CORRELAÇÕES FENOTÍPICAS ENTRE AS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E ZOOTÉNICAS DE BOVINOS DA RAÇA NELORE PARTICIPANTES DE PROVAS EM GANHO DE PESO A PASTO

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Transcrição:

CORRELAÇÕES FENOTÍPICAS ENTRE AS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E ZOOTÉNICAS DE BOVINOS DA RAÇA NELORE PARTICIPANTES DE PROVAS EM GANHO DE PESO A PASTO DA COSTA, R.A 1 ; MACHADO; C.H.C. 2 ; 1 Pós graduando em Exterior e Julgamento das Raças Zebuínas, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), e- mail: romildo@neloremachadinho.com.br. 2 Especialista em Produção Animal e Agribusinnes, Universidade Federal de Lavras, Lavras (MG), Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), Universidade de São Paulo, São Paulo (SP) e-mail: abczsmg@abcz.org.br. RESUMO: O objetivo deste trabalho foi obter e avaliar correlações fenotípicas entre as características visuais de estrutura, precocidade e musculosidade, peso inicial, peso final, ganho de peso e idade. As informações foram obtidas nos anos de 2005 a 2010 de 8.387 bovinos machos da raça Nelore participantes da prova de ganho em peso a pasto da ABCZ. Ao final da prova, foram efetuadas as seguintes avaliações, peso ajustado aos 550 dias, ganho de peso, idade e notas de escore visual (estrutura corporal; precocidade e musculosidade). As correlações foram estimadas mediante análise do software SAS 2003. As correlações genéticas entre os escores de estrutura corporal, precocidade e musculosidade, e o peso inicial foram positivas (0,39; 0,39 e 0,40, respectivamente), e entre o peso final (0,50; 0,51 e 0,53, respectivamente), o ganho de peso (0,33; 0,25 e 0,37, respectivamente) e a idade (0,19; 0,19 e 0,16, respectivamente) também foram positivas. As estimativas de correlações fenotípicas entre musculosidade, estrutura e precocidade indicam que a seleção pelo método da avaliação visual, realizada em duas fases da vida do animal, pode ser utilizada para seleção de tipos morfológicos economicamente mais eficientes, evitando biótipos extremos, compactos ou tardios. PALAVRAS CHAVE: Avaliação visual; bovino de corte; morfologia, melhoramento genético. PHENOTYPIC CORRELATIONS AMONG THE MORPHOLOGIC AND ZOOTECHNIC CHARACTERISTICS OF NELLORE-BREED BOVINES, PARTICIPANTS OF WEIGHT GAIN TESTS INPASTURE. ABSTRACT: The aim of this work was to obtain and evaluate phenotypic correlations among the visual traits of structure, precocityand musculosity, initial weight, final weight, weight gain and age. Thedatum were obtained in the years from 2005 to 2010 of 8,387 male Nellorebovines (bulls) participants of the weight gain test in pasturecoordinated by ABCZ (Brazilian Association of Zebu Breeders). At the endof the test, the following evaluations were made: weight adjusted to the 550 days, weight gain, age and grades of visual scores (bodystructure, precocity and musculosity). The correlations were estimated by means of analysis through the SAS 2003 software. The genetic correlations among the scores of body structure, precocity and musculosity and the initial weights were positive (0,39; 0,39 and 0,40 respectively), and among the final weight (0,50; 0,51 and 0,53 respectively), the weight gain (0,33; 0,25 and 0,37 respectively) and the age (0,19; 0,19 and 0,16respectively) were also positive. The estimations of phenotypic correlations among musculosity, structure and precocity indicate that the selection of the visual evaluation method, performed at two phases of the life of the animal, can be used to select more economically efficient morphological types, avoiding extreme, compact or late maturing biotypes. KEY WORDS: Visual evaluation, beef cattle, morphology, genetic improvement. INTRODUÇÃO A seleção de animais por um biótipo adequado ao sistema produtivo é um aspecto determinante para aumentar a eficiência econômica da empresa rural e condição primordial para a sustentabilidade da atividade pecuária (FARIA et al, 2009). A cada momento, novos instrumentos e metodologias são desenvolvidos, geralmente com o objetivo