NOVIDADES E PERSPECTIVAS

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Transcrição:

nº4/02 - ABRIL 2002 NOVIDADES E PERSPECTIVAS Mercado Financeiro e Mercado de Valores Mobiliários OPERAÇÕES COMPROMISSADAS NESTA EDIÇÃO Operações Compromissadas Debêntures Indexadas à Variação Cambial 2 Swap 3 SPB 4 Breves 5 Convocação de AGE Cartões de Crédito Recolhimento Compulsório Distribuidoras e Corretoras Exportações para Argentina Informações de Risco de Crédito Registro de Valores de Terceiros Fundo de Investimento em Empresas Emergentes Abertura de Contas 1 Por meio da Resolução nº 2.950, de 17 de abril de 2002, o Conselho Monetário Nacional ( CMN ) alterou e consolidou as normas que disciplinam as operações e os compromissos envolvendo títulos de renda fixa, as chamadas "Operações Compromissadas", as quais encontravam-se até então reguladas pela Resolução CMN nº 2.675/99, Resolução CMN nº 2.912/01 e Circular Banco Central do Brasil ( BACEN ) nº 3.066/01 (tendo esses normativos sido revogados pela Resolução em questão). A principal alteração introduzida pela Resolução CMN nº 2.950 foi a modalidade de operação compromissada "intradia", ou seja, operações de (i) venda de títulos com compromisso de recompra assumido pelo vendedor, conjugadamente com compromisso de revenda assumido pelo comprador, e (ii) compra de títulos com compromisso de revenda assumido pelo comprador, conjugadamente com compromisso de recompra assumido pelo vendedor, para liquidação no mesmo dia. Essa nova modalidade de operação compromissada foi viabilizada por força da entrada em funcionamento, no dia 22 de abril de 2002, do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro que implementou a compensação de recursos em tempo real no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. Até o advento da Resolução CMN nº 2.950, os compromissos de recompra/revenda assumidos reciprocamente pelas partes em operações compromissadas, deveriam, obrigatoriamente, ter vencimento em data futura (i) previamente definida pelas partes, ou (ii) a ser acordada pelas partes em conjunto ou determinada a exclusivo critério de uma delas, conforme for o caso, a qualquer tempo durante determinado prazo. Além da criação dessa nova modalidade de operação compromissada, a Resolução CMN nº 2.950 incluiu no rol de ativos passíveis de ser objeto de operações compromissadas as letras de crédito imobiliário ("LCIs") e cédulas de crédito imobiliário ("CCIs"), ambas criadas pela Medida Provisória nº 2.223/01. LIMITES OPERACIONAIS. As operações compromissadas "intradia" não devem ser computadas para fins dos limites operacionais a que estão sujeitas as instituições habilitadas à realização de operações compromissadas. As operações compromissadas que tenham por objeto LCIs ou CCIs sujeitam as referidas instituições ao limite operacional já estabelecido para operações compromissadas envolvendo quaisquer títulos privados, qual seja, 2 (duas) vezes o respectivo Patrimônio de Referência (PR) da instituição. Adicionalmente, o CMN conferiu ao BACEN poderes para modificar os procedimentos relativos à verificação do atendimento aos limites operacionais a que estão sujeitas as instituições habilitadas à realização de operações compromissadas. 1 OPERAÇÕES COMPROMISSADAS POR MEIO DO DEMAB A Circular nº 3.107, editada pelo BACEN em 10 de abril de 2002, institui que o BACEN realizará operações compromissadas de venda de títulos, com compromisso de revenda assumido pelo comprador, conjugadas

