INCIDÊNCIA DA AUTOMEDICAÇÃO NA FARMÁCIA AVENIDA NO MUNICIPIO DE MAURITI-CE

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Transcrição:

INCIDÊNCIA DA AUTOMEDICAÇÃO NA FARMÁCIA AVENIDA NO MUNICIPIO DE MAURITI-CE Hégida Nóbrega Brilhante; Geanni Rívia X. Moura Lima; Newton Nascimento Ciraulo; Fábio Henrique Tenório-Souza; Charlane Kelly Souto Pereira Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - * fabiotenoriosouza@gmail.com Resumo: O medicamento é um importante recurso terapêutico disponível para o bem estar físico e mental do indivíduo. Entretanto sua administração sem prescrição e orientação médica, ocasiona a prática da automedicação. Apesar da dispensação em unidades básica de saúde, o individuo apresenta alternativas para se automedicar, podendo fazer uso indevido de medicamentos em doses excessivas e na hora que achar conveniente. O uso inadequado de medicamentos é uma prática amplamente difundida que pode conduzir inúmeros prejuízos a saúde da população, sobretudo em crianças e idosos. Além disso, o uso concomitante de vários fármacos aumenta a possibilidade de interações medicamentosas e reações adversas. Este trabalho objetivou avaliar a prática da automedicação na Farmácia Avenida no município de Mauriti-CE. Foram realizadas 100 entrevistas através de um questionário padronizado, analisando, entre outros fatores, as principais causas que influenciam na automedicação. Foi possível observar um alto índice na automedicação na faixa etária entre 26 e 65 anos. O principal motivador foi o fácil acesso aos medicamentos. Portanto, o papel do farmacêutico é exercer a atenção e assistência farmacêutica, promovendo a educação á saúde, uma ação de suma importância para conhecimentos e praticas no âmbito da saúde, para que os usuários adquiram conhecimentos sobre os problemas e riscos que a automedicação traz para a saúde para melhorar a qualidade de vida da população. Palavras-chave: Automedicação, medicamento, uso irracional. Introdução: A automedicação corresponde ao uso indiscriminado de medicamento sem consulta médica ou odontológica no qual o paciente decide qual irá utilizar sem o acompanhamento do tratamento, sem diagnóstico e sem prescrição, e que é responsável por 25 % dos casos de intoxicação no Brasil (PEREIRA et al., 2013; BORTOLON; KAMIKOWSKI; ASSIS, 2007). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2013) é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelo usuário, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde. O uso irracional de medicamentos apresenta vários efeitos indesejáveis, podendo acarretar diversas consequências como doenças evolutivas, resistência bacteriana (no caso dos antibióticos), reações de hipersensibilidade e dependência, mascarando, portanto, outros problemas a serem prevenidos, simplesmente para aliviar momentaneamente os sintomas, encobrindo a

doença, que de fato, passa despercebida, podendo assim progredir (ARRAIS, 1997; BEZERRA, 2006). Segundo a ANVISA (2013) o uso indiscriminado de medicamento, facilitado pelo acesso de uma parte da população ao comércio, leva a população a um processo de risco à saúde e até a morte. Os medicamentos que mais são consumidos sem prescrição médica são analgésicos, antipiréticos, anti-inflamatórios, anticoncepcionais, descongestionantes nasais e alguns antibióticos, os quais são facilmente adquiridos no balcão da farmácia. Os especialistas afirmam que o uso inadequado dessas substâncias, principalmente os antiinflamatórios, pode levar a falência renal e problemas gastrintestinais, e os antibióticos, podem causar resistência do organismo ás substâncias que tratam infecções ou doenças que precisam de medicamentos nesta linha (BEZERRA, 2006). No Brasil, o consumo de medicamento sem prescrição é um pratica comum em todos os grupos etários, e acredita-se que isto esteja relacionado ao fato de que para cada três mil habitantes, existe uma farmácia disponível, quando o número recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de uma farmácia para um grupo de oito mil habitantes (BEZERRA, 2006). O farmacêutico é o profissional academicamente qualificado, apto á auxiliar a melhor escolha terapêutica, transmitindo a informação correta sobre determinada patologia e seu tratamento. A prática da automedicação e os riscos associados poderiam ser evitados, impedindo malefícios á qualidade de vida, se a população tivesse consciência do prejuízo que isso pode trazer a saúde. Uma orientação disponibilizada consequentemente é capaz de erradicar todos esses problemas (CHIAROT et al., 2010). Esta tendência coloca o País na esperança pela busca de resultados favoráveis para a precariedade dos órgãos de Vigilância Sanitária em fiscalizar e proibir essas práticas totalmente sem escrúpulos, criando fronteiras efetivas entre os impactos mercadológicos da indústria e o profissionalismo com ética, que é indispensável á manutenção da saúde (SOUSA, SILVA, NETO, 2008). Metodologia: O presente trabalho foi realizado na Farmácia Avenida no município de Muriti CE, no período compreendido entre os meses de agosto a outubro de 2013. Participaram da pesquisa 100 clientes escolhidos aleatoriamente, que foram previamente informados sobre os objetivos do estudo de forma padronizada e que concordaram, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), em participar desta pesquisa. A pesquisa incluiu a coleta de dados quantitativos, constituindo-se da aplicação de questionário semiestruturado (Apêndice B) composto por 19 perguntas, envolvendo variáveis independentes (faixa etária, sexo, situação profissional, renda familiar, grau de escolaridade e convênio médico) e variáveis dependentes (compra de medicamento sem receita médica, destino do medicamento comprado, sintoma, tempo de incidência do sintoma, recorrência, procura por cuidados médicos, leitura da bula, indicações, contra indicações, dosagens, efeitos colaterais, restrições, associação com outros medicamentos e origem da informação). Para análise estatística foi empregado o teste de proporção e os dados da pesquisa foram organizados em gráficos verificando-se o percentual das variáveis. O projeto da

pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade Santa Maria e obedeceu às regras da Resolução n 466, de 12 de dezembro de 2012. Resultados e Discussão: A automedicação é um grave problema de saúde pública e com alto índice da população brasileira. Os problemas ocasionados pelo alto consumo de medicamentos entre mulheres e idosos tornam essa pratica uma realidade preocupante (BARBOSA, BOECHAT, 2012). Os resultados do presente trabalho foram avaliados, através de um questionário contendo dezenove (19) perguntas, onde foram entrevistados 100 pessoas para analisar a incidência da automedicação na Farmácia Avenida no município de Mauriti-CE, durante o período de agosto a outubro de 2013. Na Gráfico1 encontra-se a faixa etária dos participantes da pesquisa que fazem pratica da automedicação. Pode-se observar no Gráfico1 que a maioria dos participantes entrevistados estão na faixa etária compreendida entre 56 e 65 anos, sendo um total de 35 pessoas.isso pode ser explicado pela maior prevalência de doenças crônicas envolvendo os idosos, como afirma Dindonet (2007), sendo estes valores superiores a outras faixas etárias da população entrevistada. Fato este, bastante preocupante, visto que o grupo em questão apresenta um elevado consumo de medicamentos, com perfis farmacológicos diferentes, o que possibilita a existência de interação medicamentosa, reações adversas e aumento do custo para o indivíduo e para a sociedade (DIDONET, 2007). Este resultado estabelece a busca pelo autocuidado e resultados em curto prazo pelos idosos, que segundo eles, no ato da pesquisa, confirmaram que o sistema de saúde é demorado e que não suportam esperar a fila para o atendimento médico. Para eles, a iniciativa de comprar o medicamento sem uma consulta prévia se dá por este motivo. Essa prática ocasiona os efeitos farmacológicos esperados pelos indivíduos, entretanto acaba escondendo a causa principal da patologia que acarreta uma serie de conseqüências principalmente nos idosos, pelo fato do metabolismo enzimático encontrar-se mais lento devido a idade, fazendo com que o fármaco permaneça por mais tempo no organismo, provocando efeitos tóxicos ou potencializando a ação farmacológica de outros medicamentos ao individuo (FILHO et al., 2002). A outra faixa etária ficou entre 26 e 35 anos, representando 27% das pessoas entrevistadas. Número preocupante, pois é uma classe de indivíduos adultos que não adquiriram conhecimentos sobre os malefícios que isso traz a saúde e acabam construindo uma série de problemas para o futuro. Durante a pesquisa, os participantes dessa faixa etária confirmaram que trabalham e não tinham tempo para aguardar o atendimento médico, pois o sistema de saúde é muito demorado e é mais fácil comprar o medicamento. Dados coerentes aos estudos de Freitas e Zancanaro (2012).