de reduzir a probabilidade de erros na tomada de decisões (seleção). Dentre estas metodologias destaca-se a Prova de Ganho de Peso (PGP), que é um teste de desempenho para bovinos de corte que objetiva a identificação de indivíduos geneticamente superiores para características de interesse econômicas relacionadas, principalmente, ao potencial de crescimento e qualidade da carcaça (ANDRIGHETTO et al. 2009). Esta metodologia utiliza como uma de suas ferramentas a avaliação visual, pois para gerar um melhor resultado de avaliação bioeconômica das características que podem afetar um sistema de produção, devemos aliar os recursos que possuímos, tal como a balança e o olho humano (JOSAHKIAN; MACHADO; KOURY FILHO, 2008). Dentro deste contexto, é de grande importância avaliar o quanto as características visuais contribuem para ganho de peso e consequentemente para o melhoramento genético. O objetivo deste trabalho é obter e avaliar as correlações fenotípicas entre as características visuais de estrutura, precocidade e musculosidade, peso inicial, peso

final, ganho de peso e idade de animais da raça Nelore participantes de Provas de Ganho em Peso a pasto. MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliados os pesos e escores visuais atribuídos à estrutura corporal, precocidade e musculosidade, em 8.387 machos da raça Nelore, provenientes de fazendas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, participantes de Provas de Ganho em Peso a Pasto (PGP) do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), Seleção Corte da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) entre os anos de 2005 e 2010. A PGP consiste em submeter animais machos, portadores de registro genealógico de nascimento (RGN) e com variação de idade de no máximo 90 dias, a um mesmo manejo e regime alimentar durante o período de prova, para a avaliação de desempenho nas características de ganho em peso, peso final e tipo (JOSAHKIAN; LUCAS; MACHADO, 2009). As PGP utilizadas tiveram duração de 294 dias, sendo destes, 70 dias para adaptação e 224 dias de prova efetiva, as idades dos animais na entrada eram de 180 a 303 dias e o peso final foi calculado para 550 dias. As avaliações e pesagens obrigatórias foram realizadas por um único técnico, credenciado e especializado com o objetivo de minimizar o erro humano, no período da manhã, após jejum de 12 horas. Durante as PGP foram realizadas três pesagens obrigatórias, a de entrada, efetuada no dia do inicio do período de adaptação, a pós-adaptação, efetuada no dia seguinte ao término do período de adaptação e a pesagem final, efetuada no último dia de prova efetiva. As pesagens intermediárias foram feitas pelos criadores em intervalos de 56 dias. Após o término da PGP, para cada animal, foram efetuados cálculos, que determinaram o GMD (Ganho Médio Diário) e o PC (Peso Calculado) à idade-padrão da prova. Para o cálculo do PCx (Peso calculado à idadepadrão) que é de 550 dias para PGP a pasto utiliza-se a seguinte fórmula: PCx = [(PF PN)/ IF] x + PN (1) Em que x = idade-padrão, em dias; PCx = Peso calculado à idade-padrão; PF = Peso Final na Prova, em kg; PN = Peso ao Nascer, em kg; e IF = Idade Final, em dias (JOSAHKIAN; LUCAS; MACHADO, 2009). A avaliação das características morfológicas de estrutura corporal (E), precocidade (P) e musculosidade (M), dentro da avaliação de tipo, foram realizadas na pesagem final da PGP em torno dos 550 dias de idade dos animais do mesmo grupo de contemporâneos. Estas características avaliadas fazem parte do método de avaliação descrito por Josahkian; Machado; Koury Filho (2008), denominado EPMURAS, no qual se avaliam também o umbigo (U), a caracterização racial (R), os aprumos (A) e a sexualidade (S). As características de estrutura corporal, precocidade e musculosidade foram avaliadas de acordo com a metodologia descritas por Josahkian; Lucas; Machado (2009) aonde: 1 - Estrutura Corporal: Prediz visualmente a área que o animal abrange visto de lado, olhando-se basicamente para o comprimento corporal e a profundidade de costelas. A área que o animal abrange está intimamente ligada aos seus limites em deposição de tecido muscular, a pontuação é feita da seguinte maneira: a nota mínima é 1 e a máxima 6, quanto mais próxima de 6 a nota indica maior comprimento corporal e maior profundidade de costelas (JOSAHKIAN; LUCAS; MACHADO, 2009). 