POLÍCIA FEDERAL DIREITO ADMISTRATIVO Autor: Fábio

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Transcrição:

INQUÉRITO POLICIAL 1. Conceito: procedimento administrativo inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela autoridade policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2. Características do Inquérito Policial a) Peça escrita (art. 9º.). Alguns doutrinadores estão dizendo que é possível documentar sons ou imagens do inquérito policial (art. 405, & 1, esta artigo fala em investigado ou indiciado, por isso é válido para o Inquérito Policial). b) Peça Instrumental: instrumento utilizado pelo Estado quando a autoria e materialidade do indiciado. c) Peça Obrigatória: havendo um mínimo de elementos, deve instaurar o inquérito policial quando o crime se tratar de ação penal pública incondicionada. - E se o delegado entender que aquele fato não constitui crime?. Agora se a vítima acha que é crime e o delegado não, é possível recorrer ao Chefe de Polícia. d) Peça Dispensável: caso o titular da ação penal (Ministério Público), tenha em seu poder informações com a prova do crime e indícios de autoria, pode dispensar o inquérito. Ex: geralmente crimes falimentares já vem todo instruído, não necessitando inquérito. (art. 39, &5) e) Peça Sigilosa: Apesar de ser sigiloso terá acesso JUIZ, PROMOTOR e ADVOGADO MESMO SEM PROCURAÇÃO (informações já introduzidas no inquérito, mas não em relação as diligências em andamento). Art. 5, inciso xviii, CF, art; 7º. Inciso 14, do estatuto da OAB. AGORA SE HOUVE QUEBRA DE ALGUM SIGILO FISCAL, BANCÁRIO, ELEITORAL E DE DADOS, APENAS ADVOGADO COM PROCURAÇÃO. f) Peça Inquisitiva: não há contraditório e nem ampla defesa. (ART. 306, & 1º.) COPIAR AQUI ESTE ARTIGO. A própria interpretação da lei observar-se que não é necessário advogado, só após a lavratura, comunicando inclusive a Defensoria Pública. 3. Formas de Instauração do inquérito policial 3.1. Instauração nos crimes de ação penal incondicionada a) Ofício b) Requisição da autoridade judiciária c) Requisição do Ministério Público: segundo última prova do CESPE da PRF tal requisição tem natureza de ORDEM, apesar de não haver hierarquia. d) Requerimento da vítima ou de seu representante legal e) Prisão em Flagrante 3.2. Instauração nos crimes de ação penal condicionada a) Mediante representação do ofendido b) Mediante requisição do Ministro da Justiça 3.3. Instauração nos crimes de ação penal privada (exclusiva ou personalíssima) a) Mediante requerimento do ofendido e de seu representante: vale ressaltar que tal requerimento é condição de procedibilidade, sem o qual o inquérito policial não poderá ser instaurado. 4. INQUÉRITOS NÃO-POLICIAIS a) INQUÉRITOS PARLAMENTARES: acontece nas investigações promovidas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), onde após todo o procedimento será elaborado um relatório, onde o mesmo será entregue ao Ministério Público. b) INQUÉRITOS JUDICIÁRIOS: São investigações realizadas pelo próprio poder judiciário, com ou não ajuda policial, acontecem em tais casos: - Crimes praticados por magistrados (juízes): onde o Inquérito será processado pelo Tribunal competente e não na polícia.