com operações compromissadas de compra de outros títulos, com compromisso de recompra assumido pelo vendedor. Essas operações serão contratadas com a faculdade de livre movimentação dos títulos e terão por objeto somente títulos custodiados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Para efeito do disposto na Circular, serão consideradas operações compromissadas conjugadas aquelas em que (i) tanto as operações de venda e de compra quanto os compromissos de revenda e de recompra sejam liquidados pelos resultados compensados; e (ii) a diferença entre os valores financeiros das operações de compra e de venda seja inferior ao preço unitário do título objeto da operação de compra pelo Banco Central. Essas operações não serão computadas para efeito de aferição de performance das instituições credenciadas. Os preços unitários de venda e de compra dos títulos, bem como a taxa de rentabilidade das operações compromissadas, serão estabelecidos pelo BACEN. O BACEN somente negociará com instituições credenciadas a operar com o Departamento de Operações do Mercado Aberto ("DEMAB"), sendo a este conferido, pela Circular nº 3.107, dentre outros poderes, os de (i) definir os títulos da carteira do BACEN que serão objeto das operações compromissadas de venda, (ii) estabelecer a quantidade máxima a ser ofertada de cada um desses títulos, e (iii) fixar a quantidade máxima por título que cada instituição credenciada poderá ter em compromissos de revenda da espécie junto ao BACEN. DEBÊNTURES COM REMUNERAÇÃO ATRELADA À VARIAÇÃO CAMBIAL A Lei nº 10.303/2001, ao conferir nova redação ao antigo parágrafo único (atual parágrafo primeiro) do art. 54 da Lei das S.A. (Lei nº 6.404/76), reintroduziu, no ordenamento jurídico brasileiro, a possibilidade de serem emitidas debêntures com remuneração atrelada à variação cambial. Nesse passo, visando esclarecer a posição do BACEN sobre a aplicabilidade do dispositivo legal em tela, a Associação das Instituições do Mercado Aberto ( ANDIMA ) formulou, por meio da carta SUGER/SUDES nº 645/00 de 28 de abril de 2000, consulta ao BACEN sobre a possibilidade de emissão de debêntures com cláusula de variação cambial. Em resposta à referida consulta, o BACEN corroborou o entendimento acima apresentado de que a edição da Lei nº 10.303/2001 tornou novamente possível a indexação da remuneração de debêntures à variação cambial. Adicionalmente, o BACEN informou que a Decisão Conjunta BACEN/CVM nº 7, de 23 de setembro de 1999, a qual, em seu art. 2º, II, expressamente veda a emissão de debêntures com remuneração indexada à variação cambial, está sendo objeto de estudos com vistas à sua adequação ao art. 54 da Lei 6.404/76, com redação da Lei nº 10.303/01. Por oportuno, vale lembrar que a redação original do parágrafo único do art. 54 da Lei nº6.404/1976 já permitia a indexação da remuneração das debêntures à variação cambial. Todavia, as Leis n os 8.880/94, 9.069/95 e a Medida Provisória nº 1.053/95 (que, após inúmeras reedições, foi convertida na Lei nº10.192/2001) proibiram a contratação de obrigações remuneradas com base na variação cambial, tendo tal proibição sido ratificada, no que se refere às debêntures, pela Decisão Conjunta BACEN/CVM nº 3/96 e, posteriormente, pela Decisão Conjunta BACEN/CVM nº 7/99, a qual revogou a Decisão Conjunta BACEN/CVM nº 3/96. Note-se que a Lei nº 10.303/01 prevalece sobre as leis acima elencadas, no que se refere à emissão de debêntures com remuneração indexada à variação cambial, conforme o disposto no art. 2º do Decreto-Lei nº 4.656/42 (Lei de Introdução ao Código Civil) por se tratar de norma de mesma hierarquia (todas leis ordinárias) porém posterior. Nesse contexto, aguarda-se a emissão de nova Decisão Conjunta BACEN/CVM corroborando a posição formalmente manifestada pelo BACEN no sentido de que a Lei nº 10.303/01 voltou a possibilitar a emissão de debêntures indexadas à variação cambial. 2