2 Precocidade: Nesta avaliação as maiores notas recaem sobre animais de maior profundidade de costelas em relação ao vazio sub-esternal (altura de membros). Na prática, principalmente em idades mais jovens, nas quais muitas vezes os animais ainda não apresentam gordura de cobertura, o objetivo é identificar o desenho que corresponda a indivíduos que irão depositar gordura de acabamento mais precocemente, e que, via de regra, são os indivíduos com mais costelas em relação à altura de seus membros. Vale ressaltar que indicativos de deposição de gordura subcutânea somam para a avaliação do tipo precoce, a observação de pontos específicos, tais como a inserção da cauda, a maçã do peito, a paleta e a coluna vertebral são elementos adicionais que auxiliam na observação dessa característica. A pontuação varia de 1 nota mínima e 6 nota máxima, ressaltando que extremos não são desejáveis, é necessário que haja uma relação entre estrutura corporal e precocidade, para que o animal permaneça com harmonia ao se observar o seu fenótipo (JOSAHKIAN; LUCAS; MACHADO, 2009). 3 Musculosidade: A musculosidade é avaliada através da evidência das massas musculares. A pontuação também varia de 1 nota mínima e 6 nota máxima (JOSAHKIAN; LUCAS; MACHADO, 2009). Os escores atribuídos às características E, P e M permite ter uma concepção espacial do animal, pois E estima a área que este abrange lateralmente e que, de forma bastante rudimentar, irá formar um retângulo. A característica E, analisada em conjunto com a característica P, irá indicar as proporções dos lados desse retângulo. Ao incluirmos o escore da característica M, daremos a terceira dimensão. Esse paralelepípedo formado será a estimativa do volume do indivíduo (FIG.1).

A média de peso inicial (231,21) foi superior a relatada por Koury Filho et al (2010) que encontraram 172,60Kg de média para peso inicial e média de 523,10 dias para a idade dos animais, que é inferior a média de 552,72 dias deste estudo. A média para peso final de (340 Kg) e ganho de peso (121,73 Kg) é superior as descritas por Andrigueto et al. (2009) que encontraram valores de 340 Kg e 98 Kg para peso final e ganho de peso, respectivamente. As estimativas de correlações genéticas entre as características estrutura corporal, precocidade e musculosidade foram todas positivas e altas (TAB. 2). TABELA 2 - Estimativas de correlações genéticas entre as características estrutura, precocidade e musculosidade. FIGURA 1 - Apresentação esquemática das diferentes proporções que devem ser avaliadas. Fonte: JOSAHKIAN; MACHADO; KOURY FILHO, 2008. As correlações foram estimadas mediante análise do software SAS 2003. RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias, as unidades de escores mínimos e máximos e os desvios-padrões das características avaliadas podem ser observados na TAB. 1. TABELA 1 - Médias, unidade de escore mínimo, unidade de escore máximo e desvios-padrões das características estrutura, precocidade, musculosidade, peso inicial, peso final, ganho de peso e idade. Características Média Mínimo Máximo DP Estrutura (E) 4,07 1 6 1,03 Precocidade (P) 3,77 1 6 1,08 Musculosidade (M) 3,66 1 6 1,17 Peso Inicial (PI) 231,21 105,00 383,00 38,53 Peso Final (PF) 352,95 104,00 583,00 55,41 Ganho de Peso (GP) 121,73-82,00 264,00 37,76 Idade 552,72 496 1207 24,46 As médias das características visuais E e P foram pouco superiores às descritas por Andriguetto et al. (2009) que analisando animais da raça Nelore mocho relataram valores de 4 e 3 para E e P, respectivamente. Para musculosidade Andriguetto et al. (2009) encontraram média 4, pouco superior a relatada neste trabalho (3,66). Koury Filho et al. (2009) registraram médias de 3,99; 3,85 e 3,80 para E, P e M, respectivamente. Jorge Jr. (2002), relatou valores de 3,19±0,96 e 