Utilização de substratos alternativos na produção de mudas de pimenteira ornamental (Capsicum sp L.)

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Transcrição:

Utilização de substratos alternativos na produção de mudas de pimenteira ornamental (Capsicum sp L.) Use of alternative substrates in seedlings of ornamental pepper production (Capsicum sp L.) CRISPIM, Joelson Germano 1 ; RÊGO, Elizanilda Ramalho do 1 ; PESSOA, Ângela Maria dos Santos 1 ; RÊGO, Mailson Monteiro do 1 1 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Biológicas, Campus II, Rodovia PB 079 - Km 12, CEP: 58397-000, Areia PB, Brasil. E- mail: joelson@biologo.bio.br; elizanilda@cca.ufpb.br; pbalegna@gmail.com; mailson@cca.ufpb.br RESUMO Objetivo desse trabalho foi avaliar a influência de diferentes substratos no desenvolvimento de mudas de pimenteira ornamental (Capsicum sp). O estudo foi realizado no Laboratório de Biotecnologia Vegetal do CCA/UFPB. Foram utilizados doze tratamentos T1 = substrato comercial Plantmax (tratamento controle); T2 = areia lavada (100%); T3 = terra vegetal (100%); T4 = areia lavada + esterco bovino (1:1 v/v); T5 = areia lavada + terra vegetal (1:1 v/v); T6 = substrato comercial Plantmax + terra vegetal (1:1 v/v); T7 = areia lavada + terra vegetal + substrato comercial Plantmax (1:1:1 v/v); T8 = terra vegetal + areia lavada + esterco caprino (1:1:1 v/v); T9 = terra vegetal + areia lavada + esterco bovino (1:1:1 v/v); T10 = substrato comercial Plantmax + esterco caprino + areia lavada; T11 = areia lavada + substrato comercial Plantmax + esterco bovino (1:1:1 v/v); T12 = areia lavada + esterco caprino + esterco bovino + terra vegetal (1:1:1:1 v/v), com 16 repetições. As combinações de substrato; areia lavada + terra vegetal + Plantmax (T7), terra vegetal + areia lavada + esterco caprino (T8), terra vegetal + areia lavada + esterco bovino (T11), areia lavada + Plantmax + esterco bovino e areia lavada + esterco caprino + esterco bovino + terra vegetal (T12), são indicadas como substrato alternativo na produção de mudas de pimenteira ornamental. É possível a utilização de substratos alternativos na produção de mudas de pimenteira ornamental uma vez que estes não prejudicam o desenvolvimento das plântulas Palavras-chave: adubação orgânica; plântula; qualidade de mudas Abstract: Objective of this study was to evaluate the influence of substrate in the development of ornamental pepper seedlings (Capsicum sp). The study was conducted in Laboratory of Plant Biotechnology at CCA/UFPB. Were used twelve treatments with T1 = Plantmax commercial substrate (control ) ; = T2 washed sand (100 %); T3 = topsoil (100 %); T4 = + manure washed sand (1: 1 v / v ); = T5 + topsoil washed sand (1: 1 v / v ); T6 = + Plantmax commercial substrate topsoil (1: 1 v / v ); T7 = topsoil washed sand + + Plantmax commercial substrate (1: 1: 1 v / v ); T8 = topsoil + + goat manure washed sand (1: 1: 1 v / v ); T9 = vegetable soil + sand + manure washed (1: 1: 1 v / v ); T10 = commercial substrate Plantmax + goat manure + washed sand ; T11 = washed sand + commercial + substrate Plantmax manure (1 : 1: 1 v / v); Washed sand + T12 = + goat manure bovine manure, vegetable earth ( 1: 1 : 1: 1 v / v) 16 repetitions, which eleven commercial alternative substrates and substrate Plantmax. The combinations of substrate sand washed + topsoil + Plantmax (T7), topsoil + washed sand + goat manure (T8), washed sand + topsoil + bovine manure (T9), washed sand +

