NOVA ORDEM MUNDIAL. Velha ordem bipolar

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NOVA ORDEM MUNDIAL Objetivo: esta lição tem como objetivo mostrar o desenvolvimento de um novo conflito, não de armas, mas sim algo mais organizado e que gera mais lucros, a nova ordem mundial. Depois da queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, um dos assuntos mais discutir é o surgimento de uma nova ordem mundial. Quando ela se definiu e o que traz de novo? A nova ordem mundial apresenta uma faceta geopolítica e outra econômica. Na geopolítica, houve uma mudança para um mundo multipolar, onde as potencias impõe mais por seu poder econômico de que bélico. Na economia o que aconteceu de novo foi o processo de globalização e a formação de blocos econômicos transacionais. Velha ordem bipolar Desde 1989, a humanidade começou assistir uma série de eventos que até então eram imagináveis. A queda do Muro de Berlim era impensável, bem como a reunificação da Alemanha Ocidental e da Oriental, em 1990. O muro que dividia Berlim e a separação da Alemanha, constituíam os principais símbolos da Guerra fria. Apesar da proximidade geográfica, a mesma origem histórica e cultural havia muitas diferenças na Alemanha. De um lado estava a democracia pluripartidária, a hegemonia da propriedade privada e da livre iniciativa, uma sociedade rica, que apresentava altos índices de produtividade. Do outro lado, a ditadura do partido único, a exclusividade da propriedade estatal. O consumo limitado e baixos índices de produtividade. E as diferenças políticas, econômicas e sociais aumentaram cada vez mais. A Alemanha apesar de ser uma só nação, apresentava dói Estados. Era o modelo soviético frente a frente com o modelo norte-americano. Em 1991 houve o fim de outro símbolo da Guerra Fria, o Pacto de Varsóvia. Representantes que faziam parte deste pacto formalizaram a sua dissolução, em Praga, na então Tcheco-Eslováquia. Era o fim do conflito leste x oeste. Por fim, em dezembro de 1991, foi selada desagregação geopolítica e territorial da União Soviética. O presidente Boris Yeltsin declarou a independência da Rússia, e após isso, se reuniu com os chefes de Estado da Ucrânia e de Belarus, em Minsk. Nesse encontro foi criada a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), substituindo a ex-união Soviética. Composta por doze países que faziam parte da ex-soviética, a CEI é uma aliança de Estados independentes. Nova ordem multipolar

Nova Ordem Mundial ou Nova Ordem Geopolítica Mundial significa o plano geopolítico internacional das correlações de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em 1991, o mundo se viu diante de uma nova configuração política. A soberania dos Estados Unidos e do capitalismo se estendeu por praticamente todo o mundo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se consolidou como o maior e mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se encontrava na denominada Ordem Bipolar da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para designar o novo plano político. A Nova Ordem Mundial é um conceito sócio-econômico-político que faz referência ao contexto histórico do mundo pós-guerra Fria. A expressão foi pela primeira vez usada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan na década de 1980, referindo-se ao processo de queda da União Soviética e ao rearranjo geopolítico das potências mundiais. A Nova Ordem Mundial foi o que o presidente Bush chamou de ordem multipolar, onde novos pólos econômicos estavam surgindo, entre eles, Japão, China, Rússia e União Européia. Quando deu início a nova ordem mundial, a rivalidade entre os sistemas econômicos opostos, a classificação dos países em 1º, 2º e 3º mundo e a ordem bipolar, EUA e URSS, deixaram de existir. O termo Nova Ordem Mundial tem sido aplicado de forma abrangente, dependendo do contexto histórico, mas de um modo geral, pode ser definido como a designação que pretende compreender uma radical alteração, e o surgimento de um novo equilíbrio, nas relações de poder entre os estados na cena internacional. A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a unipolaridade, uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse quesito. A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar a potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um segundo momento, sobretudo a partir do final da década de 2000.

Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: uni para designar a supremacia militar e política dos EUA e multi para designar os múltiplos centros de poder econômico. Hoje no mundo multipolar pós-guerra fria, o poder é medido pela capacidade econômica do país, que envolve disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, mão-de-obra qualificada e nível de produtividade. Isso explica a emergência de Japão e Alemanha como potencias, e ao mesmo tempo, a decadência da Rússia. Embora a Rússia seja dona de em poderoso arsenal nuclear, o setor industrial é obsoleto e pouco produtivo, e o país se encontra em crise social, política e econômica. A nova ordem mundial é definida como multipolar, isto é, existem vários centros de poder. Normalmente, consideram-se três grandes potências mundiais de grande poderio econômico e tecnológico: os Estados Unidos da América, o Japão e a União Européia, com destaque para a Alemanha. A China possui uma economia que mais cresce no planeta, isso porque: possui a maior população do mundo, e portanto, um grande mercado consumidor; além de muita mãode-obra barata, oferecendo facilidades para atração de capitais estrangeiros. Apesar disso também enfrenta sérios problemas internos, principalmente políticos. Assim, podemos afirmar que os países mais poderosos do mundo hoje são os Estados Unidos, Japão e Alemanha. Outro aspecto de importância é a tendência da globalização em suas várias facetas, tanto em sentido mundial como regional. É importante ficar claro que a nova ordem mundial é a constituição de uma novo arranjo geopolítico e econômico no plano internacional, e não um novo mundo no qual impere a ordem, a estabilidade, o respeito às minorias. A nova ordem mundial, não significa um mundo de paz, mas está muito longe disto. É fato que a nova ordem acabou com o perigo de uma III Guerra Mundial. Mas os problemas e as contradições, tanto do capitalismo, quanto do socialismo, que eram deixados em segundo plano, passaram a aflorar, chamando a atenção de todo. Desigualdades sociais e regionais, sentimentos xenófobos, desemprego, agressão ao meio ambiente, conflitos religiosos e étnicos são conseqüências negativas da nova ordem mundial. Assim, o que se percebe é que, com o fim da Guerra Fria, muitas tensões e conflitos, que estavam latentes, vieram à tona.