OPERAÇÕES DE DERIVATIVOS DE CRÉDITO (CREDIT DEFAULT SWAPS) O BACEN regulamentou, por meio da Circular nº 3.106, de 10 de abril de 2002, a realização de operações de derivativos de crédito por instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN, operações essas autorizadas pela Resolução CMN nº 2.933/02, que foi objeto de nossos comentários em "Novidades e Perspectivas" de fevereiro de 2002. A Circular estabeleceu duas modalidades de derivativos de crédito passíveis de realização: (i) "swap" de crédito, hipótese em que a contraparte receptora do risco é remunerada com base em taxa de proteção; ou (ii) "swap" de taxa de retorno total, quando a contraparte receptora do risco for remunerada com base no fluxo de recebimentos vinculados ao ativo subjacente (crédito sobre o qual existe risco de inadimplemento do devedor). Ao estabelecer as modalidades de derivativos de crédito passíveis de realização, a Circular BACEN nº 3.106/02 definiu ainda que ficam expressamente vedadas as seguintes operações: (i) opções vinculadas às referidas modalidades de derivativos de crédito; (ii) operações de derivativos de crédito entre pessoas físicas ou jurídicas controladoras, coligadas ou controladas de instituições financeiras e demais instituições autorizadas pelo BACEN, bem como a recepção do risco de crédito dessas pessoas; e (iii) operações de derivativos de crédito cujos fluxos não estejam na mesma moeda ou indexador do ativo subjacente. Uma importante regra trazida pela Circular BACEN nº 3.106/02 diz respeito à possibilidade de a contraparte transferidora do risco de crédito contabilizar a operação no cálculo do valor de seu Patrimônio Líquido Exigido (PLE), em função do grau de transferência do risco de crédito relativo ao ativo subjacente. Vale lembrar que o PLE é um valor que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN devem manter reservado e que varia proporcionalmente ao grau de risco da estrutura de seus ativos. Para que a contraparte transferidora do risco de crédito possa efetivar a transferência do risco de crédito do ativo subjacente, beneficiando-se para fins de cálculo do seu PLE, deve observar, dentre outros, os seguintes requisitos: (i) deter o ativo subjacente direta ou indiretamente, por meio de um derivativo de crédito; (ii) ser o ativo subjacente passível de transferência; (iii) inexistir coobrigação da contraparte transferidora do risco de crédito em relação à parcela do ativo subjacente objeto da operação; (iv) não haver cláusula que possibilite o rescisão unilateral do contrato pela receptora do risco de crédito, exceto na hipótese de inadimplemento pela contraparte transferidora do risco de crédito; e (v) não haver cláusula limitando o cumprimento da obrigação assumida pela receptora do risco de crédito de pagar o montante devido à transferidora na ocorrência de evento de crédito. Uma vez efetivada a transferência do risco de crédito do ativo subjacente, a contraparte receptora do risco de crédito fica exposta ao risco do ativo subjacente, na proporção do risco assumido. Outra importante regra diz respeito à observância da regulamentação aplicável sobre limites de exposição por cliente. Nesse caso, a contraparte transferidora do risco de crédito beneficia-se da operação de derivativo de crédito na proporção do risco transferido, desde que (i) seja detentora do ativo subjacente; e (ii) sejam observados os mesmos requisitos mínimos necessários para efetivar a transferência do risco do crédito do ativo subjacente com impacto no cálculo do PLE, conforme visto no parágrafo anterior. Cumpre ressaltar que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN estão obrigadas a divulgar, em notas explicativas às suas demonstrações financeiras, informações sobre as operações de derivativos de créditos por elas contratadas, bem como disponibilizar tais informações ao BACEN. SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO REGRAS ADICIONAIS 3 Nos dias que antecederam a implantação do atual Sistema de Pagamentos Brasileiro ("SPB"), ocorrida em 22 de abril de 2002, o BACEN editou diversos normativos complementares à estrutura regulamentar do referido sistema. Nesse sentido, tanto foram criados novos institutos, quanto foram reformados alguns já existentes, conforme segue.