Plantmax + bovine manure (T11) and washed sand + goat manure + topsoil (T12) are indicated as an alternative substrate for the production of seedlings of ornamental pepper. It is possible to use alternative substrates in the production of ornamental pepper seedlings as they do not harm the seedling development Keywords: organic fertilization; seedling; quality seedlings INTRODUÇÃO O agronegócio de pimentas (Capsicum spp.) está entre os melhores exemplos de integração entre todos os que atuam na cadeia produtiva de hortaliças (Silva Neto et al., 2014). No Brasil, o cultivo de pimentas é de grande importância, pelos seus diversos usos, in natura e/ou processadas, proporciona boa rentabilidade e fixação de agricultores familiares no campo. Esses agricultores são responsáveis pelo aumento da expansão da área cultivada de pimenteiras no país (Rêgo et al. 2011; Finger et al. 2012). Além das diversas utilidades na área alimentícia, o alto valor estético contribuiu para a inserção das pimentas no mercado de ornamentais, com à capacidade de crescer em vasos pequenos, durabilidade, fácil manutenção e por apresentar folhagem e frutos coloridos (Rêgo et al., 2012). Com o crescimento desse mercado no país, tornam-se necessários estudos em fatores de produção de pimenteiras em vaso. Uma das principais etapas do sistema de produção da pimenta ornamental é a produção de mudas de qualidade, pois delas depende o desempenho final das plantas, visto que o substrato exerce influência na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas (Finger et al., 2012). A escolha certa do substrato é de fundamental importância, pois propriedades químicas e físicas podem variar de um substrato para outro, favorecendo ou prejudicando a germinação das sementes e desenvolvimento das plântulas (Barbosa et al.,1985). Além desses aspectos, o substrato adequado deve ser livre de patógenos e serem compostos por materiais de baixo custo e encontrado na propriedade. Assim, é quase impossível encontrar um substrato com todas as características necessárias para garantir uma muda de qualidade, daí a necessidade de misturar vários materiais para conseguir um substrato próximo ao ideal (Araújo Neto et al., 2009). Portanto, a utilização de resíduos orgânicos disponíveis em cada região, constitui-se uma alternativa de baixo custo na produção de mudas. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência de diferentes substratos no desenvolvimento de mudas de pimenteira ornamental (Capsicum sp L.). METODOLOGIA O estudo foi realizado no campo experimental do Laboratório de Biotecnologia Vegetal do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), situado na cidade de Areia-PB.

As sementes das pimentas ornamentais foram semeadas em bandejas de isopor (poliestireno) de 200 células. Foram utilizadas três sementes por células e as bandejas foram mantidas em ambiente sombreado até a germinação das sementes, ocasião em que foi realizado o desbaste, deixando apenas uma plântula por célula; em seguida as bandejas foram colocadas em ambiente com sol. Os substratos avaliados foram: T1 = substrato comercial Plantmax (tratamento controle); T2 = areia lavada (100%); T3 = terra vegetal (100%); T4 = areia lavada + esterco bovino (1:1 v/v); T5 = areia lavada + terra vegetal (1:1 v/v); T6 = substrato comercial Plantmax + terra vegetal (1:1 v/v); T7 = areia lavada + terra vegetal + substrato comercial Plantmax (1:1:1 v/v); T8 = terra vegetal + areia lavada + esterco caprino (1:1:1 v/v); T9 = terra vegetal + areia lavada + esterco bovino (1:1:1 v/v); T10 = substrato comercial Plantmax + esterco caprino + areia lavada; T11 = areia lavada + substrato comercial Plantmax + esterco bovino (1:1:1 v/v); T12 = areia lavada + esterco caprino + esterco bovino + terra vegetal (1:1:1:1 v/v). Quando as plântulas provenientes do tratamento controle apresentaram quatro folhas definitivas com 40 dias após a semeadura, foram coletados os dados biométricos para as seguintes características avaliadas: C. P. Comprimento da plântula (cm); L. PA. Largura da parte aérea (cm); M. F. Massa Fresca (kg); M. H. Massa do hipocótilo (kg); M. P. A. Massa da parte Aérea (kg); M. S. Massa seca (kg). Os valores da massa fresca e da massa seca foram determinados com auxílio de balança analítica. O experimento foi conduzindo em delineamento inteiramente casualizado com um total de doze tratamentos e dezesseis repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram agrupadas de acordo com o teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todas as análises foram realizadas utilizando o programa computacional Genes (Cruz, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve efeito dos substratos na produção de mudas de pimenteira ornamental para as características; comprimento da plântula, massa fresca, massa do hipocótilo, massa da parte aérea e massa seca, exceto para a variável largura da parte aérea (Tabela 1). Essa variável não é determinante na produção de mudas de pimenteira, visto que as folhas estão em processo de desenvolvimento, por isso não apresentou diferença entre os tratamentos avaliados. O coeficiente de variação (CV) variou de 45,85 (CP) a 66,06 (MS). De acordo com Silva et al., (2011) o coeficiente de variação, apesar de ter bastante utilidade nas discussões de resultados da pesquisa agrícola em geral, são impróprias por não levarem em conta que a avaliação da precisão depende da variável resposta sob análise.

Tabela 1. Resumo da análise de variância para os tipos de substratos no desenvolvimento de mudas de pimenteiras ornamentais (Capsicum sp L.). Areia PB, UFPB, 2015. F. V. G. L. Quadrados Médios CP LC MF MH MPA MS Tratamentos 11 4,15** 0,34 ns 183,41** 20,39** 86,53** 20,94** Resíduo 180 0,95 0,18 35,56 5,85 16,06 3,41 CV (%) 45,85 63,40 55,30 60,51 59,89 66,06 ns e **= Não significativo e significativo a 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. CP - Comprimento da plântula (cm); LC - Largura da copa (cm); MF - Massa Fresca (kg); MH - Massa do hipocótilo (kg); MPA - Massa da parte Aérea (kg); MS - Massa seca (kg) Dentre os substratos utilizados, aqueles constituídos de areia lavada + terra vegetal + substrato comercial Plantmax (T7), terra vegetal + areia lavada + esterco caprino (T8), terra vegetal + areia lavada + esterco bovino (T9), areia lavada + substrato comercial Plantmax + esterco bovino (T11) e areia lavada + esterco caprino + esterco bovino + terra vegetal (T12) apresentaram o melhor resultado para as características avaliadas, não existindo diferença significativa entre eles e nem entre o substrato comercial Plantmax (tratamento controle = T2), (Tabela 2). Sendo o substrato comercial mais utilizado na produção de mudas e no cultivo de pimenteiras ornamentais (Finger et al., 2012). Uma alternativa para a produção de mudas de C. annuum é a utilização de substrato alternativo derivado de fontes orgânicas. Tabela 2. Médias dos tratamentos para as variáveis; comprimento da plântula (CP), largura da parte aérea (LPA), massa fresca (MF), massa do hipocótilo (M H), massa da parte aérea (MPA) e massa seca (MS) em plântulas de pimenteiras ornamentais (Capsicum sp L.) Tratamentos CP LC MF MH MPA MS T1 2,29 a 0,69 a 10,37 b 3,80 b 6,17 b 3,30 a T2 2,62 a 0,77 a 13,20 a 4,80 a 8,02 a 3,63 