VARIAÇÃO DA DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA EM ESPÉCIES/PROCEDÊNCIAS DE Eucalyptus spp

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IPEF n.46, p.76-85, jan./dez.1993 VARIAÇÃO DA DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA EM ESPÉCIES/PROCEDÊNCIAS DE Eucalyptus spp Francisco de Assis Ribeiro * José Zani Filho* ABSTRACT - The Eucalyptus wood density was studied in relation to genetic material, planting area, and age of forests, which was established on 4 regions of the São Paulo State. This paper includes 5 species and 15 provenances that were represented by at least 10 trees, sampled at 50% of the commercial height. The result showed variation between species: E. pellita, E. urophylla, and E. dunnii had the greater averages (> 0.510 g/cm 3 ) and E. grandis, and E. saligna the smaller ones. A low density variation was found in E. grandis provenances and significant differences occurred between E. urophylla ones. A decrease in wood density was found with the improvement of the environmental conditions. It was observed an increase of the wood density for E. grandis, and E. dunnii, between 63 and 100 months. RESUMO - Foram estudadas as variações da densidade básica da madeira de eucalipto para diferentes espécies/procedências, locais de plantio e idades de corte de povoamentos instalados em 4 regiões do Estado de São Paulo. O estudo envolveu 5 espécies 15 procedências amostradas a 50% da altura comercial e representadas por um número de 10 árvores/amostra. Pelos resultados obtidos pode-se classificar 2 grupos de espécies sendo, E. pellita, E. urophylla e E. dunnii com densidade superior a 0.510 g/cm 3 e E. grandis e E. saligna com densidade inferior a este patamar. Não foram detectadas diferenças significativas entre as médias de densidade básica das procedências de E. grandis, porém, os resultados foram significativos para as médias das procedências de E. urophylla. Em relação aos locais de plantio verificou-se um decréscimo na densidade básica na medida que se encontraram melhores condições edafoclimáticas, ou seja, no sentido norte-sul do Estado. Observou-se também um aumento significativo na densidade básica de E. grandis e E. dunnii entre 63 a 100 meses de idade. INTRODUÇÃO A densidade básica é uma das características da madeira que melhor expressa sua qualidade para uso na propriedade agrícola ou transformação industrial. Em função de sua importância e facilidade de determinação, frente aos outros parâmetros de qualidade, a densidade básica tomou-se a característica mais estudada e difundida. Tão importante quanto o crescimento em volume, a densidade básica pode limitar a escolha do material genético de acordo com a finalidade. Por exemplo, a produção de carvão vegetal para siderurgia ou dormentes para estradas de ferro requerer espécies de alta densidade. Por outro lado, as fábricas de celulose de fibra curta, normalmente trabalham com espécies de densidade básica intermediárias. * RIPASA S/A CELULOSE E PAPEL Caixa Postal 142 14801-970 Araraquara, SP.

A densidade básica influencia também no manejo das florestas de eucalipto. Esta característica é de grande importância na definição da idade de corte, devido ao seu incremento observado ao longo dos anos. Face à importância da densidade básica como uma das características que melhor definem a adequação da madeira ao uso final, procurou-se apresentar neste trabalho informações e discussões sobre suas variações em relação ao material genético, locais de plantio e idades de corte de algumas espécies/procedências de eucalipto, instaladas no Estado de São Paulo. Abordou-se também o uso destas madeiras frente a uma faixa ótima de densidade básica para produção de celulose. Variação entre Espécies REVISÃO DE LiTERATURA Em um dos primeiros estudos sobre variação da densidade básica da madeira de eucalipto no Brasil, FERREIRA (1968) observou alta variabilidade entre e dentro das espécies E. alba e E. saligna. Esta alta variação entre árvores de mesma espécie, levou o autor a sugerir que os programas de melhoramento considerassem a densidade básica como característica de seleção de árvores matrizes. A utilização de um maior número de espécies do gênero em estudos sobre densidade básica da madeira deu início ao agrupamento das mesmas segundo a similaridade dos valores observados. FOELKEL et alii (1975) mostraram que as madeiras de E. tereticornis e E. saligna caracterizavam-se por apresentar valores médios de densidade básica, enquanto E. paniculata, E. maculata