Fundações de Apoio. Lei nº /16. Ministrante: Dr. Jailson Agostinho Advogado - OAB/SC

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Transcrição:

Fundações de Apoio x Lei nº 13.243/16 Ministrante: Dr. Jailson Agostinho Advogado - OAB/SC 18.048

Lei nº 13.243, de 11.1.2016 (Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação) - Emenda Constitucional nº 85, de 26.2.2015; -Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PL 2177/11 Câmara dos Deputados); - PLC nº 77/2015; - Lei nº 13.243, 11.1.2016 (altera 9 Leis): Código de Hamurabi

Foram alteradas pela Lei nº 13.243/2016 as seguintes leis: - Lei n o 10.973/2014; (inovação e pesquisa científica e tecnológica ) - Lei n o 6.815/1980; (estrangeiro no Brasil) - Lei n o 8.666/1993; (licitação e contrato administrativo) - Lei n o 12.462/2011; (RDC regime diferenciado de contratações) - Lei n o 8.745/1993; (contrato por tempo determinado) - Lei n o 8.958/1994; (Fundações de apoio) -Lei n o 8.010/1990; (bens destinados à pesquisa C&T.) -Lei n o 8.032/1990; (isenção ou redução de impostos de importação -Lei n o 12.772/2012 (plano de carreira e cargos do Magistério Federal)

A Lei nº 13.243/2016 trouxe avanços e preocupações para as Fundações de Apoio, podendo citar: Vantagens: Definição de ICT abrangente; (art. 2º,V, Lei nº 10.973/2004) V - Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT): órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico ou o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou processos; Consequência: possibilidade das Fundações de Apoio concederem apoio para outras instituições que não somente as IFES;

Possibilidade da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, agências de fomento e as ICTs ceder o uso de imóveis para instalação de ambiente de inovação para empresas e as ICTs, mediante contrapartida obrigatória, financeira ou não financeira, na forma de regulamento; (art. 3º-B, 1º e 2º, incisos I e II, Lei nº 10.973/2004). Art. 3 o -B. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as respectivas agências de fomento e as ICTs poderão apoiar a criação, a implantação e a consolidação de ambientes promotores da inovação, incluídos parques e polos tecnológicos e incubadoras de empresas, como forma de incentivar o desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade e a interação entre as empresas e as ICTs. I - ceder o uso de imóveis para a instalação e a consolidação de ambientes promotores da inovação, diretamente às empresas e às ICTs interessadas ou por meio de entidade com ou sem fins lucrativos que tenha por missão institucional a gestão de parques e polos tecnológicos e de incubadora de empresas, mediante contrapartida obrigatória, financeira ou não financeira, na forma de regulamento; Consequência: Haverá um decreto para regulamentar.

Possibilidade da ICT (Universidade, por ex.) prestar serviço técnico especializado, executar projetos de pesquisa, desenvolvimento, inovação por meio de convênio, contrato, termo de outorga ou instrumento jurídico assemelhado com instituições públicas ou privadas visando o incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica para uma maior competividade das empresas, mediante aprovação do Reitor ou cargo equivalente nas ICTs, podendo ser delegada tal atribuição. (art. 8º, 1º e 9º, Lei nº 10.973/2010). Art. 8 o É facultado à ICT prestar a instituições públicas ou privadas serviços técnicos especializados compatíveis com os objetivos desta Lei, nas atividades voltadas à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, visando, entre outros objetivos, à maior competitividade das empresas. 1 o A prestação de serviços prevista no caput dependerá de aprovação pelo representante legal máximo da instituição, facultada a delegação a mais de uma autoridade, e vedada a subdelegação.

Art. 9 o -A. Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios são autorizados a conceder recursos para a execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação às ICTs ou diretamente aos pesquisadores a elas vinculados, por termo de outorga, convênio, contrato ou instrumento jurídico assemelhado. Consequência: Elimina a dúvida sobre a possibilidade jurídica da ICT (Universidade) prestar serviços, bem como de firmar contratos e, ainda, quem poderá autorizar as atividades. Portanto, recomenda-se às ICTs regulamentar essa questão internamente.

