INDICADORES DE ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL USANDO O TEMA TROCA DE NUTRIENTES REALIZADA PELAS FORMIGAS CORTADORAS

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Transcrição:

INDICADORES DE ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL USANDO O TEMA TROCA DE NUTRIENTES REALIZADA PELAS FORMIGAS CORTADORAS Silvia Alves de Souza 1 Augusto Fachín Terán 2 Resumo: A Alfabetização Ecológica deve ser ensinada desde a mais tenra idade, para a superação de possíveis problemas ambientais. O objetivo deste trabalho é analisar de que maneira o uso de estratégias metodológicas para a Alfabetização Ecológica propiciam a compreensão por parte dos estudantes do processo de troca de nutrientes do solo. A pesquisa é de cunho bibliográfico com uma abordagem qualitativa e participante. O uso das formigas cortadoras no processo de troca de nutrientes do solo nos possibilita o conhecimento de maneira didática e com práticas pedagógicas envolvendo atividades lúdicas, vídeos, aulas passeio e teatro. Palavras-Chave: Formigas Cortadoras. Troca de Nutrientes. Alfabetização Ecológica. Educação Infantil. 1 Introdução A alfabetização ecológica é uma necessidade que segundo Capra (2006) deveria ser trabalhada desde os primeiros anos de escolarização para que a criança compreenda os processos naturais que ocorrem na natureza e que não pode ser interrompido pelos homens, que muitas das vezes desconhecem a importância e influência desses processos em suas vidas. Trazemos o uso dos espaços educativos não formais na tentativa de reconectar e aproximar o homem com a natureza, na conscientização para uma vida sustentável. Assim, o objetivo desse trabalho é analisar de que maneira o uso de estratégias metodológicas para a Alfabetização Ecológica propiciam a compreensão por parte dos estudantes do processo de troca de nutrientes do solo. 1 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação em Ensino de Ciências na Amazônia, pela Universidade do Estado do Amazonas. Bolsista da FAPEAM. Manaus, Amazonas, Brasil. E-mail: silviaufamsouza@hotmail.com 2 Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia. Universidade do Estado do Amazonas. Líder do GEPENCEF. Manaus, Amazonas, Brasil. E- mail: fachinteran@yahoo.com.br

A pesquisa é de cunho bibliográfico e participante, com abordagem qualitativa. O artigo é dividido em partes conceituais sobre alfabetização ecológica, ensino de ciência na educação infantil, finalizando com a descrição da biologia das formigas cortadoras. A alfabetização ecológica O nosso maior compromisso ao ensinar alfabetização ecológica segundo Capra (2006, p.231) é restabelecer a conexão com a vida, significando renovar e manter comunidades sustentáveis em que podemos satisfazer nossas necessidades e aspirações sem diminuir as oportunidades das gerações futuras. Explana ainda que todas as formas de vida são sustentadas pela terra e seu esgotamento tem que ser evitado para que seja capaz de garantir o sustento de uma geração após a outra de forma saudável. 2 Dessa forma esse sustento, precisa fazer parte de nosso cotidiano, pois assim todos os recursos seriam mais bem aproveitados e evitaríamos o desperdício desnecessário, causados por fábricas, pelas famílias e por nós mesmos. Para isso precisamos de alguma forma alfabetizar nossas crianças pequenas para que compreendam a utilidade de cada ser vivo presente na natureza. Segundo Maciel et al. (2012), a Alfabetização Ecológica também pressupõe a compreensão do lugar ocupado pelo ser humano na história crescente da vida, além de uma boa convivência com e não contra a natureza trazendo a saúde e o bem-estar, e no limite, a própria sobrevivência humana. Para Nunes (2005, p. 32) a Alfabetização Ecológica propõe contribuir para a permanência evolutiva da vida no planeta. E compreender a natureza de maneira sustentável requer uma compreensão completa dos sistemas naturais e autossustentáveis, visando o respeito que tem por base diversas experiências e participações de contatos diretos e indiretos com a natureza. Ensino de ciência na educação infantil O Ensino de Ciências na educação infantil apresenta diversas possibilidades de exploração de tudo que nos rodeia para que a criança adquira conhecimento. Para Craidy e Kaercher (2001, p. 153) este ensino pode propiciar a aproximação com as diversas formas de vida e ambientes, também o conhecimento das necessidades e

