REALIZAÇÃO DOS EXAMES PREVENTIVOS PARA CÂNCER DE MAMA E CÉRVICO-UTERINO EM IDOSAS

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Transcrição:

REALIZAÇÃO DOS EXAMES PREVENTIVOS PARA CÂNCER DE MAMA E CÉRVICO-UTERINO EM IDOSAS PORTELLA, Bruna Maria Almeida 1 ; RUCKERT, Tatiane Konrad 1 ; GARCES, Solange Beatriz Billig 2 ; COSER, Janaína 2 ; ROSA Carolina Boettge 2 ; BIANCHI, Patrícia Dallagnol 2, HANSEN Dinara 3 Palavras-Chave: Câncer de mama. Câncer do colo do útero. Envelhecimento. Introdução Dentre a população idosa, as mulheres estão em maior número, percebendo-se um crescente aumento da longevidade feminina. Assim grande número de idosas vivencia progressiva fragilidade biológica do organismo, situações de agravos à saúde e ocorrência de doenças crônico-degenerativas, dentre as quais se destaca o câncer cérvico-uterino e de mama (SANTOS, 2011). O câncer de colo de útero é classificado por Pinho e Franca-Junior (2003) como um problema de saúde mundial, sendo o segundo mais comum entre mulheres no mundo, ficando atrás apenas do câncer de mana e possui vários fatores de risco, sendo possível ser detectado pelo exame Papanicolau (FONSECA, RAMACCIOTTI e ELUF, 2004). Dentre os principais fatores de risco estão: HPV (papilomavírus humano), início precoce das relações sexuais, número de parceiros, antecedentes de doenças venéreas e baixa escolaridade (ALEIXO NETO, 1991). O exame preventivo do colo do útero é rápido, possui baixo custo e efetivo na detecção precoce de possíveis alterações sendo indicado para aquelas mulheres que já tenham iniciado a vida sexual (MARTINS, THULER e VALENTE, 2005). Entretanto, observa-se que a maior parte deste exame preventivo é realizado em mulheres com menos de 35 anos, sendo que a faixa etária de maior risco não é atingida. (BRASIL, 2006). O câncer de mama é o primeiro entre as mulheres de todo mundo e está associado a vários fatores de risco ligados a vida reprodutiva da mulher, hereditariedade, idade, fatores hormonais e ambientais (BRASIL, 2008). O combate ao câncer de mama concentra-se na 1 Discente do Curso de Fisioterapia, bolsista PIBIC 2013. 2 Docentes da Universidade de Cruz Alta, pesquisadoras do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano GIEEH, UNICRUZ. 3 Orientadora, Docente da Universidade de Cruz Alta, pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano GIEEH, UNICRUZ.

busca do diagnóstico precoce, e a prevenção caracteriza-se como a melhor maneira de adquirir maiores chances tanto para evitá-la como para promover sua cura (LINARD, MACEDO, MACHADO, 2003). A detecção da doença em estágio inicial pode ser realizada por meio do autoexame das mamas (AEM), exame clínico das mamas e a mamografia (BERGAMASCO E TSUNECHIRO, 2007; BRASIL, 2006), sendo a mamografia considerada a mais eficaz (OTTO, 2002). Desta forma, este estudo teve por objetivo verificar a frequência com que as idosas realizam exames preventivos de câncer de mama e colo do útero, tendo em vista que esta população está cada vez mais exposta à estas doenças principalmente pelo fato de manterem vida sexual ativa por mais tempo e poucos cuidados com a própria saúde. Metodologia Trata-se de um estudo observacional descritivo, transversal com abordagem quantitativa. A amostra desta pesquisa foi constituída por 10% das idosas, com mais de 60 anos, residentes em Cruz Alta, cadastradas nas Estratégias de Saúde da Família do município. Para levantar o histórico de realização de exames preventivos de mama e útero, as idosas foram questionadas, em suas residências, sobre a frequência de realização de exame clínico de mama, exame citopatológico do colo do útero, auto-exame da mama, mamografia. A análise dos dados foi realizada com a utilização do programa SPSS, versão 20, sendo que todos os dados foram descritos por frequência. Resultados e discussão Fizeram parte da amostra 380 mulheres com mais de 60 anos cadastradas nas Estratégias de Saúde da família de Cruz Alta-RS. A faixa etária que prevaleceu foi a de 60 a 69 anos (56,1%), seguida pela faixa etária dos 70 aos 79 anos (30,3%). Do total da amostra, 101 (26,58%) idosas fizeram o exame papanicolau no último ano, 167 fizeram há mais de 2 anos e 112 nunca fizeram. A não realização dos exames preventivos estaria associada, em mulheres acima de 60 anos, com o fim do período reprodutivo, afastamento dos serviços de saúde e de consultas ginecológicas (BRASIL, 2002). Para um melhor embasamento da população e controle do câncer cérvico-uterino, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), propôs oferecer rastreamento com o teste de Papanicolaou a mulheres a partir de 25 anos, seguir até os 64 anos e serem interrompidos, quando após ETA idade as