- Crimes praticados por quem possui foro privilegiado: Algumas pessoas pela função que exercem, caso cometam crimes não serão julgadas por um juiz comum, como qualquer outra, devendo ser julgada pelo seu tribunal competente, dependendo da função que ocupa: 1. Presidente e Vice-presidente - Crimes de Responsabilidade: Senado 2. Ministro do Supremo Tribunal Federal - Crimes de Responsabilidade: Senado 3. Membros do Congresso Nacional - Crimes de Responsabilidade: casa correspondente 4. Procurador Geral da República - Crimes de Responsabilidade: Senado 5. Ministros de Estado - Crimes Comuns e de Responsabilidade: STF (salvo se esse crime de responsabilidade for conexo com Presidente, passando para o Senado) 6. Ministros dos Tribunais Superiores (STJ,TSE,STM e TST) - Crimes Comuns e de Responsabilidade: STF 7. Governador de Estado - Crimes Comuns: STJ - Crimes de Responsabilidade: depende da Constituição Estadual 8. Desembargadores: - Crimes Comuns e de Responsabilidade: STJ 9. Membros do Ministério Público e Juízes - Crimes Comuns e de Responsabilidade: TJ 10. Deputados Estaduais - Crimes Comuns e Eleitorais, inclusive doloso contra vida: TJ - Crimes de Responsabilidade: Poder Legislativo 11. Prefeitos - Crimes Comuns e doloso contra vida: TJ - Crime Federal: TRF - Crime Eleitoral: TSE - Crime de Responsabilidade: Câmara Municipal. 5. Diligências Investigatórias (art. 6º., CPP) 1ª. Preservar os vestígios deixados pelo delito (Corpo de Delito). Exceção acidentes de veículos onde é autorizado a remoção de pessoas ou coisas para desafogar o trânsito. 2ª. Auto de apreensão: trata-se de uma peça que apreenderá os objetos do crime, para uma futura exibição em juízo e para necessidade de contraprova. Mas o principal é a eventual perda em favor da União (confisco). Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos de inquérito. 3ª. Oitiva do Ofendido: é possível a condução coercitiva do ofendido? SIM, mas caso ela não venha não responde por crime de desobediência. 4ª. Interrogatório do Acusado: - Interrogatório Judicial: Há contraditório onde as partes podem fazer reperguntas, claro que passando pelo JUIZ (sistema presidencialista) - Interrogatório Policial: Na polícia o interrogatório não possui contraditório.

* Não é necessário curador no caso de menor, apenas no caso de louco e no caso de índio não adaptado. 5ª. Reconhecimento de Pessoas e Reconstituição do Crime - Reconhecimento de pessoas ou coisas: não está abrangido pelo direito ao silêncio, porque não se exige nenhum comportamento ativo incriminador. Portanto o acusado é obrigado a ir ao reconhecimento. - Reconstituição do Crime: aqui o acusado não é obrigado a ir, por isso está protegido ao silêncio. 6ª. Exame de corpo de delito 7ª. Identificação Criminal - Compreende identificação fotografia e datiloscópica - Art. 5º., inciso LVIII: o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo as hipóteses previstas em lei (Lei de Identificação Criminal e Lei de Crime Organizado e Estatuto da Criança e do Adolescente. 6. INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO - O art. 21 do CPP, não foi recepcionado pela Constituição de 1988. A própria constituição diz que no Estado de Defesa não existe a incomunicabilidade, então em momentos normais aí que não há mesmo. 7. PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO - CPP: 10 dias investigado preso (Não pode ser prorrogado, mas caso haja excesso, não justificado pela circunstâncias do caso concreto, a prisão deve ser relaxada, sem prejuízo da continuidade do processo). 30 dias investigado solto (Pode ser prorrogado) - JUSTIÇA FEDERAL Réu preso é de 15 dias, podendo ser duplicador Réu solto é de 30 dias, podendo ser duplicados. - LEI DE DROGAS De 30 dias se réu preso De 90 dias se réu solto, mas esses prazos podem ser duplicados. 8. CONLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL - Se dá através do Relatório, mas esta peça é obrigatória? Não é obrigatória esta peça do inquérito para oferecimento da denúncia. - É uma peça essencialmente descritiva. PEÇA DESCRITIVA (dizer quais diligências realizou, o que as testemunhas e o indiciado falaram). 9. VISTA AO MP (Acontece apenas nas ações penais públicas): Possibilidades a) Oferecimento de denúncia b) Requerimento de diligências - Juiz indefere esta remessa: Não pode o juiz não é o titular da ação penal. Caso haja este pedido de devolução do inquérito para novas diligências, caberá CORREIÇÃO PARCIAL (ato tumutuário/abusivo), agora ao invés de ingressar com uma correição parcial, pode o MP requisitar a diligência diretamente a autoridade policial. c) Arquivamento do Inquérito Policial: caso o juiz não concorde com o pedido de arquivamento realizado pelo Ministério Público, aplica-se a regra do art. 28 do CPP, ou seja, encaminha-se os autos do inquérito ao Procurador Geral de Justiça, para que este se for o caso, entre com a denúncia ele mesmo, ou nomeie ou promotor para fazer isso, ou ainda concordar com o arquivamento. 10. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL - Legitimidade: apenas o Juiz poderá arquivar, mas apenas com pedido do Juiz, nem o Juiz e nem o MP podem arquivar sozinhos. - Hipóteses que autorizam o arquivamento do inquérito policial: (art. 397, CPP): a) Atipicidade da Conduta (formal e material) b) Excludentes da Ilicitude c) Excludentes da Culpabilidade, salvo na hipótese do inimputável do art. 26, caput, CP. Absolvição Imprópria. d) Causas Extintivas da Punibilidade

