Comissão Europeia Mercado interno e serviços. O seu mercado único? Um Acto para o Mercado Único para uma economia social de mercado competitiva



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Transcrição:

Comissão Europeia Mercado interno e serviços O seu mercado único? Um Acto para o Mercado Único para uma economia social de mercado competitiva

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu) Uma ficha catalográfica figura no fim desta publicação Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2010 ISBN 978-92-79-16943-4 doi:10.2780/22157 União Europeia, 2010 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte Printed in Spain

O seu mercado único? Um Acto para o Mercado Único para uma economia social de mercado competitiva

PARTE 1. UM CRESCIMENTO FORTE, SUSTENTÁVEL E EQUITATIVO PARTE 2. OS CIDADÃOS EUROPEUS NO CENTRO DO MERCADO ÚNICO RECUPERAR E CONQUISTAR A CONFIANÇA PARTE 3. DIÁLOGO, GOVERNAÇÃO E MERCADO ÚNICO 2

Caro concidadão europeu Participa todos os dias na construção da Europa. Trabalha, consome, viaja, economiza, estuda ou investe. Quer cuidar da sua saúde ou está a preparar a sua reforma. Em todos os aspectos da sua vida quotidiana, o mercado único, comum a todos os europeus, deve ajudá-lo, dar-lhe mais oportunidades e permitir-lhe fazer planos para o futuro. Num esforço de colaboração com os meus colegas da Comissão Europeia, identificámos um conjunto de 50 acções destinadas a permitir que todos os europeus tirem maior partido da sua participação no mercado único. A presente brochura pretende ser, acima de tudo, um convite à reflexão e ao debate sobre as questões que são importantes para si. A partir de agora e até ao final de Fevereiro, as nossas propostas estarão em debate em todos os Estados-Membros da UE. Convidamo-vos a todos a partilhar connosco os vossos pensamentos e opiniões. Seja um particular, uma pequena ou grande empresa, um sindicato, uma associação, uma ONG ou um grupo de reflexão, queremos conhecer a sua opinião. Não hesite em visitar o nosso sítio Web, no endereço http:// ec.europa.eu/internal_market/smact/, onde poderá conhecer integralmente as nossas propostas, acompanhar eventos e participar em debates sobre questões essenciais relativas ao Acto para o Mercado Único. Pode igualmente escrever-me, quer para michel.barnier@ec.europa.eu, quer para o nosso endereço consagrado exclusivamente ao Acto para o Mercado Único: markt-sma@ec.europa.eu. Na expectativa do seu contributo, Michel BARNIER Membro da Comissão Europeia responsável pelo Mercado Interno e pelos Serviços 3

Porquê um Acto para o Mercado Único? 2012 assinala o 20.º aniversário do mercado único. Lançado em 1992, sob a liderança de Jacques Delors, o mercado único pretendia estreitar os laços entre os cidadãos e os Estados- Membros da União Europeia. As suas vantagens são numerosas e evidentes, tanto para as empresas como para os consumidores, que viram os preços das suas comunicações móveis descer 70% e o custo das passagens aéreas cair 40%. Mas os tempos são outros. A globalização do comércio, o progresso tecnológico e a emergência de novos actores a nível mundial mudaram as regras do jogo. A crise económica e financeira teve um forte impacto nos trabalhadores e nas empresas. Esta nova realidade exige uma nova resposta. Uma resposta ambiciosa, que vise relançar a integração do mercado e que facilite a concretização do potencial de crescimento da Europa. É preciso um esforço comum para voltar a colocar os cidadãos no centro do mercado único e para conquistar a sua confiança. Um mercado único forte e bem-sucedido cria emprego e responde a questões de protecção social e de sustentabilidade ambiental. Para superar estes desafios necessitamos de um compromisso pan-europeu. Um compromisso que envolva interessados de todos os cantos da Europa, de âmbito nacional e regional, dos sectores público e privado e das esferas económica e social. É esta a essência do Acto para o Mercado Único: acções que a Comissão quer ver debatidas e postas em práticas com urgência, 4

antes do final de 2012. Identificámos os problemas que impedem o mercado único de realizar integralmente as suas potencialidades. Existem inúmeras possibilidades de crescimento. Contudo, estas possibilidades só poderão ser exploradas quando os cidadãos e as empresas estiverem plenamente convencidos dos benefícios gerados pelo mercado único. As nossas acções inscrevem-se em três categorias: Como relançar um crescimento forte, sustentável e equitativo. Como colocar os cidadãos no centro do mercado único. Como promover uma melhor governação e reforçar o diálogo no mercado único. 5

