USO DE SILÍCIO EM RECOBRIMENTO DE SEMENTES NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA

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Transcrição:

USO DE SILÍCIO EM RECOBRIMENTO DE SEMENTES NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA Lennis Afraire Rodrigues (1), Charline Zaratin Alves (2), Eric Fabiano Seraguzi (3), Jeferson Luis Anselmo (4), Marcelo Valentini Arf (4), Alfredo Riciere Dias (4), Rafael Gonçalves Vilela (4) Introdução O milho é um dos principais cereais cultivados no Brasil (FORNAZIERI, 1999), sendo seu cultivo realizado em duas épocas; primeira e segunda safra, também chamada de safrinha. O cultivo na safrinha é visto como secundário, com o qual se empenha menos tecnologia e visa menores gastos, devido ao alto risco por conta das condições de condução. Sabendo que o milho tem alta sensibilidade ao estresse hídrico, o seu potencial produtivo é afetado sensivelmente pela disponibilidade de água (MAGALHÃES et al., 2009), pois o período em que é conduzido coincide com condições climáticas instáveis, muitas vezes com baixos índices pluviométricos. Em resposta a esta problemática, existe a possibilidade de utilização de fontes de silício, pois já é sabido que quando este elemento é disponibilizado para as gramíneas, há um acúmulo de sílica amorfa (Si 2.nH 2 O) na parede celular dos órgãos de transpiração, levando à formação de uma dupla camada de sílica-cutícula (MA; YAMAJI, 2006). Essa camada apresenta relação positiva com a redução da transpiração pela planta (BARBOSA FILHO et al., 2001), diminuindo a quantidade de água evapotranspirada ao longo do ciclo, tornando a planta menos exigente em água. Vários autores trabalham com silício almejando identificar seus efeitos benéficos sobre as plantas, na cultura do milho esses estudos se concentram principalmente em 1 Engenheira Agrônoma, Mestranda em Agronomia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Chapadão do Sul. Endereço: Ant. Estrada para Faz. Campo Bom, 79560-000 Chapadão do Sul, MS. lennisrodrigues@gmail.com 2 Engenheira Agrônoma, Dr a., Professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Chapadão do Sul, MS. 3 Graduando em Agronomia, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Cassilândia, MS. 4 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador/Consultor, Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Chapadão, Chapadão do Sul, MS. [1]

manejo de pragas e doenças, devido a resistência mecânica atribuída às células vegetais. Deixando uma lacuna com relação à indução de resistência ao estresse hídrico nas fases iniciais da cultura do milho, utilizando o recobrimento de sementes. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi analisar o efeito do silício no desenvolvimento inicial e produtividade da cultura de milho safrinha, aplicado via recobrimento de sementes. Material e Métodos O trabalho foi conduzido na área experimental da Fundação Chapadão em cultivo safrinha/2013, no município de Chapadão do Sul-MS, localizado nas coordenadas geográficas, Latitude: 18 41 33 sul e Longitude: 52 40 45 oeste. As sementes de milho utilizadas foram de híbrido simples CD3501 Hx, empregado na região para o cultivo safrinha, com alto potencial produtivo. A semeadura foi realizada após o recobrimento das sementes de milho com diferentes doses do produto comercial Microton ; este produto contém 26% de Si e 1,9% de CaO proveniente de filossilicatos. Foram dispostas 3 sementes por metro em espaçamento entre linhas de 0,45 metros. Na adubação de base utilizou-se 154 kg ha -1 de MAP, 80 kg ha -1 de P, formulado 11-52-00, fez-se também adubação de cobertura com 100 kg ha -1 de Ureia em estádio V6 da cultura. O experimento foi realizado em blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições, sendo constituído por doses de Microton (0, 5, 10, 15 e 20 g de Microton.Kg -1 de semente) via recobrimento das sementes. Cada parcela foi composta de sete linhas de onze metros de comprimento, totalizando 34,65 m 2 por parcela, considerando as três linhas centrais de área útil para a coleta dos dados. Durante a condução da cultura foi necessário se fazer o controle de pragas e doenças utilizando os seguintes produtos e dosagens Connect (100 ml ha -1 ) em estádio V2; Rimon (150 ml ha -1 ), Lannate em V4 (1000 ml ha -1 ), Belt (100 ml ha -1 ), Methomex (800 ml ha -1 ) em V5; Rimon (150 ml ha -1 ) em V6 e Opera (500 ml ha -1 ) em R1. As estimativas de estande da cultura foram realizadas aos 2 e 7 dias após a emergência, com contagem de plântulas emergidas por metro. Foram feitas também coleta diária de dados pluviométricos e climáticos, a fim de se avaliar as condições em que a [2]

