lllllll III III «11««I"" ""'""" " " A/478420 MARGARIDA VICTÓRIA AMORES DA CADELA «PURA» VOLUME II 2." Edição Memórias da Marquesa de Jácome Corrêa BERTRAND EDITORA Chiado 2004
índice Testemunho 7 Nota prévia 9 Capítulo I «Frequentei coisas que nem sabia que existiam em Lisboa e progredi imenso na minha cultura artística.» 11 Capítulo II «Um belo dia recebo um telegrama do Cairo; foi uma alegria!» 14 Capítulo III «Senti uma amargura imensa, uma grande aflição ao ver a espécie de pai que tinha dado aos meus filhos.» 17 Capítulo IV «Eu não podia ir a Paris, estava ainda casada e não podia passar a fronteira sem autorização.» 19 Capítulo V «Eu julgava sonhar, mas tudo se conjugava para que aquilo fosse uma realidade!» 21 Capítulo VI «Olhou para mim com ar interessado e exclamou: Não há dúvida, tens uma intuição muito grande, não me enganei a teu respeito!» 24 Capítulo VII «Ele gostava muito de ir comigo à Galerie Romanet. Era muito amigo do dono.» 26 Capítulo VIII «Ele tocava em tudo com amor e ternura e dizia: O nosso apartamento será um dos mais requintados de Paris.» 30 Capítulo IX «Ele tinha a preocupação de ocupar e cultivar o meu espírito, dizendo que, sem isso, a vida não tinha interesse.» 32 Capítulo X «O nosso apartamento ia enriquecendo duma forma espantosa pela rapidez, mas também os milhões desapareciam a, olhos vistos.» 34
184 MARGARIDA VICTÓRIA Capítulo XI «Comecei a ter grande convivência com Côrtes-Rodrigues. Ia muitas vezes lá jantar e ficávamos, até tarde, em grande conversa.» 37 Capítulo XII «A minha vida em Paris continuava cheia de interesse. O Edmond era sempre solícito comigo.».. 39 Capítulo XIII «Confesso que sempre que ele me falava em negócios, sentia um mal-estar grande; a maneira como ele expunha os assuntos arrepiava-me.» 43 Capítulo XIV «Surgiu então uma coisa profundamente desagradável e que levantou uma grande dúvida no meu espírito.» 45 Capítulo XV «O Eduardo Jorge dançava bem e muitas vezes íamos dançar em grupo ou acompanhados da Julieta, mas unicamente pelo prazer da dança.» 47 Capítulo XVI «Mal sabia Edmond que nunca mais me tocaria. Desde esse momento foi a verdadeira ruptura entre nós.» 49 Capítulo XVII «Caí numa descrença pavorosa; estava profundamente desiludida; pressentia grandes arrelias...» 53 Capítulo XVIII «Tinha, por vezes, a impressão que uma fada má, com a sua varinha de condão, havia transformado o meu sonho de amor e beleza num pesadelo infernal, mau e perverso.» 55 Capítulo XIX «Era o princípio do Verão. Disse ao Leopoldo que precisava afastar-me de tudo por uns tempos antes de principiarmos o ataque.» 57 Capítulo XX «A minha convivência com Côrtes- -Rodrigues foi aumentando cada vez mais e, com isso, senti um grande conforto num momento de grande derrocada da minha vida.» 59 Capítulo XXI «Paris naquela altura pareceu-me cínica e perversa.» 63 Capítulo XXII «Não havia mais contos de fadas nem sonhos de amor; a vida de beleza e requinte que eu tinha levado em Paris estava irremediavelmente perdida.» 66 Capítulo XXIII «Julguei encontrar em Côrtes-Rodrigues o amigo humano e compreensivo com quem desabafaria à vontade.» 68
AMORES DA CADELA «PURA» 185 Capítulo XXIV «Eu estava completamente desiludida e só pensava em que o que seria correcto era um regresso às origens.» 70 Capítulo XXV «Gostava de conviver com ele: tudo era simples, calmo e repousante.» 72 Capítulo XXVI «Parece incrível, mas. nunca tinha ouvido semelhante coisa e eu julgava que uma mulher se limitava a beijar e abraçar o homem, ter relações, mas nada mais.» 74 Capítulo XXVII «Côrtes-Rodrigues, nas horas em que vinha para a Fajã, fez dos seus poemas mais lindos. Foi o mais espontâneo e natural possível!» 76 Capítulo XXVIII «Perguntei-lhe porquê tanta amargura; disse-me que era feita de mágoa, talvez pela sua vida instável e de preocupação constante.» 79 Capítulo XXIX «Para mim foi tão boa e agradável essa companhia que ele passou a fazê-lo todas as noites...»... 81 Capítulo XXX «De repente, como se fosse um dilúvio, eu e Côrtes-Rodrigues estávamos cobertos de água.» 84 Capítulo XXXI «A minha vida continuava na mesma com o Côrtes-Rodrigues. Um dia disse-lhe que achava melhor casarmos.» 86 Capítulo XXXII «Com a minha maneira de ser livre e independente eu feria a minha família materna nos seus preconceitos e tradições!» 88 Capítulo XXXIII «O estado de espírito de Côrtes- -Rodrigues não era para animar ninguém: era absolutamente um homem derrotado!» 92 Capítulo XXXIV «E eu só desejava que os dias e noites se passassem assim para que eu me evadisse de mim própria e dos meus problemas...» 94 Capítulo XXXV «Não podia admitir que aquele homem falhasse em tudo aquilo que eu tinha idealizado a seu respeito!» 97 Capítulo XXXVI «Comecei a pensar e a tentar analisar- -me, pois o que se passava era sintomático e alarmante.» 100 Capítulo XXXVII «Muitas vezes me exasperei com a atitude dele, evocando Deus a toda a hora e momento.»... 102
