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L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 6ª ª-

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Transcrição:

QUESTÃO INICIAL É aceitável pensar na possibilidade de um médico utilizar e direcionar seus conhecimentos, de forma deliberada e consciente, para matar ou lesionar alguém, sem se importar com o resultado pernicioso?

ESCLARECIMENTO INICIAL Portanto, é possível concluir que não há como imputar a tese de crime doloso, no que toca os crimes de homicídio ou lesão corporal!

CRIMES DOLOSOS Pode, no entanto, por dolo, cometer: Omissãodesocorro(CP,art. 135) Omissão de notificação de doença(cp, art. 269) Falsidade de atestado médico(cp, art. 302) Falsaperícia(CP,art. 342) Cabeadvertir, quetaiscrimes,emsuamaioria, seolhar a fundo, ficará comprovado que, quase sempre, o ilícito foi cometido pelo médico, não visando benefício próprio,masdopacienteoudeumgrupodepacientes.

CRIMES DOLOSOS A pergunta que fica é: Por que alguns crimes são punidos por dolocomo na omissão de socorro e não no homicídio ou na lesão corporal?

DOUTRINA PENALISTA Crime material: o tipo descreve uma ação e um resultado, destacado da ação, sem o qual a infração não se consuma (maioria dos crimes). Ex: lesão corporal e homicídio. Crime formal: é conhecido como crime de perigo abstrato, porque o resultado surge ao mesmo tempo em que se desenrola a conduta. Ex: crime de ameaça. Se consuma no momento em que a pessoa toma conhecimento da ameaça, independentemente desta ter provocado algum tipo de temor ao ameaçado.

DOUTRINA PENALISTA Crime de mera conduta: o tipo não descreve o resultado, consumando-se a infração com a simples conduta, sem se exigir qualquer tipo de resultado. Ex: omissão de socorro deixar de prestar assistência, quando possível fazer sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em graveeiminenteperigo,ounãopedir nestes casos o socorro da autoridade pública.

RECORDANDO... Tanto no dolo quanto na culpa, existe a prática de ato voluntário do agente, mas, no dolo, a conduta já surge ilícita. Neste, o agente quer a ação e o resultado ambos ilícitos ou, pelo menos, assume o risco de tal resultado, ao passo que na culpa, ele quer a ação e um resultado, ambos lícitos, vindo porém a atingir fim ilícito, por desvio de conduta decorrente da ausência de um dever objetivo de cuidado. A culpa é antes de tudo, a vontade de praticar um ato lícito, mas o agente, por não atuar adequadamente, finda praticando ato ilícito.

Culpa CULPA Dolo Culpa (em sentido estrito) Direto Eventual Consciente Inconsciente

CULPA (em sentido estrito) Culpa inconsciente Nesta, o resultado embora previsível, não chega a ser previsto pelo agente; São os casos usuais de negligência, imperícia e imprudência. Para sua caracterização, deve ficar comprovado que não houve a previsão do resultado por mera desatenção ou desinteresse do agente. Culpa consciente O agente é capaz de prever o resultado, porém acredita sinceramente que o mesmo não ocorrerá. Confia o médico que sua ação conduzirá tão somente ao resultado originalmente pensado, o que, porém, não ocorre devido a um erro na execução do procedimento. Principal elemento é a confiança que o agente possui quanto à inocorrência do resultado inesperado e ilícito.

DOLO Direto Sujeito visa a certo e determinado resultado. Oagentedesferegolpesdefacanavítimacomaintençãodematá-la. Odoloseprojetodeformadiretanoresultado morte. Eventual Ocorre quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, isto é,admiteeaceitaoriscodeproduzi-lo. Ele não quer o resultado, pois se assim fosse haveria dolo direto. Ele antevê o resultado e age. A vontade não se dirige ao resultado (o agente não quer o evento), mas sim à conduta, prevendo que esta pode produzir aquele. Ex.: O agente pretende atirar na vítima, que se encontra conversando com outra pessoa. Percebe que atirando na vítima, pode também atingir a outra pessoa. Não obstante essa possibilidade, prevendo que pode matar o terceiro é-lhe indiferente que este último resultado se produza. Ele tolera a morte do terceiro. Para ele tanto faz que o terceiro seja atingido ou não, embora não queira o evento. Matando ambos, responde por dois crimes de homicídio: o primeiro, por dolo direto; o segundo, a título de dolo eventual.

