UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO PARA A DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA Por: Jésselyn Soares Brandão da Silva Orientador (a) Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO PARA A DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar. Por: Jésselyn Soares Brandão da Silva.

AGRADECIMENTOS A todos os professores que contribuíram para a minha formação pessoal e profissional, da Educação Infantil à Pós- Graduação.

DEDICATÓRIA Dedica-se aos professores de Sociologia do Ensino Médio.

RESUMO O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a importância que as teorias e os conceitos desenvolvidos por Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx para a realização de análises sociológicas. Sendo imprescindível estarem presentes na construção do currículo para a disciplina de Sociologia no Ensino Médio.

METODOLOGIA O presente trabalho monográfico será realizado através de análises e investigações bibliográficas, o que possibilitará a compreensão de tema apresentado. Através das bibliografias pesquisadas nos será fornecido um instrumental teórico capaz de aprofundar o tema apresentado, a partir das diversas visões, filosofias e conteúdos que estão contidas nas bibliografias.

7 SUMÁRIO: INTRODUÇÃO: CAPÍTULO I - O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA CAPÍTULO II O QUE ENSINAR EM SOCIOLOGIA? CAPÍTULO III - COMO ENSINAR SOCIOLOGIA? CONCLUSÃO: BIBLIOGRAFIAS: INDICE:

8 INTRODUÇÃO A sociologia é uma ciência que se caracteriza por analisar os fenômenos sociais de forma crítica e reflexiva, se opondo radicalmente ao senso comum, ou a qualquer tipo de naturalização que possam atribuir a ordem social. É antes de tudo uma ciência da sociedade e para sociedade, que a através das análises sociológicas busca investigar e compreender a multiplicidade das relações e das Instituições sociais se no nível micro-sociologico ou macro-sociológico, na busca de manutenção do status quo ou de transformação social. Neste trabalho veremos como a sociologia como ciência e como disciplina curricular no ensino médio tem seu surgimento como ciência, seu desenvolvimento de conceitos e teorias e sua função conforme o explicitado neste parágrafo. O presente trabalho tem como objetivo investigar através de pesquisas bibliográficas qual é a importância da disciplina de sociologia no ensino médio, e assim, identificar quais são os conteúdos necessários para o seu respectivo ensino. Este trabalho se inicia com a análise do surgimento da sociologia no primeiro capítulo, contextualizando o seu marco histórico A Revolução Industrial momento no qual as reflexões mais sistemáticas sobre a sociedade começaram ser elaboradas. Em seguida, chegaremos ao estudo da sociologia no Brasil, na qual faremos uma breve análise do advento da burguesia, da geração de 30, até a institucionalização do ensino da sociologia no Brasil. No segundo capítulo, veremos o que devemos ensinar em sociologia no ensino médio, tomando como base a lei n 11.684/2008 que inclui o ensino da sociologia nos três anos do ensino médio. Sendo assim, analisaremos os conteúdos que são necessários ao estudo da sociologia no ensino médio. Iniciaremos o estudo com as principais correntes de análise sociológica: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Clássicos, pois desenvolveram as três

9 principais teorias que acabaram se tornando as bases de interpretação da sociedade capitalista: A sociologia funcionalista, a sociologia compreensiva e o marxismo. Observando o estudo dos clássicos da sociologia, não esgota a profundidade da investigação sociológica dos conteúdos que podem ser trabalhados no ensino médio. Porém, serve de base para o estudo da sociologia no ensino médio. Visto que, através dos pressupostos teóricos de Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx são abordados conceitos de: Fato Social, Ação Social e Classes Sociais. Tais conceitos permitem que os educandos construam uma atitude reflexiva e crítica acerca de suas realidades sociais; Que é um dos principais objetivos do ensino da sociologia no ensino médio em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96). Que em seu artigo 35, nos diz que a educação deve oferecer ao educando a formação à cidadania de sua cidadania, o seu aperfeiçoamento enquanto pessoa humana e o desenvolvimento de sua autonomia intelectual e do pensamento crítico. Já em seu artigo 36 a LDB, especifica que os conhecimentos de Sociologia são necessários para o exercício da cidadania. Portanto, é necessário ressaltar que o estudo dos clássicos da sociologia nos fornece o instrumental teórico para análise da sociedade contemporânea, fomentando nos educandos a construção do pensamento crítico e ao exercício da cidadania, e ainda, estando em consonância com a lei 9394/96, conforme demonstra as citações acima. Já no terceiro capítulo teremos como temática: como devemos ensinar sociologia no ensino médio, para tanto faremos uma breve análise da escola e a sociologia contemporânea e da disciplina de sociologia no ensino médio. Abordando quais são os modus operandi para o ensino dos clássicos da sociologia.

10 Ou seja, faremos uma breve análise da relação da sociologia com a escola de hoje, e ainda, mostraremos no campo da análise curricular a sociologia no ensino médio e seus pressupostos metodológicos. Por fim, na conclusão veremos que a sociologia no ensino médio é fundamental para preparar o educando para o pleno exercício da cidadania, e que nesse contexto o estudo dos teóricos: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx constituem-se como base de seu currículo.