e E. citriodora expressavam valores mais altos. Em revisão sobre os estudos de densidade básica da madeira de eucalipto, com idades entre 60 e 84 meses, FERREIRA & KAGEYAMA (1978) classificaram as espécies em grupos, onde E. grandis, E. saligna, E. dunnii e E. botryoides situaram-se abaixo de 0.500 g/cm 3, o E. pilularis, E. resinifera, E. urophylla e E. propinqua em tomo de 0,500 g/cm 3, enquanto, E. microcorys e E. cloeziana apresentaram valores superiores a 0,500 g/cm 3. Na avaliação da densidade básica de doze espécies de eucalipto, STURION et alii (1987) verificaram que E. citriodora, E. cloeziana, E. camaldulensis e E. maculata produziram madeira mais densa, enquanto E. grandis, E. saligna e E. urophylla apresentaram as menores densidades básicas. A partir de estudo sobre o uso da densidade básica como índice de qualidade da madeira de eucalipto para produção de celulose, FOELKEL et alii (1990) concluíram que o componente espécie é muito importante no processo, pois madeiras de espécies diferentes com mesma densidade não são tecnologicamente ou anatomicamente semelhantes. Variação entre Procedências Os estudos têm demonstrado que algumas espécies apresentam alta variabilidade entre procedências, enquanto em outras, a variabilidade é pouco expressiva. Para o E. grandis, analisado aos 66 meses de idade, verificou-se que não houve variação entre as oito procedências de sementes testadas, exceto para uma procedência de Atherton (BARRETT et alii, 1975). Outros estudos dos autores mostraram diferenças entre procedências das espécies E. saligna, E. dunnii, E. deanei e E. botryoides.

Análises mais recentes envolvendo o E. grandis e E. saligna demonstraram que a variabilidade entre procedências estudadas foi bem maior que entre as espécies, indicando possibilidade de seleção para melhoramento da característica (SOUZA et alii, 1986). Quanto a essa possibilidade, BRASIL (1983) estudando a variação da densidade básica da madeira entre e dentro de procedências de E. urophylla, constatou que os maiores ganhos poderiam ser obtidos através da seleção entre procedências. Variação com o Ambiente Segundo FOELKEL (1985) o ambiente é um dos fatores que influenciam a variabilidade da madeira. Porém há casos em que as diferenças entre ambientes não alteram expressivamente os valores de densidade básica das populações amostradas. MORA et alii (1978) verificaram que as médias de densidade básica de árvores de E. grandis selecionadas em Mogi Guaçu, SP e Salto, SP não diferiram entre si, embora as condições ecológicas existentes fossem diferentes. As variações da densidade básica ocasionadas pelas diferenças entre ambientes podem estar associadas ao ritmo de crescimento das árvores. ALBINO (1983), estudando a densidade básica de doze espécies de Eucalyptus spp, verificou que, nos locais onde as espécies apresentavam maior crescimento, os valores de densidade básica foram menores. Resultados semelhantes foram obtidos por MORAES (1987) em estudo sobre a variação genética da densidade básica da madeira e características de crescimento em progênies de E. grandis, instaladas em três locais do Estado de São Paulo. No entanto, a partir de uma ampla revisão sobre as variações da densidade básica em relação ao ambiente. Silva (1984), citado por MORAES (1987), conclui que para as folhosas, a maior árvore (volume) de um povoamento, não possui, necessariamente, menor densidade. Variação com a Idade O aumento da densidade básica de madeira de eucalipto, com a idade da árvore, é evidenciado pela literatura. Os trabalhos mostram também que os incrementos em densidade variam entre espécies, e que há uma tendência de estabilização da densidade básica após uma certa idade da planta. O aumento da densidade básica de E. urophylla, E. grandis, E. saligna e E. propinqua foi observado por FERREIRA & KAGEY AMA (1978) entre as idades de 5 e 11 anos. O E. grandis apresentou aumento menos pronunciado. Segundo BARRICHELO & BRITO (1979) tem-se observado que a densidade básica aumenta até uma certa idade, quando praticamente se estabiliza. Todas as fontes de variação da densidade básica citadas anteriormente são importantes para orientação dos trabalhos de qualidade da madeira para produção de celulose. No entanto, para fins de melhoramento genético, a variação entre árvores de uma mesma população é a mais importante, pois permite a seleção para alta ou baixa densidade básica (MORA et alii, 1978; FERREIRA & KAGEYAMA, 1978; FERREIRA et alii, 1979 e MENDES et alii, 1980).

MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados dados experimentais de densidade básica da madeira (g/cm 3 ) de 5 espécies e várias origens/procedências de eucalipto (QUADRO 1), instaladas em quatro diferentes ambientes do Estado de São Paulo e analisadas pelo Laboratório da RIPASA S.A. CELULOSE e PAPEL (QUADRO 2). A densidade básica da madeira foi determinada pelo Método da Balança Hidrostática. Cada tratamento foi representado por um número mínimo de dez árvores amostradas a 50% da altura comercial, exceto para as populações de E. grandis, E. pellita e E. urophylla, instaladas em Ibaté - SP que foram amostradas no Diâmetro à Altura do Peito (DAP). De cada disco foram retiradas e analisadas 3 a 4 cunhas para garantir a consistência dos dados. Todas as populações amostradas encontravam-se em primeira rotação. Os dados foram agrupados para avaliar as variações de densidade básica em relação a espécies, procedências, locais de plantio e idades de corte das populações. As médias foram analisadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para efeito de discussão, considerou-se como faixa ótima de densidade básica da madeira para produção de celulose, o intervalo entre 0.480 a 0.510 g/cm 3 (SQCE, 1988). QUADRO 1 - Caracterização das populações amostradas. Espécie Origem Procedência Espaçamento (m) E. grandis C. Harbour, NSW Botucatu, SP 3x2m E. grandis C. Harbour, NSW B.E. do Sul, SP 3x2m E. grandis - Anhembi, SP 3x2m E. grandis - Zimbabwe 3x2m E. grandis - Morungaba, SP 3x2m E. grandis W. Herberton, QLD W. Herberton, QLD 3x2m E. grandis C. Harbour, NSW Mogi Guaçu, SP 3x2m E. pellita Coen, QLD Coen, QLD 3x2m E. urophylla Timor, Indonésia Dili, Timor 3x2m E. urophylla Timor, Indonésia Anhembi, SP 3x2m E. urophylla Flores, Indonésia Anhembi, SP 3x2m E. urophylla Timor, Indonésia Avaré, SP 3x2m E. urophylla - Camaquã, SP 3x2m E. grandis C. Harbour, NSW Mogi Guaçu, SP 3x3m E. saligna Cessnock, NSW Itabira, MG 3x3m E. dunnii Moleton, NSW Moleton, NSW 3x3m

QUADRO 2 - Caracterização dos locais de plantio. Município Latitude Solo Precipitação Deficiência Ibaté-SP 21 51'S Areia Quartzosa 1406 80 Itirapina-SP 22 15'S Areia Quartzosa 1346 60 Lençóis 22 44'S Latossolo 1374 30 Paulista-SP Vermelho Amarelo Itararé-SP 24 11'S Latossolo 1349 0 Vermelho Escuro RESULTADOS E DISCUSSÃO Variação da Densidade Básica entre Espécies Aos 80 meses de idade, os resultados obtidos, para E. grandis, E. pellita e E. urophylla instalados no mesmo local, em Ibaté, SP, apresentaram diferenças significativas entre as médias de densidade básica da madeira das populações amostradas (QUADRO 3). O E. pellita apresentou maior densidade básica (0.611 g/cm 3 ), seguido pelo E. urophylla (0.559 g/cm 3 ) e E. grandis (0.479 g/cm 3 ). Esta mesma ordem entre as espécies foi observada por STURION et alii (1987), na Região de Uberaba, em Minas Gerais. QUADRO 3 - Variação da densidade básica da madeira (g/cm 3 ) de E. grandis, E. urophylla e E. pellita, amostrados na região de Ibaté, SP, aos 80 meses de idade. Espécie/procedência X (g/cm 3 ) Tukey Amplitude I.R.