AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO COM Brachiaria ruziziensis E MILHO SOLTEIRO

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO COM Brachiaria ruziziensis E MILHO SOLTEIRO Mateus Luiz Secretti (1), Mirianny Elena de Freitas (2), Lígia Maria Maraschi da Silva Piletti (3), Luiz Carlos Ferreira de Souza (4), Tiago Calves Nunes (5) Introdução O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e China (USDA, 2013). Dentre os principais produtores, entretanto, é o único que apresenta condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo de milho em duas safras por ano. O Estado de Mato Grosso do Sul é o terceiro em produção de milho safrinha no País, com produção estimada em cerca de 6,1 milhões de toneladas. Em virtude das condições climáticas da região, um desafio constante é aumentar a quantidade de palhada para o sucesso do sistema de plantio direto, pois apenas a resteva deixada pelo milho safrinha não garante aumento no teor de matéria orgânica e os benefícios que isto o traz. Vários estudos têm sido realizados com o consórcio milho e braquiária tem como alternativa para aumentar a produção de palhada e também de grãos em virtude de benefícios com a produção de palha para o cultivo da soja em sucessão, aumento no teor de matéria orgânica e consequente melhoria nas condições físicas e químicas do solo (CECCON, 2007). A B. ruziziensis é utilizada para produção de palha, pois não forma touceiras e apresenta grande quantidade de raízes e crescimento prostrado cobrindo rapidamente o solo. Além disso, a germinação das sementes pode ocorrer na superfície do solo, não necessitando de adequada incorporação das sementes, suporta períodos longos de seca e no 1 Engenheiro-Agrônomo, M.Sc., Pós-Gradução UFGD, Rodovia Dourados/Itahum, km 12 - Dourados, MS. mateussecretti@hotmail.com 2 Engenheira-Agrônoma, M.Sc., Pós-Gradução UFGD, Rodovia Dourados/Itahum, km 12 - Dourados, MS. miriannyelena@yahoo.com.br 3 Engenheira-Agrônoma, M.Sc., Pós-Gradução UFGD, Rodovia Dourados/Itahum, km 12 - Dourados, MS. ligiamaraschi@hotmail.com.br 4 Engenheiro-Agrônomo, Professor da Faculdade de Agronomia, UFGD, Rodovia Dourados/Itahum, km 12 - Dourados, MS. luizsouza@ufgd.edu.br 5 Engenheiro-Agrônomo, Pós-Gradução UFGD, Rodovia Dourados/Itahum, km 12 - Dourados, MS. tiagocalves@hotmail.com [1]

retorno das chuvas apresenta alta velocidade de crescimento, facilidade de controle nas operações de dessecação, não necessitando de doses elevadas de glifosato, com morte rápida, facilitando o plantio. Jakelaitis et al. (2004, 2005) demonstraram que em sistemas de milho+ brachiaria houve menor infestação de plantas daninhas e puderam ser utilizadas menores doses de herbicidas. Sousa Neto (1993) cita ainda que o sistema garante efeitos residuais dos fertilizantes aplicados para o cultivo anual, a diminuição de infestação de plantas daninhas, a proteção do solo contra a erosão e o aumento da produção de forragem em uma mesma estação de crescimento. O estabelecimento da forrageira com uma cultura consorciada ocorre sob condições de competição entre elas, principalmente em plantio simultâneo. Segundo Ozier- Lafontaine (1997), nem sempre se obtém sucesso devido ao efeito competitivo que uma espécie exerce sobre a outra. O conhecimento de como a forrageira e a cultura consorciada são afetadas pela competição por fatores de produção é de grande importância para o êxito na formação da pastagem e produção satisfatória da cultura (Sousa Neto, 1993). Neste sentido, o milho é considerado excelente competidor com plantas de porte baixo, pois apresenta crescimento inicial rápido, mas ainda há questionamentos acerca do prejuízo na produtividade de grãos ocasionado pelo consórcio com forrageiras. Este trabalho objetivou comparar o rendimento e componentes de rendimento de milho solteiro e milho consorciado com brachiaria na safrinha de 2012. Material e Métodos Este trabalho foi realizado na safrinha de 2012 na Fazenda Experimental de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados UFGD, localizada no Município de Dourados, nas coordenadas geográficas latitude 22º 14 S, longitude de 54º 49 W e altitude de 458 metros. O clima, de acordo com a classificação de Koppen, é Cfa (Clima Mesotérmico Úmido sem estiagem), em que a temperatura do mês mais quente é superior a 24ºC. A precipitação pluviométrica anual da região é de 1.200 à 1.400 mm e a evapotranspiração real anual é de 1100 à 1200 mm. A temperatura média anual é de 22ºC. O solo predominante na área cultivada é o Latossolo Vermelho Distroférrico. O milho foi semeado mecanicamente no dia 01 de março de 2012, utilizando o híbrido DKB 390 YG, com espaçamento entre linhas de 0,9 m e densidade de cinco sementes por [2]