11 CAPÍTULO 1- O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA As primeiras reflexões mais sistemáticas sobre o estudo da sociedade só começaram a serem formuladas no momento em que ela se diversificou como nunca anteriormente... (OLIVEIRA, pág. 17, 2009). Este momento no qual a sociedade se diversificou, é segundo Pérsio Santos de Oliveira, a revolução industrial, iniciada na Inglaterra por volta de 1750. Ainda segundo o autor, a revolução industrial deu origem a novos grupos sociais a burguesia e o proletariado e a estruturação da formação política e econômica da sociedade capitalista. Pérsio Santos também cita a revolução francesa ( 1.789) como um fato histórico que concorreu com igual importância para a formação da sociedade capitalista. Portanto, nesse sentido a revolução industrial e a revolução francesa deram passagem para implementação da economia capitalista, e conseqüentemente, modificou o modus vivendi do povo, inserindo novas formas de viver, tais como: o trabalho industrial e o crescimento das cidades. Por fim, tais transformações sociais se tornaram objeto de estudo por diversos pensadores dando origem a uma nova ciência: A Sociologia, citada pela primeira vez por Augusto Comte (1798-1857) em seu curso de filosofia positiva. 1.1 O Estudo da Sociologia no Brasil

12 Na América Latina, e em particular no Brasil, o processo de formação, organização e sistematização do pensamento sociológico obedeceram também às condições de desenvolvimento do capitalismo e a dinâmica própria de inserção do país na ordem capitalista mundial... (COSTA, pág. 300, 2005). Observa-se que segundo Cristina Costa, a formação dos estudos sociológicos no Brasil, obedeceu também ao desenvolvimento da economia capitalista. Assim como ocorreu na Inglaterra e na França com os adventos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, respectivamente. O estudo da Sociologia no Brasil, desde que se iniciou preocupou-se principalmente com os processos de formação histórica do nosso país, bem como a posição do país em face de sua inserção no capitalismo e na ordem econômica mundial. A partir da segunda metade do século XX, temas como a urbanização, a industrialização, as migrações e o desenvolvimento do país, tornaram-se objetos de estudos sociológicos e revelaram uma preocupação importante com as transformações sociais, econômicas, culturais e políticas que a sociedade brasileira passava. Dentre os principais estudiosos da sociedade brasileira destacam-se: Gilberto Freire (1900-1987) Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) Caio Prado Júnior (1907-1990) Florestan Fernandes (1920-1995) Darcy Ribeiro (1922-1997)

13 1.2 O Advento da Burguesia A burguesia emergente necessitava de um saber mais pragmático, menos universalista e independente da estrutura social colonial. (COSTA, pág. 303, 2005). A nova classe social emergente, conforme cita Cristina Costa A Burguesia sentiu a necessidade de formular um saber que desse alicerce a nova ordem social que o Brasil se inseria a economia capitalista. Sendo assim, os intelectuais das primeiras décadas do século XX, procuraram estudar a realidade brasileira e formar um saber puramente nacional. Dessa época, diversos acontecimentos de transformação cultural, social e de foco nacionalista surgiram, tais como: a fundação do Partido Comunista do Brasil, o Tenentismo e a Coluna Prestes. Que questionavam a realidade social brasileira e defendia a modernização do sistema político, propondo o fim da política do cafécom-leite. Também podemos citar com igual importância o movimento modernista, ocorrido em São Paulo em fevereiro de 1922, que propiciou a inovação na linguagem e na temática da arte nacional. Rompendo com o passado e a influência européia. Além dos aspectos econômicos, o nacionalismo expressava o desejo de se conhecer realmente a nação e de conclamar as diversas classes sociais a exercer seu papel transformador da realidade. (COSTA, pág. 304, 2005).

14 Portanto, conforme a autora explícita o nacionalismo procurou repudiar qualquer traço com a cultura européia, provocando a ruptura com o colonialismo. Ensejando desta forma, inserir o país em uma nova ordem econômica a capitalista. Em suma, podemos concluir que assim como o desenvolvimento do Capitalismo Industrial na Inglaterra provocou o surgimento da Sociologia assim também ocorreu no Brasil. Conforme cita a autora abaixo:... No Brasil desde a segunda Revolução Industrial sustentados pela própria crença absoluta do poder do progresso caminho natural das sociedades. É no momento que a crítica de desenvolve, sistematizando-se de maneira cientifica a nascente sociologia. (COSTA, 2005, pág. 304). 1.3 A Geração de 30 A década de trinta compõe o marco histórico transformador na história do Brasil, nos aspectos político e na produção intelectual. Buscava-se descobrir o real Brasil, opondo-se ao colonialismo. A geração de trinta valorizou o cientificismo, como meio de conhecer a nação, procurou também unir os desiguais em torno do desenvolvimento do Brasil. Nessa época, surgem também notáveis intelectuais da Sociologia Brasileira como Sérgio Buarque de Holanda, que em seu livro Raízes do Brasil faz uma crítica a formação das elites brasileiras, o autor utilizou o instrumental tipológico de Max Weber para análise histórica e cultural do país. Aparece também no cenário da produção da intelectualidade brasileira Caio Prado Júnior, cuja suas obras apresentam uma historiografia de caráter social do Brasil influenciado pela teoria marxista.

