TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO AMBIENTAL PRELIMINAR (EAP) DE ESTRADA VICINAL 1. INTRODUÇÃO O Estudo Ambiental Preliminar E.A.P, configura-se como documento primeiro para o Licenciamento Ambiental. Tem como função instrumentalizar a decisão de exigência ou dispensa de EIA e RIMA, para obtenção de Licença Prévia. Em caso de exigência, juntamente com outros instrumentos, subsidiará a elaboração do Termo de Referência para o EIA e RIMA. EAP.-------------- TR.---- EIA-- ---- LP.--- LI.-----LO O objetivo deste trabalho é orientar os empreendedores públicos ou privados, quanto aos aspectos técnicos que deverão ser considerados, quando da elaboração do Estudo Ambiental Preliminar, bem como orientar quanto às etapas para o Licenciamento Ambiental. Este roteiro se destina a fornecer orientação para elaboração de E.A.P., para o Licenciamento Ambiental de empreendimentos da categoria infra-estrutura que engloba abertura de estrada vicinal. O presente roteiro destaca o conteúdo mínimo a ser contemplado, e dependendo do porte do empreendimento, da área de inserção e capacidade de suporte do meio, os dados apresentados deverão ser aprofundados e prestadas as informações adicionais. 2. DISPOSIÇÕES GERAIS 2.1 FORMA DE APRESENTAÇÃO O EAP deverá ser apresentado em folhas de tamanho A4 (210x297 mm)² ou em folhas de formulário contínuo, tamanho padrão (215x280 mm). As fotografias terão de ser originais em todas as cópias e legendadas. As cópias de mapas, tabelas e quadros terão de ser legíveis, com escalas, informando as origens, datas e demais detalhes que sejam necessários. 2.2 NÚMERO DE CÓPIAS/CONTEÚDO O EAP deverá ser apresentado em, no mínimo, 02 (duas) vias, obedecendo ao roteiro estabelecido no item 3 deste Termo de Referência e 01 (uma) cópia em meio digital (CD-ROM) inclusive com ilustrações (mapas, figuras, gráficos, etc.). 2.3 ELABORAÇÃO 1
O EAP deverá ser elaborado por equipe multidisciplinar habilitada a qual será responsável tecnicamente pelas informações apresentadas. 2.4 LISTA DE DOCUMENTOS E BIBLIOGRAFIA Apresentar relação de obras consultadas, com referência bibliográfica seguindo as normas da ABNT. Quadros e tabelas deverão conter a fonte de dados apresentados. 2.5 EMPRESA CONSULTORA Discriminar o nome da Empresa de Consultora responsável pela elaboração do EAP, acompanhado do endereço, telefone, fax e nome do profissional para contato. 2.6 EQUIPE TÉCNICA Relacionar a equipe técnica responsável pelo estudo indicando no EAP o nome, a especialidade de cada profissional, bem como o número dos respectivos registros profissionais e assinatura no original de todos os integrantes. Em todas as páginas do EAP deverá constar rubrica do coordenador da equipe. 2.7 DAS OBRIGAÇÕES DO EMPREENDEDOR Ao proponente do projeto compete: a) arcar com todas as despesas e custos referentes à realização do Estudo Ambiental Preliminar, tais como: coleta e aquisição de dados e informações; trabalhos e inspeções de campo; análises de laboratório; estudos técnicos e científicos, acompanhamento e monitoramento dos impactos; fornecimento de cópias conforme o exposto no item 2.2 desta instrução; b) arcar com custos da análise do EAP; publicação em jornal oficial e em periódico local de grande circulação (referente ao processo de licenciamento no IMAP) e pedido de licença; c) remeter ao IMAP, declaração de Cadastramento Técnico Estadual de todos os profissionais integrantes da equipe técnica e da Empresa de Consultoria responsável; d) atender as exigências do IMAP quanto aos elementos informativos julgados necessários ao processo de análise ambiental e de licenciamento do projeto. 3. ESTUDO AMBIENTAL PRELIMINAR EAP 2
Este Termo de Referência se destina a fornecer orientação com vista à elaboração de EAP, para a atividade de estrada vicinal, a ser implantada no município de Miranda/MS. O presente Termo destaca o conteúdo mínimo a ser contemplado, e dependendo do porte do empreendimento, da área de inserção e capacidade de suporte do meio, os dados apresentados deverão ser aprofundados e prestados as informações adicionais. 3.1 INFORMAÇÕES GERAIS a) Identificação do empreendimento; b) Identificação e qualificação do empreendedor (nome ou razão social, número dos registros legais, endereço completo, telefone, fax, telefone e fax dos responsáveis legais e pessoas para contato); c) Identificação do (s) profissional (is) responsável (is) pelo Estudo Ambiental Preliminar EAP e de todos os técnicos e consultores que participaram do mesmo, observando as orientações do item 2.6 desta instrução; d) Cópia do registro no Cadastro Técnico Federal (Firma consultora e profissionais da equipe técnica responsável pela elaboração do EAP). 3.2 Objeto do licenciamento Indicar a natureza e porte do empreendimento, objeto de licenciamento ambiental. Cabe ressaltar, que dependendo da especificidade do empreendimento poderão ser solicitadas, a qualquer tempo, informações complementares. 