ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - GEOPROCESSAMENTO EVOLUÇÃO DA MANCHA URBANA DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA, PARÁ.

Documentos relacionados
ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - GEOPROCESSAMENTO ALTERAÇÕES ESPACIAIS NO USO E COBERTURA DO SOLO ENTRE OS ANOS DE 2011 E 2014 EM ALTAMIRA- PA.

Técnicas de Sensoriamento Remoto na análise temporal para a gestão territorial do município de Timon-MA

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Análise Temporal De Uso/Cobertura Do Solo Na Bacia Da Represa Do Rio Salinas, Minas Gerais

Anais VI Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto - Geonordeste, Aracaju, SE, Brasil, 26 a 30 de novembro de 2012, UFS.

CARACTERIZAÇÃO DAS APP S DOS CÓRREGOS INSERIDOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE GURUPI TO

A EVOLUÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO DA MICRORREGIÃO DE ALTAMIRA, NO ESTADO DO PARÁ

Alterações no padrão de cobertura da terra na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro/RJ nos anos de 1985 e DOMINIQUE PIRES SILVA

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

MAPEAMENTO DO USO DA TERRA E DA EXPANSÃO URBANA EM ALFENAS, SUL DE MINAS GERAIS

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - GEOPROCESSAMENTO

MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO KARAMACY - ITAPEVA/SP.

ANALISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS OBTIDAS ATRAVÉS DE SATÉLITES NO AUMENTO DA DENGUE: ESTUDO DE CASO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, MS.

RECORTES. A mancha da violência. #violência. nas pequenas cidades brasileiras. Outubro/2017

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA MICROBACIA DO CÓRREGO MATRIZ-GO, BRASIL

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - ECONOMIA AMBIENTAL

Dinâmica da paisagem e seus impactos em uma Floresta Urbana no Nordeste do Brasil

ANÁLISE ESPACIAL DO DESFLORESTAMENTO E DA TRANSMISSÃO DA MALÁRIA

DESENVOLVIMENTO DA COLETÂNEA DE MAPAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NEGRO-RS

USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA- MG ATRAVÉS DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

ANÁLISE DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS PB: SÉRIE HISTÓRICA DE 1911 À 2016

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO (X) PARCIAL ( ) FINAL

Sistemas de Monitoramento do Desmatamento

ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO E DA URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SOUSA-PB NO PERÍODO DE 1984 A 2016

Carlos Souza Jr., Adalberto Veríssimo & Anderson Costa (Imazon) RESUMO

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

URBISAmazônia ANEXO N. Convênio URBISAmazônia, Reg. FUNCATE nº: /11

CASA REGIONAL DE MEMÓRIA: UM COMPLEXO MUSEÓLOGICO NA TRANSXINGU

Ofício nº. 45/2012. Belém (PA), 07 de maio de 2012.

LISTA DE EXERCÍCIOS SOBRE CARTOGRAFIA GERAL. 1) Sobre o sistema de coordenadas de localização, julgue os itens a seguir:

ANÁLISE DE SÉRIE HISTÓRICA DE PRECIPITAÇÃO. ESTUDO DE CASO: PRINCESA ISABEL PB

Risco de Desmatamento

ANÁLISE TEMPORAL DO REGIME FLUVIOMÉTRICO DO RIO PIANCÓ AO LONGO DE 41 ANOS: ESTUDO DE CASO DA ESTAÇÃO PAU FERRADO

AVALIAÇÃO TEMPORAL DA COBERTURA E USO DA TERRA NA BACIA DO RIO VERDE, MICRORREGIÃO DE CERES GOIÁS, EM 1998, 2008 E 2018

Análise da dinâmica espacial da área de soja em municípios do Mato Grosso por meio de imagens do sensor MODIS 1. INTRODUÇÃO

PROJETO XINGU CONECTADO

Mapeamento do uso do solo da Floresta Estadual do Amapá- Flota-AP e de seu entorno

Monitoramento de Queimadas e Incêndios na Região do Parque Estadual do Jalapão em 2011, 2012 e 2013

ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

II Semana de Geografia UNESP / Ourinhos 29 de Maio a 02 de Junho de 2006

PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL DO XINGU

LISTA DE EXERCÍCIOS. Aluno(a): nº Série:

Sensoriamento Remoto e Qualidade da Água

city, due to heavy rains, thus making this study many important for the better monitoring and

FILTROS PARA EXTRAÇÃO DE BORDAS: UM ESTUDO PRELIMINAR PARA A ÁREA DO RESERVATÓRIO DE ITAPARICA

Projetos Telebras. Encontro de Provedores NORTE /05/2016

Transparência Florestal

O PROJETO MUTIRÃO DE REFLORESTAMENTO E SEUS EFEITOS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Cartografia e XXVI Exposicarta 6 a 9 de novembro de 2017, SBC, Rio de Janeiro - RJ, p.

AVALIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICIPIO DE CACOAL/RO NO PERÍODO DE 20 ANOS (1992 A 2011).

ANÁLISE TEMPORAL DAS ÁREAS DE EXPANSÃO DE REFLORESTAMENTO NA REGIÃO DO CAMPO DAS VERTENTES-MG

Migração Intrametropolitana: um estudo comparativo entre as Regiões Metropolitanas do Nordeste (Fortaleza, Recife e Salvador)

AS CHUVAS E A PRODUÇÃO DE CACAU EM MEDICILÂNDIA, PARÁ RESUMO

ANÁLISE DOS INDICES PLUVIÓMETRICOS NO RESERVATÓRIO HIDRICO NO SEMIÁRIDO

CLIMA URBANO E PARÂMETROS ATMOSFÉRICOS. Mestre, docente do Curso de Geografia, UnU de Itapuranga UEG.

ANÁLISE DE EXPANSÃO URBANA E ADENSAMENTO POPULACIONAL DAS CIDADES PARAENSES. Renata Maciel Ribeiro¹

PROCESSAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS DE SATÉLITE PARA CARACTERIZAÇÃO DE USOS DO SOLO

EVOLUÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO DE MATA NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBÁ - ES

SÍNTESE. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva.

Risco de Desmatamento

Distribuição Da Precipitação Média Na Bacia Do Riacho Corrente E Aptidões Para Cultura Do Eucalipto

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DE UM RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO EM PERÍODOS DE SECA E CHEIA NO SEMIÁRIDO TROPICAL

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA MAXVER E DISTÂNCIA MÍNIMA NA ANÁLISE DO USO E COBERTURA DO SOLO NA REGIÃO DO ALTO ARAGUAIA

BELO MONTE E SEUS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

SENSORIAMENTO REMOTO NO ESTUDO DAS ÁREAS URBANAS

¹ Graduandos em Geoprocessamento IFPI.

MAPEAMENTO DO USO E COBERTURA DO SOLO DE DOIS VIZINHOS-PR NOS ANOS DE 1984 E 2011 ATRAVÉS DE IMAGENS ORBITAIS TM/LANDSAT 5

ANÁLISE TEMPORAL DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO ASSENTAMENTO RURAL GRANDE VITÓRIA

Semana de Estudos da Engenharia Ambiental UNESP Rio Claro, SP. ISSN

S inônimo de vida, a floresta alimenta

Estimativa Populacional a Partir de Superfícies Impermeabilizadas: Uma análise exploratória para Amazônia e Vale do Paraíba

Figura 10- Mapa da Planície de Inundação para a cota de 15 m, nas proximidades da cidade de Propriá.

SUBMISSÃO DE PROJETOS - PDRSX

EXPANSÃO AGROPECUÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS, TOCANTINS.

Cartografia do desmatamento na região Oeste do Pará

Laboratório 2. Disciplina. Introdução ao Geoprocessamento SER 300. Prof. Dr. Antonio Miguel Vieira Monteiro

RECURSOS HÍDRICOS ESTUDO DAS FORMAS DE OCUPAÇÃO DAS APPs DE PARTES DO RIO URAIM PARAGOMINAS-PA.

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

Mapeamento do uso do solo para manejo de propriedades rurais

LABORATÓRIO 1 MODELAGEM DA BASE DE DADOS

Ecologia de Paisagem Conceitos e métodos de pesquisa 2012

GESTÃO DA DENSIFICAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO FRENTE AOS RISCOS GEOLÓGICOS: UM ESTUDO DE CASO NA AMAZÔNIA ORIENTAL

ESTRUTURAÇÃO URBANA DE LIMEIRA-SP EM ÁREAS DE EXPANSÃO NO PERÍODO DE 1989 à Denise Rossini 1 Celina Foresti 2

CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO KARAMACY, ITAPEVA SP

Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental da Região de Integração Xingu. Eduardo Costa Diretor-Presidente da FAPESPA

Caracterização do Regime Mensal de Chuvas na Mesorregião do Nordeste do Estado do Pará com Auxílio de um Sistema de Informações Geográficas (SGI).