15 Igualmente importante, foram os estudos de Gilberto Freyre, que em sua obra Casa Grande e Senzala, publicada em 1933, apresenta uma obra detalhada da formação da sociedade brasileira, investigando nas suas raízes agrárias e escravocratas. Também foi nesse período que a sociologia como disciplina aparece no currículo do ensino médio, através da proposta apresentada pelo então ministro Milton Campos na reforma do ensino. Por fim, podemos constatar que a sociologia como conhecimento sistemático e com campo de atuação específico só aparece no Brasil a partir da década de trinta, através da estruturação de estudos voltados para os problemas sociais, culturais, políticos e econômicos do país. 1.4 A Institucionalização do Ensino da Sociologia: O desenvolvimento da sociologia ocorre juntamente com a industrialização e a centralização do poder pelo Estado Novo. (COSTA, pág 307, 2005). No período compreendido entre 1931 a 1942, e especificamente após 1937, a disciplina de sociologia está presente e é obrigatória no currículo do ensino médio. Porém, esta é a fase de um governo autoritário com vocação ditatorial. Nesse mesmo período é fundada a Escola Livre de Sociologia e Política e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Também, são convidados no exterior a vir lecionar no Brasil grandes mestres das Ciências Sociais, tais como:

16 - Radcliffe-Brown (Para a Escola Livre de Sociologia e Política) Paulo). - Lévi-Strauss, Georges e Roger Bastide (Para a Universidade de São... O ensino da sociologia só chegou na década de 1930, quando foram fundados os primeiros cursos de ciências sociais em São Paulo. Foi apenas na década de 1980 que ocorreu a profissionalização da sociologia no Brasil e a profissão de sociólogo tornou-se regulamentada. (JUREMA, pág. 25, 2008). Portanto, a sociologia como ciência no Brasil percorreu um longo processo de formação e de estruturação até chegarmos a sua institucionalização como ciência. O período de sua formação trás como advento histórico o processo de industrialização do país; a sua estruturação acontece com o movimento intelectual da geração de trinta, e com relevância importante a semana de arte moderna (1922). Já a sua institucionalização como ciência coincide com o período do Estado Novo (1937). A sociologia brasileira desde os seus primeiros estudos sempre esteve voltada para o conhecimento da nossa realidade, mesmo que por muitas vezes os estudiosos brasileiros tenham sido influenciados pelas reflexões sociológicas americana (da escola de Chicago), francesa ( da escola de Sorbone) ou alemã ( da escola de Frankfurt). O quê sempre se tentou investigar foi a realidade do Brasil, com estudos voltados para a formação do estado nacional brasileiro e para a consolidação da nossa identidade nacional.

17 Por fim, para interpretação e compreensão da sociedade brasileira, nosso intelectuais foram influenciados e/ou inspirados por alguns dos grandes mestres das ciências sociais, conforme vimos neste capítulo. Por serem leituras obrigatórias, pelas grandes contribuições que ainda permanecem para os estudos de investigação e análise sociológica. Os autores aos quais me refiro são: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Que são objetos de estudo do nosso próximo capítulo.

18 CAPÍTULO II O QUE ENSINAR EM SOCIOLOGIA? O significado da palavra sociologia vem da fusão dos termos: societas (do latim), que significa sociedade, e logos (do grego), que significa estudo da ciência. Sendo assim, podemos dizer que a sociologia tem como objetivo estudar a sociedade. Porém de qual forma a sociedade pode ser estudada? A sociologia é a ciência cujo seu objeto de estudo está na forma de funcionamento da sociedade humana e nas leis que a regem. Para realizar uma análise a respeito da introdução do estudo da sociologia, faz-se necessário realizá-la à luz dos clássicos consagrados das Ciências Sociais, são eles: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Foram eles que desenvolveram as principais correntes de análise sociológica. Além de Augusto Comte (1798-1857), considerado o pai da sociologia, foi ele quem primeiro citou o termo sociologia em seu curso de Filosofia Positiva. Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx são igualmente considerados fundadores da sociologia. Émile Durkheim foi o primeiro a delimitar um objeto de estudo para a sociologia os fatos sociais. Foi através de Durkheim que a sociologia passou a ser considerada uma ciência. Já Max Weber definiu a sociologia como uma ciência voltada para a compreensão da ação social. Por outro lado, Karl Marx procurou analisar a sociedade a partir das classes sociais. Em suma, como vimos, a sociologia é a ciência que tem por objeto de estudo a sociedade, e para construção de seu currículo para o ensino médio é indispensável o estudo dos clássicos sociológicos. Que instrumentalizará os educandos para a investigação e compreensão a cerca de suas realidades sociais, contribuindo assim para a formação de cidadãos críticos e reflexivos.

19 2.1 - Émile Durkheim e os Fatos Sociais O sociólogo Émile Durkheim tem nacionalidade francesa, viveu entre os anos de 1858 a 1917 e lecionou na Universidade de Sorbone em Paris. Foi com Durkheim que a sociologia adquiriu status de ciência. Para Durkheim o objeto de estudo da sociologia são os fatos sociais. Segundo o autor são fatos sociais os modos de pensar, sentir e agir de um determinado grupo social. Ainda segundo o autor, os fatos sociais devem ser tratados pelo sociólogo como coisa, por serem externas e objetivas. Durkheim desta forma, pretendia conferir a sociologia uma ciência independente das demais ciências com métodos próprios. Devendo pois o sociólogo analisar, compreender e explicar os fatos sociais racionalmente. Ao estabelecer um objeto de estudo para a sociologia os fatos sociais e ao afirmar que os fatos sociais devem ser tratados como coisas, e para que o pesquisador mantenha distância com o objeto pesquisado, estabelecendo desta forma a neutralidade científica. O objetivo de Durkheim é impedir que a sociologia se apóie em conceitos e teorias de outros campos do saber.... Os fatos sociais, dizia Durkheim, são as maneiras coletivas de agir ou pensar que podem ser reconhecidas pelo simples fato de exercerem uma influência coercitiva sobre as consciências particulares. (OLIVEIRA,2009, pág. 27)