3.3 Justificativa do empreendimento Objetivos do empreendimento e sua justificativa em termos de importância no contexto econômico-social do município. Apresentar 03(três) alternativas locacionais e tecnológicas estudadas, para implantação da Estrada Vicinal, justificando a adotada. 3.4 Caracterização do Empreendimento As informações a serem abordadas neste item deverão propiciar o diagnóstico da área diretamente afetada pelo empreendimento, refletindo as condições atuais dos meios físico, biológico e sócio-econômico. Deverão ser inter-relacionadas, resultando num diagnóstico integrado que permita a avaliação dos impactos resultantes da implantação do empreendimento. Para tanto as informações abaixo relacionadas deverão ser apresentadas, planta planialtimétrica em escala adequada com o porte do empreendimento, e também através de fotos datadas, com legendas explicativas da área do empreendimento e do seu entorno. 3
A caracterização do empreendimento deverá ser efetuada através de um memorial contendo todas as fases de planejamento, construção e operação, quando for o caso, desativação, com no mínimo as seguintes informações: Localizar o empreendimento considerando o município atingido, os pontos de captação de água quando couber, bacia hidrográfica e coordenada geográfica, zoneamento funcional (área de manobras, áreas terminal, área de apoio). Estas informações deverão ser plotadas em carta topográfica oficial, original ou reproduzida, mantendo as informações da base em escala de acordo com o porte do empreendimento; Empreendimento(s) associado(s) e decorrente(s) (Exemplo: áreas de empréstimo, jazidas e outros); Demonstrar a compatibilidade do empreendimento com a legislação existente: Municipal, Estadual e Federal, em especial as áreas de interesse ambiental, mapeando as restrições à ocupação; No caso da necessidade de implantar obra e/ou sistema de controle ambiental complementar, apresentar cronograma de implantação. 3.5 Descrição do Empreendimento A descrição do empreendimento deverá ser efetuada através de um memorial e Projeto Básico da Estrada a ser implantada, contendo toda sua caracterização nas fases de planejamento, construção e operação, quando for o caso, desativação, com no mínimo as seguintes informações: Projeto Básico da Estrada e obras de arte a ser implantada de forma a garantir a manutenção das vazões do fluxo hídrico na área do empreendimento; Concepção, dimensionamento e características técnicas dos elementos componentes do empreendimento; Apresentar Planta planialtimétrico com curvas de nível a cada 2,00 (dois) metros da área ocupada; Descrição das ações de implantação do empreendimento: limpeza do terreno, remoção de vegetação, terraplenagem, cortes e aterros, bota-fora, etc; Localização e características das jazidas das áreas de empréstimos, que deverá ser licenciada separada; Projeto de Recuperação de Área degradada, conforme roteiro do IMAP/MS. 3.6 Inserção Regional e Legislação Ambiental Vigente Neste item deverá ser abordado o projeto em si, com relação ao contexto municipal em que se insere, principalmente quanto à compatibilidade do projeto com a legislação ambiental e com programas de desenvolvimento municipais e estaduais quando couber. 4
Nesta parte, deverá ser feita uma abordagem da legislação referente ao processo de licenciamento do empreendimento, bem como a legislação ambiental aplicável a: Proteção de mananciais e poluição hídrica; Proteção das Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e Unidade de Conservação. 3.7 Diagnóstico Ambiental Deverão ser baseados na análise integrada dos meios físico, biótico e sócioeconômicos, desde o início dos trabalhos, a fim de compatibilizar os resultados. A análise e descrição dos fatores deverão englobar as informações cartográficas com a área de influência devidamente caracterizada, em escalas compatíveis com o nível de detalhamento dos fatores ambientais estudados. Os itens aqui abordados serão aqueles que caracterizam os fatores ambientais de acordo com o tipo e porte do empreendimento e segundo as características da região. I. MEIO FÍSICO: a) Dados de vazão máxima e mínima do curso d água a receber obra de arte, em períodos de seca e de cheia; b) Geologia: Caracterização da geologia regional e local, com apresentação de mapa geológico, em escala 1:50.000. c) Geomorfologia: Caracterização da geomorfologia regional e local, das unidades de relevo e aspectos da estabilidade das formas naturais de relevo, incluindo aspectos da dinâmica (ressaltar a existência de áreas suscetível à erosão, sujeitas a assoreamento ou inundações). d) Pedologia: As classes de solos serão caracterizadas e mapeadas, conforme as normas preconizadas pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação dos Solos da EMBRAPA. e) Será diagnosticada a estabilidade relativa das condições naturais dos solos, bem como as características pedológicas descritas em campo. f) Clima: Será apresentado um quadro climático regional dos diversos fatores climáticos, tais como: precipitação, temperaturas, ventos, evaporação, evapotranspiração e insolação. g) Recursos Hídricos: Análises físico-químicas e biológicas das águas superficiais e subterrâneas na área afetada pelo empreendimento, mencionando o método utilizado. II. MEIO BIÓTICO a) Caracterização, análise e mapeamento dos ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição na área de influência do empreendimento. 5