metro. O milho consorciado com a Brachiaria ruziziensis foi semeado da mesma maneira que o milho solteiro, mas foi incluída uma linha de Brachiaria ruziziensis semeada nas entrelinhas do milho, para tanto as sementes de B. ruziziensis foram colocadas na caixa da semeadora, intercalada com as sementes de milho. Foram utilizados 4 kg.ha -1 de sementes com valor cultural (VC) de 70% numa densidade de 15 plantas.m -1. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com dois tratamentos e quatro repetições. Cada unidade experimental mediu 15 m de largura e 35 m de comprimento, perfazendo uma área de 525 m 2. Os tratamentos foram: milho safrinha solteiro e milho safrinha em consórcio com B. ruziziensis. A colheita foi realizada no dia 01 de agosto de 2012, efetuando-se colheita manual de uma área útil de 9 m 2, escolhida ao acaso no centro de cada parcela. A partir das espigas colhidas o material foi trilhado, pesado e separadas amostras de mil grãos para a determinação da massa de mil grãos. As variáveis analisadas foram: altura de planta, inserção de espiga, diâmetro e comprimento de espigas, número de grãos por espiga, massa de mil grãos e produtividade de grãos, a umidade foi corrigida para 13%. Os dados de todas as características avaliadas foram submetidos à análise de variância ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e Discussão As médias de produtividade de milho não foram afetadas significativamente pelo consórcio e numericamente o milho solteiro obteve apenas 36 kg.ha -1 de rendimento superior ao milho consorciado.+braquiária. Este rendimento superior é muito pequeno se comparado aos diversos benefícios que essa tecnologia pode proporcionar ao sistema de produção. Cabe ressaltar, que as médias de produtividade alcançadas no experimento foi superior à média de produtividade do estado, que se encontra em torno de 5.100 kg.ha -1 (CONAB, 2013). Na Tabela 1 estão apresentados a produtividade, massa de mil grãos e número de grãos por espiga. Os componentes do rendimento massa de mil grãos e grãos/espiga também não foram afetados pela convivência com a braquiária. [3]

