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Transcrição:

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA POLÍCIA FEDERAL 2012 AGENTE/ESCRIVÃO PROF. EMERSON CASTELO BRANCO DISCIPLINA: DIREITO PENAL 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 1.1 PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL E DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL Art. 1.º do CP: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Conceito de princípio da reserva legal: O Estado não pode punir uma pessoa por uma conduta não prevista (descrita) em lei (ordinária federal) como crime. Conceito de princípio da anterioridade: A lei deve estar em vigor na data em que a conduta criminosa é cometida. 1.2 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS MALÉFICA E DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA De acordo com o inciso XL, do art. 5.º, da Constituição Federal de 1988, a lei penal somente retroagirá para beneficiar o acusado. No mesmo sentido, dispõe o art. 2.º do Código Penal. De acordo com o art. 2.º do CP: Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Fundamento constitucional: o art. 5.º, no inciso XL. QUESTÕES IMPRESCINDÍVEIS (RESPONDIDAS NAS AULAS!) 1. O princípio de que a lei retroage para beneficiar o acusado restringe-se

às normas de caráter penal? 2. O que significa Alolitio Criminis? 3. O que significa extra-atividade? 4. A lei penal nova mais favorável deve ser aplicada pelo juiz se o processo se encontra na fase de recurso? 5. No caso de sentença penal condenatória transitada em julgado, a incumbência de aplicar a lei nova mais favorável é do juiz da execução criminal? 6. A irretroatividade da lei penal mais maléfica atinge também as medidas de segurança? 7. A lei penal mais benéfica pode ser aplicada se estiver ainda no período de vacatio legis? 8. Pode haver combinação de leis penais favoráveis para beneficiar o réu? 9. Como se dá a aplicação do princípio da retroatividade da lei mais benéfica nas hipóteses de crimes permanentes, continuado e habituais? Ver Súmula 711 do STF 1.3 TEMPO DO CRIME Art. 4.º do CP: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Teorias: - da atividade (adotada pelo CP) Considera praticado o crime no momento da ação ou omissão. - do resultado O momento do crime é o da ocorrência do resultado delitivo. - da ubiquidade (ou mista) É tanto o momento da atividade como o do resultado. 1.4 LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA O art. 3.º do CP estabelece: A lei excepcional ou temporária, embora

decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Característica principal: a ultratividade. Significa que a lei será aplicada a um fato cometido no período de sua vigência, mesmo após a sua revogação. QUESTÕES IMPRESCINDÍVEIS (RESPONDIDAS NAS AULAS!) 1. A ultratividade ocorrerá sempre, ainda que prejudique o acusado. 2. Qual a exata diferença entre as leis excepcionais e as leis temporárias? 3. A lei penal temporária é autorrevogável ( intermitente )? 4. Qual a diferença entre a ultraatividade da lei da lei mais benéfica para a ultraatividade das leis temporárias e excepcionais? 1.5 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO - Princípio da territorialidade (art. 5.º do CP) Territorialidade é a aplicação das leis brasileiras aos delitos cometidos dentro do território nacional (art. 5.º, caput, do CP). - A territorialidade é a regra geral. - Alguns elementos do território nacional: solo ocupado pela nação; os rios, os lagos e os mares interiores e sucessivos; os golfos, as baías e os portos; a faixa de mar exterior, que corre ao largo da costa e que constitui o mar territorial; a parte que o direito atribui a cada Estado sobre os rios, lagos e mares fronteiriços; os navios nacionais; o espaço aéreo correspondente ao território; as aeronaves nacionais. QUESTÕES IMPRESCINDÍVEIS (RESPONDIDAS NA AULA!): 1. O que significa território brasileiro por equiparação? 2. O Brasil adotou a territorialidade absoluta ou temperada? 3.Qual a Justiça competente para julgar crimes cometido a bordo de embarcações e aeronaves?

4. Em que consiste o princípio do pavilhão ou da bandeira? 1.6 PRINCÍPIOS DA EXTRATERRITORIALIDADE - Princípio da defesa (real, ou de proteção) Aplica-se a lei penal brasileira, independentemente de fronteiras, se o bem jurídico for de proteção especial (art. 7.º, inciso I, alíneas a, b, c, do CP). - Da nacionalidade (ou da personalidade) Aplica-se a lei nacional do autor do crime, qualquer que tenha sido o local de sua prática (princípio da personalidade ativa). E ainda quando o crime é cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil, desde que atendidas certas condições (princípio da personalidade passiva - 3., do art.7., do CP). - Da justiça penal universal É o direito de punir determinados delitos, mesmo que praticados fora do território nacional, face à gravidade do mesmo, desde que existam tratados e convenções internacionais estabelecendo dessa maneira, como os crimes de genocídio e de tráfico ilícito de drogas (art. 7.º, inciso I, alínea d e inciso II, alínea a). - Da representação A lei penal aplica-se aos crimes cometidos no estrangeiro em aeronaves e embarcações privadas, desde que não julgados no local do crime (art. 7.º, inciso II, alínea c, do CP). Formas de extraterritorialidade: Incondicionada: são as hipóteses previstas no inciso I do art. 7.º. Diz-se incondicionada, porque não se subordina a qualquer condição para atingir um crime cometido fora do território nacional. Condicionada: são as hipóteses do inciso II e do 3.º. Nesses casos, a lei nacional só se aplica ao crime cometido no estrangeiro se satisfeitas as condições indicadas no 2.º e nas alíneas a e b do 3.º. 1.7 LUGAR DO CRIME De acordo com o art. 6.º do CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou devia produzir-se o resultado. Teorias:

- da atividade Considera-se como lugar do crime o local em que se praticou a ação ou omissão. - do resultado Lugar do crime é o local em que acontece o resultado delitivo. - da ubiquidade (ou mista) É tanto o lugar da atividade como também o do resultado. Teoria adotada pelo sistema brasileiro. ÚLTIMAS QUESTÕES IMPRESCINDÍVEIS (RESPONDIDAS NA AULA!): 1. A abolitio criminis exclui todos os efeitos penais e civis? 2. O que significam as teorias da ponderação unitária e da teoria da ponderação diferenciada? 3. Admite-se combinação de leis para beneficiar o acusado? 3. Na hipótese de várias leis penais, é possível a aplicação de lei intermediária mais favorável? 4. Será sempre aplicada a lei vigente ao tempo do crime? 5. Assim como nos crimes continuado e permanente, em relação aos habituais, adota-se o mesmo raciocínio do tempo do crime? 6. Quais as teorias adotadas em relação ao espaço aéreo e ao mar territorial? 7. Qual o significado do princípio da continuidade normativo-típica?