condições que os seres vivos precisam para sobreviverem, procurando assim se sentir responsável e parte da natureza. Deve-se levar em conta que nem sempre o entendimento no ensino de ciência é compreendido facilmente, pelo excesso de nomenclaturas científica de conceitos e definições presentes nos livros didáticos, que buscam explicar os fenômenos da natureza. Para Craidy e Kaercher, esta é mais uma razão para que os educadores busquem outras fontes de conhecimentos como em jornais e revistas. Uma vez que é de suma importância que na educação infantil os conteúdos relacionados aos temas sejam explorados de forma lúdica através de jogos simbólicos, do faz de conta, de personagens da literatura, da televisão, de personagens presentes na natureza, etc. Sendo importante: 3 [...] utilizarmos e confeccionarmos materiais alternativos para o desenvolvimento de projetos com as crianças. Trabalhar com fantasias e a imaginação, mas também com a observação, as comparações, as medidas e os registros escritos, os desenhos, as modelagens, as colagens, etc. (CRAIDY & KAERCHER 2001, p. 154). Desta maneira se daria alternativas de aprendizagens para as crianças, com a intenção de despertar o interesse pelo conhecimento proposto, em vista de que sem dúvida, será um conhecimento diferenciado, do qual presenciamos nas instituições de ensino. Na nova Proposta Pedagógico Curricular de Educação Infantil (2016, p. 49, 66), proposto pela Prefeitura de Manaus, diz que, para assegurar os objetivos da proposta deve-se cumprir com o trabalho em equipe nos eixos do currículo que são as 12 experiências. Nesta pesquisa pretende-se destacar os eixos norteadores 1, 8 e 10, que tratam sobre as interações e a brincadeira, e que destacamos a seguir: 1 Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; 8 Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; 10 Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;

Desta maneira a Alfabetização Ecológica fica sinalizada como uma possibilidade de integrar a criança desde os anos iniciais num caminho para o conhecimento e integração com a natureza de forma respeitosa, nesse contexto surge a utilização dos espaços educativos não formais como meio desta integração. Capra e David Orr (2006) explanam que uma revolução está ocorrendo na educação e ela está se iniciando nos lugares mais improváveis e essa revolução é restabelecer a ligação das crianças com o lugar onde vivem e com a sua comunidade. Sendo a sala de aula a ecologia da comunidade circundante e não os limites impostos pelas quatro paredes da escola tradicional. A pedagogia da revolução é simplesmente um processo de engajamento organizado com os sistemas vivos e com a vida das pessoas que vivem graças a esses sistemas. 4 Formigas cortadoras As formigas foram as primeiras espécies encontradas com frequência no Brasil. Nesse grupo encontramos espécies como Atta sexdens (saúva), Cephalotes atratus, Dolichoderus bidens e Odontomachus haematodus, com ampla distribuição e encontradas em quase todo o território brasileiro. As formigas apareceram pela Terra entre 139 e 158 milhões de anos atrás. Uma de suas características mais marcantes é sua organização social e o trabalho em equipe (BACCARO et al., 2015, p.18). As formigas cortadeiras coletam folhas e outros elementos orgânicos, porém não se alimentam dos mesmos diretamente. Fungos e enzimas servem de alimento para as formigas. O material coletado passa por uma trituração misturada à sua saliva e logo depois o distribuem em câmaras especiais dentro de seus ninhos, na qual a umidade favorecerá que o fungo venha surgir (DOUGLAS & LAGO, 2016, p. 61). Percurso metodológico Ao buscarmos uma maior compreensão de como ocorre o processo de aprendizagem, desenvolveremos esta pesquisa sob uma abordagem qualitativa que de acordo com Creswell (2010) os procedimentos qualitativos baseiam-se em dados de texto e imagens, e tem passos singulares na análise dos dados e se valem de diferentes estratégias de investigação, consiste em ser explicada com o intuito de descrever e