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO PORTO ORGANIZADO DE ÓBIDOS

MODELAGEM E CRIAÇÃO DE BANCOS DE DADOS

O crescimento urbano e suas implicações na água subterrânea: o exemplo de Mirassol/SP

ANÁLISE DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRINHAS PB A PARTIR DE SÉRIES HISTÓRICAS

Uso da terra na bacia hidrográfica do alto rio Paraguai no Brasil

Área verde por habitante na cidade de Santa Cruz do Sul, RS

¹ Estudante de Geografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estagiária na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

EXPRESSÔES DO URBANO NA AMAZÔNIA: INTENSIDADES DE URBANO EM UM TRECHO DA RODOVIA TRANSAMAZÔNICA

APLICAÇÃO DE UM MÉTODO MULTIVARIADO PARA GERAÇÃO DE SUPERFÍCIES DE DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL

Seminário. do Xingu SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

Amazônia Legal. Resumo. Estatística de Desmatamento

INFLUÊNCIA DE ANO DE LA NINÃ (1996), EL NINÕ (1997) EM COMPARAÇÃO COM A PRECIPITAÇÃO NA MUDANÇA DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO MUNICIPIO DE TERESINA PIAUÍ

ANÁLISE TEMPORAL DO REGIME PLUVIOMÉTRICO NO MUNICÍPIO DE CATOLÉ DO ROCHA-PB

Transcrição:

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - GEOPROCESSAMENTO EVOLUÇÃO DA MANCHA URBANA DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA, PARÁ. DAVIELITON MESQUITA PINHO, GUSTAVO CARVALHO SPANNER, GENILSON SANTANA CORNÉLIO, JOSÉ ANTÔNIO HERRERA, ALAN NUNES ARAÚJO O conhecimento acerca das transformações na área urbana de um município no tempo é fundamental para um planejamento adequando de politicas públicas. O presente estuda objetivou estudar a evolução da mancha urbana da cidade de Altamira, Pará. Foram utilizadas 5 imagens, sendo distribuídas entre o Landsat 5 TM e 8 OLI (15/06/1986, 04/07/1996, 26/06/2006 e 23/08/2015), onde foi feito a composição de bandas, o recorte e a classificação supervisionada. O maior crescimento ocorreu no período de 2011 a 2015 com 78,76 % de incremento em área, sendo um desses fatores a construção da UHE Belo Monte. O padrão de crescimento da mancha urbana foi no sentido norte se contrapondo ao rio Xingu (barreira física), no sentido leste-oeste em paralelo as vias que dão acesso a cidade. Foi possível perceber que o crescimento da mancha urbana também seguiu os cursos de águas. Palavras-chave: Infraestrutura, ocupação irregular; geoprocessamento. INTRODUÇÃO O município de Altamira está compreendido na região fisiográfica do Vale do Xingu, pertencendo a Mesorregião do Sudoeste Paraense, formando com Anapú, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu, a Microrregião de Altamira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Altamira, hoje considerado o maior município do País em extensão territorial, tem sua fundação a partir do Coronel Gayoso como explica UMBUZEIRO, 2012:

O fundador da cidade de Altamira foi Raymundo José de Souza Gayoso, [...] conhecido como Coronel Gayoso, na data de 2 de abril de 1883. A data de 2 de Abril, tem como referencia o dia do término da construção da estrada de Gayoso, quando o desbravador chegou à foz do Igarapé Ambé e aqui se instalou. Gayoso denominou o local de Fortaleza (que depois passou a ser chamado de Forte Ambé) e seus escravos foram alojados rio acima, onde se formou posteriormente o núcleo urbano de Altamira [...] (UMBUZEIRO, 2012, p.57). No entanto, foi somente a partir de 1911 que Altamira se consolidou através da Lei Estadual n 1.234 um município de fato. A partir daí, Altamira foi se consolidando com um pequeno espaço urbano que aglutinava suas atividades econômicas em relação direta com o rio. As mudanças ocorridas no território amazônico pelas políticas desenvolvimentistas do Governo Militar na década de 1970, com um projeto de colonização desenvolvida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), reforçaram as migrações, sobretudo, da região Nordeste, e somaram a concentração populacional, o número de cidades e as transformações no uso e ocupação dos territórios amazônicos. Atualmente, vivemos o momento de um processo de territorialização no município de Altamira, proveniente de grandes investimentos públicos em infraestrutura que estão sendo implementados como elemento das políticas de desenvolvimento regional da Amazônia: A Usina Hidrelétrica de Belo Monte. É nesse contexto, que a Migração populacional proveniente de outras regiões brasileiras em busca de trabalho, somam a concentração demográfica no município ocasionando uma expansão acelerada da Mancha Urbana. OBJETIVOS Analisar e mensurar a evolução da expansão da mancha urbana do município de Altamira de 1986 a 2015. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado no município de Altamira, estado do Pará. A sede municipal tem as seguintes coordenadas: 03º 12 00 de latitude Sul e 52º 13 45 de longitude a Oeste