6 21 milhões de empresas europeias asseguram 175 milhões de empregos e abastecem 500 milhões de consumidores. O mercado único deve incentivar as empresas a expandir se, comprar, vender, criar, investir e contratar pessoal na União Europeia e não só, porque a Europa deve pensar e agir à escala global.

PARTE 1. UM CRESCIMENTO FORTE, SUSTENTÁVEL E EQUITATIVO

INCENTIVAR E PROTEGER A CRIATIVIDADE Uma patente europeia O nosso sistema de patentes fragmentado não estimula a inovação nem protege convenientemente os inventores, os centros de investigação e as empresas. O nosso objectivo é conceder as primeiras patentes da UE em 2014. Qualquer empresa ou particular que registe uma patente tem de enfrentar um processo de validação em todos os Estados- Membros, com os custos de tradução inerentes, o que desencoraja as empresas mais pequenas. Actualmente, o registo de uma patente pode implicar litigâncias onerosas e arriscadas em diversos fóruns e em vários Estados- Membros. 8

Imagine uma descoberta médica Imagine que uma PME especializada em implantes médicos descobre um novo dispositivo para a coluna vertebral. Ciente de que a cópia de inovações é comum no sector, a empresa decide que o registo de uma patente é a única forma de proteger a sua invenção. No actual sistema, o registo da patente em 13 Estados- Membros poderia custar à empresa 20 000 euros. Limitações de ordem financeira impedem a empresa de o fazer, deixando a invenção vulnerável à cópia por outros países. Se for copiada fora da UE e importada através do porto de um Estado-Membro em que a patente não esteja registada, as autoridades não poderão impedir a sua comercialização no mercado único. 9

Enfrentar os problemas do comércio transfronteiriço em linha O sector que levanta mais problemas aos consumidores é o mercado único em linha. Actualmente, apenas 7% dos consumidores fazem compras em linha. Com demasiada frequência, os consumidores não podem comprar produtos de outros Estados-Membros devido à sua nacionalidade ou local de residência. Um estudo recente revela que 61% das compras em linha não puderem ser realizadas porque as empresas se recusaram a vender a pessoas de outros países. Em 2011, a Comissão irá apoiar os Estados-Membros e fornecer lhes mais orientações sobre a forma de erradicar a discriminação no comércio electrónico. A inexistência de um enquadramento europeu dos direitos de autor vem complicar ainda mais as compras em linha. Comprar ou vender música, livros ou outras criações de valor cultural é ainda demasiado complicado. Em consequência, o potencial da Europa para um intercâmbio à escala da União de obras de valor cultural permanece largamente inexplorado. Em 2011, a Comissão apresentará uma directiva quadro relativa aos direitos de autor, com o objectivo de abrir o acesso à arte em linha e, simultaneamente, assegurar a protecção e a remuneração adequadas dos titulares de direitos. 10

Lutar contra a contrafacção e a pirataria A contrafacção e a pirataria tornaram-se problemas graves a nível mundial. Há vinte anos, a contrafacção constituía uma preocupação principalmente para os fabricantes de carteiras de senhora caras. Hoje, os contrafactores copiam não só electrodomésticos, peças de automóveis, brinquedos e software, mas também medicamentos. Esta situação, para além de representar a perda de milhões em receitas fiscais, também põe em risco postos de trabalho e a saúde e a segurança dos cidadãos. Em 2010, a Comissão proporá um plano de acção contra a contrafacção e a pirataria, e apresentará uma proposta legislativa para reforçar os controlos aduaneiros. A Comissão irá ainda reexaminar a sua estratégia em matéria de direitos de propriedade intelectual para os países não pertencentes à União. 11