3,07±0,97 para P e M, respectivamente. Cardoso et al. (2001) registraram valores médios inferiores (3,09±1,08; e 2,97±1,06 unidades de escore para P e M) em um rebanho Angus. Forni; Federici; Albuquerque (2007) encontraram médias inferiores (3,26±0,84; e 3,06±0,87 unidades de escore para P e M) em animais da raça Nelore. Características Estrutura (E) Precocidade (P) Musculosidade (M) Estrutura (E) Precocidade (P) Musculosidade (M) 1,00 0,75 0,70 <0,0001 <0,0001 0,75 1,00 0,76 <0,0001 <0,0001 0,70 0,76 1,00 <0,0001 <0,0001 Entre precocidade e musculosidade, a correlação genética foi mais expressiva (0,76), conforme resultados obtidos por Koury Filho et al. (2009) (0,90 entre precocidade e musculosidade), isso se justifica segundo Koury Filho et al. (2009), pois animais com fenótipos mais precoces apresentam maior desenvolvimento de massa muscular. A seleção para precocidade na raça Nelore tem-se mantido em evidência, tendo em vista sua importância no aperfeiçoamento dos índices produtivos da Bovinocultura de Corte brasileira, por diminuir o ciclo de produção, mantendo a eficiência reprodutiva e oferecendo carcaças de qualidade ao mercado consumidor. Assim, é necessário identificar genótipos equilibrados e adaptados aos sistemas de produção a pasto (KOURY FILHO et al., 2009). Segundo Koury Filho et al. (2009) na raça Nelore, são encontrados animais altos, compridos e com costelas pouco profundas, resultando em avaliações visuais com escore alto para estrutura corporal e baixo para precocidade, o que pode parcialmente explicar a estimativa de correlação genética de menor magnitude entre estrutura corporal e precocidade (0,75). Em relação à estrutura física, observou-se menor associação genética com a musculosidade (0,70), no entanto, segundo Faria et al. (2009), não há evidências de antagonismo entre estas características. Esses resultados indicam que o desenvolvimento e a distribuição muscular apresentam resposta correlacionada de baixa magnitude com a sustentação do animal. O escore de estrutura corporal está relacionado à estimativa visual da área do retângulo formado pelos lados, ao comprimento corporal e à profundidade de tórax. Escores iguais para estrutura corporal podem ser oriundos de diferentes tipos

morfológicos, ou seja, animais altos, longilíneos e pouco profundos podem ter escore igual ou semelhante aos de animais mais baixos, mais curtos e bastante profundos quanto à distribuição das costelas (compactos). De acordo com Koury Filho et al. (2009), a visualização do tipo morfológico só é possível analisando simultaneamente os escores de precocidade e estrutura corporal. Considerando escores visuais avaliados na mesma fase de vida do animal Faria et al. (2009) avaliaram que de modo geral as estimativas de correlação genética entre as características de musculosidade e estrutura física foram de magnitude moderada, porém positiva, indicando que a seleção direta para uma destas características também trará progresso genético às outras. A estimativa de correlação genética entre altura do posterior e estrutura corporal é indicativo de que a seleção de animais mais altos, ainda que indireta, também deverá promover aumento dos escores de estrutura corporal, favorecendo a permanência nos rebanhos de animais com maior estrutura corporal. Entretanto, as correlações genéticas encontradas por Koury Filho et al. (2009), entre altura de posterior e precocidade e entre altura de posterior e musculosidade indicam que, nas idades avaliadas, a seleção de animais mais altos poderá conduzir a animais mais tardios em desenvolvimento de massas musculares e menos precoces em terminação. As correlações genéticas entre os peso inicial (250 a 373 dias de idade), peso final (ajustado aos 550 dias de idade), ganho de peso durante a prova de ganho de peso e a idade dos animais estão representadas na TAB. 3. TABELA 3 - Estimativas de correlações genéticas entre as características de peso inicial (250 a 373 dias de idade), peso final (ajustado aos 550 dias de idade), ganho de peso e idade. Características Peso Inicial (PI) Peso