Comportamento de Híbridos de Milho Comerciais Inoculados a Campo com o Fungo Stenocarpella maydis

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Transcrição:

Comportamento de Híbridos de Milho Comerciais Inoculados a Campo com o Fungo Stenocarpella maydis Eliza Gralak 1 ; Marcelo C. Mendes; Cacilda M. D. R. Faria; Diego A. Rizzardi; Omar Possatto Junior; Evandrei S. Rossi 1 Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Campus CEDETEG, Departamento de Agronomia, CEP 85.040-080, Guarapuava, PR, e-mail: elizagralak@yahoo.com.br. Palavras chaves: Zea mays, podridão de espiga, monocultura, plantio direto, grão ardido O milho (Zea mays) é uma cultura de grande destaque na região Centro Sul paranaense, haja vista seu grande potencial produtivo determinado pelas condições climáticas favoráveis e os crescentes incrementos na produtividade. A utilização de híbridos comerciais de milho para geração de novas populações em programas de melhoramento é uma prática muito comum e, dessa maneira, esses genótipos devem ser avaliados quanto às características de interesse, incluindo a resistência as principais doenças fúngicas. Em todo território onde a cultura do milho é cultivada as doenças se manifestam (SHURTLEFF, 1992). Dessa maneira, os fungos Stenocarpella maydis, Stenocarpella macrospora e Fusarium moniliforme, são os principais causadores das podridões do colmo e da espiga, ocasionando o que conhecemos como complexo grão ardido, que afetam diretamente de maneira negativa na qualidade sanitária do grão e na produtividade final. Uma queda na produtividade e nas características dos grãos colhidos está relacionada com a podridão branca da espiga, tamanho são as quantidades de fungos ocasionadores de podridão de espigas que sintetizam micotoxinas que podem influenciar o valor econômico do grão e um percentual nutricional da ração (Molin & Valentini, 1999). A maior intensidade de podridões de espiga geralmente acarreta uma maior incidência de grãos ardidos, e que são indesejáveis na comercialização, pela exigência das agroindústrias em adquirir matéria-prima de melhor qualidade. Na hora da entrega do produto final, uma porcentagem referente a presença de grão ardido é abatido do preço vigorante do mercado atual. (REIS et al., 2004). A região Sul possui condições ambientais ideais para a manisfestação e desenvolvimento de doenças estimuladas (incitadas) a Stenocarppela spp., com dias quentes, temperaturas durante o dia entre 25 a 27 ºC e noites com média entre 12 e 15 ºC. (PEREIRA, 1995). Citado por esse mesmo autor, várias são as diferenças de comportamento de genótipos quanto à resistência a podridão da espiga causada por Stenocarpella maydis. As fontes de inóculos e condições climáticas são adequadas para a o surgimento das altas infecções ou infestação das sementes de milho. Se o período que se estende entre a maturação fisiológica da semente e a colheita for muito longo, maiores são os agravos ocasionados pelos fungos, sobretudo se colheita for realizada em dias seguidos de chuva. (PINTO, 1998). Os grãos de milhos podem ser afetados pelos fungos de duas maneiras exclusivas, sendo a primeira em pré-colheita (podridões da espiga e com desenvolvimento do grão ardido) e a segunda em pós-colheita, durante o período que acontece entre o beneficiamento, armazenamento e transporte. Nesse processo de colonização dos grãos, várias espécies chamadas de fungos tóxigênicos podem ocasionar alterações físicas como a perda de coloração dos grãos, e causando diminuições nos conteúdos de açúcares, proteínas e carboidratos e começar a produzir micotoxinas que são substâncias tóxicas, e classificadas como fumosinas, ácidos fusárico, e moniliforminas. A fumosina B1 nos dias atuais é a que tem tido um maior cuidado, devido ser a toxina com maior 1330