Mudanças na hierarquia internacional Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se classificar os países em 1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo (países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elaborada. A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à divisão norte-sul cartográfica, conforme podemos observar na figura abaixo. É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países do Norte. No mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores econômicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.

Conflito norte x sul Muitos tem dito com atenção que a nossa ordem mundial é a vitória do capitalismo e da democracia. Alguns argumentavam que o modelo político e econômico estabelecido pelos Estados Unidos se tornaria dominante a tal ponto que não haveria mais conflitos. Que houve uma vitória norte-americana sobre a União Soviética não podemos negar. Mas até mesmo os vencedores apresentam vários problemas econômicos, como por exemplo: elevado déficit público e elevado endividamento interno e externo; isso em parte se deve a corrida armamentista. Assim não devemos nos apressar ao afirmar que o capitalismo o melhor que o socialismo. É preciso primeiro avaliar: melhor para quem? É bem claro que o capitalismo é mais dinâmico e competitivo. Não podemos nos esquecer, porem, de que os países subdesenvolvidos, com exceção da Coréia do Norte, Cuba e Vietnã são todos capitalistas. Muitos problemas no mundo foram criados pelo sistema capitalista, como o aumento da pobreza, desemprego e concentração e estes aumentam em todo mundo. Um dos problemas mais sérios é a desigualdade social. Este problema vem se agravando até mesmo em países desenvolvidos. Com o aumento da incorporação de novas tecnologias no processo produtivo, a oferta tem diminuído e isso contribui e muito para se empobrecer a população. Também é cada vez maior o buraco que separa os países ricos dos pobres. Esse é o chamado conflito norte x sul, que é de natureza econômica, é não geopolítica, como era o caso do conflito leste x oeste.

Considerando os aspectos socioeconômicos se divide o mundo em países desenvolvidos, Norte, e subdesenvolvidos, ou Sul. Essa não é uma divisão geográfica, mas podemos dizer que na América a linha divisória é a fronteira Estados Unidos - México; a Europa é separada pelo Mediterrâneo; na Ásia, o Japão é o mais desenvolvido, tendo como os tigres Asiáticos como economias emergentes; Oceania a Austrália e a Nova Zelândia se enquadram no clube dos ricos. Um problema decorrente do conflito entre Norte x Sul é a migração em massa. Milhões de pessoas a cada ano tem emigrado, principalmente para a Europa Ocidental. Isto se deve ao aumento de desemprego, baixos salários, fome, que estão aliados ao crescimento populacional, além de conflitos e guerras nos países subdesenvolvidos. Tentando solucionar o problema, são feitas cada vez mais exigências para diminuir a entrada de imigrantes e até mesmo de turistas. Mas isso não tem, e não resolverá o problema, pois esse é resultante de desigualdade entre o Norte x Sul, a solução definitiva seria complexa e demorada. Com a instauração de uma nova ordem política e econômica surgem novos problemas, novas tensões. Muitas crises que estão ocultas durante a Guerra Fria vieram a tona. Por

isso, quando se fala de uma nova ordem mundial, não quer dizer de um novo mundo em que predomina a paz, a ordem e a estabilidade, mas sim de um novo arranjo geopolítico e econômico. Com a entrada da Nova Ordem (em que a capacidade financeira e a tecnologia define o poder), a instabilidade e a desordem apenas aumentaram. GLOBALIZAÇÃO Como dito acima, hoje, no mundo multipolar do pós-guerra Fria, o poder é medido pela capacidade econômica - disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação da mão-de-obra, nível de produtividade e índices de competitividade. Outro importante aspecto da nova ordem é o aprofundamento da tendência de globalização em suas várias facetas. Essa tendência acontece tanto em âmbito regional, quanto mundial, com o fortalecimento de blocos econômicos supranacionais. A globalização nada mais é do que uma ferramenta nova da expansão capitalista. Pode-se afirmar que a globalização está para o atual período científico-tecnológico, assim como o colonialismo esteve para a sua etapa comercial, ou o imperialismo para o final da fase industrial. Desde a década de 70, graças ao chips, tem se conseguido construir computadores cada vez menores e mais rápidos. Com isso, houve um grande desenvolvimento nas produções, nos transportes, comunicações e etc. A revolução da informática facilitou o fluxo de informações em escala mundial. Neste período científico-tecnológico, o capitalismo integrou muitos países em um único sistema. Dizemos isso, porque em séculos passados uma civilização muitas vezes nem sabia da existência da outra. De lá para cá, está surgindo um mundo quase totalmente integrado um sistema mundo que evidentemente está controlado a partir de alguns centros de poder econômicos e políticos. A globalização trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, portanto, os lucros, que movem os capitais produtivos e especulativos. É uma expansão que pode dispensar força militar, enfim a guerra. Agora a invasão não é mais armada, feita com tropas. É muito mais sutil e eficaz, é chamada high-tech.. Trata-se de uma invasão de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas. As novas armas são a eficiência e a agilidade das comunicações, da informática e do controle de dados, através dos satélites; da informática; dos telefones fixos e móveis; dos boeings e airbus; dos super navios petroleiros e trens de alta velocidade.