REDESCONTO. O SPB não permite às instituições financeiras titulares de conta Reservas Bancárias realizar saques a descoberto. Portanto, para suprir as necessidades de liquidez imediata das instituições financeiras, o BACEN oferece, desde a edição da Circular nº 2.965/00, o Redesconto do BACEN ("Redesconto"), pelo qual o BACEN adquire ativos (títulos públicos federais, valores mobiliários, direitos creditórios) da instituição financeira e esta se compromete a recomprá-los. A Circular nº 3.105, editada pelo BACEN em 5 de abril de 2002, inova o SPB ao possibilitar a realização de operação de Redesconto intradia, na qual a compra dos ativos pelo BACEN e a posterior revenda para a própria instituição financeira ocorrem no mesmo dia, a custo zero. Ressalte-se que as operações intradia contemplam exclusivamente títulos públicos federais. SELIC. A Circular BACEN nº 3.108, de 10 de abril de 2002, alterou o regulamento do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia ("Selic"), o qual é responsável pela custódia de títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo BACEN, bem como pela liquidação de operações com os referidos títulos. Com a edição de tal circular, o Selic passa a operar em tempo real e passam a ser admitidas operações pendentes de liquidação, na hipótese de insuficiência ou inexistência de títulos na posição de custódia da instituição financeira vendedora. A operação permanecerá pendente por 30 minutos ou até o horário-limite das 16h30min, o que ocorrer primeiro. A operação será rejeitada caso a instituição financeira compradora dos títulos não possua recursos disponíveis em sua conta Reservas Bancárias no momento do registro da operação. Inovação importante é a possibilidade de realização de operações de Redesconto intradia associadas a títulos mantidos em custódia no Selic, ou seja, ao receber a solicitação de recursos da instituição financeira (i) o Redesconto do BACEN credita o valor solicitado na conta Reservas Bancárias da respectiva instituição financeira; e (ii) o Selic transfere os títulos indicados pela instituição financeira de sua posição de custódia para a posição de custódia do BACEN, imediatamente. MEIO-CIRCULANTE. O Sistema do Meio-Circulante ("CIR") registra e processa as operações de saques, depósitos e transferências de numerário, tanto entre as instituições financeiras, quanto entre estas e o BACEN. A Circular BACEN nº 3.109, de 10 de abril de 2002, e a Carta-Circular BACEN nº 3.003, de 16 de abril de 2002, regulamentam os procedimentos operacionais do CIR. A partir de agora, as requisições de saque de numerário devem ser feitas com antecedência mínima de 24 horas, se ao BACEN, e 48 horas se à uma instituição custodiante autorizada pelo BACEN. Vale ressaltar, por oportuno, que incidirá uma tarifa no valor de R$0,16 sobre cada saque ou depósito de numerário realizado pelas instituições financeiras junto a instituições custodiantes, diferentemente dos saques e depósitos realizados diretamente junto ao BACEN, sobre os quais não incidirá a referida tarifa. TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA. A Circular BACEN nº 3.115, de 18 de abril de 2002, instituiu a Transferência Eletrônica Disponível ("TED") e a Transferência Eletrônica Agendada ("TEA"). A TED é uma ordem de transferência de fundos interbancária em tempo real, produto que pode ser oferecido por qualquer instituição financeira detentora de conta Reservas Bancárias. A TEA, por sua vez, se destina a programar os recursos que serão transferidos por intermédio de TED no dia útil imediatamente subseqüente à data de vencimento de determinado ativo ou de resgate de um investimento. A TEA estará em vigor por prazo determinado, sendo aplicável somente às aplicações financeiras realizadas até 30 de setembro de 2001, cujo resgate se dê a partir de 22 de abril de 2002 e desde que com a prévia aprovação do cliente. 4 CLEARINGS. Conforme noticiado no "Novidades e Perspectivas" de agosto de 2001, a implantação do SPB implica o início das atividades de diversas novas câmaras e prestadores de serviços de compensação e liquidação de movimentações financeiras ("clearings"). As clearings são especialmente importantes no âmbito do SPB, na medida em que concentram o risco de crédito das operações, reduzindo o risco sistêmico. antes suportado isoladamente pelo BACEN. O Comunicado BACEN nº 9.419, de 18 de abril de 2002, autorizou as seguintes clearings a funcionar: (i) Clearing de Câmbio da Bolsa de Mercadorias e Futuros ( BM&F ), para operações interbancárias com moeda estrangeira; (ii) Clearing de Derivativos da BM&F, para operações de contratos de derivativos e de mercadorias; (iii) Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia CBLC, para operações com títulos de renda variável, de renda fixa pública e privada, nos mercados à vista e de liquidação futura; (iv) Companhia Brasileira de Meios de Pagamento Visanet, para transações com cartões de crédito e de débito; (v) Redecard S.A., para transações com cartões de crédito e de débito; (vi) Tecnologia Bancária S.A. Tecban, para transações com cartões de crédito e ordens de crédito e (vii) Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Cetip.