Possibilidade das Fundações de Apoio concederem bolsa de estímulo à inovação com isenção IR e contribuição previdenciária; (art. 9º, 1º e 4º, 21-A, Lei nº 10.973/2004) 1 o O servidor, o militar, o empregado da ICT pública e o aluno de curso técnico, de graduação ou de pós-graduação envolvidos na execução das atividades previstas no caput poderão receber bolsa de estímulo à inovação diretamente da ICT a que estejam vinculados, de fundação de apoio ou de agência de fomento. 4 o A bolsa concedida nos termos deste artigo caracteriza-se como doação, não configura vínculo empregatício, não caracteriza contraprestação de serviços nem vantagem para o doador, para efeitos do disposto no art. 26 da Lei n o 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária, aplicandose o disposto neste parágrafo a fato pretérito, como previsto no inciso I do art. 106 da Lei n o 5.172, de 25 de outubro de 1966.

Art. 21-A. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, os órgãos e as agências de fomento, as ICTs públicas e as fundações de apoio concederão bolsas de estímulo à inovação no ambiente produtivo, destinadas à formação e à capacitação de recursos humanos e à agregação de especialistas, em ICTs e em empresas, que contribuam para a execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação e para as atividades de extensão tecnológica, de proteção da propriedade intelectual e de transferência de tecnologia. Consequência: As IFES deverão ajustar suas normas visando reconhecer os projetos de inovação, de acordo com a definição concedida pela nova norma e, assim, fornecer segurança jurídica para que as Fundações concedam as bolsas de inovação.

Possibilidade de transposição, remanejamento ou transferência de recursos de categoria de programação para outra, mediante regras definidas em regulamento. (Obs.: a categoria de programação abrange distintas classificações do gasto público: a econômica, subdividida nas categorias corrente e capital, a de caráter programático, decomposta em função, subfunção, programa, atividade, projeto operações especiais). ( Art. 9º, 4º, Lei nº 10.973/2004); 4 o Do valor total aprovado e liberado para os projetos referidos no caput, poderá ocorrer transposição, remanejamento ou transferência de recursos de categoria de programação para outra, de acordo com regulamento. Art. 12. Em atendimento ao disposto no 5 o do art. 167 da Constituição Federal, as ICTs e os pesquisadores poderão transpor, remanejar ou transferir recursos de categoria de programação para outra com o objetivo de viabilizar resultados de projetos que envolvam atividades de ciência, tecnologia e inovação, mediante regras definidas em regulamento. Consequência. Haverá um decreto para regulamentar. Porém, a norma é cogente. Obs.: Não há previsão para que as fundações de apoio possam realizar a transposição, remanejamento ou transferência de recursos de categoria de programação para outra

Possibilidade de a ICT pública delegar para as fundações de apoio, quando previsto em convênios e contratos, a captação, gestão e principalmente a aplicação das receitas próprias da ICT pública decorrentes dos projetos). Parágrafo único. A captação, a gestão e a aplicação das receitas próprias da ICT pública, de que tratam os arts. 4 o a 8 o, 11 e 13, poderão ser delegadas a fundação de apoio, quando previsto em contrato ou convênio, devendo ser aplicadas exclusivamente em objetivos institucionais de pesquisa, desenvolvimento e inovação, incluindo a carteira de projetos institucionais e a gestão da política de inovação. Obs.: Abre a possibilidade para que os recursos que são destinados para as ICTs (taxas das universidades) fiquem nas fundações de apoio a fim de que sejam destinados para pesquisa, desenvolvimento e inovação, inclusive projetos institucionais e gestão de inovação. Consequência: Poderá ocorrer um questionamento dos órgãos de controle, pois vai de encontro às decisões do TCU.