20 Podemos observar que segundo o autor os fatos sociais são exteriores, introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo, ou seja, são capazes de obrigar as pessoas a se comportarem de determinada maneira. Émile Durkheim atribuiu aos fatos sociais três características, são elas: - Generalidade: O fato social se encontra generalizado na sociedade ou em um grupo social específico. Sendo comum aos membros de uma coletividade. - Exterioridade: O fato social existe independentemente da vontade individual das pessoas, é a consciência coletiva da sociedade ou de um determinado grupo social, permanecendo de geração a geração. - Coercitividade: O fato social exerce uma força coercitiva sobre os indivíduos, que se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido pela sociedade ou por um determinado grupo social. Portanto, os fatos sociais assumem essas três características, que são próprias de todo e qualquer fato social. Segundo o autor, a partir da investigação dos fatos sociais, o sociólogo pode apreender a realidade dos fatos com neutralidade cientifica, mantendo um distanciamento afetivo em relação ao objeto pesquisado. Em suma, para Émile Durkheim um dos fundadores da sociologia, esta ciência deve estudar os fatos sociais. Devendo pois, os fatos sociais serem analisados com objetividade e neutralidade pelo sociólogo. Conforme, a citação a seguir.... Durkheim o primeiro a considerar a sociologia como ciência, demonstrando que todo fato social tem características próprias. Para ele, A sociologia é o estudo dos fatos sociais. (VASCONCELOS, 2009 pág. 69)

21 2.2 - Max Weber e a Ação Social Max Weber é de nacionalidade alemã e viveu entre os anos de 1864 a 1920. É considerado um dos percussores da sociologia, criou o conceito de ação social, conceito este que nunca mais deixou de integrar a disciplina de sociologia. Para Max Weber, a sociologia é uma ciência interpretativa, destacava também que a ação humana tem uma dimensão subjetiva que deveria ser compreendida e interpretada pela sociologia. Weber definia a sociologia como uma ciência voltada para a compreensão interpretativa da ação social e, por essa via, para sua explicação causal no seu transcurso e nos seus efeitos. (OLIVEIRA, 2009 pág. 28). Sendo assim, segundo o autor para Max Weber o objeto de estudo da sociologia é a ação social, que se caracteriza por ser uma conduta humana dotada de sentido e voltada para a ação de outras pessoas. A tarefa do cientista segundo Weber é investigar e compreender as possíveis causas da ação social, descobrindo seus possíveis sentidos na realidade social presente. Ainda assim, segundo o autor a análise realizada pelo cientista sempre resultará em uma explicação parcial da realidade estudada. Visto que todo cientista tem seu trabalho guiado por sua cultura e motivação. Max Weber desenvolveu quatro conceitos de ação social, são elas: - Ação Tradicional: É a ação social determinada por costumes ou hábitos enraizados. Tais hábitos e costumes são transmitidos de geração a geração.

22 - Ação Afetiva: É a ação social determinada pelo estado sentimental do indivíduo. Acontece de forma afetiva, voltada para a satisfação pessoal do individuo. - Racional com relação a valores: É a ação social determinada por uma crença, em valores éticos, estéticos ou religiosos considerados importantes. Independente do êxito desse valor na realidade. - Racional com relação a fins: É a ação social determinada por uma expectativa racional para alcançar a um fim determinado. É realizada com base em cálculos racionais para o alcance do objetivo. Segundo Weber, essas características apresentadas não representam uma ação específica, mas toda ação do ser humano que atua em sociedade e que possui valores e crenças que estão ligados a traços de tradição ou não, pois cada indivíduo atua num mundo cheio de particularidades. (VASCONCELOS, 2009, pág. 76). Conforme, observamos para Max Weber os indivíduos produzem sentido à ação social, por meio de seus valores e de suas crenças. Cabendo ao cientista investigar as tendências gerais que levam aos indivíduos a agirem de determinada maneira, e assim, identificar as conseqüências que as ações sociais produzem na realidade. Em suma, Max Weber desenvolveu o conceito de ação social que hoje é o conceito básico da sociologia. Para ele a sociologia deve estudar o sentido da ação humana individual, através da compreensão e da interpretação, e que até hoje ainda é muito usado pelos sociólogos.

23 2.3 Karl Marx e as Classes Sociais Karl Marx nasceu na Alemanha e viveu entre os anos de 1818 a 1883, ele foi filósofo, cientista social e economista, e principalmente, ele foi um revolucionário. Seus ensinamentos e suas teorias são essenciais para a compreensão da sociedade. Ele foi o fundador do materialismo histórico, teoria que mais tarde seria conhecida como Marxismo. Marx foi o primeiro a empregar o termo classe social, utilizado por ele para denunciar as desigualdades sociais. De acordo com Marx existem na sociedade capitalista duas classes sociais, conforme demonstra a citação a seguir: As classes sociais formadas no capitalismo burgueses e proletários estabelecem intransponíveis desigualdades entre os homens e relações que são, antes de tudo, de antagonismo e exploração. (COSTA, 2005, pág 114). Segundo o autor, as relações de antagonismo e exploração ocorrem porque os donos do meio de produção procuram maximizar seus lucros, explorando ao máximo a classe proletária. Esta classe, por sua vez, procura melhores condições de trabalho lutando pela diminuição da carga horária de trabalho e por melhores salários. Para concepção marxista, a sociedade capitalista está dividida em classes que lutam incessantemente entre si. Na divisão de classes encontram-se: burgueses x proletários, proprietários x não proprietários, ou ainda, exploradores x explorados.

