O EXPERIMENTO NA DINÂMICA DO ENSINO-APRENDIZAGEM O ensino de química nas escolas públicas está limitado a aulas tradicionais, reduzindo-se a transmissões de informações, definições de leis e conceitos sem nenhuma interação de conteúdo com o cotidiano dos alunos. Modelos científicos são desenvolvidos freqüentemente com o objetivo de auxiliar os alunos na compreensão de idéias aceitas cientificamente. A química hoje vem se mostrando como uma disciplina que está se enquadrando no campo das disciplinas criticas das Unidades de Ensino. Não há culpados por este estado de visão da química atual, mas sim há um conjunto de complicadores que vem deixando o ensino de química dentro de uma sistemática da repetição. Onde, os repasses das linhas de ensino fundamentam-se na dinâmica da leitura, explicação e resolução de exemplos explicativos e exercícios de aprendizagem. O ensino por experimentações vem superar as dificuldades do ensino-aprendizagem do tema e justamente neste caso que a experimentação se torna uma grande ferramenta de grande importância para a explicação e discussão dos conceitos abordados. Pois a experimentação é um elemento que ajudará para que a aula explicativa se torne mais atrativa, motivadora, levando os alunos a notar com maior clareza os efeitos dos fenômenos químicos envolvidos e relacioná-los ao seu cotidiano. Definindo: Experimento demonstrativo é qualquer recurso didático que envolva demonstrações em ciências com intuito de promover / aprimorar o ensino de ciências bem como o estímulo a prática científica. Neste contexto, se encaixam demonstrações químicas, físicas e biológicas desenvolvidas. Demonstrações, além de ilustrar ou construir um determinado tópico de aula, podem ainda ser aliadas a materiais ou fenômenos observados no cotidiano, servindo de ponte entre um conceito que pode inicialmente parecer abstrato e coisas que vivemos no dia-a-dia que por muitas vezes nos passam despercebidos. Assim, um experimento pode servir como janela para um novo tipo de observação que os alunos posteriormente possam ter sobre a realidade que os cerca, promovendo assim a chamada Química do cotidiano, onde os conhecimentos podem ser abstraídos ou observados também a partir de experiências comuns a todas as pessoas.
Experimentos, se devidamente programados, podem também promover a dinâmica na aula, quebrando a monotonia, constante reclamação dos alunos em nível médio, trazendo um clima atraente e agradável às aulas de Química, fator o qual pode ser aliado ao entusiasmo do professor em sala de aula, despertando ainda mais o interesse por parte dos alunos. A grande eficácia da construção de experimentos encontra-se na linha da construção, por parte do professor em utilizar o experimento como meio de formação de conceitos. Nesta metodologia, apresenta-se o experimento e a partir dele, coletam-se dados e observações experimentais que servirão de base para a formulação de um determinado enunciado ou para a construção/analise de uma determinada teoria a ser apresentada. Neste caso, a teoria é que justifica o experimento e o experimento discute/elucida/estrutura a teoria. O EXPERIMENTO Trabalhando o conteúdo sobre os Estados Físicos da Matéria, percebi que alguns alunos não conseguiam conectar os aspectos relativos à teoria e a visão práticas dos estados físicos no seu dia, nesta busca por solucionar parte das dificuldades, busquei trazer para sala de aula, elementos do cotidiano dos alunos, demonstrando que no seu dia-a-dia eles se deparam com todos o fenômenos físicos e químicos, abordados em sala de aula. Com a construção do diagrama: Com o objetivo de demonstrar as fases e os processos de mudança, ilustrando com aula em PowerPoint. (Link da aula:
Correndo tudo bem neste estágio da aula, mas quando coloquei-me à introduzir o assunto DENSIDADE, FASES DA SUBSTÂNCIAS, MOLÉCULAS, SUBSTÂNCIAS PURAS E MISTURAS, o bicho pegou, foi um show de Eu não entendi que mim deixou preocupado, mas, mantive alinha de trabalho, lendo o conteúdo e comentando, dando exemplos ilustrativos e aos poucos, percebi um maior aproximação dos alunos para com o sentido da matéria, mas também, ficou claro que faltava algo para que os alunos compreende-se a idéia do conteúdo. Assim, lancei mão do experimentos demonstrativo, como forma instigadora do conhecimento, buscando a resultante debate, isto é, instigar os alunos ao debate sobre as situações. Propus e realizei o seguinte experimento: CORPOS FLUTUANTES Materiais: Óleo, água, álcool, béquer, funil, bureta e erlenmeyer Óleo = 10 ml Álcool = 20 ml Água = 50 ml Procedimento: utilizando o béquer, coloquei a água, perguntando aos alunos, o que eles estavam vendo? Ou melhor, quanta substância tinha no recipiente. Após coloque o álcool, repetindo a mesma pergunta, acrescentando: quantas fases estão vendo? É uma mistura homogênea ou heterogênea a olho nu? Quantos elementos químicos tenho no recipiente? Após acrescentei o óleo, refazendo as mesmas perguntas. O debate esquentou e as duvidas estavam minimizando, neste ponto, fiz as minha considerações, pedindo para que lendo o material didático (apostila do Positivo), colocamo-nos a confrontar as considerações empíricas, estruturando conceitos e teorias, aceitando fatos como verdade cientifica.
Ao lançar o calculo da densidade, as duvidas já eram quase parte do passado. Onde utilizando de uma tabela de densidade materiais, coloquei-me a indagar: O que flutua e o que afunda? Todos os alunos imediatamente acertaram sujas colocações com base no empirismo, foi assim que os apresente a visão cientifica da coisa, tendo como base a densidade da água (1 g/cm³ ), realizando a operação matemática: d = m/v Nesta linha, os alunos conseguiram absorver o porque da relação substância peso das moléculas ( resultante peso dos corpos). PROCEDIMENTO DE FUNDAMENTAÇÃO DIDÁTICA DO CONTEÚDO Solicitei aos alunos que em grupos de no máximo três alunos, repetissem o experimento, seguindo o procedimento e buscando responder aos seguintes questionamentos: Primeiro: utilizando um recipiente transparente (copo), colocassem água e álcool nas quantidades descritas acima: 60 ml de água e 20 ml de álcool, respondendo: 1 quantas substâncias estão no recipiente? 2 quantas fases estão em destaque no recipiente? 3 a mistura e homogênea ou heterogênea? 4 o calculo da densidade do álcool na mistura? Segundo: Acrescentando no recipiente os 10 ml de óleo, buscassem responder aos seguintes questionamentos: 1 quantas substâncias estão no recipiente? 2 quantas fases estão em destaque no recipiente? 3 a mistura e homogênea ou heterogênea? 4 visualmente como ficou a disposição das substâncias no recipiente? 5 com base na disposição das substâncias, o que poderíamos considerar sobre a densidade das substancias? 6 pela substância poderíamos dizer que água e álcool, mistura ou não mistura? Justificando a sua resposta, tomando como base a analise das respostas no primeiro passo do experimento. 7 o calculo da densidade do álcool e do óleo na mistura?
Para que houve-se uma maior interação, solicitei que os alunos registrassem o experimento em fotos e enviassem para o meu e-mail, fotos estas que ilustram este texto. CONCLUINDO Percebi que na aula seguinte à realização do experimento, os alunos estavam dispostos a comentar o que eles fizeram em casa, alguns relataram que os pais participaram e ficaram curiosos por saber o resultado do experimento, se interessando pelo assunto, participando do debate juntamente com o grupo de alunos. Satisfatoriamente recebi ligações de pais, felicitando pela iniciativa e parabenizando o colégio pela visão de ensino e solicitando que atividade como esta fossem realizadas mais fezes. Isto tudo prova que o experimento em química surtiu efeito e os alunos conseguiram absorver a idéia dos cálculos e as visões da teoria cientifica dos debates à respeito da junção de substâncias em um mesmo recipiente.