presença em milho infectado pelo fungo Fusarium moniliforme (MUNKVOLD et al., 1997; DESJARDINS et al., 1998; PINTO, 2004). Esses efeitos tóxicos são devido a metabólitos fúngicos secundários, conhecidos por micotoxinas, encontrados em grãos e sementes de milho. Esses efeitos de toxidez ocasionam conseqüências agudas e crônicas em animais e humanos, podendo ocasionar a morte dos mesmos. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho de 6 híbridos comerciais, com e sem inoculação do fungo Stenocarpella maydis, causadores do complexo do grão ardido e a produtividade de grãos em sistema de semeadura direta, na safra agrícola de 2009/2010. O experimento foi conduzido na área experimental do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), no campus CEDETEG, situada no município de Guarapuava, na região Centro-Sul do estado do Paraná, com latitude de 25º 23 36``S, e longitude de 51º 27 19 W e altitude de 1.120 m em solo classificado como Latossolo bruno distroférrico típico, textura muita argilosa (EMBRAPA, 2006). A instalação do experimento foi realizada em 24/10/09, em área de cobertura vegetal dessecada. A semeadura foi realizada com semeadora de parcela. Foi avaliado o comportamento de 6 híbridos comerciais, distribuídos em dois grupos: tolerantes (2B604, P30R50 e FÓRMULA) e suscetíveis (2B710, DKB390 e P30K64) quanto a ação desse fungo (tabela1). TABELA 1. Características dos híbridos que vão ser usados no experimento e reação de resistência ao fungo Stenocarpella maydis*. Híbrido Base Genética Empresa Resistência 1 2B604 HT DOW AGROSCIENCES T P30R50 HS PIONEER T FÓRMULA HS SYNGENTA T Grupo 1 Grupo 2 2B710 HT DOW AGROSCIENCES S DKB390 HS DEKALB S P30K64 HS PIONEER S T Tolerante; S Suscetível O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados no esquema fatorial 6x2 com três repetições, correspondendo a seis híbridos e dois níveis de inoculação com o fungo Stenocarpella maydis (com inoculação artificial e sem inoculação), totalizando 12 tratamentos. As unidades experimentais constaram de oito linhas de 5 m e espaçamento de 0,8 m entre linhas para cada híbrido, sendo que, 4 linhas para o tratamento sem inoculação e 4 para o tratamento com inoculação, sendo inoculadas apenas as duas linhas centrais. Na inoculação do fungo Stenocarpella maydis, a metodologia empregada foi a de deposição, sendo que foram inoculados 5 ml/espiga de uma suspensão contendo 4x10 conídios ml -1, dez dias após a floração ter sido notada. Uma segunda inoculação foi realizada após 7 dias. A suspensão contendo os esporos foi depositada na região da bainha, entre o colmo e a espiga e acima do pendúnculo (KLAPPROTH & HAWK. 1991; BENSCH et al.,1992), com o uso de uma seringa de vacinação graduada. As características agronômicas avaliadas foram: porcentagem (%) de grãos ardidos, peso de 1000 grãos e produtividade de grãos ajustada para umidade de 13%, em kg ha -1. 1331

Os dados foram submetidos às análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade, com auxílio do software SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2000). Os resultados da análise de variância mostraram resposta diferenciada dos genótipos, para o peso de 1000 grãos, não ocorrendo interação híbridos x inoculação significativa. Os híbridos 2B604, P30R50, 2B710, DKB390 e P30K64 apresentaram as maiores médias de peso de 1000 grãos, não diferindo entre si, contudo o híbrido FÓRMULA apresentou o pior desempenho para peso de 1000 grãos (Tabela 2). TABELA 2. Valores de peso de 1000 grãos de seis hibridos comerciais submetidos à inoculação com o fungo Stenocarpella maydis. Híbridos Peso de 1000 grãos(g) 2B604 341,11 a 2B710 384,44 a P30R50 373,33 a DKB390 388,33 a FÓRMULA 278,33 b P30K64 356,66 a Médias 353,70 CV% 11,45 1 Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05). Para a variável grãos ardidos foi observada interação significativa entre híbridos x inoculação. Os híbridos 2B604, P30R50, FÓRMULA, DKB390 e P30K64 apresentaram as menores médias para porcentagem de grãos ardidos, não diferindo entre si, quando não inoculados (Tabela 3). Já o híbrido 2B710 apresentou alta porcentagem de grãos ardidos (53%) sendo o pior para o tratamento sem inoculação comprovando a sucetibilidade deste genótipo ao fungo Stenocarpella maydis responsável pela podridão branca da espiga, apresentando menor resistência quando comparado aos demais genótipos avaliados (Tabela 3). Quando inoculados, os híbridos 2B604, P30R50, FÓRMULA e P30K64 apresentaram as menores porcentagens de grãos ardidos, não diferindo entre si. Já os híbridos 2B710 e DKB390 apresentaram as maiores porcentagem de grãos ardidos, com 53,3% e 50,0%, respectivamente, para o tratamento com inoculação. Vale ainda salientar que estes são híbridos considerados susceptíveis a incidência dos fungos causadores de podridões de espiga. Houve interação significativa entre híbridos x inoculação, sendo que o híbrido P30R50 sofreu incremento na porcentagem de grãos ardidos de 25,34%, quando submetido à inoculação. Este resultado foi semelhante para o híbrido DKB390 que sofreu um acréssimo em pocentagem de grãos ardidos de 27,34 quando inoculado. 1332