* (%) Árvores (5%) (g/cm 3 ) E. pellita/coen, QLD 10 0.611 a 0.560-0.668 128.0 E. urophylla/dili, Timor 10 0.559 b 0.529-0.587 116.0 E. grandis.mogi Guaçu, SP 10 0.479 c 0.436-0.535 100.0 *Indice Relativo F = 49.8** N o Os valores médios apresentados pelo E. urophylla e E. pellita foram superiores ao E. grandis em 16% e 28%, respectivamente. Estes valores de densidade são superiores à faixa ótima considerada para produção de celulose (0.480 a 0.510 g/cm 3 ). Cozimentos experimentais conduzidos pelo DCPQC (1991) não apresentaram resultados favoráveis ao uso do E. pellita para produção de celulose. Em relação ao E. urophylla, FOELKEL et alii (1978) citam que sua maior vantagem sobre o E. grandis é a necessidade de menores volumes de madeira por toneladas de celulose de qualidade similar. Em outro grupo de espécies analisado, os resultados obtidos para E. grandis, E. saligna e E. dunnii, aos 63 meses de idade, em Itararé, SP (QUADRO 4) demonstraram que o E. dunnii apresentou a maior densidade (0.524 g/cm 3 ), sendo esta média estatisticamente superior ao E. saligna (0.465 g/cm 3 ) e E. grandis (0.458 g/cm 3 ).

QUADRO 4 - Variação da densidade básica da madeira (g/cm 3 ) de E. grandis, E. saligna e E. dunnii amostradas na Região de Itararé, SP, aos 63 meses de idade. Espécie/procedência X (g/cm 3 ) Tukey Amplitude I.R.* (%) Árvores (5%) (g/cm 3 ) E. dunnii/moleton-nsw 19 0.524 a 0.459-0.580 114.0 E. saligna/ltabira, MG 57 0.465 b 0.360-0.518 102.0 E. grandis.mogi Guaçu, SP 39 0.458 b 0.374-0.503 100.0 *Indice Relativo F = 53.9** O E. dunnii apresentou maior densidade básica diferindo do E. saligna e E. grandis. A média apresentada pelo E. dunnii neste estudo está acima do limite citado por FERREIRA & KAGEYAMA (1978), contestando a inclusão do E. dunnii no grupo de espécies de densidade básica abaixo de 0,5 g/cm 3. Apenas o E. dunnii apresentou valor médio de densidade básica acima da faixa ótima considerada para produção de celulose. Em análise comparativa com o E. grandis, realizada pelo SQCE (1990), verificou-se que para se atingir o mesmo grau de deslignificação e/ou o mesmo teor de rejeitos, o E. dunnii necessita de maior teor de álcali ativo (5 a 10%) ou maior tempo de cozimento. Variação da Densidade Básica entre Procedências N o Em experimento com sete procedências de E. grandis instalado em Itirapina, SP verificou-se, aos 77 meses de idade, que as médias de densidade básica da madeira das procedências testadas não apresentaram diferenças significativas (QUADRO 5). QUADRO 5 - Variação da densidade básica da madeira (g/cm 3 ) entre procedências de E. grandis, amostradas na Região de Itirapina, SP, aos 77 meses de idade. Espécie/procedência X (g/cm 3 ) Tukey Amplitude I.R.* (%) Árvores (5%) (g/cm 3 ) W. Herberton,QLD 16 0.496 a 0.448-0.593 105.3 Mogi Guaçu, SP 24 0.494 a 0.437-0.551 104.9 B.E. do Sul, SP 32 0.489 a 0.420-0.560 103.8 Morungaba, SP 16 0.488 a 0.420-0.571 103.6 Anhembi, SP 16 0.474 a 0.438-0.531 100.6 Botucatu, SP 16 0.472 a 0.424-0.535 100.2 Zimbabwe 16 0.471 a 0.418-0.540 100.0 *índice Relativo F = 1.8ns N o Os resultados obtidos neste ensaio, assim como aqueles encontrados por BARRETT et alii (1975), mostram uma tendência de baixa variação da densidade básica entre procedências de E. grandis. Em relação à faixa ótima para produção de celulose, observa-se que as procedências Anhembi, SP, Botucatu, SP e Zimbabwe, não atingiram a média de 0.480 g/cm 3. Considerando-se que esta tenha sido a idade ideal de corte do povoamento, observa-se que