Os procedimentos de prestação de contas, cujos recursos sejam com fulcro na Lei nº 10.973/2004 terão procedimento simplificado e uniforme, de forma transparente e ainda com ocorrência anual. (art. 27-A, Lei nº 10.973/2004); Art. 27-A. Os procedimentos de prestação de contas dos recursos repassados com base nesta Lei deverão seguir formas simplificadas e uniformizadas e, de forma a garantir a governança e a transparência das informações, ser realizados anualmente, preferencialmente, mediante envio eletrônico de informações, nos termos de regulamento. Consequência: A simplificação e a periodicidade anual da prestação de contas são os destaques. Agora, esperamos que não sejam letras mortas nesta lei. Deve-se aguardar o decreto, uma vez que cada órgão possui uma sistemática que tange prestação de contas.

Dispensa de licitação para bens e serviços sem limite de valor para pesquisa e desenvolvimento, sendo que para obra e serviços de engenharia o limite fica em R$ 300 mil. Especificamente para obras e serviços de engenharia haverá uma regulamentação específica; (art. 24, inciso XXI, Lei nº 8.666/93) Ainda para os produtos destinados para pesquisa e desenvolvimento, desde que pronta entrega ou valor até R$ 80 mil poderá se dispensar a documentação de habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista, qualificação técnica e a qualificação econômico-financeira. XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea b do inciso I do caput do art. 23; Consequência: Torna-se mais ágil a contratação de bens e serviços, quando destinados para pesquisa e desenvolvimento. Apesar de passar uma ideia de que seja fácil, agora, contratar pela Lei 8.666/93, recomenda-se observar os princípios LIMPE e justificar preços (cotação) e a contratante.

Art. 6 o Para os fins desta Lei, considera-se: XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. Consequência: Torna-se mais ágil a contratação de bens e serviços, quando destinados para pesquisa e desenvolvimento. Apesar de passar uma ideia de que seja fácil, agora, contratar pela Lei n. 8.666/93, recomenda-se observar os princípios LIMPE e justificar preços (cotação) e a contratante.

Possibilidade para que as Fundações de Apoio forneçam apoio aos parques, aos pólos tecnológicos, as incubadoras de empresas, as associações e as empresa, desde criadas com a participação de ICT pública (art. 1º, 6º, Lei 8.958/94); 6 o Os parques e polos tecnológicos, as incubadoras de empresas, as associações e as empresas criados com a participação de ICT pública poderão utilizar fundação de apoio a ela vinculada ou com a qual tenham acordo. Consequência: Abre-se uma oportunidade para que as Fundações de Apoio possam prestar seus serviços para outras instituições.

Possibilidade dos recursos e direitos provenientes dos projetos de pesquisa, ensino, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação serem repassados pelos contratantes (Ex.: ICTs, empresas privadas, União, Estados, Municípios) diretamente para as fundações de apoio (art. 1º, 7º, Lei 8.958/94); 7 o Os recursos e direitos provenientes dos projetos de que trata o caput e das atividades e dos projetos de que tratam os arts. 3 o a 9 o, 11 e 13 da Lei n o 10.973, de 2 de dezembro de 2004, poderão ser repassados pelos contratantes diretamente para as fundações de apoio. (Incluído pela Terceiro Lei nº 13.243, Setor (ONGs) de 2016) Consequência: Extermina com a ideia de que não se poderia repassar recursos de órgãos públicos e empresas privadas diretamente para as Fundações de Apoio.

Quando do repasse de recursos públicos, as fundações de apoio adotarão regulamento específico para aquisições e contratações de obras e serviços, a ser editado por meio de ato do Poder Executivo de cada nível de governo (União, Estado e Município) (art. 3º, Lei nº 8.958/94); Art. 3 o Na execução de convênios, contratos, acordos e demais ajustes abrangidos por esta Lei que envolvam recursos provenientes do poder público, as fundações de apoio adotarão regulamento específico de aquisições e contratações de obras e serviços, a ser editado por meio de ato do Poder Executivo de cada nível de governo. Obs.: Art. 24 da CFRB/88 estabelece competência concorrente. Deve-se observar o princípio da hierarquia das normas, onde a legislação federal tem primazia sobre a estadual e municipal e, a estadual sobre a municipal. Consequência: Provavelmente haverá um debate sobre a prevalência ou não do Decreto nº 8.241/2014. Com a competência concorrente há possibilidade dos Estados, Municípios adotarem o Decreto nº 8.241/2014.