cultura foi conduzida. O desenvolvimento da cultura foi acompanhado com aferição do comprimento das plantas aos 30 dias após a emergência. A produtividade foi calculada com base na colheita das três linhas centrais de cada parcela em 4 metros de comprimento, determinou-se também a massa de 100 grãos, e a umidade dos grãos foi corrigida para 14%. Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e regressão polinomial utilizando o programa estatístico SISVAR - Versão 5.3. (FERREIRA, 2000). Resultados e Discussão Não houve diferença significativa na avaliação de estande de plântulas de milho recobertas com doses crescentes de silício tanto para contagem realizada aos 2 dias após a emergência, quanto em contagem realizada aos sete dias após a emergência (Tabela 1). Tavares et al. 2011, ao testar o recobrimento de sementes de trigo com cinco doses distintas do produto comercial Microton como fonte de silício (26%), não observaram diferenças significativas quanto a porcentagem total de sementes geminadas e também para primeira contagem de germinação. Tabela 1. Análise de variância e médias de estande aos 2 e 7 dias após a emergência (número de plantas por metro) e altura de plantas aos 30 dias após a emergência (cm), do híbrido de milho CD3501 Hx utilizando o recobrimento de semente com diferentes doses de Microton, produto fonte de silício, cultivado em safrinha. Tratamentos Número de plantas Produto Dose (g.kg -1 de semente) 2 DAE 7 DAE Altura de plantas (cm) 1- Testemunha - 2,4 2,5 55,9 2- Microton 5 2,4 2,5 53,0 3- Microton 10 2,5 2,5 58,3 4- Microton 15 2,3 2,6 58,7 5- Microton 20 2,5 2,6 52,5 Valores de F Tratamento 0,835 ns 1,442 ns 1,133 ns Blocos 4,015* 1,635 ns 1,420 ns Coeficiente de variação (%) 7,45 4,58 9,79 ns As doses dos tratamentos não se enquadram em regressão linear e quadrática. [3]

Na avaliação de altura de plantas aos 30 dias após a emergência observou-se a não significância das doses de silício no desenvolvimento em altura da planta; entretanto, as doses de 10 e 15 g de Microton kg -1 de semente, apresentaram as maiores médias (Tabela 1). Dados semelhantes foram obtidos por Rufino (2010) que ao avaliar altura de plantas de soja observou a não interferência do uso de cálcio, magnésio e silício no recobrimento das sementes. A massa de 100 grãos (g) e produtividade (Kg ha -1 ) não foram influenciadas pelo recobrimento das sementes de milho com diferentes doses de silício, sendo apresentados somente os valores absolutos (Tabela 2). Estes dados não corroboram com os obtidos por Barbosa filho et al. (2001) que obtiveram resposta positiva no rendimento de grãos de arroz sequeiro utilizando silicato de cálcio. Tabela 2. Análise de variância e médias de Produtividade (kg.ha -1 ) e massa de 100 grãos do híbrido de milho CD3501 Hx utilizando o recobrimento de semente com diferentes doses de Microton, produto fonte de silício, cultivado em safrinha. Tratamentos Massa de 100 Produtividade Dose Produto grãos (g) (Kg.ha -1 ) (g.kg -1 de semente) 1- Testemunha - 28,9 3734,0 2- Microton 5 30,9 3118,2 3- Microton 10 30,8 4056,5 4- Microton 15 31,6 3801,7 5- Microton 20 31,2 4080,9 Valores de F Tratamento 1,058 ns 2,192 ns Blocos 0,316 ns 0,279 ns Coeficiente de variação (%) 10,43 17,07 ns As doses dos tratamentos não se enquadram em regressão linear e quadrática. Os dados de produtividade foram drasticamente afetados pelas condições climáticas, pois a cultura sofreu estresse hídrico severo, mais rigoroso do que o habitual para a região, observado na figura de dados climáticos dos em que o experimento foi conduzido (Figura 1). Desta forma, a cultura não obteve o mínimo de água exigido, que se situa entre 350 e 500 mm (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004) para o seu ideal desenvolvimento vegetativo e rendimento produtivo. [4]

Figura 1. Dados Climáticos durante a condução do experimento. Mesmo o elemento tendo efeito em situações de estresse, condições extremamente críticas não favorecem a ação do produto, ou seja, as condições devem ser mínimas para o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, visto que a água é essencial para a cultura. Conclusões Não houve efeito do uso de Microton, como fonte de silício, no estabelecimento de estande aos 2 e 7 dias após a emergência, altura de plantas, massa de 100 grãos e produtividade de milho cultivado em safrinha. Devido às condições climáticas adversas é necessário que haja mais estudos relacionados ao uso de produtos silicatos no cultivo do milho safrinha. [5]

Referências BARBOSA FILHO, M. P.; SNYDER, G. H.; FAGERIA, N. K.; DATNOFF L. E.; SILVA, O. F. Silicato de cálcio como fonte de silício para o arroz de sequeiro. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.25, p.325-30, 2001. FANCELI, A. L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho. Guaíba, Agropecuária. 260 p. 2004. FORNAZIERI, A. J. Manual Brasil agrícola: principais produtos agrícolas. São Paulo Editora: Ícone, 1999. 527 p. MA, J. F.; YAMAJI, N. Silicon uptake and accumulation in higher plants. Trends in Plant Science, v.11, p.392-397, 2006. MAGALHÃES, P. C.; ALBUQUERQUE, P. E. P. de.; KARAM, D.; CANTÃO, F. R. O. Caracterização de plantas de milho sob estresse hídrico. Sete Lagoas: MAPA/Embrapa Milho e Sorgo, 2009. 6p. (Circular Técnica, 16). RUFINO, C. de A. Aplicação de cálcio e silício nas sementes de soja. Dissertação de Mestrado UFPEL. Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. 2010. SILVA, F. de A. S. e.; AZEVEDO, C. A. V. de. Principal Components Analysis in the Software Assistat - Statistical Attendance. In: World Congress on Computers in Agriculture, 7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009. TAVARES, L. C.; DORR, C. S.; BRUNES, A. P.; BARROS, A. C. S. A.; MENEGHELLO, G. E. Alterações enzimáticas em sementes de trigo recobertas com silício. In: Congresso de Iniciaçao Cientifica, 12., 2011, Pelotas. Anais... Pelotas: UFPEL, 2011. [6]