2º EM Literatura Fransérgio Av. Opta./Subs. 18/11/14 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Verifique, no cabeçalho desta prova, se seu nome, número e turma estão corretos. 2. Esta prova contém 06 questões dissertativas. 3. Leia todas as questões com atenção. 4. A prova deverá ser feita com caneta esferográfica de tinta azul ou preta. 5. É vedada a utilização de qualquer material de consulta, eletrônico ou impresso. 6. É terminantemente proibido retirar-se do local da prova antes de ocorrido o tempo mínimo estipulado, qualquer que seja o motivo. 7. Tempo de duração da avaliação - Mínimo: 50 min Máximo: 50 min 8. Ao final, entregue a prova ao professor aplicador. BOA PROVA! Assinatura do Aluno: QUESTÕES Atenção: Procure escrever de maneira clara e objetiva. Lembre-se que comentar não é citar, portanto, desenvolva seu texto trazendo informações necessárias e importantes. TEXTOS PARAS AS PRÓXIMAS QUESTÕES Texto I Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. 1/6
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do Itabirano. In: MORICONI, Italo (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 97-98. Texto II Meu caminho pelo mundo Eu mesmo traço A Bahia já me deu Régua e compasso Quem sabe de mim sou eu Pra você que me esqueceu Ruuummm! Alô Rio de Janeiro Todo o povo brasileiro GIL, Gilberto. Aquele abraço. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/ 16138/7>. Acesso em: 23 ago. 2011. Fragmento. 1. (1,0) (Ufba 2012) Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade e o fragmento da canção Aquele abraço, de Gilberto Gil, e teça um comentário sobre a presença da terra natal na configuração da vida de cada um dos sujeitos líricos presentes na canção e do poema. 2/6
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO TEXTO III Infância Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé, comprida história que não acaba mais. 1 No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. 2. (1,0) (Uerj 2009) No meio - dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom. (ref. 1) 3/6
Identifique, na estrofe acima, dois traços característicos da estética modernista, um relacionado à linguagem e outro à forma do poema. Cite também um exemplo para cada um desses traços. 3. (Fuvest 2011) Examine o soneto seguinte texto para responder ao que se pede. De manhã escureço De dia tardo De tarde anoiteço De noite ardo POÉTICA A oeste a morte Contra quem vivo Do sul cativo O este é meu norte. Outros que contem Passo por passo: Eu morro ontem Nasço amanhã Ando onde há espaço - Meu tempo é quando. Vinicius de Moraes, Antologia poética. a) (1,0) Do ponto de vista da organização formal dada ao conjunto do poema, o poeta mostra - se vinculado à tradição literária. Essa afirmação tem fundamento? Justifique sua resposta. 4/6
b) (1,0) Do ponto de vista da mensagem configurada no poema, o poeta expressa sua oposição até mesmo a coordenadas fundamentais da experiência. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta. 4. (Ufscar 2005) Ah! menina tonta, toda suja de tinta mal o sol desponta! (Sentou-se na ponte, muito desatenta... E agora se espanta: Quem é que a ponte pinta com tanta tinta?...) Tanta Tinta A ponte aponta e se desaponta. A tontinha tenta limpar a tinta, ponto por ponto e pinta por pinta... Ah! a menina tonta Não viu a tinta da ponte! (Cecília Meireles, "Ou isto ou aquilo".) Esse poema faz parte de uma coleção dedicada por Cecília Meireles às crianças. a) (1,0) Explique um dos principais recursos estilísticos nele utilizados. Exemplifique. b) (1,0) A que classe de palavra pertence a palavra "tontinha", no texto? Cite uma de suas funções na construção desse texto. 5/6
5. (Unicamp 1997) MORTE E VIDA SEVERINA, de João Cabral de Melo Neto, traz como subtítulo "auto de natal pernambucano". Sabendo-se que a palavra auto "designa toda peça breve, de tema religioso ou profano, em circulação durante a Idade Média" (Massaud Moisés, DICIONÁRIO DE TERMOS LITERÁRIOS), responda: a) (1,0) Explique o porquê das adjetivações "de natal" e "pernambucano", contidas no subtítulo, considerando o enredo da peça. b) (1,0) Qual é o sentido do adjetivo "severina" aplicado a "morte e vida"? c) (1,0) Comumente usa-se a expressão "vida e morte"; no título da peça de João Cabral, entretanto, a sequência é "morte e vida". Explique o porquê dessa inversão. 6. (1,0) Leia o trecho do livro Grande Sertão: Veredas. Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. O senhor ri certas risadas... Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente depois, então, se vai ver se deu mortos. Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas Cite e explique pelo menos duas características específicas da literatura de Guimarães Rosa, autor da terceira fase do Modernismo no Brasil e que procurou inovar no uso da linguagem. 6/6