mulheres tiverem pelo menos 2 exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos (INCA, 2011). Quando questionadas sobre a realização do autoexame da mama, a maioria disse ter realizado este cuidado há menos de um ano, porém, 153 idosas disseram nunca ter feito o autoexame. O AEM é uma etapa importante na identificação de tumores ainda em fase inicial e possui vantagens na detecção de tumorações pequenas, sendo ainda um método sem custos e de fácil execução. (LINAR, SILVA e MENDONÇA, 2008; LYMAN 2012). Apesar de o AEM apresentar baixa sensibilidade, principalmente em idosas é importante que seja realizado com frequência (SILVERMAN, ZAIDI, BARNETT, 2000). Em estudo de LINSELL, BURGESS e RAMIREZ (2008) verificaram que um considerável número de idosas não possui o costume de realizar o AEM, porém a grande maioria possuía conhecimento acerca de que um nódulo na mama ou axila poderia ser um sintoma do câncer de mama. A orientação da população de mulheres idosas sobre a realização de exames e frequência de consultas ginecológicas é fundamental, pois grande parte delas acredita que ao fim da menopausa não necessitam mais de cuidado ginecológico, sendo que este deve ser contínuo de acordo com a história clínica de cada mulher (SANTOS E CHUBACI, 2011). O exame de mamografia também apresentou alta frequência de mulheres que nunca realizaram. Do total da amostra, somente 121 fizeram o exame no último ano, 115 há mais de 2 anos e 144 nunca realizaram. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) realizou um consenso com as recomendações para prevenção e controle do câncer de mama: oferecimento de exame clínico das mamas e mamografia anualmente às mulheres entre 50 e 69 anos bem como de exame clínico das mamas anualmente para mulheres entre 40 e 49 anos; mulheres com risco aumentado (história familiar de mãe ou irmã com câncer de mama na pré-menopausa ou história pregressa de hiperplasia atípica ou câncer de mama), oferecer mamografia e exame clínico das mamas anualmente a partir dos 40 anos (INCA, 2002). Conclusão Através deste estudo, pode-se observar que ainda há um déficit na procura pela realização dos exames preventivos para o câncer de mama e colo do útero pela população idosa do sexo feminino. Isto se torna preocupante, pois estas mulheres privam-se dos serviços que tem a sua disposição para diagnóstico e tratamento destas patologias sendo então essencial que os órgãos de saúde, mantenham campanhas de conscientização e esclarecimento

em relação a tais assuntos, diminuindo assim os riscos de possíveis problemas na população de idosas. Referências ALEIXO NETO A. Aspectos epidemiológicos do câncer cervical. Rev Saúde Pública 1991; 25: 326-33. AMORIM, V.; BARROS, M.; CÉSAR, C.; CARANDINA, L. Fatores associados a não realização da mamografia e do exame clínico das mamas: um estudo de base populacional em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, nov, 2008; 24(11):2623-2632. BERGAMASCO, R.B., TSUNECHIRO, M.A. Câncer de mama e auto-exame. In: FERNANDES, R.A.Q., NARCHI, N.Z., organizadores. Enfermagem e saúde da mulher. São Paulo: Manole; 2007. p. 116-121. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativas de incidência por câncer no Brasil para 2008. Disponível em URL: http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/index.asp?link=tabelaestados.asp&uf=ce [2008 abr 13]. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2006. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Falando sobre câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: MS/INCA, 2002. FONSECA LAM, RAMACCIOTTI AS, ELUF NETO J. Tendência da mortalidade por câncer de útero no Município de São Paulo entre 1980 e 1999. Cad Saúde Pública 2004; 20:136-42. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Normas e Recomendações do INCA. Prevenção e Controle de Câncer. Rev. Bras.Cancerologia. 2002; 48(3):317 332. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Coordenação Geral De Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero/Instituto Nacional de Câncer. Rio de janeiro: Inca 2011. LINARD A.; SILVA, R.; MENDONÇA, F.; Práticas De Saúde Decorrentes Dos Fatores De Risco Para O Câncer De Mama Em Mulheres Trabalhadoras. Rev. Rene. Fortaleza, v. 9, n. 3, p. 92-98, jul./set.2008. LINARD, A.G., MACEDO, A.S., MACHADO, F.A.S. Avaliando a assistência de enfermagem no combate ao câncer de mama em Barbalha-CE. RECENF 2003; 1(1): 22-30. LINSELL L, BURGESS CC, RAMIREZ AJ. Breast cancer awareness among older women. British Journal of Cancer 2008; 99(8):1221-1225. LYMAN GH. Breast cancer screening: science, society and common sense. Cancer Invest. 2010;28(1):1-6. MARTINS LFL, THULER LCS, VALENTE JG. Cobertura do exame de Papanicolaou no Brasil e seus fatores determinantes: uma revisão sistemática da literatura. Rev. Bras. Ginecol. Obstet.. 2005; 27. (8):485-492. OTTO, S.E. Câncer mamário. In: Otto SE. Oncologia. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores; 2002. p. 105-119.

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