A instância superior da fundação de apoio (Conselho Curador) deverá criar um regramento para realizar as contratações para os projetos oriundos de recursos privados, observando os princípios da Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência (Art.3º, 3º, Lei 8.958/94); 3 o Aplicam-se às contratações que não envolvam a aplicação de recursos públicos as regras instituídas pela instância superior da fundação de apoio, disponíveis em seu sítio eletrônico, respeitados os princípios mencionados no art. 2 º desta Lei. Consequência: Reforça implicitamente a ideia de que sempre foi defendida, ou seja, que deveria ocorrer a diferenciação entre recurso público e privado.

O docente, mesmo em dedicação exclusiva, excetuando-se aqueles em cargo em comissão ou função de confiança, poderão exercer o cargo de dirigente máximo (presidente) da Fundação de Apoio, com a possibilidade de ser remunerado. (I e II, art. 20-A, Lei nº 12.772/12); Art. 20-A. Sem prejuízo da isenção ou imunidade previstas na legislação vigente, as fundações de apoio às Instituições de Ensino Superior e as Instituições Científica, Tecnológica e de Inovação (ICTs) poderão remunerar o seu dirigente máximo que: I - seja não estatutário e tenha vínculo empregatício com a instituição; II - seja estatutário, desde que receba remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal. Consequência: Possiblidade do docente DE ser presidente da FA e ser remunerado. Porém, poderão surgir dúvidas sobre quem deverá ser o estatutário, o dirigente ou o docente?

Possibilidade do docente, mesmo em dedicação exclusiva, receber bolsa de ensino, pesquisa, extensão ou estímulo à inovação paga por agência oficial de fomento, por fundação de apoio (art. 21, III, Lei nº 12.772/12); Art. 21. No regime de dedicação exclusiva, será admitida, observadas as condições da regulamentação própria de cada IFE, a percepção de: III - bolsa de ensino, pesquisa, extensão ou estímulo à inovação paga por agência oficial de fomento, por fundação de apoio devidamente credenciada por IFE ou por organismo internacional amparado por ato, tratado ou convenção internacional. Consequência: Coloca um ponto final na interpretação de que professor, em dedicação exclusiva, não poderia receber bolsas por meio de Fundação de Apoio.

Possibilidade do docente DE realizar atividades de pesquisa, ensino, extensão, de natureza científica e tecnológica (Leis 8.958/94 e 10.973/2004), com carga horária de 8h semanais ou 416h anuais; (Art. 21, 4º, Lei nº 12.772/12); 4 o As atividades de que tratam os incisos XI e XII do caput não excederão, computadas isoladamente ou em conjunto, a 8 (oito) horas semanais ou a 416 (quatrocentas e dezesseis) horas anuais. Consequência: Aumento da carga horária do docente DE destinada para atividades de pesquisa, ensino, extensão, de natureza científica e tecnológica (Leis 8.958/94 e 10.973/2004).

QUESTÕES QUE MERECEM REFLEXÃO Infelizmente, houve alguns vetos na lei, os quais são dispositivos cruciais paras as fundações de apoio, vejamos: Como remunerar as fundações? Houve o veto da Presidente da República no que tange a cobrança de taxas por parte das Fundações de Apoio. (art. 10, Lei nº 10.973/2004.) Art. 10. Os instrumentos firmados com ICTs, empresas, fundações de apoio, agências de fomento e pesquisadores cujo objeto seja compatível com a finalidade desta Lei poderão prever, para sua execução, recursos para cobertura de despesas operacionais e administrativas, podendo ser aplicada taxa de administração, nos termos de regulamento.