Final (PF) Ganho de Peso (GP) IDADE Peso Inicial (PI) Peso Final (PF) Ganho de Peso (GP) IDADE 1,00 0,73 0,05 0,22 0,73 1,00 0,71 0,24 0,05 0,71 1,00 0,13 0,22 0,24 0,13 1,00 A correlação entre peso inicial e peso final (0,73) foi alta e positiva o que segundo Boligon et al. (2009) indicam que os genes responsáveis por maiores pesos iniciais e ao final são, na maior parte os mesmos. Esses resultados estão de acordo com os descritos por Ferraz Filho et al. (2002), Malhado et al. (2002), Santos et al. (2005) e Boligon; Albuquerque; Rorato (2008), que variaram de 0,61 a 0,83 entre peso à desmama e peso ao sobreano. Em análise multicaracterística, Meyer; Carrick; Donnelly (1993) estimaram correlação genética de 0,92 entre peso à desmama e peso ajustado aos 600 dias de idade. Por outro lado, trabalhando com pesos às mesmas idades que as deste estudo, Mucari; Oliveira (2003) relataram correlações genéticas inferiores. A alta correlação encontrada entre ganho de peso e peso final (0,71) e a baixa correlação entre PI e GP já eram esperadas, pois o animal que obtiver melhor desempenho ao longo da prova de ganho de peso apresentará um maior peso final e o peso inicial corresponde ao manejo anterior a entrada dos animais na prova. Desta forma, a inclusão de escores visuais em programas de seleção pode ser uma alternativa para melhorar a qualidade das carcaças quanto à distribuição de massa muscular e precocidade de terminação (MAY et al., 1992; CAMPOS; CARDOSO, 1995; FRIES, 1996; KOURY FILHO, 2001). As correlações do peso com a idade foram baixas e positivas. Estudando as correlações entre pesos obtidos em idades jovens com peso adulto Boligon et al. (2009) concluiu que de modo geral, as correlações genéticas estimadas para pesos em idades jovens e os pesos em idades mais avançadas podem ser consideradas de relevante valor prático, uma vez que o peso adulto estaria sujeito a aumentos acentuados, como resposta à seleção para maiores pesos em idades mais jovens, o que vem sendo praticado em gado de corte. Sendo assim, a seleção com base em características de crescimento em qualquer idade pode promover ganhos genéticos no peso corporal de animais da raça Nelore. As correlações entre as características visuais (E, P e M) e peso inicial, peso final, ganho de peso e idade foram de média para baixa (TAB. 4). TABELA 4 - Estimativas das correlações genéticas entre peso inicial, peso final, ganho de peso, idade e características visuais de estrutura, precocidade e musculosidade. Características Estrutura (E) Precocidade (P) Musculosidade (M) Peso Inicial (PI) Peso Final (PF) Ganho de Peso (GP) IDADE 0,39 0,50 0,33 0,19 <0,0001 0,39 0,51 0,35 0,19 <0,0001 0,40 0,53 0,37 0,16 <0,0001 A correlação de 0,53 entre musculosidade e peso final foi a maior dentre as avaliadas na TAB. 4, seguida por precocidade e peso final (0,51) e entre estrutura e peso final (0,50). No trabalho de Kouri Filho et al. (2009) a maior correlação genética estimada foi entre as características peso ao sobreano e estrutura corporal, o que se justifica, uma vez que estrutura corporal é uma avaliação visual da área do corpo do animal. As correlações entre PI e estrutura e entre PI e precocidade foram positivas e baixas já entre PI e musculosidade foi média. Valores mais elevados de correlação genéticas entre peso inicial e os escores visuais

foram relatados por Koury Filho et al. (2010), Jorge Júnior (2002) e Cardoso; Cardellino; Campos (2001). Essa diferença pode ser justificada pelo fato de que as unidades de escore visuais utilizadas neste trabalho foram obtidas no momento da pesagem final. Koury Filho et al. (2009) concluíram que todas as correlações genéticas entre escores visuais e peso ao sobreano foram positivas e indicam que, na busca da identificação de animais equilibrados em suas medidas, é possível encontrar genótipos com desempenho superior em peso e com altos valores genéticos para estrutura corporal, precocidade e musculosidade. Todas as correlações encontradas entre características visuais e pesos foram positivas (TAB. 4), confirmando que os