de Greenwich (IDESP, 2011). O município possui uma área total de 159.533,255 km² com uma população de 99.075 (IBGE, 2010). Segundo a classificação de Köppen o clima do município é do tipo equatorial Am e Aw. O primeiro, predominante na parte norte do município, apresenta temperaturas médias de 26 ºC, e precipitação anual, girando em torno de 1.680 mm, sendo que os meses mais chuvosos vão de dezembro a maio e, os menos chuvosos, de junho a novembro. Figura 1. Mapa de localização de Altamira-PA Para a análise proposta, foram utilizadas imagens dos sensores TM (Tematic Mapper) e do OLI ( Operational Land Imager) do satélite Landsat 5 e 8, respectivamente, da órbita 225 e ponto 62, obtidas via download gratuito do site do Serviço Geológico dos Estados Unidos, USGS. Na tabela 1, são apresentadas as datas das cenas, bem como indicando as plataformas e sensores responsáveis pela aquisição. Plataformas e Sensores Data de aquisição Fonte 15/06/1986 Landsat 5 TM 04/07/1996 Landsat 8 OLI 23/08/2015 26/06/2006 USGS, 2016

Tabela 1. Data das cenas e suas respectivos plataformas e sensores. Para a extração das informações das imagens de satélite foram utilizadas duas técnicas complementares. Na primeira delas realizou-se a composição das bandas 3, 4 e 5. No segundo momento o processamento principal ficou por conta da classificação supervisionada por região, que teve como objetivo principal a extração das manchas urbanas das imagens de 1986, 1996, 2006, 2011 e 2015. Utilizou-se o software Arcgis 10.2 para efetuar as composições e o ENVI 5.0 para as classificações, que foram de modo supervisionado, através do algoritmo de Máxima Verossimilhança (Maxver), deduzido por DAVIS (1978). Em seguida, essa máscara foi transformada em um arquivo shapefile com polígonos destas caracterizações, e posteriormente forma gerados os mapas, destacando apenas as regiões caracterizadas como mancha urbana de onde foram calculadas as áreas. Figura 2. Fluxograma de metodologias utilizadas para esse procedimento RESULTADOS Através do processamento dos dados dos mapas anuais da mancha urbana do município de Altamira, foi possível constatar e quantificar a expansão urbana ocorrida no período do estudo Na figura 3 é possível observar que a expansão urbana de Altamira foi maior no período entre 2006 a 2015. Uma das possíveis explicações para essa expansão expressiva durante esse

período está na pequena melhoria nas vias de acesso, que ocorreu aproximadamente em 2003, onde observa-se que há um maior adensamento latitudinal, ou seja, se afastando um pouco mais da fronteira com o rio. Este período irá se caracterizar por um amplo crescimento na parte norte da cidade, que com melhores condições de acesso permite um maior fluxo de serviços e produtos, favorecendo a migração para os centros urbanos. Figura 3. Evolução da expansão da mancha urbana em área Nos primeiros 10 anos analisados, entre 1986 e 1996, a mancha urbana apresentou um crescimento de aproximadamente 19,86%, o que afirma as relações ainda bem rudimentares no município. Após 10 anos, intervalo entre 1996 e 2006, houve um incremento em área de 3,5 km², correspondente a 50% da área anterior. Na figura 4 é possível visualizar essa expansão. A partir de 2006 até 2011, 9 anos, a mancha urbana avançou 65,90%, cerca de 6, 92 km². Contudo, nos últimos 4 anos, o que se observou foi um incremento bastante expressivo, 78,76 %, o equivalente a 13.72 km² (Figura 4), fato que causa preocupação na repercussão deste elevado aumento para o município. A cidade de Altamira é considerada um polo comercial que atende muitos munícipios, incluindo nesse raio de influência desde Pacajá, Anapú, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilância, Uruará, Porto de Moz até outros fora do eixo da BR-230, como São Félix do Xingu. Por tanto, diversos são os fatores que podem ter contribuído para a inclinação da reta a partir de 2006, como por exemplo, a criação de novos assentamentos nessa região, bem como a liberação de créditos para os assentados.