estas procedências são passíveis de seleção para elevação da densidade básica, devido às amplitudes registradas no QUADRO 5. Para procedências de E. urophylla de origens Flores e Timor, instaladas no mesmo experimento e analisadas na mesma idade que o E. grandis, observaram-se valores mais elevados de densidade básica e diferenças significativas entre as mesmas (QUADRO 6). QUADRO 6 - Variação da densidade básica da madeira (g/cm 3 ) entre procedências de E. urophylla, amostradas na região de Itirapina, SP, aos 77 meses de idade. Procedência X (g/cm 3 ) Tukey Amplitude I.R.* (%) Árvores (5%) (g/cm 3 ) Camaquã 16 0.573 a 0.519-0.630 107.7 Anhembi, SP (Ex-Flores) 48 0.556 ab 0.470-0.654 104.5 Avaré, SP (Ex-Timor) 16 0.541 ab 0.476-0.592 101.7 Anhembi, SP (Ex-Timor) 32 0.532 b 0.426-0.600 100.0 ORIGEM FLORES 48 0.556 a 0.470-0.654 103.9 ORIGEM TIMOR 48 0.535 b 0.426-0.600 100.0 *indice Relativo F(Procedência) = 2.90* F(Origem) = 5.78* N o A procedência Camaquã, considerada como híbrida entre E. urophylla e espécies de densidade básica mais elevada, apresentou a maior média do ensaio (0.573 g/cm 3 ); porém diferiu apenas da procedência Anhembi, SP (0.532 g/cm 3 ) de origem Timor. Observaram-se também diferenças significativas entre as médias de densidade básica das origens de E. urophylla, onde o material de Flores apresentou maior densidade que o material de Timor. Esta diferença também foi encontrada por BRASIL (1983). As procedências de E. urophylla apresentaram valores médios de densidade acima da faixa ótima para produção de celulose. Porém todas as procedências, exceto Camaquã, apresentaram potencial de seleção para baixa densidade. Isto evidencia a possibilidade de melhoramento genético destas procedências para produção de celulose. Os dados de densidade básica de E. grandis e E. urophylla, ora analisados, foram obtidos sob as mesmas condições de campo (local e idade). Por se tratar de dados de um mesmo experimento, pode-se dizer que todas as procedências de E. urophylla apresentaram densidades básicas superiores às procedências de E. grandis e que o E. urophylla de origens Timor (0.535 g/cm 3 ) e Flores (0.556 g/cm 3 ) foram superiores ao E. grandis (0.483 g/cm 3 ) em 10.8% e 15.1%, respectivamente. Variação da Densidade Básica entre Locais de Plantio As variações edafoclimáticas entre locais de plantio afetaram significativamente a densidade básica da madeira do E. grandis, procedência Mogi Guaçu, SP, avaliada aos 65 meses de idade (QUADRO 7). A amostragem realizada em Ibaté, SP, região de déficit hídrico (QUADRO 2), apresentou a maior média de densidade básica da madeira. Em Itararé, SP, onde as condições edafoclimáticas são mais favoráveis, a média de densidade

básica da madeira foi menor. Os resultados observados para Lençóis Paulista, SP, foram associados às condições intermediárias de solo e clima (QUADRO 2). Variações semelhantes foram observadas por ALBINO (1983) e MORAES (1987) em estudos envolvendo diferentes locais. QUADRO 7 - Variação da densidade básica da madeira (g/cm 3 ) entre procedências de E. grandis/mogi Guaçu, SP, amostrado nas Regiões de Ibaté, Lençóis Paulista e Itararé, SP, aos 65 meses de idade Locais de Plantio N o Árvores X (g/cm 3 ) Tukey Amplitude I.R.