TABELA 3. Valores da porcentagem grãos ardidos de seis hibridos comerciais submetidos à inoculação com o fungo Stenocarpella maydis. Híbridos Grão ardido (%) Sem Inoculação Com Inoculação 2B604 18,00 aa 27,66 aa 2B710 53,00 ba 53,33 ba P30R50 9,99 aa 35,33 ab DKB390 22,66 aa 50,00 bb FÓRMULA 6,66 aa 15,00 aa P30K64 18,66 aa 22,33 aa MÉDIA 21,33 33,94 CV% Médias seguidas de letras distintas minúsculas na coluna diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0,05); Médias seguidas de letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si pelo Teste F (P 0,05). Para produtividade de grãos não ocorreu efeito significativo da interação híbridos x inoculação. Os híbridos P30R50, DKB390 e P30K64 apresentaram as maiores produtividades de grãos com 11.433, 10.992 e 12.162 Kg ha -1, respectivamente, não diferindo entre si (Tabela 4), embora os dois primeiros híbridos tenham apresentado alta porcentagem de grãos ardidos. Este fato se deve ao fungo ser um causador da redução da qualidade de grãos e nem sempre afetar a produtividade (MENDES et al. 2009). Os híbridos 2B604, 2B710 e FÓRMULA apresentaram as menores produtividades 10.556, 9.477 e 10.000 kg ha -1, respectivamente, não diferindo entre si (Tabela 4). O híbrido FÓRMULA, classificado no grupo de menor produtividade (Tabela 4), apresentou o pior desempenho para peso de 1000 grão quando comparado aos demais híbridos (Tabela 2). TABELA 4. Valores da produtividade de grãos de seis hibridos comerciais submetidos a inoculação com o fungo Stenocarpella maydis. Híbrido Produtividade kg ha -1 2B604 10,556 b 2B710 9,477 b P30R50 11,433 a DKB390 10,992 a FÓRMULA 10,000 b P30K64 12,162 a MÉDIA 10,770 CV% 8,34 Médias seguidas de letras minúsculas distintas diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0,05) Com base nos resultados podemos verificar que ocorreu diferença na suscetibilidade dos genótipos ao fungo Stenocarpella maydis, e inferir que a escolha correta do híbrido é capaz de reduzir as perdas agronômicas produtividade de grãos e peso de 1000 grãos. Literatura 1333

BENSCH, M.J., VAN STADEN, J. & RIJKENBERG, J.H.F. Time and site of inoculation of maize for optimum infection of ears by Stenocarpella maydis. Journal of Phytopathology 136:265-269. 1992. DESJARDINS, A.E.; PLATTNER, R.D.; LU, M.; CLAFLIN, L.E. Distribution of fumonisins in maize ears infected with strains of Fusarium moniliforme that differ in fumonisin production. Plant Disease, v.82, n.8, p. 953-958, 1998. Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Brasília, 2006. 306p. FERREIRA, D.F. SISVAR Sistemas de análises de variância para dados balanceados: programa de análises estatísticas e planejamento de experimentos. Versão 4.3. Lavras: UFLA/DEX, 2002. Software. KLAPPROTH, C.J. & HAWK, A.J. Evaluation of four inoculation techniques for infecting corn ears with Stenocarpella maydis. Plant Disease 75:1057-1060. 1991. MENDES, M.C. Micotoxinas, aspectos químicos e bioquímicos relacionados a grãos ardidos em híbridos de milho. Tese de Doutorado. Lavras, MG. UFLA, 2009. MOLIN, R. & VALENTINI, M.L. Simpósio sobre micotoxinas em grãos. Fundação Cargill, Fundação ABC, 1999. MUNKVOLD, G.P.; MCGEE, D.C.; CARLTON, W.M. Importance of different pathways for maize kernel infection by Fusarium moniliforme. Phytopathology, v.87, n.2, p. 209-217, 1997. PINTO, N.F.J.A. Patologia de Sementes de Milho. Sete Lagoas: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo. 1998. 44 p. (Circular técnica, 29). PINTO, N.F.J.A. Qualidade sanitária de grãos. Sete Lagoas: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo. 2000. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/ milho/dsanitaria.htm. Acesso em: 10 out. 2004. REIS, E.M.; CASA, R.T.; BRESOLIN, A.C.R. Manual de diagnose e controle de doenças de milho. 2.ed. Lages: Garaphel, 141 p., 2004. 1334