REGIME DE CONTINGÊNCIA. A comunicação de dados entre os participantes do Sistema de Transferência ( STR ) é realizada por meio da Rede do Sistema Financeiro Nacional ("RSFN"). Conforme comunicado pela Carta-Circular BACEN nº 3.010, de 19 de abril de 2002, no caso de falha ou impossibilidade técnica que impossibilite a instituição financeira ou as clearings de entregar corretamente suas mensagens ao RSFN, o BACEN disponibilizará serviço de inserção de mensagens em regime de contingência, que poderá ser parcial ou integral, ocasião em que a troca de mensagens ocorrerá no site do BACEN. O participante do STR deverá pagar R$3 mil e R$6 mil a cada vez que requisitar os regimes de contingência parcial e integral, respectivamente, conforme a Circular BACEN nº 3.121, também de 19 de abril de 2002. BREVES ADIAMENTO DE ASSEMBLÉIA GERAL E INTERRUPÇÃO DE PRAZO DE SUA CONVOCAÇÃO A CVM disponibilizou em audiência pública até o dia 1º de maio de 2002 a minuta da instrução sobre os procedimentos relacionados (i) ao adiamento de assembléia geral e (ii) à interrupção da fluência do prazo de convocação de assembléia geral de companhia aberta, previstos nos incisos I e II do 5º do art. 124 da Lei nº 6.404/76, respectivamente. Dentre os principais pontos do edital de audiência pública em referência, destacamos os seguintes. Qualquer acionista poderá requerer à CVM o adiamento da assembléia geral, sendo que tal requisição deverá ser apresentada à CVM até no máximo 7 (sete) dias antes da data inicialmente estabelecida para a realização da assembléia geral. Somente a assembléia geral que tenha por objeto operações complexas e que, portanto, exijam maior prazo para que sejam analisadas pelos acionistas serão adiadas, restando certo que tal adiamento não poderá ultrapassar 30 dias. A companhia deverá ser ouvida, cabendo ao Colegiado da CVM decidir pelo acolhimento ou não do requerimento de adiamento da assembléia geral. Da mesma forma, qualquer acionista poderá requerer à CVM a interrupção do prazo de convocação da assembléia geral extraordinária, cabendo à CVM analisar a validade e a legalidade das deliberações propostas à assembléia geral. A interrupção do curso do prazo da assembléia geral extraordinária poderá ser de até 15 dias. Para o requerimento de interrupção do curso do prazo da assembléia geral extraordinária aplicar-se-á, no que couber, as regras a respeito do adiamento da assembléia geral. Também neste caso, caberá ao Colegiado da CVM decidir sobre a interrupção ou não do prazo. CÂMBIO CARTÕES DE CRÉDITO O BACEN editou, em 22 de abril de 2002, a Carta-Circular nº 3.018, que tem por finalidade promover ajustes no Regulamento do Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes, alterando a forma de encaminhamento de informações ao BACEN pelas administradoras de cartão de crédito. Basicamente, a Carta-Circular nº 3.018 estabelece que (i) os demonstrativos mensais resumindo a movimentação do mês anterior deverão, doravante, ser encaminhados à Gerência Técnica de Capitais Estrangeiros e Câmbio do BACEN de qualquer jurisdição; (ii) as informações mensais quanto aos gastos ou saques em moeda estrangeira, bem como a relação dos valores devidos a residentes no País, deverão ser transmitidas ao BACEN via internet, ou via sistema Connect, podendo, alternativamente, serem encaminhadas à gerência administrativa do BACEN da jurisdição da praça da sede da administradora de cartão de crédito, em meio magnético, até 10 de junho de 2002; e (iii) a administradora de cartão de crédito deverá manter em arquivo documentação que comprove as informações encaminhadas ao BACEN, conforme os itens (i) e (ii) acima. RECOLHIMENTO COMPULSÓRIO O BACEN, em 15 de abril de 2002, editou a Carta-Circular nº 3.002 que dispõe acerca de procedimentos relativos aos recolhimentos compulsórios, encaixes obrigatórios, e direcionamento obrigatório de recursos de poupança, no âmbito do Novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, para fins de informação, cumprimento de exigências, movimentação de recursos, dentre outros. 5 A Carta-Circular BACEN nº 3.002/02 estabelece os procedimentos operacionais (prazo e forma) para prestação de informações ao BACEN relativas aos recolhimentos compulsórios, encaixes obrigatórios, e direcionamento obrigatório de (i) recursos à vista; (ii) depósitos judiciais; (iii)