Sabia que: No G20 se perderam 60 000 milhões de euros em receitas fiscais devido à pirataria e à contrafacção. Em 2008, o comércio retalhista perdeu 10 000 milhões de euros e foram extintos 186 600 postos de trabalho. Em 2009, o Eurobarómetro revelou que quase um terço dos europeus pensa que não há problema em comprar produtos contrafaccionados e que 40% dos jovens europeus compram, conscientemente, produtos falsos em plataformas Internet. 12

PROMOVER UMA ECONOMIA MAIS SUSTENTÁVEL Aumentar o mercado único dos serviços Os serviços são uma parte essencial da economia europeia e representam mais de 70% dos postos de trabalho. Contudo, embora se tenham registado progressos, o mercado único dos serviços ainda não funciona tão bem quanto devia. Os serviços transfronteiriços representam apenas 5% do PIB, percentagem que é muito baixa comparativamente com o comércio de bens no mercado único, que representa 17% do PIB. Os cidadãos e as empresas, especialmente as pequenas e médias empresas (PME), só têm a ganhar com a melhoria do funcionamento do mercado único dos serviços. Esses ganhos estão estimados em lucros anuais de 60 a 140 mil milhões de euros e num crescimento do PIB de entre 0,6% e 1,5%. Por este motivo, a Comissão apresentará, em 2011, novas medidas para melhorar o mercado único dos serviços. Regras mais eficazes para as normas europeias para os produtos Normas comuns significam que as empresas vão deixar de ter de observar normas diferentes para mercados diferentes, reduzindo, assim, os seus custos e facilitando o seu acesso aos mercados globais, que representam mais comércio e mais crescimento. Os novos produtos que observam normas de qualidade internacionais transmitem uma mensagem de confiança e de profissionalismo. As normas comuns para produtos na UE foram ainda essenciais para assegurar que os consumidores da União têm acesso a produtos seguros e de qualidade, independentemente da sua origem. A vantagem económica da normalização ronda 1% do PIB. Mas ainda é possível melhorar. As normas deveriam ser aprovadas com maior celeridade, para acompanhar o rápido desenvolvimento das novas tecnologias. De outra forma, as empresas perderão oportunidades de exportação. 13

Normas para aeronaves A Airbus Industries, uma subsidiária da EADS (Companhia Europeia de Aeronáutica, Defesa e Espaço), é pioneira no sector da construção de aeronaves mundial há mais de quarenta anos. Recentemente, o construtor reduziu drasticamente o número de peças para as aeronaves de passageiros de grande porte A330/A340 com a introdução de normas harmonizadas. A harmonização das normas a nível europeu resultou numa maior rentabilidade e melhorou o acesso aos mercados mundiais. Ao passar a aplicar as normas europeias, a Airbus deixou de ter de observar uma multiplicidade de normas industriais em diferentes países e reduziu os seus custos em mais de 9 milhões de euros. 14

Acesso das pequenas e médias empresas aos mercados de capital As PME representam 99% das empresas da União. Contudo, muitas vezes estas empresas não conseguem explorar o seu potencial de expansão por terem dificuldade em obter financiamento. As grandes empresas continuam a ter muito mais facilidade em aceder ao capital do que as pequenas. Por este motivo é tão importante melhorar o acesso das PME ao financiamento. A Comissão irá incentivar a criação de uma rede de bolsas de valores regionais e assegurar que os fundos de capital de risco possam investir livremente em todos os Estados- Membros, favorecendo o surgimento de novas pequenas empresas. A Comissão tomará ainda medidas tendentes a conferir maior visibilidade às PME junto de potenciais investidores e procurará influenciar a simplificação dos requisitos para a sua cotação nos mercados de capitais. A Comissão pretende ainda simplificar as normas contabilísticas para as PME e melhorar o seu acesso aos contratos públicos. FINANCIAR A INOVAÇÃO E OS INVESTIMENTOS A LONGO PRAZO Obrigações europeias para as poupanças dos cidadãos A Comissão procurará encontrar formas para incentivar os investidores privados a investir em estratégias económicas a longo prazo, bem como em grandes projectos de infra-estruturas europeus, nomeadamente nas áreas dos transportes e da energia. Uma opção é a criação de obrigações associadas a projectos, uma ideia avançada pelo Presidente Barroso no seu discurso sobre o estado da União em 2010. Estas obrigações poderiam ser emitidas em estreita cooperação com o Banco Europeu de Investimento. 15