CULPA CONSCIENTE versusdolo EVENTUAL A culpa consciente se avizinha muito do dolo eventual, porém com este não se confunde. Enquanto na culpa consciente o agente, embora prevendo o resultado, não o aceita como possível, levianamente acreditando que não ocorrerá ou o evitará, no dolo, o agente prevê o resultado, mas literalmente não se importa pelo que eventualmente venha a acontecer. Neste, a marca característica é a absoluta indolência, indiferença e desprezo pelo resultado.

PROBLEMÁTICA O que vem ocorrendo, infelizmente, é uma verdadeira enxurrada de casos onde situações, no máximo, caracterizáveis como culpa consciente são qualificadas como dolo eventual. É crescente a responsabilização médica por crimes dolosos, inclusive contra a vida, imperando a injustiça e o abuso de direito dos denunciantes.

IMPLICAÇÃO Competência de julgamento Dolosos contra a vida É do Tribunal do Júri, conforme a CF/88, art. 5º, inc. XXXVIII, alínea d. Dolosos ou culposos A competência é do juízo criminal monocrático

O que diz o Código Penal? Art.18 - Diz-seocrime: Crime doloso I-doloso,quandooagentequisoresultadoouassumiuo risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

HOMICÍDIO Homicídio Simples Art. 121. Matar alguém: Pena -reclusão, de seis a vinte anos. Homicídio qualificado 2 Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo futil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV- à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena-reclusão,dedozeatrintaanos. Homicídio culposo 3º Se o homicídio é culposo: Pena -detenção, de um a três anos.

HOMICÍDIO DIMINUIÇÃO DE PENA 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,oujuizpodereduzirapenadeumsextoaumterço. AUMENTO DE PENA 4 o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica deprofissão, arte ou ofício, ou seoagentedeixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. PERDÃO 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingiremopróprioagentedeformatãogravequeasanção penal se torne desnecessária.

ABORTO Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena detenção, de um a três anos Pena reclusão, de três a dez anos Pena -reclusão, de um a quatro anos Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas deumterço, se, emconseqüênciadoabortooudosmeiosempregadospara provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art.128 - Nãosepuneoabortopraticadopormédico: I -senãoháoutromeiodesalvaravidadagestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

LESÃO CORPORAL Lesão corporal Lesão corporal de natureza grave Agravada Lesão Corporal seguida de morte Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena -detenção, de três meses a um ano. 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II -perigo de vida; III -debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV -aceleração de parto: Pena -reclusão, de um a cinco anos. 2 Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II -enfermidade incuravel; III perda ou inutilizaçãodo membro, sentido ou função; IV -deformidade permanente; V -aborto: Pena -reclusão, de dois a oito anos. 3 Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quíso resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena -reclusão, de quatro a doze anos.

LESÃO CORPORAL

MAUS TRATOS Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitandoa a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.

Violação do segredo profissional Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Parágrafo único- Somente se procede mediante representação.

Epidemia Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena-reclusão,dedezaquinzeanos. 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte,dedoisaquatroanos.

Infração de medida sanitária preventiva Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena-detenção,deummêsaumano,emulta. Parágrafoúnico-Apenaéaumentadadeumterço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena-detenção,deseismesesadoisanos,emulta

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafoúnico-Seocrimeépraticadocom o fim de lucro, aplica-se também multa.

Charlatanismo Art.283 - Inculcarouanunciarcurapormeiosecretoou infalível: Pena-detenção,detrêsmesesaumano,emulta. Curandeirismo Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II -usandogestos,palavrasouqualqueroutromeio; III - fazendo diagnósticos: Pena-detenção,deseismesesadoisanos. Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. Forma qualificada Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.