24 O que determinaria a existência de classes sociais no capitalismo seria os meios de produção que são de propriedade privada. Ou seja, os detentores dos meios de produção na busca cada vez maior de lucros, exploravam os operários ocasionando em relações desiguais. Sendo assim, os operários vendem sua força de trabalho em troca de salário, e os burgueses que são donos dos meios de produção apropriam-se do trabalho de seus operários. Mantendo sua posição como dono dos meios de produção, preservando seus direitos, explorando ao máximo a classe trabalhadora com baixos salários e aumento das horas trabalhadas.... A oposição e o antagonismos derivam de interesses inconciliáveis entre as classes o capitalista - desejando preservar seu direito a propriedade dos meios de produção e dos produtos e a máxima exploração do trabalho operário pagando baixos salários ou ampliando a jornada de trabalho. (COSTA, 2005, pág. 105). Por fim, segundo Karl Marx os interesses de classes são inconciliáveis. Para ele a história da humanidade é a história da luta de classes. Cabendo a classe operária realizar a verdadeira revolução social, por meio da derrubada da classe burguesa e a destituição da propriedade privada. Assim foi idealizado por Karl Marx que os meios de produção fossem entregues a coletividade, fundando uma sociedade sem classes a comunista. Conforme, demonstra a citação abaixo:

25 O socialismo cientifico é uma teoria política e social que previa a vitória dos trabalhadores sobre a burguesia. Para Marx, a sociedade e as estruturas que surgiram dessa revolução seriam chamadas de comunismo, e o processo de transição do capitalismo para o comunismo seria chamado de socialismo. Nesse sentido o comunismo pode ser entendido como sistema econômico, político e social que tem por finalidade a criação de uma sociedade sem classes dominantes, ou seja, tudo seria comum a todos, não havendo propriedade privada. (VASCONCELOS, 2009, pág 61).

26 CAPÍTULO III COMO ENSINAR SOCIOLOGIA? A educação é um típico que fazer humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceito que fundamentem e orientem seus caminhos. (LUCKESI, 1994, págs. 30 e 31). O papel do professor constitui-se basicamente, em auxiliar o aluno a aprender através do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes e valores. O que analisaremos neste capítulo é o modus operandi do ensino da sociologia no ensino médio. No campo da disciplina de sociologia não há no Estado do Rio de Janeiro, uma definição de conteúdos para o seu ensino no ensino médio. Porém, conforme vimos no capítulo anterior as principais teorias sociológicas foram desenvolvidas por: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Sendo assim, faremos uma breve análise da sociologia como componente curricular no ensino médio. Para tanto, será abordado o tema A escola e a sociologia contemporânea, onde vamos expor o papel da escola como instância mediadora, seus respectivos sujeitos do processo educativo educador e educando.

27 Abordaremos, também a sociologia no ensino médio através das principais teorias do pensamento sociológico: A teoria funcionalista, a compreensiva e a marxista. Onde veremos que para cada um dos clássicos da sociologia estudados (Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx), a sociedade deveria ser investigada e compreendida de uma forma. Por fim, concluiremos este capitulo com a exposição de alguns pressupostos metodológicos para o ensino da sociologia no ensino médio, apontando para alguns conceitos tais como: O conhecimento e seu processo e o conteúdo a ser assimilado. 3.1- A escola e a Sociologia Contemporânea Para compreender a educação de hoje, do ponto de vista da sociologia demanda, portanto, que conheçamos a fase contemporânea do capitalismo. Pois é, justamente no contexto de formação da sociedade industrial que surge uma nova instituição responsável pela educação A escola. Sendo assim, na passagem da sociedade feudal onde o processo de educação ocorria principalmente na família, e também, assistida pela igreja; na sociedade industrial a principal instituição responsável pela educação será a escola. Cujo, os principais objetivos serão o de preparar os educandos para a vida em sociedade e ao mesmo tempo desenvolver suas aptidões pessoais e profissionais. Com a nova ordem econômica capitalista nasceu uma estrutura de ensino de ensino com o objetivo de educar um numero cada vez maior de indivíduos, através da transmissão de valores dessa nova sociedade. E, assim a escola como conhecemos hoje é produto de desenvolvimento do capitalismo iniciado nos meados do século XVIII e XIX.