a T3 1,28 b 0,39 a 5,96 b 2,48 b 3,38 b 0,88 b T4 2,02 a 0,60 a 7,62 b 3,35 b 4,77 b 2,05 a T5 1,45 b 0,42 a 6,68 b 2,74 b 3,46 b 1,30 b T6 1,41 b 0,72 a 7,23 b 2,38 b 4,88 b 1,59 b T7 2,62 a 0,75 a 12,39 a 4,08 a 7,76 a 3,61 a T8 2,29 a 0,67 a 14,36 a 5,64 a 9,03 a 3,70 a T9 2,40 a 0,70 a 13,05 a 4,91 a 8,25 a 3,47 a T10 1,88 b 0,87 a 9,11 b 3,49 b 5,53 b 2,14 b T11 2,54 a 0,82 a 13,33 a 4,96 a 8,27 a 3,35 a T12 2,75 a 0,78 a 16,03 a 5,30 a 10,70 a 4,48 a Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para Guerrini & Trigueiro (2004) os substratos comerciais, como o Plantmax, apresentam como característica uma adequada porcentagem de microporos para a

produção de mudas de hortaliças, o que lhe confere capacidade de retenção de água, influenciando positivamente o desenvolvimento das mudas, o que também foi constatado neste experimento. No entanto, os tratamentos que apresentaram desenvolvimento semelhante ao tratamento controle (substrato comercial Plantmax ), poderão ser utilizados na produção de mudas de pimenteiras ornamentais. Além de apresentarem características físicas e químicas necessárias para o desenvolvimento das mudas, podem ser encontrado na região, o que confere baixo custo e consequentemente maior lucratividade na atividade. O estudo de substratos alternativos para a produção de mudas vem se intensificando visando proporcionar melhores condições de desenvolvimento e formação de mudas, bem como aproveitar resíduos agrícolas produzidos em cada região para fazer o próprio substrato, reduzindo os custos de produção (Santos et al. 2010; Finger et al. 2012; Silva Neto et al., 2014). O teor de matéria fresca não foi influenciado pelas misturas alternativas de substratos na presença das combinações de areia lavada, terra vegetal, esterco bovino e caprino, não diferindo estatisticamente do tratamento em que se utiliza apenas o substrato comercial Plantmax, ocorrendo o mesmo com a massa seca. Provavelmente, a grande quantidade de minerais e matéria orgânica encontrada nos estercos caprino e bovinos propiciou um maior acúmulo de nutrientes (Silva Neto et al., 2014). CONCLUSÕES É possível a utilização de substratos alternativos na produção de mudas de pimenteira ornamental uma vez que estes não prejudicam o desenvolvimento das plântulas. Recomendam-se substratos alternativos compostos por: areia lavada + terra vegetal + substrato comercial Plantmax (T7), terra vegetal + areia lavada + esterco caprino (T8), terra vegetal + areia lavada + esterco bovino (T9), areia lavada + substrato comercial Plantmax + esterco bovino (T11) e areia lavada + esterco caprino + esterco bovino + terra vegetal (T12). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO NETO, S. E.; Azevedo, J. B. A.; GALVÃO, R. O.; OLIVEIRA, E. B. L.; FERREIRA, R. L. F. Produção de muda orgânica de pimentão com diferentes substratos. Ciência Rural, v.39, n.5, 2009. CRUZ CD (2008) Programa Genes Diversidade Genética. Viçosa, UFV. 278p. SANTOS, M.R.; SEDIYAMA, M.A.N.; MOREIRA, M.A.; MEGGUER, C.A.; Vidigal, S.M.. Rendimento, qualidade e absorção de nutrientes pelos frutos de abóbora em função de doses de biofertilizante. Horticultura Brasileira v. 30, p. 160-167, 2012 SILVA, J.D.C.; LEAL, T.T.B.; ARAÚJO, R.M.; GOMES, RLF; ARAÚJO, ASF.; MELO, W.J. Emergência e crescimento inicial de plântulas de pimenta ornamental e celosia em substrato à base de composto de lodo de curtume. Ciência Rural, Santa Maria, v.41, n.3, p.412-417, 2011.. RÊGO, E.R.; FINGER, F.L.; RÊGO, M.M. Produção, Genética e Melhoramento de Pimentas (Capsicum spp.). Recife: Imprima, 2011, 223p.