programas de seleção poderiam empregar os escores de estrutura corporal, precocidade e musculosidade como critérios para escolha de reprodutores, obtendo ganhos genéticos, tanto nessas características como em velocidade de crescimento. Na discussão do uso de escores como critérios de seleção Koury Filho et al. (2010), descreveram que as correlações entre escores e os pesos-padrão devem ser consideradas, uma vez que tradicionalmente os pesos são empregados como critérios de seleção. As correlações positivas e significativas encontradas entre ganho de peso e as características estrutura (0,33), precocidade (0,35) e musculosidade (0,37) corroboram com os valores de 0,33 (GP e E); 0,27 (GP e P) e 0,35 (GP e M) encontrados por Andriguetto et al. (2009). Koury Filho (2005) justificam esses resultados pelo fato de que animais mais musculosos e com os músculos bem distribuídos pelo corpo apresentam melhores ganho de peso, rendimento e qualidade da carcaça. As correlações entre idade e os escores visuais foram positivas e baixas. Analisando as correlações entre as características visuais em diferentes idades Koury Filho et al. (2010), encontraram estimativas de correlação genética alta, tanto na desmama quanto ao sobreano, sendo as características precocidade e musculatura que apresentaram as maiores correlações, o que também foi relatado por Jorge Júnior (2002) para a raça Nelore. Estimativas de correlações genéticas de magnitudes próximas às encontradas por Koury Filho et al. (2010), foram relatadas por Cardoso; Cardellino; Campos (2001) que, avaliando dados obtidos à desmama em rebanhos Angus, estimaram correlações genéticas de 0,91 entre conformação e precocidade; 0,89 entre conformação e musculatura; e de 0,91 entre precocidade e musculatura. Entretanto, Cardoso; Cardellino; Campos (2004) encontraram diferentes resultados ao sobreano; a correlação genética estimada entre as características precocidade e musculatura ao sobreano foi menor (0,80), seguida da correlação entre conformação e precocidade (0,92) e da correlação entre conformação e musculatura (0,94), de maior magnitude. As altas estimativas encontradas por Cardoso; Cardellino; Campos (2004) entre conformação a desmama e ao sobreano, entre precocidade nas duas idades e entre musculatura à desmama e ao sobreano levaram os autores a conclusão de que as medidas poderiam ser consideradas como mesma característica observada em duas fases do crescimento e sugeriram a coleta apenas no momento da desmama, no caso da Raça Angus. Entretanto Koury Filho et al. (2010) concluíram que seria precipitada a definição de um único momento para a avaliação dos animais da raça Nelore, pois a medida na desmama é muito interessante, por não haver pré-seleção, e ao sobreano as características morfológicas podem ser mais bem avaliadas pelo potencial genético do indivíduo, sem grande influência de efeitos maternos. CONCLUSÃO Na raça Nelore, existe grande variabilidade de tipos morfológicos, desta forma torna-se necessário identificar os animais mais eficientes para a pecuária nacional. E os resultados encontrados com este estudo mostram que a avaliação de tipo é uma excelente ferramenta para a seleção, quando não há informações de desempenho ou de maneira complementar as provas zootécnicas ou avaliações genéticas, tornando-as muito mais eficientes e completas. As estimativas de correlações fenotípicas entre musculosidade, estrutura e precocidade indicam que a seleção pelo método da avaliação visual, realizada em ao menos duas fases da vida do animal, ano e sobreano, pode ser utilizada para seleção de tipos morfológicos economicamente mais eficientes, evitando biótipos extremos, compactos ou tardios. REFERÊNCIAS ANDRIGHETTO, C.; SOARES FILHO, C. V.; PERRI, S. H. V.; CAMINHAS, M.; CAETANO, H. Correlações entre escore de avaliação visual e características produtivas da prova de ganho de peso de bovinos da raça Nelore mocha. In: SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP DE DRACENA, 5., 2009, Dracena. Anais..., 2009. v. 5. 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