b) Identificação das espécies animais e vegetais que possam servir como indicadores ecológicos das alterações ambientais em cada tipo de ecossistema. c) Flora: A vegetação das áreas de influência será mapeada, constando à vegetação atual, áreas já antropizadas, áreas de preservação permanente e Reserva Legal. d) Apresentada listagem de espécies, destacando as endêmicas e/ou ameaçadas de extinção, caso existam. e) Fauna: As principais espécies da fauna, principalmente mastofauna, serão identificadas e descritas, sendo que as áreas de ocorrência de grupos mais representativos, habitats preferenciais e espécies endêmicas serão identificadas e caracterizadas. f) Ao levantamento das espécies da mastofauna, por se tratar de excelente bioindicador, será dada maior importância. Sua identificação será realizada pela avaliação visual, por pegadas, fezes e pêlos e por consultas aos habitantes da região. g) Será apresentada listagem de espécies, destacando as endêmicas e/ou ameaçadas de extinção, caso existam. 3.8 Análise das Alterações Ambientais A análise (identificação, valoração e interpretação) das alterações ambientais, também denominada prognóstico, destina-se à apresentação dos prováveis impactos nas diferentes fases do projeto (planejamento, implantação, operação, desativação), sobre os meios físico, biótico e sócio-econômicos, devendo ser determinados e justificados nos horizontes de tempo considerados. Os impactos serão avaliados nas áreas de estudo definidas para cada um dos fatores estudados, caracterizados no item diagnóstico ambiental da área de influência, podendo para efeito de análise, serem como: a) Diretos e indiretos; b) Positivos ou negativos; c) Temporários, permanentes ou cíclicos; d) Imediatos, a médio e longo prazo; e) Reversíveis e irreversíveis; f) Locais, regionais e estratégicos. A análise dos impactos ambientais incluirá necessariamente a identificação, previsão de magnitude e interpretação da importância de cada um deles, permitindo uma apreciação abrangente das repercussões do empreendimento sobre o meio ambiente. O resultado da análise constituirá um prognóstico da qualidade ambiental da área de influência do empreendimento, nos casos de adoção do projeto e suas alternativas e mesmo nas hipóteses de sua não implementação. 6
É necessário mencionar os métodos de identificação de impactos, as técnicas de previsão de magnitude e os critérios adotados para a interpretação e análise de suas interações. 3.9 Proposição de Medidas Mitigadoras/Compensatórias As medidas a serem propostas visarão a minimização dos impactos adversos identificados na análise dos impactos ambientais, as quais deverão ser apresentadas quanto a: a) Natureza (preventiva, corretiva e compensatória); b) Fase em que será adotada; c) O fator ambiental a que se destina; d) Permanência de sua aplicação. Essas medidas mitigadoras poderão ser apresentadas na forma de planos e programas de controle ambiental, e é a partir delas que será feita então a monitoramento dos impactos ambientais. 3.10 Programa de Monitoramento Este item contemplará os programas de acompanhamento das evoluções dos impactos ambientais positivos e negativos causados pelo empreendimento nas diferentes fases. Tem o objetivo de acompanhar a eficácia das medidas mitigadora propostas, bem como as respostas dos diversos aspectos ambientais à implantação e operação do projeto. Contemplar a indicação e justificativa: a) Dos parâmetros selecionados para a avaliação dos impactos sobre cada um dos fatores ambientais considerados; b) Dos métodos de coleta de análise de amostras; c) Da periodicidade de amostragem para cada parâmetro, segundo os diversos fatores ambientais; d) Dos métodos a serem empregados no processamento das informações levantadas, visando retratar o quadro evolutivo dos impactos ambientais causados pelo empreendimento. Serão elaborados programas de acompanhamento mediante o automonitoramento dos impactos ambientais previstos nos fatores água, solo e biológico (uso de classe/espécie bioindicadora), com encaminhamento de relatórios e resultados das análises ao IMAP/SEMA, definindo a periodicidade adequada. Incluir responsabilidade de execução, cronograma físico, estratégia de execução, parcerias e convênios, recursos requeridos (humanos e materiais), produtos e referências bibliográficas. 7
4.0 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Conforme orientações dadas no item 2.4 deste Termo de Referência. 8