compreender os significados característicos das diversas situações e comportamento presenciadas pelos entrevistados (RICHARDSON, 2011, p. 90) Nesse contexto a pesquisa será participante, pois se caracterizará pela interação do pesquisador com os sujeitos investigados assim como possibilitará a clareza do por que e para que fazer (GIL, 2010; TRIPP, 2005). O desenvolvimento desta pesquisa acontecerá em um espaço educativo Formal, conhecido como Centro Municipal de Educação Infantil CMEI Professora Ângela Maria Honorato da Costa e um Espaço Não Formal institucionalizado que será o Corredor Ecológico do Mindu; que por possuir uma grande área aberta nos possibilita a mediação da atividade que será realizada. Os sujeitos da pesquisa serão crianças de cinco anos da Educação Infantil da Educação Infantil, divididos em duas turmas do 2º período e seus respectivos professores. Para atender o primeiro objetivo deste projeto faremos um levantamento bibliográfico em relação à temática. A segunda etapa se baseará na observação dos professores (CRESWELL, 2010), tornase importante nessa fase realizar a descrição sucinta de todas as observações para responder ao segundo objetivo específico da pesquisa que aborda descrição de como é trabalhada em sala de aula o tema natureza no segundo período da Educação Infantil. 5 Sendo o terceiro objetivo destacar a sequência didática que será abordada no período de 3 meses, consistirá em três etapas distintas que terão por base a ludicidade. A primeira etapa será a dramatização para as crianças com o tema Ninho das formigas ocorrerá em espaço formal, a segunda etapa acontecerá em campo com o intuito de conectar as crianças com a realidade das formigas cortadoras e a terceira etapa irá ser finalizada em sala de aula com teatro de fantoches destacando a importância das formigas no processo de germinação de novas plantas utilizando como instrumentos de análise de dados gravadores de áudio, câmera fotográfica (vídeo) e a observação participante com a finalidade de compreender atitudes e interesses dos envolvidos (RICHARDSON, 2011, p. 261). Todas as etapas estarão associadas ao princípio natureza cíclica, a parceria e a interdependência de Capra (2006, p. 231) juntamente com as experiências 1, 8 e 10 que consta na Proposta Pedagógica Curricular da Educação Infantil (2016, p. 51-64)

Considerações Finais A alfabetização ecológica cria a possibilidade de viver em harmonia com a natureza, uma vez que pessoas alfabetizadas ecologicamente retiraram os recursos da natureza de maneira sustentável. A conscientização das crianças através da alfabetização ecológica pode ser usada como uma forma de contaminação positiva, pois, suas atitudes e atos pode gerar nos adultos mudanças positivas. 6 A alfabetização ecológica é um processo longo que deve ser trabalhado desde os primeiros anos de escolarização, visando tornar as crianças, cidadãos comprometidos em cuidar e defender a natureza de forma sustentável. Frente a este desafio, precisamos valorizar uma educação que busque a diferença no ensinar, com professores preparados e compromissados em indicar a direção para se alcançar esse objetivo. Nesta perspectiva, procuraremos compreender como ocorre o processo de Alfabetização Ecológica nas crianças de Educação Infantil, utilizando a troca de nutrientes no solo realizada pelas formigas cortadoras, sempre explorando conteúdos de maneira nova e despertando nos alunos o interesse através da imaginação, curiosidade e observação. Referências BACCARO, F. B.; FEITOSA, R. S. M.; FERNANDES, F.; FERNANDES, I. O.; IZZO, T. J.; SOUZA J.; SOLAR, R. Guia para os gêneros de formigas do Brasil. Manaus: INPA, 2015. CAPRA, F. A Teia da vida: uma nova compreensão cientifica dos sistemas vivos. Traduzido por Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Cultrix, 2006. CAPRA, F.; STONE, M. K.; BARLOW, Z. (org). Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix, 2006. CRAIDY, C. M.; KAERCHER, G. E. S. Educação infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

DOUGLAS, W.; LAGO, D. Formigas: Lições da sociedade mais bem sucedida da Terra. São Paulo: Mundo Cristão, 2016. GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002. MACIEL, H. M.; FACHÍN-TERÁN, A. O Potencial Pedagógico dos Espaços Não Formais da Cidade de Manaus. Curitiba, PR: CRV, 2014. MANAUS. Prefeitura de Manaus. Proposta Pedagógica Curricular de Educação Infantil. Revisada e Ampliada. 2016. 7 NUNES, E. R. M. Alfabetização ecológica: um caminho para a sustentabilidade. Porto Alegre: Pallotti, 2005. RICHARDSON, Roberto J.; PERES, José A. S. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2011. TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e pesquisa, São Paulo, v.31, n.3, p. 443-466, set./dez 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016.