recursos a prazo; (iv) recursos de poupança; (v) garantia por fiança bancária; (vi) adiantamentos relativos à operações de câmbio; e (vii) recursos de depósitos e de garantias realizadas. Adicionalmente, a Carta-Circular nº 3.002/02 determina que as instituições financeiras titulares de conta de reservas bancárias deverão utilizar a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN), valendo-se das mensagens específicas do Sistema de Recolhimento Compulsório (RCO), para prestação das informações aqui tratadas, enquanto as instituições financeiras não titulares de conta de reservas bancárias utilizarão o Sistema de Informações Banco Central Sisbacen. SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS O CMN deliberou facultar às (i) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários ("Corretoras") e (ii) sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários ("Distribuidoras"), a obtenção de empréstimos ou financiamentos junto a instituições financeiras, conforme disposto na Resolução nº 2.951, de 19 de abril de 2002. Não obstante, tal faculdade ficou restrita a empréstimos ou financiamentos (i) vinculados à aquisição de bens para uso próprio que sejam relacionados ao objeto social das Corretoras e Distribuidoras e (ii) que não excedam o limite de 2 (duas) vezes o Patrimônio de Referência, conforme definido pela Resolução CMN nº 2.837, de 30 de maio de 2001, para a totalidade dessas transações. EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A ARGENTINA O Comunicado BACEN nº 9.384, expedido em 09 de abril de 2002, esclarece, com base em negociações mantidas pelo BACEN com o Banco Central da República Argentina ("BCRA"), que não há qualquer impedimento por parte deste em efetuar a liberação de recursos para a quitação de débitos relativos a operações comerciais, inclusive aquelas decorrentes de exportações brasileiras. Todavia, a liberação de recursos para pagamento de dívidas contraídas até 10 de janeiro de 2002 dependerá do envio ao BCRA, por parte das entidades financeiras argentinas intervenientes, de declaração informando os detalhes dos pagamentos a serem realizados. Tal declaração deverá ser validada pelo BCRA, no prazo de 24 horas de seu recebimento, desde que correta. Na hipótese de incorreção, a declaração será rejeitada e a entidade financeira argentina interveniente deverá retificar as informações anteriormente prestadas. No que tange às dívidas contraídas após 10 de janeiro de 2002, a liberação dos recursos para pagamento das mesmas estará unicamente condicionada a que o importador argentino efetue o pagamento em instituição financeira local, não havendo qualquer necessidade de participação do BCRA em tal operação. REMESSA DE INFORMAÇÕES NO ÂMBITO DO SISTEMA CENTRAL DE RISCO DE CRÉDITO O BACEN editou, em 2 de abril de 2002, a Carta-circular nº 2.999 que dispõe sobre os procedimentos a serem observados na remessa adicional de informações no âmbito do Sistema Central de Risco de Crédito. A remessa adicional de informações foi, por sua vez, regulamentada na Circular nº 3.098 editada pelo BACEN em 20 de março de 2002. A Carta-Circular nº 2.999 determina que a prestação das informações devem basear-se nas operações constantes do Balancete Patrimonial Analítico, informadas pelo valor contábil, na forma definida na Carta-Circular nº 2.889/2000, inclusive no que se refere às operações de financiamento habitacional com cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais. Adicionalmente, a Carta-circular estabelece os procedimentos gerais e específicos, obrigatórios e facultativos para o preenchimento dos documentos previstos na Circular nº 3.098/02, quais sejam: (i) Dados Individualizados de Risco de Crédito; (ii) Dados Individualizados Complementares de Risco de Crédito e; (iii) Dados Agregados de Risco de Crédito. Por fim, a Carta-Circular dispõe sobre as informações a serem prestadas: (i) nas operações de cessão de crédito, de securitização e de negociação de cédulas de crédito bancário ou certificados de cédula de crédito bancário, pela instituição cedente, nas hipóteses de ter como contraparte empresa, direta ou indiretamente ligada e; (ii) pela instituição financeira cessionária adquirente de créditos, cédulas de crédito bancário com coobrigação ou qualquer outra forma de retenção de risco por parte de instituição financeira. 6