Contratos públicos mais ecológicos, mais inovadores e mais eficazes Os concursos públicos são o processo pelo qual o sector público adjudica a empresas contratos para o fornecimento de bens ou serviços, como, por exemplo, trabalhos de construção. Este método gerou mais concorrência em torno dos contratos públicos: em média, cada concurso público conta com cinco concorrentes. As entidades adjudicantes pensam que esta concorrência permite realizar economias que se cifram entre os 5% e os 8% dos custos previstos. Os bens e os serviços adquiridos no seguimento de concursos públicos representam 17% do PIB da UE. As regras da União aplicáveis aos concursos públicos contribuíram para uma maior transparência na adjudicação de contratos públicos. Em 2009, foram anunciados em toda a UE mais de 150 000 concursos. Mas a situação pode ainda ser melhorada. Até 2012, a Comissão vai apresentar propostas tendentes a tornar os contratos públicos mais ecológicos e mais inovadores. Serão estudadas opções para realizar economias de escala através de concursos públicos transnacionais que envolvam mais do que um Estado- Membro. A Comissão procurará ainda formas de melhorar o acesso das PME aos contratos públicos. 16

Concursos para a aquisição de computadores reduzem o consumo de energia na Suécia Na Suécia, os contratos públicos são objecto de acordos-quadro de grandes aquisições para os vários organismos do Estado. Neste país, os contratos para a aquisição de computadores pessoais, que representam 250 milhões de euros anuais, são os maiores contratos específicos celebrados. Os concursos para a aquisição de computadores incluem requisitos estritos em matéria de rendimento energético e de substâncias químicas. Em consequência, o consumo de energia anual diminuiu 3,750 MWhz e as emissões de CO 2 associadas à utilização de computadores diminuíram a uma média anual de 26 toneladas relativamente ao período abrangido pelo contrato anterior. 17

Matéria colectável comum consolidada e melhoria dos sistemas de IVA para as empresas Os 27 sistemas nacionais de imposto sobre as sociedades funcionam todos de forma diferente, o que cria obstáculos fiscais às empresas, desencorajando e muitas vezes bloqueando as actividades transnacionais. As mais afectadas são as PME, que são frequentemente incapazes de ultrapassar as complexidades dos diferentes sistemas fiscais. Por esse motivo a Comissão quer introduzir uma matéria colectável comum, que permita ultrapassar as disposições dos sistemas fiscais que limitam o crescimento das empresas que pretendem beneficiar do mercado único europeu. Com uma matéria colectável comum, as empresas teriam de respeitar um único conjunto de regras e tratariam dos seus assuntos fiscais junto de uma única administração fiscal. Esta iniciativa não afecta as taxas do imposto sobre sociedades aplicadas pelos Estados Membros. O nosso sistema do IVA tem se mantido em larga medida inalterado desde a sua introdução em 1967. Para as empresas com actividade transfronteiriça, os custos são demasiado elevados e os procedimentos administrativos demasiado pesados. A fraude fiscal, a evasão fiscal, a evasão aos direitos aduaneiros e as falências resultaram numa perda líquida de 12% das receitas de IVA. A Comissão irá propor uma nova estratégia para o IVA no intuito de apoiar um mercado único mais forte e com regras mais simples. 18

A dimensão externa do mercado único A UE é o maior exportador de bens e serviços a nível mundial e um dos primeiros destinatários dos investimentos directos no estrangeiro. O mercado único deve funcionar como uma base sólida para as empresas europeias, apoiando as suas actividades a nível mundial. É importante que as nossas parcerias comerciais a nível internacional se baseiem em interesses e benefícios mútuos. A União Europeia deve manter a vigilância na defesa dos interesses e dos postos de trabalho europeus e combater as práticas comerciais desleais por todos os meios adequados. De um modo geral, a Comissão considera que a adopção de mais regras internacionais seria benéfica tanto para as empresas da UE como para o crescimento económico mundial. A UE continuará a exercer pressão, no G20 e em negociações bilaterais, no sentido de uma maior convergência regulamentar com os seus parceiros comerciais. Nos concursos públicos internacionais, a UE deve envidar esforços para que seja conferido tratamento idêntico a empresas da UE e a empresas não UE. 19