Em outro prisma, destaca-se a direção e o sentido do crescimento urbano, que se encontram limitados pela presença do rio Xingu ao sul, mas que seguem paralelos as estradas e rodovias que dão acesso a cidade, como pode ser visualizado na figura 5. Vale ressaltar, que Altamira está envolta de igarapés que podem ter contribuído para a dispersão do tecido urbano, principalmente ao considerar que nas periferias os serviços públicos básicos são escassos ou ineficientes, como por exemplo, a coleta de lixo, o saneamento básico, levando a ocorrência de ocupações indevidas, como em Áreas de Preservação Permanente, para que os cursos d águas recebam esses dejetos e os escoem para rios maiores. Figura 4. Direção e sentido dos vetores de crescimento da cidade de Altamira Outros fatores, como grandes obras de infraestrutura, influenciam diretamente na expansão urbana, dessa forma, alude-se a construção da 3ª maior hidrelétrica do mundo, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, de acordo com Saifi e Dagnino (2011) pode ser definido por um megaprojeto, tanto pelo tempo que durará sua execução, quanto pela quantidade de pessoas e municípios envolvidos. Nesse sentido, o relatório de Impacto Ambiental (ELETROBRÁS, 2009) destaca que nos períodos de pico das atividades previam a contratação de 18 mil empregos diretos e 23 mil empregos indiretos, o que já representaria um acréscimo de mais de 40% da

população da cidade quantificada no ano de 2010, e foi justamente nesse período que o tecido urbano de Altamira obteve crescimento considerável (Figura 4). Para melhor compreender como como esse processo ocorreu a figura 5 demonstra os mapas referentes a cada ano estudado. Figura 5. Mapas da expansão da mancha urbana referentes a 1986, 1996, 2006, 2011 e 2015.

CONCLUSÕES No presente estudo foi possível constatar uma evolução na mancha urbana do município de Altamira. O maior crescimento ocorreu no período de 2011 a 2015 com 78,76 % de incremento em área, sendo um desses fatores a construção da UHE Belo Monte. O padrão de crescimento da mancha urbana foi no sentido norte se contrapondo ao rio Xingu (barreira física), no sentido leste-oeste em paralelo as vias que dão acesso a cidade. Foi possível perceber que o crescimento da mancha urbana também seguiu os cursos de água. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebeu-se que através do monitoramento desse fenômeno de evolução da mancha urbana das cidades, pode-se evitar um crescimento desordenado, como ocorre em muitos lugares do Brasil, onde esse crescimento sem planejamento possibilita a construção de imóveis em áreas de risco (Morros, encostas, beiras de rios), em locais irregulares, como por exemplo, os diversos loteamentos que surgem em áreas de proteção ambiental (APP). Além do mais, o Sensoriamento Remoto e o geoprocessamento se apresentam como ferramentas eficazes para análise temporal. Sendo possível visualizar o crescimento da mancha urbana e calcular o tamanho da área em diferentes anos. REFERENCIAS PARÁ, Estatística Municipal Altamira. Governo do Estado, Secretária de Estado do Governo, Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP). Disponível em <http://www.idesp.pa.gov.br>. Acesso: 15 de maio de 2016.. BRASIL, Censo 2010. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em <http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php>. Acesso: 15 de maio de 2016. SWAIN, P. H., DAVIS, S. M. Remote sensing: the quantitative approach. New York: McGrawHill, 396 p. 1978. SAIFI, Ricardo De Sampaio; DAGNINO, Samira El. ANAIS DO I CIRCUITO DE DEBATES ACADÊMICOS. I. 2011, Brasília.; GRANDES PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO E

IMPLICAÇÕES SOBRE AS POPULAÇÕES LOCAIS: O CASO DA USINA DE BELO MONTE E A POPULAÇÃO DE ALTAMIRA, PARÁ. UMBUZEIRO, Antônio Ubirajara Bogea. Altamira e sua história / Antônio Ubirajara Bogea Umbuzeiro; Ubirajara Marques Umbuzeiro. -4 ed. Belém: Ponto Press, 2012. ELETROBRÁS. 2009. Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte: Estudo de Impacto Ambiental. Fevereiro de 2009. Centrais Elétricas Brasileiras (ELETROBRÁS). Rio de Janeiro, RJ. 36 vols.