* Para desarquivar o inquérito policial basta NOTÍCIAS de novas provas, mas para denunciar é necessário as novas provas. Segundo o STF, essas novas provas devem ser inovadoras e não apenas novas, ou seja, devem ter relevância com o pedido de arquivamento. Súmula 524 STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Ministério Público, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. - Tipos de arquivamento: a) Arquivamento Implícito: acontece quando o Ministério Público denuncia alguns co-autores e deixa de denunciar outro, sem sequer menciona-lo ou justificar porque não denunciou, fazendo com que este não denunciado haja um arquivamento do inquérito quanto a ele. Este arquivamento sem fundamento é extremamente proibido pelo STF e STJ. Todavia, pode o MP denunciar alguns co-autores e manifestar-se por aditar posteriormente a denúncia e incluir outra pessoa por falta de provas, mas deve mencionar que irá fazer isso. b) Arquivamento Indireto: acontece quando o MP não denuncia por considerar o juízo incompetente. Não se trata de conflito de competências, pois isto só acontece entre juízes. Acontecendo tal fato, deve o juiz aplicar o art. 28, CPP, pois não pode obrigar o membro do MP a denunciar. c) Prescrição Antecipada ou Pena em Perspectiva: acontece quando o membro do MP, faz um cálculo da pena que o indiciado irá pegar e vê que o crime já estará prescrito com tal pena, por isso não denuncia e pede o arquivamento do inquérito. Tal pedido de arquivamento é extremamente proibido pelo STF e STJ. DO INQUÉRITO POLICIAL (Artigos do Código de Processo Penal) Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Art. 5 o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 1 o O requerimento a que se refere o n o II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 2 o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 3 o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 4 o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

5 o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Art. 6 o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973) II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Art. 7 o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Art. 8 o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. Art. 9 o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 1 o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 2 o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 3 o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV - representar acerca da prisão preventiva. Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior. (Incluído pela Lei nº 6.900, de 14.4.1981) Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966) Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. QUESTÕES DA CESPE DE INQUÉRITO POLICIAL 1. O inquérito policial deve ser instaurado através de relatório e encerrado mediante portaria da autoridade policial. 2. Em razão do princípio da oralidade do processo, não há necessidade de serem as peças do inquérito policial reduzidas a escrito ou datilografadas. 3. No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 4. Recebendo a noticia criminis de crime em que a ação penal depende de representação, a autoridade policial, depois de lavras boletim de ocorrência deve instaurar o inquérito policial e aguardar a representação da vítima ou de seu representante.

5. Sendo o inquérito policial, por sua natureza, inquisitório, diante do texto constitucional, que garante a mais ampla defesa, fica autorizado a presença do advogado de defesa nessa fase pré-processual, produzindo e indicando provas. 6. Dr. João Ribeiro, delegado de policia civil, instaurou inquérito policial para investigar um crime de homicídio, tendo como principal suspeito o Sr. Pedro Garcia. Contudo, no decorrer das investigações descobriu-se que a vítima havia se suicidado. De acordo com estas informações, o Dr. João pode determinar, de ofício, o arquivamento do inquérito policial. 7. Logo que tiver conhecimento da prática de uma infração penal, a autoridade policial deverá apreender os objetos que tiverem elação com o fato, até antes da perícia. 8. Dentre as características fundamentais do inquérito policial podemos apontar corretamente ser ele escrito, presidido pela autoridade policial, inquisitivo e contraditório. 9. O réu não é obrigado a participar da reconstituição do crime, pois ninguém é obrigado a produzir prova contra si. 10. Em caso de réu preso, a regra geral é a de que o prazo de conclusão do Inquérito Policial seja de 10 dias, salvo no caso de necessidade de diligências complementares, quando o juiz poderá conceder dilação do prazo, fundamentando a decisão, independentemente da soltura do réu. 11. Segundo o Código de Processo Penal é cabível a incomunicabilidade do indiciado, que dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida, quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação exigir. 12. As Comissões Parlamentares de Inquérito tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões encaminhadas à meda do Senado ou da Camara para promover a responsabilidade civil e criminal. 13. O inquérito policial é indispensável para a propositura da ação penal. 14. Quando, no curso das investigações, surgir indício da prática de infração penal por parte de membro da magistratura, após a conclusão do inquérito, a denúncia deve ser remetida ao tribunal competente para o julgamento. 15. O Ministério Público pode determinar a devassa de correspondências, quando relacionadas ao crime investigado.