186 MARGARIDA VICTÓRIA Capítulo XXXVIII «Com o processo e tudo o que se lhe seguiu, eu recebi um tremendo choque psíquico que só eu senti.» 104 Capítulo XXXIX «Um dia recebi uma mensagem telefónica do Bispo de Angra e dos Açores.» 107 Capítulo XL «Cumpriu-se aquilo que eu tinha determinado que seria melhor para a minha vida.» 109 Capítulo XLI «Sem eu dar por isso, estava sempre em contradição com o meu marido...» 111 Capítulo XLII «Estive para abrir a porta e entrar, de assustada que estava. Não o fiz. Sabem quem era? António Valdemar!» 113 Capítulo XLIII «Devo dizer que quando parti de S. Miguel estava convencida que tinha a mesma doença de fígado de meu pai, uma cirrose.» 114 Capítulo XLIV «Nessa ocasião, um grande almoço no Hotel Avis, em homenagem a Côrtes-Rodrigues, promovido pelo SNI, através de Ramiro Valadão.» 117 Capítulo XLV «Foi o fim do mundo naquele quarto de hotel. Mandei-o sair, ao que ele acedeu, silenciosamente, sem qualquer problema.» 120 Capítulo XLVI «Essa estadia em Paris foi um horror. A minha susceptibilidade era tanta que chorava a torto e a direito.» 123 Capítulo XLVII «Mantive o que tinha decidido em Paris: vivíamos como dois amigos que se não entendem para além disso.» 125 Capítulo XLVIII «Passados uns dias eu partia para Lisboa com os meus filhos para que o pai os visse.» 127 Capítulo XLIX «Meu marido, por seu lado, só desejava estar em sua casa preferindo passar até lá algumas noites, o que eu achava óptimo.» 129 Capítulo L «De resto, para isso tive de comprar jóias, pratas e móveis, pois não herdei nada disso.» 131 Capítulo LI «Como eu era proprietária de muito terreno, quer na parte alta, quer na parte baixa da Ilha, isso era o ideal para ter gado.» 133 Capítulo LII «Resolvemos fazer o nosso casamento de sangue. A minha casa estava um sonho: parecia um conto das Mil e Uma Noites!» 135
AMORES DA CADELA «PURA» 187 Capítulo LIII «Do continente foram muitos médicos de grande nome, oficiais, imensas tropas. Vivia-se num mundo muito irreal.» 138 Capítulo LIV «Vivia-se num mundo com muito interesse, difícil de encontrar de novo.» 140 Capítulo LV «No dia seguinte recebia um recado de minha mãe, perguntando-me se podia ir a minha casa com o que concordei plenamente.» : 143 Capítulo LVI «Subitamente, com Domingos Monteiro no seu escritório da Gulbenkian.» 145 Capítulo LVII «Com grande surpresa minha, Domingos fez ouvidos de mercador e apesar dos meus pedidos, não fez nunca qualquer menção de ir a S. Miguel.» 147 Capítulo LVTII «Desde essa noite Vitorino mostrou-se interessado por mim, sem que manifestasse, porém, nenhum sentimento especial.» 148 Capítulo LIX «Um dia, Vitorino entrou em casa e veio buscar-me para irmos à joalharia Torres.» 150 Capítulo LX «No dia seguinte não se falava noutra coisa. Tenho a impressão que causámos mais sensação do que o Presidente da República.» 153 Capítulo LXI «Surgiu o momento em que, em Lisboa, resolveram fazer uma reportagem sobre Vitorino Nemésio, mas na sua ilha Terceira.» 156 Capítulo LXII «De vez em quando, eu era submetida a um interrogatório assaz bizarro.» 159 Capítulo LXIII «Vitorino adorava aquele refúgio, como ele lhe chamava. Para ele aquela casa era o paraíso.» 162 Capítulo LXIV «O que prevalecia na minha personalidade era, de facto, a grande sensualidade, a busca de meiguice e uma enorme carência de ternura.» 165 Capítulo LXV «Tratava-se de uma reunião muito séria a respeito da nossa situação de açorianos perante um continente tão desnorteado.» 167 Capítulo LXVI «Natália apareceu imediatamente. Houve grande reunião em minha casa, só com os principais da FLA.» 170
p 188 MARGARIDA VICTÓRIA Capítulo LXVII «Natália não se igualava a ninguém: o seu estar na vida era único!» 172 Capítulo LXVIII «Infelizmente, o destino decidiu cortar com essa amizade e de uma forma muito estúpida.» 174 Capítulo LXIX «Três poemas de Vitorino fora do nosso caderno» 175 Capítulo LXX «Ele quis ser enterrado em Coimbra. Fui acompanhá-lo no carro funerário.» 178 Capítulo LXXI «O mundo acabou para mim com a perda de Vitorino.» 180