A invasão de agora é, muitas vezes, instantânea, on-line, via redes mundiais de computadores, que interliga as bolsas de valores ou de capitais especuladores de curto prazo, com grande velocidade, em busca de mercados mais interessantes. A guerra é travada na bolsa de valores, de mercadorias e de frutos em todos os mercados do mundo. As estratégias são formuladas nas grandes corporações, nas sedes dos grandes bancos, e etc. e influenciam vários países. A guerra convencional está cada vez mais sem necessidade. A guerra contemporânea é muito mais econômica, tendo como campo de batalha, o mercado mundial altamente globalizado. Outra invasão atual da globalização é a dos capitais especulativos de curto prazo, conhecida como smart money (dinheiro esperto) ou hot money (dinheiro quente), que se movimentou com grande rapidez em busca de mercados que oferecem mais lucratividade. A estimativa é que haja pelo menos três trilhões de dólares vagando pelo sistema financeiro mundial. Essa volumosa soma de dinheiro vai em busca de um mercado que oferece altas taxas de juros, ou de maior segurança. Em geral essa soma, que pertence a milhões de poupadores dos países desconhecidos, que colocam seus fundos num banco ou investem num fundo de pensão. Os administradores desses países se interessam em procurar mercados que se mostram mais rentáveis e seguros, podendo investir em curto prazo. Quando não, são transferidos a outro mundo. E isso é possível graças aos sistemas de telecomunicações, informática e satélites que possibilitam investir em um país que antes o investidor nem ouvira falar. Esses capitais de curto prazo geralmente vão embora na hora em que mais se precisa. Foi o caso no México, em 1994, quando houve uma crise econômica. Ela aconteceu principalmente por causa da saída desses capitais, diminuindo as reservas mexicanas, provocando desequilíbrios nos cantos externos do país, e a desvalorização da moeda local em relação ao dólar. Problemas políticos juntos com a instabilidade do país, acabou espantando os investidores de curto prazo. O mesmo ocorreu no Brasil em 1999. quando o governo desvalorizou o real, devido a queda das reservas cambiais. Por isso um país não deve depender dos capitais de curto prazo para equilibrar contas externas. Com a intensificação dos fluxos comerciais em todo mundo, são facilitados a entrada de mercadorias pela mais variada de transporte. Essa é uma fonte mais antiga da globalização que gera lucros a longo prazo, mas são mais eficientes. Com isso há também, uma globalização de consumo, que é resultado de uma maior produção. Esses capitais produtivos são menos suscetíveis a oscilações repentinas no mercado, isso porque são investimentos a longo prazo. A expansão dos mercados para esses capitais é resultante de: custos menores de produção, baixos custos de transportes, proximidades

dos mercados consumidores e facilidades em driblar barriras protecionistas; esses fatores contribuem para geração de maiores lucros. Como resultado de tudo isso, entramos ainda mais no processo de mundialização da produção, que começou após a Segunda Guerra Mundial. Houve a expansão dos conglomerados pelo mundo afora, filiais foram montadas até mesmo em países subdesenvolvidos. Junto com a globalização da produção e do consumo, veio a intensificação do fluxo de viajantes pelo mundo, seja por emigração, negócios ou turismo. Entrelaçando os países em uma mesma forma de consumo, costumes, de comportamento, e etc. Essa nova cultura de massas se origina principalmente nos Estados Unidos. O modo de viver americano é bem difundido nos filmes, pelas noticias, pelos fast-foods, etc. Mas hoje também temos fácil acesso a outras formas de cultura de todas as partes do mundo. A globalização apesar de ser em fenômeno recente, apresenta, como vimos, várias dimensões: social, política, econômica e cultural. Esse fenômeno é, portanto, uma intensificação do fluxo de mercadorias e serviços, capitais, tecnologia e pessoas. Isto é possível graças ao desenvolvimento de novas tecnologias após a Terceira Revolução Industrial. Outra fase da globalização é que envolve o mundo de uma forma bastante desigual, pois tem lugares que estão mais integrados que outros. Aprofundar-se a integração de blocos econômicos buscando retirar barreiras que dificultam o fluxo de mercadorias, e se estabelecem acordos que resultam em mercados comuns, ou zonas de livre comércio.