Tabela 1. Produtividade, massa de mil grãos e grãos/espiga de milho solteiro e milho+brachiaria, Dourados, MS, 2013. Tratamento Massa de Mil Produtividade (kg.ha -1 ) Grãos Grãos/Espiga Milho Solteiro 6.469 ns 264 ns 534 ns Milho + Brachiaria 6.433 257 562 CV (%) 4,38 3,11 9,76 ns Não diferem significativamente (p<0,05). Trabalhos conduzidos por Duarte (1995) demonstraram que, em competição com espécies de Brachiaria a produtividade do milho não foi alterada. No consórcio de B. brizantha com o milho, Cobucci (2001) relata que em vários ensaios a presença da forrageira não afetou o milho e, em outros, foi necessário o uso de nicosulfuron em subdoses para reduzir o crescimento da forrageira e, com isso, garantir o bom rendimento da cultura. Não houve diferença estatística para a variável altura de plantas. Corroborando com o presente trabalho, Aukar (2011) também não observou influência da braquiária sobre a altura de plantas de milho. Resultados semelhantes foram obtidos também por Tsumanuma (2004) quando avaliou o desempenho de milho consorciado e concluiu que não há influência da braquiária na altura de plantas. Para a variável inserção de espiga também não houve diferença significativa, Aukar (2011), entretanto, encontrou diferenças significativas para inserção de espiga em milho solteiro e consorciado. Para as demais variáveis analisadas (diâmetro e comprimento de espigas) não foram encontradas diferenças significativas (Tabela 2). Tabela 2. Altura, Inserção de espiga, diâmetro e comprimento de espiga de milho solteiro e milho+brachiaria, Dourados, MS, 2013. Tratamento 1 Altura (m) Inserção de Espiga (m) Diâmetro de espiga (mm) Comprimento de Espiga (cm) Milho Solteiro 1,95 ns 0,91 ns 49,03 ns 16,25 ns Milho + Brachiaria 1,94 0,88 49,35 16,51 CV (%) 8,18 8,23 4,57 4,87 ns Não diferem significativamente (p<0,05). [4]

Os resultados obtidos neste experimento permitem afirmar que é possível obter produtividades satisfatórias de milho safrinha, mesmo quando se utiliza consórcio com Brachiaria ruziziensis, sem interferência negativa pela competição entre as duas espécies. Conclusões Não houve diferenças entre milho solteiro e o milho consorciado com Brachiaria ruziziensis, sendo possível a utilização do consórcio para melhoria do sistema de produção. Referências CECCON, G. Cerrado: estado da arte na produção de palha com milho safrinha em consórcio com Brachiaria. Revista Plantio Direto, v. 1, p. 3-7, 2007. COBUCCI, T. Manejo integrado de plantas daninhas em sistema de plantio direto. In: ZAMBOLIM, L. Manejo Integrado Fitossanidade: cultivo protegido, pivô central e plantio direto. Viçosa: UFV, 2001. p. 583-624. CONAB, (Companhia Nacional de Abastecimento). Acompanhamento de safra brasileira: grãos. Décimo primeiro levantamento, Brasília, 2013. 29 p. DUARTE, J. M. Producción de maíz (Zea mays L.), soya (Glycine max L.) y caupi (Vigna ungiculata) sembrados en asociación con gramíneas en el trópico húmedo. Past. Tropic., v. 17, n. 2, p. 12-19, 1995. JAKELAITIS, A.; Silva, A.F.; Silva, A.A.; Ferreira, L.R.; Freitas, F.C.L.; Vivian, R.. Influência de herbicidas e sistemas de semeadura de Brachiaria brizantha consorciada com milho. Planta Daninha, v. 23, n. 1, p. 59-67, 2005. JAKELAITIS, A. SILVA, A.A., FERREIRA, L.R., SILVA, A.F. e FREITAS, F.C.L. Manejo de plantas daninhas no consórcio de milho com capim-braquiária (Brachiaria decumbens). Planta Daninha, v. 22, n. 3, p. 553-560, 2004. OZIER-LAFONTAINE, H. Radiation and transpiration partitioning in a maize-sorghum intercrop: test and evaluation of two models. Field Crops Res., v. 49, p. 127-145, 1997. SOUZA NETO, J. M. Formação de pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu com o milho como cultura acompanhante. 1993. 58 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1993. USDA (UNITED STATES DEPARTAMENT OF AGRICULTURE), World corn supply and use. World agricultural supply and demand estimates. Disponível em: <http://usda.gov./oce/commodity/wasde/latest.pdf> Acesso em: 21 ago. 2013. [5]