20 Para recuperar a confiança, a Europa deve reafirmar o seu empenhamento numa economia social de mercado altamente competitiva e voltar a colocar os cidadãos europeus no centro do mercado único. Um sistema social fiável e sistemas de ensino e de saúde pública eficazes fazem parte do nosso sistema de valores europeu e demonstraram a sua capacidade para amortecer os piores efeitos da recente crise.

PARTE 2. OS CIDADÃOS EUROPEUS NO CENTRO DO MERCADO ÚNICO RECUPERAR E CONQUISTAR A CONFIANÇA

Melhorar os serviços públicos e as infra-estruturas essenciais A UE tem de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir o financiamento adequado e a acessibilidade universal de serviços públicos de qualidade. As autoridades responsáveis por serviços públicos necessitam de saber que podem continuar a concentrar se na satisfação das necessidades dos cidadãos, facultando lhes um conjunto de meios acessível que o possibilite. Em 2011, a Comissão emitirá uma comunicação em que explicará pormenorizadamente os seus planos. A UE já impôs obrigações de serviço público a sectores económicos que foram liberalizados. Para assegurar que os serviços considerados essenciais para a vida quotidiana das pessoas continuam a ser universalmente acessíveis será necessário proceder a uma sólida avaliação e assegurar um acompanhamento permanente da evolução no terreno. No que respeita às infra estruturas públicas, os sistemas de transportes e de energia transfronteiriços da UE não estão suficientemente ligados apesar dos investimentos significativos. Para um desenvolvimento e um crescimento sustentáveis, são essenciais infra estruturas de transportes modernas. Não obstante, os Estados-Membros ainda não coordenam os seus projectos de transportes. Em 2011, a Comissão irá rever os seus planos para um sistema de transportes pan europeu e propor um enquadramento global para o financiamento de uma infra estrutura de melhor qualidade. A Comissão irá ainda identificar prioridades no âmbito da melhoria da infra estrutura energética. É necessário encontrar soluções para ligar redes e integrar fontes de energia renováveis, e seguir exemplos como o do projecto eólico do mar do Norte. É necessária mais inovação para encontrar soluções melhores para o consumo de energia e para a eficácia do seu transporte. É necessário um novo financiamento para pagar investimentos no valor de mais de 200 000 milhões de euros a realizar na próxima década. 22

Coordenação com vista a uma melhor infra-estrutura energética Os grandes projectos no domínio das energias renováveis, como o projecto do parque eólico do mar do Norte, requerem coordenação e um financiamento muito substancial. Histórias de sucesso como esta criam, naturalmente, confiança, mas isso não basta. Para que qualquer iniciativa no domínio das energias alternativas possa ser bem sucedida, é necessário que existam as infra-estruturas necessárias. Malta, por exemplo, que estabeleceu uma meta para as energias renováveis de 10,2% em 2020, deve coordenar-se com a Itália para construir um interconector de rede, se quiser atingir esta meta através da energia eólica. Espanha e França devem coordenar as suas redes para, futuramente, transportar energia eólica e solar produzida em Espanha para o resto da Europa. É necessário fazer mais para atingir a escala exigida por este tipo de projectos. 23

O impacto social da legislação relativa ao mercado único Foram levantadas questões relativamente aos direitos dos trabalhadores e à sua interacção com as liberdades económicas. A UE deve encontrar uma resposta adequada, compatível com o Tratado de Lisboa, em que uma economia social de mercado altamente competitiva que respeite os direitos fundamentais constitua um objectivo inequívoco. O impacto social da legislação relativa ao mercado único deve ser sistematicamente objecto de uma análise aprofundada, devendo a legislação em causa manter o adequado equilíbrio entre direitos económicos e sociais. A livre circulação de serviços permite às empresas colocar trabalhadores noutro Estado-Membro. A directiva relativa ao destacamento de trabalhadores oferece garantias do respeito dos direitos dos trabalhadores destacados. A Comissão irá aprofundar os trabalhos sobre esta matéria e, em 2011, apresentará uma proposta legislativa tendente a melhorar a aplicação da directiva. Também os procedimentos administrativos nacionais e a dupla tributação deverão ser abordados, na medida em que podem complicar o destacamento de trabalhadores noutro país e levantar obstáculos ao mercado único dos serviços. 24

