nos últimos 2 (dois) anos; II conte com maior tempo de serviço na carreira, a partir da posse; III seja mais idoso em relação aos concorrentes; IV Tenha participado dos cursos no último ano oferecidos pela Escola Judicial. 3º Não será autorizado o afastamento do magistrado, quando: I estiver respondendo a processo disciplinar, ou houver recebido qualquer punição dessa natureza nos últimos dois anos; II tenha despachos ou sentença pendentes além do prazo legal, injustificadamente. 4º A Administração observará, na utilização dos recursos orçamentários, a isonomia necessária para possibilitar, tanto quanto possível, a participação equitativa
dos magistrados do Tribunal interessados em eventos externos, custeados pelo Tribunal, pelo menos uma vez a cada biênio. 5º A Administração zelará pela instrução, em até cinco dias, do protocolo administrativo de que trata este artigo. 6º O pagamento de diárias, passagens aéreas e taxa de inscrição no evento poderá ser feito pelo Tribunal, mediante prévio exame da legalidade e da disponibilidade orçamentária e de acordo com a conveniência administrativa, na forma da lei. 7º A Administração do Tribunal não deferirá pedido para participação em evento externo quando este coincidir com outro evento de capacitação promovido pela Escola Judicial do TRT da 19ª Região. 8º A liberação simultânea de juízes em atividade na mesma unidade judiciária, como juiz substituto fixo e titular, estará condicionada à adequação da pauta de modo a não prejudicar o andamento e o prazo das audiências, com a devida autorização do corregedor. 9º Fica limitada a 02(duas) vezes por ano a participação do magistrado nos eventos por ele requeridos e mencionados no caput deste artigo, observando-se a ausência de prejuízo aos serviços jurisdicionais, a disponibilidade orçamentária e os critérios previstos nos incisos I a III do art. 7º desta Resolução. Art. 16. Deferido o afastamento, o magistrado deverá apresentar certificado de participação, no prazo de 15 (quinze) dias após o encerramento do curso, podendo dele ser exigida, no despacho que autorizar a participação no evento, naquele mesmo prazo, a apresentação de resumo dos estudos realizados ou de relatório sobre os temas discutidos. Parágrafo único. Quando formulado por Desembargador, o requerimento será dirigido ao Presidente que o encaminhará ao Tribunal Pleno nas mesmas condições. CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 17. Os casos omissos serão resolvidos pelo Tribunal Pleno.
Art. 18. Revogam-se as disposições em contrário. Art. 19. Esta Resolução entra em vigor na data de sua Publicação. Tomaram parte na sessão os Exmºs Srs. Desembargadores João Leite de Arruda Alencar, Pedro Inácio da Silva, Antonio Adrualdo Alcoforado Catão, Eliane Arôxa Pereira Barbosa e Severino Rodrigues dos Santos, Presidente do Tribunal. Publique-se no D.E.J.T e no B.I. Sala das Sessões, 24 de março de 2014. ORIGINAL ASSINADO SEVERINO RODRIGUES DOS SANTOS Desembargador Presidente