Relato do trabalho de pesquisa participativa com produtores de hortaliças do Bairro Roseira Produtores Rafael/Luciana Maria José Alves Bertalot Associação Biodinâmica Em 26 foi realizado um trabalho de pesquisa participativa com o tema Proposta de avaliação de substratos para elaboração de mudas de hortaliças, com dois produtores do Bairro Demétria. Este relato do processo de envolvimento, planejamento e instalação do ensaio foi descrito no último número do Boletim Eletrônico da Associação Biodinâmica. Com o intuito de continuar este trabalho de capacitação e pesquisa com os horticultores biodinâmicos da região de Botucatu, foi feita uma nova proposta de trabalho com um horticultor do Bairro Roseira, vizinho ao Bairro Demétria, que desde o surgimento desta na região de Botucatu tem sofrido influência do modo de produção biodinâmico. O objetivo deste relato é a ampliação da imagem em relação ao tema Substrato de Produção de Mudas de Hortaliças, visto ser este um tema extremamente importante para os produtores que visam a sustentabilidade em relação a muda e a importância do método de pesquisa participativa como uma estratégia conjunta com o produtor para o desenvolvimento de organismos biodinâmicos. As plantas utilizadas na experimentação foram escolhidas junto com o produtor de acordo com sua necessidade. As plantas escolhidas foram a couve-flor Piracicaba de verão e abóbora de duas variedades; abóbora menina brasileira e abóbora japonesa (cambutiá híbrida). As sementes das duas plantas foram semeadas nas bandejas, abóbora em dia de fruto e couve-flor em dia de folha. Dois substratos foram testados: comercial e o que chamamos de substrato Rafael, que é preparado com esterco de vaca compostado sem palha, com preparado biodinâmico e adicionado de bokashi na hora da peneira. No tratamento substrato comercial, as bandejas foram preenchidas com substrato, foi semeada e empilhada. No tratamento Rafael, as bandejas foram preenchidas com composto, semeadas e ainda foi colocada sobre elas uma camada de vermiculita, depois empilhadas. O parâmetro avaliado foi a germinação e sobrevivência e algumas anotações em relação à cor da muda e tamanho, que poderiam indicar qualidade. Os ensaios foram montados em outubro e as avaliações foram feitas semanalmente. Não foram realizadas análises das misturas utilizadas como substrato, assim como não foi realizada análise nutricional de planta. Obs.: segundo Rafael se o esterco fosse de galinha (cama de frango) ele colocaria palha para realizar a compostagem.
Couve-flor A couve-flor foi semeada no dia 16/1/27 e as avaliações foram feitas nos dias 22/1 1ª avaliação, 25/1 2ª avaliação, 29/1 3ª avaliação, 1/11 4ª avaliação, 7/11 5ª avaliação. Na 3ª Avaliação no substrato comercial as plantas estavam compridas e muitas delas caídas. No substrato Rafael as plantas estavam menores, mas nenhuma caída. Na 4ª avaliação no substrato comercial as mudas estavam mais compridas, porém deitadas, e aquelas que germinaram tardiamente não se apresentavam em bom estado. As mudas do substrato Rafael demoraram mais para germinar, mas se apresentavam sadias e bem formadas. Na 5 ª avaliação, as mudas no substrato comercial tinham cor amarelada, no geral apresentavam um verde mais cinzento, folhas pequenas. Algumas mudas caídas. No substrato Rafael as mudas eram bem formadas, folhas grandes e cor verde escuro. Nesta etapa do experimento as mudas de couve-flor já precisariam ir para o campo, mas devido ao estado das mudas produzidas nas bandejas com substrato comercial foi necessário se realizar ainda durante uma semana uma adubação de cobertura. Avaliação da germinação e crescimento de couve-flor em estufa. Avaliação da germinação de couve-flor 25 2 15 1 5 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Medições
Mudas de couve-flor no substrato comercial Mudas de couve-flor no substrato Rafael Abóbora A Abóbora japonesa (Cambutiá) e a Abóbora Menina Brasileira foram semeadas no dia 17/1/27 e as avaliações foram feitas nos dias 25/1-1ª avaliação, 29/1-2ª avaliação, 1/11-3ª avaliação, 7/11-4ª avaliação. Na 1ª avaliação, as mudas germinadas da abóbora cambutiá estavam menores do que as mudas da abóbora menina brasileira, pois a germinação das sementes da abóbora menina começou antes. O produtor Rafael disse que normalmente quanto maior a muda melhor para ir para o campo, mas não é o mesmo para as abóboras. Por elas serem mais folhosas se forem muito grandes e pouco estruturadas, poderão acamar. Na 2ª avaliação, no substrato Comercial as mudas de abóbora cambutiá apresentavam cor verde mais escuro e as mudas no substrato Rafael, verde mais amarelado. No substrato comercial as mudas de abóbora menina tinham cor verde mais escuro e no substrato Rafael verde mais amarelado.
Na 4ª avaliação as mudas de abóbora cambutiá do substrato Rafael tinham cor mais verde e aparência mais viçosa. Foram feitas somente quatro avaliações das abóboras porque segundo Rafael as mudas tinham que ir para o campo (tempo de permanência da muda de abóbora nas bandejas é menor que a da couve-flor). Avaliação da germinação e crescimento de abóbora cambutiá em estufa. Avaliação de germinação de abóbora Cambutiá 25 2 Germinação 15 1 5 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª Medições
Avaliação da germinação e crescimento de abóbora menina brasileira em estufa. Avaliação da germinação de abóbora menina brasileira 25 2 Germinação 15 1 5 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª Medições Mudas de abóbora Cambutiá Mudas de abóbora Cambutiá-
Mudas de abóbora Menina Brasileira no substrato comercial Mudas de abóbora Menina Brasileira no substrato Rafael
Estimativa do tamanho das mudas de abóbora no último dia de avaliação. Estimativa do tamanho das mudas de abóbora no último dia de avaliação 25 2 Altura cm 15 1 5 Abóbora menina bras. substr. comercial Abóbora menina bras. substr. Rafael Abóbora cambutiá substr. comercial Abóbora cambutiá substr. Rafael