Revisão da directiva relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais O direito a trabalhar e a exercer uma actividade noutro Estado- Membro é um direito fundamental, garantido pelo Tratado de Lisboa, que deve ser encorajado para aumentar a eficiência do nosso mercado de trabalho e para permitir que as pessoas tirem maior partido das ofertas de emprego noutros países. No entanto, com demasiada frequência, os profissionais estão sujeitos a procedimentos demorados para ver reconhecidas as suas qualificações. As oportunidades oferecidas pela directiva relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais não estão a ser cabalmente concretizadas, pelo que é necessária nova legislação. A Comissão está a avaliar a prática actual, a fim de considerar a possibilidade de, por exemplo, introduzir uma carteira profissional para certas profissões. Quaisquer alterações à directiva devem ter em conta as evoluções mais recentes nos sistemas educativos nacionais, incluindo cursos de reintegração no mercado de trabalho destinados a facilitar o acesso das pessoas ao emprego. 25

Carteiras profissionais para guias turísticos? Nos termos da directiva relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais, é frequentemente solicitado às pessoas que pretendam prestar um serviço noutro Estado-Membro o envio prévio de uma declaração escrita, com documentos anexos, à autoridade competente do Estado-Membro em causa. A profissão de guia turístico, por exemplo, é uma profissão de elevada mobilidade a que se aplica este requisito. No contexto da avaliação em curso da directiva relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais, a Comissão está a considerar a possibilidade de introduzir uma carteira profissional, a fim de reduzir significativamente as diligências burocráticas. Se dispuserem de uma carteira profissional, os guias turísticos podem comprovar em qualquer momento o reconhecimento das suas qualificações. 26

Promover empresas sociais inovadoras A Europa tem imensas potencialidades para o desenvolvimento do empreendedorismo social. Na última década, particulares, fundações e empresas desenvolveram numerosos projectos inovadores, que oferecem soluções criativas para problemas de exclusão social e económica. Projectos que facilitam o acesso a uma alimentação saudável, à habitação, aos cuidados de saúde, ao emprego e aos serviços bancários criaram soluções vantajosas para todas as partes interessadas. A Comissão irá propor uma nova iniciativa para apoiar o desenvolvimento de empresas sociais mediante a inclusão de objectivos sociais nas regras dos contratos públicos e a promoção de rótulos éticos e ecológicos. Irá igualmente incentivar os bancos e as instituições financeiras a criarem fundos de investimento sociais e a utilizarem a poupança adormecida. Para promover uma maior acção transfronteiriça, a Comissão irá considerar a possibilidade de criar estatutos europeus para organizações que contribuam para a economia social, como cooperativas e sociedades mútuas, e irá propor um regulamento sobre o estatuto da fundação europeia. 27

Empresas sociais na Alemanha Na Europa, mais de uma em cada cinco pessoas têm dificuldade em viajar, devido à sua idade avançada, a deficiência ou a mobilidade reduzida. Tarefas simples, como o check in de bagagem o ou embarque num avião, podem constituir obstáculos inultrapassáveis para uma pessoa com deficiência. Uma agência de viagens alemã especializou-se, há mais de dez anos, na prestação de serviços a pessoas com necessidades especiais, oferecendo visitas guiadas para pessoas com mobilidade reduzida, nomeadamente pessoas em cadeiras de rodas e deficientes visuais. A agência coordena o transporte e a assistência e reserva alojamentos com instalações acessíveis e flexíveis. 28

