Relação Droga Formas Extrativas Formas Farmacêuticas Exercícios Farm. Elisabeth Prado março 2011
Relação Droga Formas Extrativas: Droga: parte(s) da planta que contém os princípios ativos, sob a forma estabilizada (seca). Pode ser inteira, rasurada ou pulverizada. Droga não é uma forma extrativa. Célula vegetal => parede composta por celulose => Nosso organismo não digere celulose Para que os princípios ativos tornem-se disponíveis para absorção pelo organismo, a droga precisa ser submetida a um processo de extração, obtendo-se as formas extrativas (chás, tinturas, extratos-fluidos, extratos secos)
Tintura: Concentração: 20% Para fazer 1000 ml de tintura são utilizados 200 g de droga 100 ml tintura = 20 g da droga 5 ml de tintura = 1 g de droga Proporção droga : forma extrativa => 1:5
Extrato Fluido: Concentração: 100% Para fazer 1000 ml de extrato fluido são utilizados 1000 g de droga 100 ml extrato fluido = 100 g da droga 1 ml de extrato fluido = 1 g de droga Proporção droga : forma extrativa => 1:1
Concentração variável Extrato Seco : Extratos secos concentrados (não são padronizados em termos do ativo) Exemplo: extrato seco concentrado 5:1 => 1 g do extrato corresponde a 5 g da droga, teoricamente, contém 5 vezes mais princípio ativo do que a droga original. Extratos secos padronizados => ideal Exemplo: extrato seco de espinheira santa contendo 3,5% de taninos
Ao prescrever, deve-se levar em conta: -recomendações de dosagem da literatura especializada -concentração de princípios ativos na forma extrativa escolhida Ideal: dosagem quantificada em princípios ativos
Exemplo: extrato seco de Maytenus ilicifolia correspondendo a 30 mg de taninos / cápsula. Tomar 2 a 3 cápsulas ao dia Ou extrato seco de Maytenus ilicifolia contendo 3,5% de taninos 860 mg / cápsula Tomar 2 a 3 cápsulas ao dia Lembrete: em geral, cabem até 500 mg em uma cápsula
Resumo: 100 g de droga produzem: - 500 ml de tintura - 100 ml de extrato fluido - 20 g de extrato seco 5:1
100 ml de: correspondem a seguinte quantidade de droga: Tintura 20 g Extrato fluido 100 g Extrato seco 5:1 500 g Logo, 1 g de : correspondem a seguinte quantidade droga: Tintura 0,2 g = 200 mg Extrato fluido 1 g Extrato seco 5:1 5 g
Formas Farmacêuticas de Uso Oral Aplicações, Vantagens e Desvantagens - chás (infusão, decoccção) - tinturas - extratos-fluidos - xaropes - cápsulas / comprimidos
- Infusão / Decoccção Chás Forma de simples utilização Extração aquosa Em geral, menor concentração de ativos => menor risco de intoxicações O próprio paciente prepara Experiência subjetiva, sensação de cuidado: o processo de preparar e tomar o chá pode ser relaxante. Efeitos sensoriais: odor, sabor, sensação agradável de aquecimento do peito Ingestão de água quente: interessante para problemas nas vias respiratórias, prisão de ventre, problemas digestivos, cálculos renais
Sabor x Volume Ingerido plantas com sabor desagradável: dificulta a ingestão Horários de Administração Em geral: -Chás laxantes e hipnóticos: tomar à noite -Chás digestivos e carminativos: tomar próximo ás refeições -Chás com substâncias amargas e estimulantes do apetite: tomar 30 minutos antes das refeições -Chás diaforéticos: tomar enquanto ainda estão bem quentes, de preferência com o paciente na cama, coberto - Chás diuréticos: tomar logo ao acordar, e várias vezes ao dia
Extração alcoólica Tinturas e Extratos-fluidos Formas mais concentradas (extrato fluido: 5 vezes mais concentrado que a tintura) Mais concentradas => requerem ingestão de um volume menor. Melhor para plantas com sabor amargo ou desagradável Dosagem um pouco mais precisa (em relação aos chás).
Xaropes Base: xarope simples, contendo 64 a 85% de sacarose. Ao xarope simples podem ser adicionados tinturas e extratos-fluidos. Pode-se solicitar a manipulação de um xarope sem açúcar, por exemplo, a base de sorbitol. Vantagens: mascara sabor, fácil aceitação para crianças
Cápsulas / Comprimidos Práticas. Paciente não sente sabor. Podem ser transportadas facilmente. Dosagem precisa. Alguns pacientes tem dificuldade para engolir. Cuidado ao prescrever: - especificar que deve ser utilizado extrato seco
Exercícios: 1) A dose preconizada de genciana é de 5 ml de tintura ao dia. Essa dose pode ser substituída por 1 ml de extrato fluido ao dia? 2) Segundo a Comission E, a dose de droga vegetal para a Equisetum arvense (cavalinha) é de 6 g de droga ao dia. Qual a dose de extrato seco 5:1 corresponde a dosagem da droga? No caso desta planta, que outra forma de utilização seria mais adequada, de acordo com a finalidade terapêutica?
3) Segundo a Comission E, a dose de alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) deve corresponder a 200 a 600 mg de glicirrizina ao dia. Como deve ser prescrita uma fórmula contendo extrato seco padronizado com 10% de glicirrizina? 4) A dose de castanha da Índia (Aesculus hippocastanum) preconizada pela Comission E deve corresponder a 100 mg diários de beta-escina. A farmácia dispõe de extrato seco padronizado com 2% de beta-escina. Supondo-se que cabem até 500 mg de extrato seco em 1 cápsula, quantas cápsulas seriam necessárias para suprir a dose diária de beta-escina? E se fosse utilizado um extrato seco padronizado com 20% de beta-escina?
5) A Comission E traz a seguinte especificação de dosagem para a alcachofra (Cynara scolymus): 6 g da droga ou preparações equivalentes. Qual seria a dosagem teórica equivalente de tintura? Outras literaturas citam a seguinte dosagem de tintura : 2 ml 3 vezes ao dia. Qual o motivo da diferença de valores? 6) Segundo a Comission E, a dose preconizada de psylium (Plantago psyllium) é de 10 a 30 g de droga ao dia. Qual a melhor forma de administração? Qual recomendação deve ser feita ao paciente quanto a forma de utilização?
7) A monografia da Comission E para Ginseng coreano (Panax ginseng) especifica que droga contém 1,5% de ginsenosídeos e traz a seguinte dose: 1 a 2 g da droga ou preparações equivalentes. Qual seria a dose de um extrato seco 5:1? Qual seria a dose de um extrato seco padronizado com 10% de ginsenosídeos?