28 Portanto, a escola como conhecemos hoje representa a estrutura social, econômica e política de nossa sociedade. Sendo uma instituição social de integração, conflito e contradição; onde as técnicas e conhecimentos são transmitidos através de métodos para influenciar o comportamento humano. Conforme, explicita o autor Alberto Tosi Rodrigues, em sua citação abaixo: As idéias e valores, o mundo da cultura, enfim, o conteúdo que ao fim e ao cabo é ensinado nas relações educacionais, são frutos da luta cotidiana por interesses econômicos e por poder político. O próprio método, a pedagogia com a qual se ensinam esses conteúdos contem, à luz da análise sociológica, um viés ideológico. Os grupos e classes dominantes procuram sempre fazer com que as idéias e valores aceitos por todos sejam os seus próprios valores e idéias. As práticas pedagógicas, isto é, os princípios e métodos que informam as técnicas educacionais estão sujeitas ao conflito ideológico vigente numa dada sociedade. (RODRIGUES, 2004, págs.109 e 110). 3.2- A Sociologia no Ensino Médio

29 Como sabemos, a sociologia é uma ciência que nasceu junto com o capitalismo. Seu interesse seminal foi o de compreender a sociedade industrial moderna. Compreender as afinidades eletivas que nela se estabeleceram entre as configurações da economia burguesa que revolucionava enormemente a produção e o consumo e as leis e as razões do Estado, as religiões e a administração pública e privada. De lá pra cá o Capitalismo e o Estado que a ele articulo-se, expandiram-se e modificaram-se, embora diferenciadamente, em todas as partes do planeta. A evolução da análise sociológica de certo modo se espelha a tais mudanças.(rodrigues, 2004, pág.101). A sociologia como ciência tem como marco histórico de sua sistematização cientifica o surgimento do capitalismo, conforme, demonstra a citação do autor acima. Sabemos, também que os autores clássicos da sociologia Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx são os fundadores da sociologia, e definiram suas principais correntes de análise sociológica, que são muito importantes para o estudo da sociologia no ensino médio. A teoria funcionalista pretende conhecer a sociedade a partir das funções que cada grupo e instituição social desempenha para a manutenção da ordem social vigente. Durkheim ao interpretar as Instituições sociais através de sua função acreditava que apesar dos problemas sociais que a sociedade capitalista qpresentava está seria perfeita. Para ele, as instituições sociais existem para realizar uma atividade útil integradora que promove a coesão social.

30 Para a teoria compreensiva desenvolvida por Max Weber, entende que nos fenômenos sociais há uma dimensão subjetiva. Segundo, a teoria compreensiva, está deveria interpretar o sentido da ação social e seus efeitos na realidade estudada. Essa interpretação deveria, também levar em consideração o sentido produzido pelas consciências e as intenções dos sujeitos envolvidos na ação social. Já para teoria marxista a sociedade deveria ser entendida através da luta de classes. Para ele, o motor que impulsiona e transforma a sociedade - é a luta de classes que vivem em constantes conflitos, e que são interdependentes e antagônicas entre si. Ou seja, para Karl Marx fundador da teoria marxista, para que existam os donos dos meios de produção (os empresários), é necessário que haja os operários, que vendem sua força de trabalho aos empresários. A teoria marxista tem uma visão critica da sociedade capitalista, para Marx o capitalismo é um sistema econômico, cujo objetivo é a obtenção de lucro e na exploração da classe operária. Por fim, as teorias sociológicas apresentadas acima, são de suma importância estarem presentes no currículo de sociologia no ensino médio. Elas com certeza oferecem um instrumental teórico capaz de oferecer ao educando diferentes formas de estudo da sociedade contemporânea. Estudando como cada uma das teorias: a funcionalista, a compreensiva e a marxista, analisa a sociedade, é possível reconhecer a multiplicidade de visões sociológicas que podemos aplicar ao investigarmos determinado fenômeno sociológico, o que possibilitará ao educando a formação de uma postura critica e reflexiva da sociedade e do grupo social ao qual está inserido.

31 3.3- Pressupostos Metodológicos A perspectiva metodológica que será apresentada é definida como uma ação educativa que viabilizará ao educando a construção e assimilação de conhecimentos sociológicos necessários para a análise da realidade social contemporânea. Tomando-se como conteúdos que deverão ser trabalhados no ensino médio, o estudo dos clássicos da sociologia Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx apontando para as principais conceitos desenvolvidos pelos respectivos autores os de fato social, ação social e classes sociais, e ainda, também as principais teorias desenvolvidas por eles a funcionalista, a compreensiva e a marxista, respectivamente. Trabalhar com os referidos conceitos apresentados permitirá aos educandos do ensino médio uma abstração necessária para o desenvolvimento de sua análise critica da sociedade, oferecendo um instrumental teórico no tratamento das questões sociais. Com igual importância, é necessário que esteja presente no currículo de sociologia no ensino médio. As teorias de análise sociológica, que se configuram por serem modelos explicativos da sociedade, capazes de explicar a existência e as formas de organização da sociedade. E assim sendo, tornam-se objetivos específicos do ensino da sociologia no ensino médio: - Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade social. - Identificar, analisar e comparar os diferentes conceitos da sociologia. - Compreender, analisar e comparar as diferentes teorias sobre a realidade social, amparados nos principais paradigmas sociológicos.

32 - Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das investigações e comparações realizadas. Para que estes objetivos se efetivem é necessário que haja um direcionamento no processo de ensino-aprendizagem de tal modo que os conteúdos sejam assimilados ativamente e que sejam capazes de formar no educando novas visões da sociedade, não mais amparadas no senso comum. O senso comum diz que o que está escrito é verdadeiro, e nos acostumamos a isso de tal forma que perdemos a capacidade de duvidar do que está escrito. O escrito passou a ser sagrado, um fetiche, que não pode ser tocado pela dúvida. (LUCKESI, 1994, pág.104). Sendo assim, a perspectiva metodológica do ensino da sociologia no ensino médio se contrapõe radicalmente ao senso comum, conforme o exposto acima. Na perspectiva de um currículo que dê conta da construção de conhecimentos válidos, ou seja, utilizáveis na realidade social dos educandos. Existem professores que se recusam a transmitir valores da sociedade capitalista como os únicos verdadeiros. São professores que se empenham cada vez mais em desenvolver o senso critico dos alunos, procuram denunciar em suas aulas as relações de poder e dominação presentes em nossa sociedade. Existem professores que descobrem também que são classes trabalhadoras e por isso são sensíveis aos problemas que essa classe enfrenta, (MEKSENAS, 2007, pág.82).