CONSUMIDORES Um mercado único de crédito hipotecário com maior protecção dos consumidores Um empréstimo hipotecário constitui uma das decisões financeiras mais importantes da vida, que obriga os consumidores a assumir um compromisso financeiro por vinte ou mais anos. A prática actual em matéria de crédito hipotecário pode ser melhorada. A concessão de crédito de forma irresponsável pode ter consequências sociais e económicas graves para os consumidores e para a sociedade. Os mercados do crédito hipotecário não são suficientemente transparentes, pelo que limita a escolha e a confiança dos consumidores. O nível de empréstimos transfronteiriços continua a ser baixo, enquanto os obstáculos administrativos e os custos suplementares permanecem demasiado elevados. Apesar dos direitos que lhes são conferidos pelas regras do mercado único, os cidadãos vêem frequentemente ser lhes recusado crédito quando adquirem propriedades no interior da UE. Além disso, são substanciais as diferenças entre os Estados- Membros em matéria de preços e de oferta de produtos, bem como de abordagem da regulamentação aplicável aos diferentes clientes (incluindo mutuantes não bancários e intermediários financeiros). No início de 2011, a Comissão irá propor uma directiva destinada a criar um mercado de crédito hipotecário verdadeiramente integrado. 29

Facilitar o acesso aos serviços bancários, aumentar a transparência dos custos bancárias Os consumidores, nomeadamente os estudantes, enfrentam problemas aquando da abertura de contas bancárias noutros países, normalmente porque não são residentes no Estado-Membro em causa. Outro problema no sector bancário é a actual falta de transparência dos custos bancários, Sistemas de custos complexos impedem os consumidores de comparar preços e impedem-nos de mudar para bancos que lhes ofereçam melhores condições. Uma análise dos custos aplicáveis às contas bancárias revela que a divergência de preços na banca é superior à de qualquer outro sector. Os problemas de acesso a contas correntes serão objecto de uma proposta legislativa da Comissão sobre contas de pagamento básicas, a apresentar no início de 2011. Além disso, a Comissão convidou o sector bancário a apresentar planos de auto-regulação destinados a aumentar a transparência dos custos bancários até ao final de 2011. 30

Dificuldades enfrentadas pelos cidadãos na abertura de contas bancárias Uma reformada alemã residente em Espanha tentou abrir uma conta bancária num banco alemão para receber a sua reforma, mas foi informada de que tinha de possuir residência permanente na Alemanha para o poder fazer. Um residente na Bélgica proprietário de um apartamento em Londres que queria abrir uma conta num banco britânico para receber as rendas do apartamento foi impedido de o fazer a pretexto de não ser residente no Reino Unido. Um pedido de abertura de conta apresentado por um estudante romeno em França a um banco francês foi recusado em razão da nacionalidade do estudante. 31

Resolução de litígios, recurso em linha e recurso colectivo Queremos que os consumidores se sintam confiantes ao efectuarem compras transfronteiriças. Para tal, é fundamental que saibam que podem fazer valer os seus direitos caso surjam problemas. Um inquérito recente estimava em 40 milhões de euros o prejuízo suportado por consumidores cujas compras no estrangeiro correram mal. Formas alternativas de resolução de litígios podem facultar soluções fáceis, rápidas e baratas. No entanto, nem os consumidores nem as empresas estão suficientemente informados acerca das opções existentes. Nomeadamente em caso de problemas com instituições financeiras, os consumidores vêem-se frequentemente forçados a intentar processos judiciais onerosos e complexos para fazerem valer os seus direitos. Em 2011, a Comissão proporá iniciativas sobre modos alternativos de resolução de litígios na UE, tendo em vista o estabelecimento de um sistema europeu de resolução de litígios em linha em 2012. Para fazer face à situação actual no sector financeiro, a Comissão adoptará uma recomendação no sentido de reduzir os custos judiciais e simplificar os procedimentos de resolução alternativa de litígios transfronteiriços. A Comissão extrairá ainda conclusões da sua consulta sobre o recurso colectivo e debruçar se á sobre os eventuais benefícios de uma acção conjunta para os consumidores. 32

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34 O Acto para o Mercado Único tem por objectivo propor um novo enquadramento de diálogo e reflexão para satisfazer as necessidades de todos os europeus. O objectivo da Comissão consiste em lançar o debate junto dos interessados em todos os cantos da Europa, incluindo aqueles que, até agora, se sentiram por vezes excluídos das discussões sobre o mercado único.