Em 9/12/2014, o TCU por meio do TC 015.481/2013-1, julgou o 2º e último monitoramento sobre o acórdão 2.731/2008. Nesse julgamento, o Subprocurador-Geral proferiu um parecer concordando com os apontamentos levantados pela SecexEduc, exceto no que se refere ao prazo para que as fundações de apoio prestem contas dos projetos. Acontece que uma das recomendações para MEC era propor mudanças na regulação de prestação de contas, pois de acordo esse segundo monitoramento realizado pela SecexEduc, não havia normas para que as fundações de apoio prestassem contas relativas aos contratos celebrados com as IFES. Assim, o Subprocurador-Geral do MP do TCU, exarou seu parecer argumentando que com o advento do Decreto nº 8.240/2014, houve a regulamentação dos convênios de educação, ciência, tecnologia e inovação, cujo conceito está no inciso I do 2º, art. 1º do decreto. E de acordo com o art. 22, 1º, o prazo para prestação de contas será no máximo de 120 dias. Até aqui, não há nenhum novidade. Contudo, ele foi mais além e assinalou que os contratos celebrados entre as IFES e as Fundações de Apoio estão inseridos no novo conceito de convênio de educação, ciência, tecnologia e inovação e que esse decretou solucionou uma das recomendações apontadas pela SecexEduc. Para fulminar, o TCU acatou o parecer do Subprocurador-Geral e entendeu que o prazo para prestação de contas nos contratos e convênios poderá ser de até 120 dias. Enfim, explicado tudo isso, estou levantando a tese, pegando um gancho no que proferiu o Subprocurador- Geral. Ora, quando o Subprocurador mencionar que o Decreto nº 8.240/2014 traz um novo conceito de convênio de educação, ciência, tecnologia e inovação, logo, defendo que esse mesmo decreto também se aplica para os contratos firmados entre as IFES e as fundações de apoio, ou seja, se o decreto serve para estabelecer o prazo máximo para as prestações de contas, logo, o art. 16 do Decreto nº 8.240/2014 que trata de taxas e não despesas administrativas poderá ser aplicada tanto para contratos, bem como para convênios. Afinal, o Decreto nº 8.240/2014 traz um novo conceito de convênio de educação, ciência, tecnologia e inovação aplicando-se também para contratos entre IFES e Fundação de Apoio. Apenas para lembrar, o art. 16 do decreto estabelece que As fundações de apoio não poderão pagar despesas administrativas com recursos dos convênios ECTI, ressalvada a hipótese de cobrança de taxa de administração, a ser definida em cada instrumento.

O risco nas concessões de bolsas de pesquisa, ensino e extensão? Ocorreu o veto da Presidente da República sobre a possibilidade de concessão de bolsas de pesquisa, ensino e extensão no âmbito da Lei 8.958/94. (art. 4º, 8º, Lei nº 8.958/94. 8º Aplica-se o disposto no 4º do art. 9º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, às bolsas concedidas nos termos do 1º deste artigo, aos preceptores de residências médica e multiprofissional e aos bolsistas de projetos de ensino, pesquisa e extensão, inclusive os realizados no âmbito dos hospitais universitários. (NR) Obs.: Considerando que não foi possível a derrubada, sugere-se uma MP visando resgatar a matéria dos vetos.

Como importar bens para os projetos sem a isenção de II e IPI? Em decorrência da alteração ocorrida no 2º, do art. 1º, da Lei nº 8.010/90, foi suprimida a expressão sem fins lucrativos. Entretanto, por meio da Medida Provisória nº 718, de 16 de março de 2016. Obs.: Ficar atendo para a validação da medida provisória a fim de torná-la lei.

AS FUNDAÇÕES DE APOIO NADA MAIS SÃO DO QUE PONTES QUE LIGAM ILHAS TRANSPORTANDO CONHECIMENTO PARA UM CONTINENTE FAMINTO PELO SABER. PORTANTO, JAMAIS DEIXEMOS QUE ESSE CONHECIMENTO FIQUE ISOLADO OU CAIA NA IMENSIDÃO DO MAR. Autor: Jailson Agostinho

MUITO OBRIGADO!