33 Enfim, conforme vimos na citação acima os professores através de prática pedagógica, podem atuar como agentes de transformação social, com direcionamento educativo que leve o educando a reflexão e a critica. É primordial que os conteúdos ensinados pelo professor possibilite ao educando uma emancipação enquanto cidadão e a sua abertura para um novo horizonte de expectativas, sendo que a disciplina de sociologia no ensino médio, é um campo de conhecimento que pelo próprio sentido da palavra quer dizer estudo da sociedade, é sem dúvida uma disciplina que ao estudar a sociedade pode fomentar nos educandos o desejo de transformá-la.

34 CONCLUSÃO A sociologia emerge como ciência no bojo das Revoluções Industriais na busca de tentar entender as transformações sociais que as sociedades que se inseriam na economia capitalista vivenciavam, que foi nosso objeto de estudo do I Capítulo. No qual ficou claro que a construção do pensamento sociológico se deu a partir da constituição da economia capitalista. E no Brasil, não foi diferente, podemos observar que a chegada da sociologia no Brasil, também obedeceu a inserção do país na ordem capitalista mundial. No II Capítulo, ao questionarmos O que ensinar em Sociologia? Partimos da premissa de que é fundamental que na construção do currículo de sociologia no ensino médio, o estudo dos clássicos da sociologia seja integrado. Já que os conceitos de fato social ação social e classes sociais. Constituem-se em conteúdos básicos para o ensino da sociologia no ensino médio e foram desenvolvidos por: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, considerados igualmente fundadores da sociologia e os que mais contribuíram para a socialização da ciência, a partir das suas diferentes análises da sociologia. Já no III Capítulo analisamos Como ensinar Sociologia? Abordamos temas como: A escola e a sociologia contemporânea e a Sociologia no ensino médio, e constatamos que a escola como conhecemos hoje é produto da ordem social capitalista. Observamos também, que os teóricos Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, desenvolveram as três principais correntes de analise sociológica: A funcionalista, a compreensiva e a marxista, que são capazes de investigar, interpretar e compreender a sociedade a partir de diferente perspectivas metodológicas.

35 Analisamos, ainda no III Capítulo os pressupostos metodológicos voltados para o ensino da sociologia no ensino médio destacam a importância dos sujeitos da práxis educativa educador e educando - e que a prática pedagógica pode estar voltada para a transformação da realidade social dos educandos. O presente trabalho monográfico apresentou os conceitos básicos para o ensino da sociologia no ensino médio, tendo como referencial o Estado do Rio de Janeiro, e assim demonstramos os principais conceitos da sociologia e as principais correntes de análise sociológica. Que devem estar presentes na construção do currículo da disciplina de sociologia, pois se constituem em para o conhecimento do estudo da sociedade, pois os autores (Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx) nos forneceram um instrumental teórico rico e indispensável para a análise da sociedade contemporânea. Sendo, importante salientar, que a construção do currículo para a sociologia no ensino médio não se esgota com o estudo dos clássicos da sociologia, porém reafirmo a importância destes autores estarem presentes no ensino da sociologia, pois sem dúvida, oferecerá ao educando a construção do pensamento critico e a formação de sua cidadania. Contribuindo desta forma, para uma educação voltada para a transformação social. Com certeza o estudo dos clássicos da sociologia poderá contribuir efetivamente para a formação cidadã do aluno. Para Émile Durkheim, a sociologia tem como objeto de estudo os fatos sociais, e estes devem ser tratados como coisas externas ao sujeito pesquisado. Durkheim recebeu muitas criticas, sendo considerado seu método de estudo como superficial e focalista por não permitir e relação entre o sujeito e o objeto pesquisado não se chegaria a uma analise do real, e sim a uma visão superficial e estática.

36 Durkheim considerado fundador da Sociologia defendeu o Capitalismo como o melhor modelo de economia e sociedade, onde seria promovido melhor nível de coesão social gerados pela solidariedade orgânica, que a solidariedade gerada pela divisão social do trabalho. Assim podemos ver que os conceitos desenvolvidos pelo respectivo autor no bojo da revolução industrial tinham uma proposta voltada para a manutenção do status quo e da ordem instituída pelo capitalismo industrial. Porém é inegável a contribuição de Émile Durkheim para a institucionalização da sociologia como ciência, e seus conceitos e perspectiva metodológica contribuem para a analise da sociedade. Não em sua totalidade pois a sociologia como ciência não defende um conhecimento totalizante ao contrário defendemos que através das diferentes teorias sociológicas podemos enriquecer a analise da sociedade, já que está será vista sobre vários paradigmas sociais. Para Max Weber a sociologia, conforme vimos deverá estudar ação social e seus efeitos na realidade social estudada, diferentemente de Durkheim que tem em sua proposta para a sociologia uma visão objetiva para a pesquisa e análise sociológica, para Weber a pesquisa tem um viés subjetivo e resultará sempre de uma visão parcial com validade provisória. Weber estudou a sociedade também sob a luz da Revolução Industrial, e viu nesta nova sociedade um impulso progressivo da racionalização do trabalho e do crescimento do protestantismo, ele não se declarou contra o capitalismo. Em suas análises sempre se voltou para conjuntura social, econômica e politica que estava se formando com o capitalismo. Já para Karl Marx, o capitalismo é um sistema injusto e cruel no qual os homens são explorados pelos homens numa luta constante e sem trégua que só seria superada pela revolução social ou comunista, onde os meios de produção seriam de uso da coletividade e não mais propriedade privada do capitalista. E só assim segundo ele estaria superado a luta de classes e a própria estrutura de classes sociais gerados pelo capitalismo.

