ENERGIA AGENDA ATUAL Seminário BRASIL E OS TEMAS GLOBAIS Adilson de Oliveira adilson@ie.ufrj.br
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 1. Revolução energética Independência das disponibilidades locais de energia Uso intensivo de recursos fósseis 2. Concentração das atividades em zonas urbanas Economias de Aglomeração Economias de Escala 3. Resultado Melhorias na qualidade de vida Riscos crescentes (!!) Esgotamento dos recursos naturais Ambientais
ESGOTAMENTO RECURSOS NATURAIS Problema recorrente Ressurge quando canais de acesso a fontes de suprimento se fecham Solução Inovações tecnológicas Canais seguros geopolítico para o suprimento
MUDANÇAS CLIMÁTICAS Evidências científicas fortes e crescentes Afeta ricos e pobres indiscriminadamente i i d Problema não pode ser equacionado no nível nacional Solução Coordenar transição para economia verde
ECONOMIA VERDE A oposição entre a natureza e a sociedade é uma construção do século XIX que serviu a um duplo objetivo: dominar e ignorar a natureza. Ulrich Bech
ECONOMIA VERDE 1. Longo prazo não é extensão de trajetórias do passado Processos naturais contêm irreversibilidades Preparar para o futuro exige inflexões em trajetórias do passado 2. Mudanças climáticas Crescimento econômico, desmatamento e poluição são fenômenos interligados Eles perderam a funcionalidade do passado A trajetória de continuidade oferece riscos muito elevados para as sociedades industriais
ECONOMIA VERDE Adotar o princípio da precaução Deslanchar transição para economia de baixo carbono Coordenar o acesso seguro a fontes de suprimento de energia para evitar conflitos geopolíticos custosos
BRASIL 1. Matriz energética amigável do ponto de vista das emissões de gases Sistema elétrico de base hídrica Forte presença de combustíveis renováveis 2. Potencial de fontes renováveis, com custo de oportunidade relativamente baixo 3. Reservas de hidrocarbonetos, também com baixo custo de oportunidade
BRASIL Situação privilegiada para liderar a transição energética na América do Sul Posição geográfica g Dimensão do mercado doméstico Independência energética
OPORTUNIDADE Presença ativa no núcleo de coordenação da transição global para economia verde Oferta de fonte de suprimento energético seguro para a OCDE Mitigação da volatilidade dos preços energéticos
PLANO DECENAL 1. Não explora adequadamente essas oportunidades 2. Projeta trajetória tó do passado Continuidade na expansão da logística de transporte (essencialmente rodoviária) Expansão hidrelétrica (na Amazônia!!) Eficiência energética negligenciada Sinaliza isolamento do sistema energético Sinaliza isolamento do sistema energético brasileiro
PLANO DECENAL Indicadores Estabiliza o consumo de energia por unidade do PIB: 71 Kgep Aumenta o consumo de energia per capita: de 1,23 tep para 1,87 tep Incrementa em 65% as emissões de CO de CO 2
PLANO DECENAL Combustíveis Produção de petróleo chegaria a 6,1 milhões b/d (atualmente 2,3 milhões b/d) Produção de gás natural chegaria a 182,9 milhões m 3 /d (atualmente 69,4 m 3 /d) A maior parte da produção de gás será associada à produção de petróleo tól Produção de etanol alcançaria 73,3 bilhões de litros (atualmente t 28,22 bilhões de litros) Eficiência energética intrinsecamente considerada
PLANO DECENAL Riscos Concentração da produção da produção de etanol em um triângulo geográfico onde há escassez de água Mais 4,6 milhões de hectares (atualmente 8 milhões de hectares) 31% da capacidade d de suprimento de gás natural ociosa em 2015 (!!??) Boa parte do gás natural associado queimado nos flares Exploração offshore (econômicos e ambientais)
PLANO DECENAL Sistema elétrico Expansão hidrelétrica essencialmente na Amazônia (32 GW) Apenas 15 GW de fontes renováveis (eólica) 42.000 Km linhas de transmissão Não promove cogeração Não prevê expansão termelétrica Efi iê i éti i t i t Eficiência energética intrinsecamente considerada
PLANO DECENAL Riscos Confiabilidade do suprimento (térmicas emergenciais) Migração populacional selvagem para a Amazônia Deterioração de ecosistemas da Amazônia Conflitos crescentes nos usos alternativos da água Queima inútil de gás associado
OPORTUNIDADE 2011 2015 2015 2015 2015 2015 demanda (Gwmédios) 55,5 66 62,5 63,7 64,9 67,5 taxa de 4,43% 43% crescimneto (ONS) 3% 3,5% 4% 5% oferta (Gwmédios) 58 71,5 71,5 71,5 71,5 71,5 reserva (Gwmédios) 2,5 5,5 9,0 7,8 6,6 4,0 margem de reserva (%) 45% 4,5% 83% 8,3% 14,5% 12,3% 10,1% 1% 60% 6,0% valor da reserva (U$2000/MW) em US$ bilhões 5,0 11,0 18,1 15,6 13,1 8,1
INSERÇÃO INTERNACIONAL Regulação Dificulta acesso ao mercado doméstico Riscos Inibe liderança brasileira na transição latino-americana i para economia verde Inibe cooperação com os países da p ç p OCDE na transição para economia verde
TRANSIÇÃO PARA ECONOMIA VERDE Não se resume à redução das emissões de gases Gestão da água para usos alternativos Controle do desmatamento Transformação da logística de transporte
RECOMENDAÇÕES Delegar gestão das disponibilidades de água para a ANA Despacho hidrelétrico subordinado aos usos prioritários da água Rever mega-projetos hidrelétricos na Amazônia Benefícios incertos, custos elevados Plano de desenvolvimento regional deve preceder expansão hidrelétrica na região Estímulos para a expansão eólica Gera receitas fiscais e emprego na região Nordeste Aumenta a confiabilidade do suprimento regional
RECOMENDAÇÕES Transformação da logística de transporte Penalizar o uso do automóvel Incentivar o transporte ferroviário e aquaviário para escoar a produção agrícola Preços energéticos Custos de oportunidade baixos Preços não competitivos (!!??) Coordenar políticas setoriais i
RECOMENDAÇÕES Geopolítica Confiabilidade do suprimento energético é essencial na transição para economia verde Garantir a Ssgurança do suprimento Mitigar a volatilidade nos preços energéticos Repartição de riscos é tão relevante quanto a repartição de recursos e de mercados Regulação deve abrir espaço para a cooperação América do Sul OCDE
RECOMENDAÇÕES Desenvolvimento Não se alcança submetendo a natureza É preciso dialogar com a natureza
OBRIGADO PELA ATENÇÃO