REGISTRO DE VALORES CORRESPONDENTES A RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS POR CONTA DE TERCEIROS O BACEN editou, em 10 de abril de 2002, o Comunicado nº 9.390, tendo em vista ocorrências verificadas no mercado financeiro, relacionadas com a disponibilização, por parte de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN, de serviços de administração de fluxo de caixa de clientes, consistentes no recebimento de recursos com a finalidade de realização de pagamentos por conta destes, informa que tais práticas encontram-se expressamente vedadas nos termos do artigo 1º da Circular nº 3.001, de 24 de agosto de 2000; observando-se que, o oferecimento de produtos com tais características é considerado artifício de má-fé. O BACEN alerta que a constatação de prestação de serviços com as particularidades referidas implicará, sem prejuízo da adoção de medidas disciplinares cabíveis, imediata comunicação do fato à Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, para as providências daquele órgão, como por exemplo, eventual recálculo dos valores sujeitos à CPMF. FUNDOS DE INVESTIMENTO EM EMPRESAS EMERGENTES ( FIEEs ) Em 02 de abril de 2002, a CVM editou a Instrução nº 363, que alterou a Instrução CVM nº 209, de 25 de março de 1994, que dispõe sobre a constituição o funcionamento e a administração dos Fundos de Investimento em Empresas Emergentes. Basicamente, a Instrução CVM nº 363, alterou os valores monetários usados como referência na a Instrução CVM nº 209. Assim é que: (i) as empresas emergentes passam a ser definidas como companhias que apresentem faturamento líquido anual, ou faturamento líquido anual consolidado, inferiores a R$100.000.000,00 (cem milhões de reais), apurados no balanço de encerramento do exercício anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua emissão pelo fundo; (ii) doravante os FIEEs podem investir em sociedades integrantes de grupos de sociedades, de fato ou de direito, cujo patrimônio líquido consolidado seja de até R$200.000.000,00; (iii) o valor mínimo para as quotas de emissão dos FIEEs passou para R$10.000,00 (dez mil reais). Note-se que as quotas constitutivas do patrimônio inicial dos FIEEs devem a partir de agora ser integralizadas no prazo máximo de 360 dias a contar da data da concessão do registro de distribuição de quotas pela CVM, se cabível, ou da data da deliberação de sua emissão se destinada à colocação privada. Anteriormente exigia-se que a subscrição total de referidas quotas se desse no prazo máximo de 180 dias a contar de tais eventos. ABERTURA DE CONTAS Em 25 de abril de 2002, o BACEN expediu a Resolução nº 2.953 que alterou as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação de contas de depósitos e, ainda, dispôs sobre a contratação de correspondentes no País por parte de instituições financeiras. De acordo com a nova sistemática, as instituições financeiras deverão adequar seus sistemas de controles internos voltados para as atividades de abertura e acompanhamento de contas de depósitos, implantados nos termos da Resolução CMN nº 2.554, de 24 de setembro de 1998, com vistas a contemplar o monitoramento das informações prestadas, bem como adotar políticas procedimentos, incluindo regras rígidas, do tipo "conheça seu cliente", que previnam a utilização das respectivas instituições, intencionalmente ou não, para fins de práticas ilícitas ou fraudulentas. O presente boletim tem por fim comentar as principais mudanças ocorridas na regulamentação pertinente ao Mercado Financeiro e ao Mercado de Valores Mobiliários ou outras que afetem, direta ou indiretamente, as atividades cursadas no âmbito de tais mercados. Surgindo dúvidas, os advogados estarão à disposição para esclarecimentos adicionais. Contatos Pedro Lanna Ribeiro Camila Goldberg Cavalcanti Rosinei Silvestre Libano Tel.: (21) 3824-5834 Tel.: (21) 3824-6004 Tel.: (11) 3365-4561 pedro@bmalaw.com.br cgc@bmalaw.com.br rsl@bmalaw.com.br 7 Atademes Branco Pereira Rafael Maradei Ricardo Genis Mourão Tel.: (21) 3824-5860 Tel.: (11) 3365-4589 Tel.: (11) 3365-5345 abp@bmalaw.com.br ram@bmalaw.com.br rgm@bmalaw.com.br