37 A obra de Marx podemos dizer que é uma ciência com um objetivo de igualdade entre os homens,e talvez seja a ciência que mais provou um impulso pratico para que essa igualdade se realizasse, que seria através do comunismo. Um sistema segundo o autor perfeito, onde tudo o que ele e os outros socialistas idealizaram: Uma sociedade de homens livres, onde todos seriam iguais. Até hoje a obra de Karl Marx é muito viva e influencia vários autores sejam eles, para críticas ou sejam eles para defesa de sua teoria. O pensamento Marxista influenciou as teorias chamadas de críticas pelo seu viés de luta ao sistema dominante, contribuiu também para a formação dos movimentos sociais. Com certeza, a obra de Karl Marx levantou uma problemática constante nas sociedades capitalista que é divisão social de classes. Que como sabemos gera exclusão e antagonismo entre os indivíduos, já que uma parcela dos membros da sociedade tem acesso aos bens materiais e culturais historicamente constituídos, enquanto outra parcela da população, que é cada vez maior não tem acesso aos bens materiais e culturais, ou ainda seu acesso é muito restrito. Assim sendo, podemos observar as diferentes análises que Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx tem em relação a sociedade, o que contribuiu para a formação da sociologia cientifica, pois desenvolveram as principais correntes de análise sociológica, e acima de tudo representam respectivas sociológicas ricas para o estudo da sociologia. Portanto, quando nos permutarmos o que estudar em sociologia? A resposta seria além de outros conceitos que podemos estudar é imprescindível que estudemos os clássicos da Sociologia eles servem de base para o estudo da sociologia no ensino médio. Através dos estudos destes clássicos podemos abordar, o surgimento da sociologia, como a sociologia se desenvolveu como ciência, os autores que contribuíram para a formação da sociologia, os principais conceitos e teorias desenvolvidos pelos clássicos da sociologias e sua aplicabilidade na realidade da sociedade contemporânea.

38 Ao nos perguntarmos como estudar sociologia? O que temos que ter em mente é o entendimento da contribuição que a sociologia pode trazer para a formação do educando, abordando temas da relação entre profesor-aluno que sempre deverá ser voltada para a construção do conhecimento historicamente elaborado, o conhecimento a que nos interessa sempre deverá ser aquele que contribua para a reflexão e a análise crítica da sociedade. Enfim, o presente trabalho monográfico tem como objetivo ser um apoio metodológico para os professores de sociologia no ensino médio, resgatando a importância que as análises sociológicas desenvolvidas por Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber nos oferecem para o estudo da sociologia como ciência capaz de investigar e interpretar a sociedade sob os diversos paradigmas teóricos. Estando a favor ou contra a ordem social constituída a sociologia é uma ciência que tem caráter de interferência na sociedade, já que está é estudada já com um objetivo de intervenção social, seja este um viés transformador, revolucionário ou conservador da sociedade.

39 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. BRASILIA. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica. Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2006. COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. São Paulo Moderna, 2005. FORACCHI, Marialice Mencarini; MARTINS, José de Souza. Sociologia e Sociedade: Leituras de Introdução à Sociologia. 3ª ed. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos S. A, 1980. JUREMA, Ana Cristina Loureiro; POGREBINSCHI, Tamy. Telecurso, Sociologia: Ensino Médio. 1ª ed. Rio de Janeiro, Fundação Roberto Marinho, 2008. LÜCK, Heloísa. Ação Integrada: Administração, Supervisão e Orientação Educacional. 24 ª ed. Petrópolis: Vozes, 1981. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994. MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação: Introdução ao estudo da escola no processo de transformação social. 13ª ed. São Paulo, Edições Loyola, 2009. OLIVEIRA, Pérsio Santos. Introdução à Sociologia. 1ª ed. São Paulo, Ática, 2009. RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. 5ª ed. Rio de Janeiro, DP&A, 2004. VASCONCELOS, Ana. Coleção Bases do Saber: Sociologia. 1ª ed. São Paulo. Rideel,2009.

40 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO AGRADECIMENTO DEDICATÓRIA RESUMO METODOLOGIA SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA 11 1.1 O estudo da Sociologia no Brasil 11 1.2 O Advento da Burguesia 13 1.3 A Geração de 30 14 1.4 A Institucionalização do Ensino da Sociologia 15 CAPÍTULO II - O QUE ENSINAR EM SOCIOLOGIA? 18 2.1- Émile Durkheim e os Fatos Sociais 19 2.2- Max Weber e a Ação Social 21 2.3- Karl Marx e as Classes Sociais 23 CAPÍTULO III COMO ENSINAR SOCIOLOGIA? 26 3.1- A Escola e a Sociologia Contemporânea 27 3.2 A Sociologia no Ensino Médio 28 3.3- Pressupostos Metodológicos 31 CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 40