* (%) (5%) (g/cm 3 ) Ibaté, SP 34 0.477 a 0.410-0.524 107.2 Lençóis Paulista, SP 26 0.465 ab 0.392-0.571 104.5 Itararé, SP 23 0.445 b 0.335-0.514 100.0 *indice Relativo F = 5.5** Além de apresentar acentuado déficit hídrico anual (80 mm), as áreas reflorestadas próximas a Ibaté, SP. estão em solos de Areias Quartzosas de baixíssima fertilidade. Estas limitações de água e nutrientes provocam a redução do crescimento das árvores e podem elevar a densidade básica. Por outro lado, a melhor distribuição de chuvas e maior fertilidade dos solos predominantes na região de Itararé, SP, aumentam o crescimento das árvores e também tendem a reduzir a densidade básica. Esta suposição é sustentada pela diferença de 7.2% verificada entre as médias de densidade básica do E. grandis plantado nestes locais. As médias obtidas nos três locais ficaram abaixo da faixa ótima para produção de celulose. Este fato pode estar relacionado à idade de corte, cujo tema será discutido a seguir. Variação da Densidade Básica com a Idade Observou o aumento da densidade básica da madeira das espécies/procedências E. grandis Mogi Guaçu, SP e E. dunnii Moleton, NSW, com o avanço da idade das populações amostradas (QUADRO 8). Os incrementos verificados entre 63 e 100 meses de idade foram significativos para as duas espécies, sendo maior para o E. grandis, cujos valores médios foram inferiores ao E. dunnii, em ambas as idades. Estes resultados são concordantes com os dados observados por BARRICHELO & BRITO (1979) e FERREIRA & KAGEYAMA (1978).

QUADRO 8 - Variação da densidade básica da madeira (g/cm 3 ) de E. grandis e E. dunnii amostrada aos 63 e 100 meses de idade, na Região de Itararé, SP. Espécie Idade X (g/cm 3 ) Tukey (5%) (meses) Árvores (1) (2) E. dunnii 100 10 0.566 A A' 63 39 0.524 a B' E. grandis 100 10 0.503 B a' 63 19 0.458 b b' *índice Relativo (1) - comparação entre espécies na mesma idade (2) - comparação entre idades para mesma espécie F(63) (a) 61.1** F(E. grandis) (a') 14.9** F(100) (A) 28.3** F(E. dunnii) (A') 17.1** N o Amplitude (g/cm 3 ) 0.536-0.599 0.459-0.580 0.468-0.552 0.374-0.503 I.R.* (%) 108.0 100.0 109.8 100.0 A variação entre as duas idades foi de 9,8% para o E. grandis e 8,0% para o E. dunnii. Este maior incremento pelo E. grandis, reduziu a superioridade do E. dunnii de 14,4% aos 63 meses, para 12,5% aos 100 meses de idade. De acordo com a faixa ótima de densidade básica considerada neste trabalho verifica-se que, embora as duas espécies sejam adequadas para produção de celulose, o E. dunnii apresenta restrições em relação à idade de corte, pelo fato de sua densidade básica já apresentar valores acima de 0.510 g/cm 3, aos 63 meses de idade CONCLUSÕES Os resultados obtidos nestes estudos dão suporte para as seguintes conclusões: - a densidade básica da madeira de E. dunnii, E. pellita e E. urophylla nos respectivos locais e idades de amostragem apresentaram valores médios superiores a 0.510 g/cm 3, enquanto E. grandis e E. saligna apresentaram valores inferiores; - há uma tendência de baixa variação da densidade básica entre as procedências de E. grandis; - entre as origens de E. urophylla analisadas, o material de Flores apresentou maior densidade básica que Timor; - existe potencial de seleção para aumento ou redução da densidade básica, dentro das procedências de E. grandis e E. urophylla analisadas; - as variações edafoclimáticas, entre locais de amostragem, afetaram a densidade básica da madeira de E. grandis, procedência Mogi Guaçu, SP. Houve decréscimo na densidade básica, com a melhoria das condições edafoclimáticas, observada no sentido norte-sul do Estado de São Paulo; - as densidades básicas de E. grandis e E. dunnii, amostradas no campo local, entre as idades de 63 e 100 meses, apresentaram aumentos de 9.8% e 8.0%, respectivamente.

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