O principal motivo que os participantes da pesquisa relataram sobre a ingestão de medicamentos sem consultar um especialista foi à ansiedade de resolver o problema de uma forma mais rápida. Com isso muitos pacientes não conseguem ser atendidos nos hospitais e por essa falha nos serviços de saúde do Brasil eles tentam se curar com o que está ao seu alcance que pode ser a farmácia ou indicação de amigos, parentes ou vizinhos, situação semelhante ao que foi observado por BARBOSA E BOECHAT. Analisando o Gráfico 3 (pág. 35), observa-se que 65% dos participantes possuem renda familiar compreendida na faixa etária de um á dois salários mínimos, seguidos de34%com renda familiar abaixo de um salário mínimo. Apenas um participante possui renda familiar de três á quatro salários mínimo. De acordo com essa informação, podemos relatar que a automedicação cresce proporcionalmente com a renda familiar dos entrevistados, semelhantes aos de Filho e colaboradores (2002). O uso inadequado de medicamentos considerados comuns pela população como analgésicos, antiinflamatórios, antibióticos e relaxantes musculares podem ocasionar sérios problemas á saúde como a resistência bacteriana, reações de hipersensibilidade e interações medicamentosas e até mesmo intoxicações como uma reação indesejável, o que promove a importância epidemiológica e a necessidade de campanhas para esclarecer os riscos que a população se patenteia praticando a automedicação (SOUZA;LAMARI;OLIVEIRA, 2011). A administração desordenada do uso contínuo dessa classe de medicamentos é alarmante e pode provocar riscos a saúde do paciente. Estudos comprovam casos de insuficiência renal, problemas hepáticos (hepatite), cardiológicos, alteração da mucosa gástrica, úlcera e hemorragias pulmonares. E há casos que chegaram a ser fatal (ARRAIS et al., 1997). O gráfico 7 (pág. 39), mostra o tempo em que o entrevistado sente os sintomas da doença que o levou a automedicação, onde 90% afirmaram sentir no período de um á seis dias. Esses indivíduos possivelmente acabam se automedicando durante o mesmo período de tempo para combater os sintomas e não se preocupam com a causa daquela determinada patologia. Com o uso prolongado de qualquer tipo de medicamento, o individuo acaba encobrindo um grave problema de saúde que pode está relacionado ao uso indiscriminado de medicamentos (SILVA et al., 2012). Os entrevistados que disseram sentir os sintomas a mais de uma semana foram 5% e outros 5% que não souberam informar. De acordo com o Centro de Informações sobre os Medicamentos (2003), os idosos é a classe que mais consome medicamentos, pois o uso simultâneo de várias classes terapêuticas que se trata da polifarmácia, é o que mais acomete

as interações medicamentosas pelo uso crônico desses medicamentos, que pode levar a doenças cardiovasculares, distúrbios mentais, alterações fisiológicas entre outras. Conclusão: Portanto os discursos construídos mostraram-se coerentes com a realidade da incidência da automedicação na Farmácia Avenida na cidade de Mauriti-CE, pois através desta pesquisa, identificou-se que os participantes confirmaram a administração de medicamentos sem consulta médica. A prática da automedicação relacionada à mudança de hábitos pode ser adquirida através do aperfeiçoamento dos sistemas de saúde, oferecidos á população que pode ser viabilizada por intervenções sócioeducativas permanentes, sendo essencial a readequação de comportamentos á respeito da automedicação para uma evolução sociológica e cultural. Dessa forma o profissional farmacêutico deve protagonizar estas ações, visto que a atenção e assistência farmacêutica é manter a segurança e eficácia ao qual o individuo é submetido e com isso promover o uso racional de medicamentos. Referências: ALMEIDA, A. R.; SANCHES, M. Y. A.; ROCHA, N. M. A. [INTERNET] Automedicação e autoprescrição: Um estudo piloto sobre o perfil e os possíveis agentes influenciadores dos consumidores de Medicamentos alopáticos da região de São Bernardo do Campo - SP, 2010. Disponível em:<https://encipecom.metodista.br/mediawi ki/images/c/c4/estudo_piloto_-dilson.pdf> Acesso em: 20 maio. 2013. ANGELUCCI, M. E. M.; MACHADO, H. B.; TREBIEN, H. A.; OHI, M.; VITAL, M. A. B. F. Riscos da Automedicação. Curitiba: Fundação da Universidade Federal do Paraná, 2005. ALMEIDA, A. R.; SANCHES, M. Y. A.; ROCHA, N. M. A. [INTERNET] Automedicação e autoprescrição: Um estudo piloto sobre o perfil e os possíveis agentes influenciadores dos consumidores de Medicamentos alopáticos da região de São Bernardo do Campo - SP, 2010. Disponível em: <https://encipecom.metodista.br/mediawiki/i mages/c/c4/estudo_piloto_-dilson.pdf> Acesso em: 20 maio. 2013. ANGELUCCI, M. E. M.; MACHADO, H. B.; TREBIEN, H. A.; OHI, M.; VITAL, M. A. B. F. Riscos da Automedicação. Curitiba: Fundação da Universidade Federal do Paraná, 2005. BORTOLETTO, M. É.; BOCHNER, R. Impacto dos medicamentos nas intoxicações humanas no Brasil. Cad. Saúde Pública, n. 15-4, p: 859-869, 1999. BORTOLON, P. C.; KARNIKOWSKI, M. G. O.; ASSIS, M. Automedicação versus indicação farmacêutica: o profissional de farmácia na atenção primária à saúde do idoso. Revista APS, v.10, n.2, p. 200-209, 2007.

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