Patasltls di pebls. Manual para coleta de

Documentos relacionados
Métodos para Coleta de Parasitos de Peixes

Métodos para Coleta de Parasitos de Peixes

Coleta de parasitos em peixes de cultivo

Infecção por -=3 Trichodina sp. na pele do pirarucu. (B) Detalhe mostrando em maior aumento o parasito Trichodina sp,

FORMA CORRETA DE COLHEITA E ENVIO DE

Acta Scientiarum. Biological Sciences ISSN: Universidade Estadual de Maringá Brasil

Coleta de parasitos em peixes de cultivo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UFG

Fauna parasitária de tambaqui (Colossoma macropomum) cultivado na Região do Baixo São Francisco

ata Emissão:10/05/2016 Data Aprovação: 11/05/2017 Página 01 de 05

MARIANA MOTTA DE CASTRO

Levantamento de parasitos em infrapopulação de Brycon insignis Steindachner, 1876 (Pisces, Characidae),

MANUAL DE RECEBIMENTO E REJEIÇÃO DE AMOSTRAS

MANUAL DE ORIENTAÇÃO COLETA, ACONDICIONAMENTO E PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Colheita e Preservação e Exame macroscópico da Amostra Fecal. Rosemary Araújo

Procedimentos Básicos para Monitoramento da Parasitofauna de Peixes

MANUAL DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS

ORIENTAÇÕES IMPORTANTES PARA EXAMES DE MICROBIOLOGIA. Colher o material o mais diretamente possível da lesão.

Metodologias de Diagnóstico em Parasitologia

anestésica de juvenis de pacu

- ROTEIRO DE LABORATÓRIO -

Citologia de líquidos orgânicos, punções aspirativas, escarro, lavados cavitários, esfregaços cérvico-vaginais, etc. Exames de peças cirúrgicas de

Fundamentos Básicos da Necropsia e da Colheita de Material para Histopatologia

LABORATÓRIO ANÁLISE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ANALITICO

Boletim Informativo Estamos disponibilizando uma matéria muito importante a respeito da colheita de material

1 - Objetivos. 2 Materiais e Métodos. Confecção dos Coletores

MANUAL DE RECEBIMENTO E REJEIÇÃO DE AMOSTRAS

FLUXOGRAMA PARA COLETA DE H1N1 E COQUELUCHE COQUELUCHE. A coleta deverá ser realizada pelo corpo técnico de enfermagem da unidade do HU/UFSC;

anestésico para de juvenis de Pintado (Pseudoplatystoma corruscans)

PRÁTICA N o. 01 SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Uso de eugenol como anestésico em pacu 1

MONOGENAS DE PSEUDOPLATYSTOMA (SILURIFORMES: PIMELODIDAE) ORIUNDOS DE PISCICULTURAS E AMBIENTES NATURAIS

Evolução dos vertebrados

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

NORMAS DE SEGURANÇA DOS LABORATÓRIOS

Laboratório de Citogenética Molecular de Plantas Departamento de Genética Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Recristalização da Acetanilida

MANUAL DE COLETA, ACONDICIONAMENTO, PRESERVAÇÃO, RECEBIMENTO E REJEIÇÃO DE AMOSTRAS.

Avaliação da sanidade de tuviras mantidas em um estabelecimento comercial:

INFECÇÕES. Prof. Dr. Olavo Egídio Alioto

Influência do peso de juvenis de matrinxã (Brycon cephalus) e tambaqui (Colossoma macropomum) à ação anestésica do eugenol

AL º ano Separar e purificar. Destilação de uma solução de acetona (propanona) em água

COLETA E COLETA CONSERVAÇÃO E DAS FEZES CONSERVAÇÃO DAS FEZES

Eugenol como anestésico para juvenis de matrinxã (Brycon cephalus)

Ficha de Dados de Segurança

Aulas Práticas de Microbiologia. Departamento de Fitopatologia e Nematologia Setor de Fitopatologia Esalq/USP

Benzocaína e eugenol como anestésicos para juvenis do pampo Trachinotus marginatus

Colheita de material para laboratório de. anatomia patológica - HISTOPATOLOGIA

Ficha de Dados de Segurança

CONTEÚDO. A não observância dos critérios constantes deste manual implicarão na recusa da amostra para o exame solicitado.

Procedimentos relativos ao envio de amostras biológicas para o Serviço de. Anatomia Patológica

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Reino Animalia 0 (Metazoa) Filo Chordata. Natália A. Paludetto

Sistema Respiratório. Página Diferenças entre o ar inspirado e o expirado. Página 61

BOLETIM TÉCNICO E-CLPS 2100: PRÉ-TRATAMENTO NÃO CRÔMICO PARA ALUMÍNIO

CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)¹ MANUAL DA CCIH. POP nº 10. Versão: 01

MICROSCOPIA E O ESTUDO DA CÉLULA

PROTOCOLO OPERACIONAL PARA CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO EM FLUXO LAMINAR

TÉCNICAS DE VARREDURA ABDOMINAL ULTRASSONOGRAFIA

Verificação da presença de helmintos zoonóticos em peixes de água doce de criatórios do município de Patos de Minas, MG

Filo Chordada (Cordados) Vitor Leite

COLETA DE URINA PARA ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS ( EAS) Enfª( s): Sandra Chaves e Andreia Paz, Cilene Bisagni, Elisabeth Novello

Classe Nematoda. Ascaridíase

ORGANIZAÇÃO GERAL DO ORGANISMO

Concentrações de Eugenol para anestesia profunda e toxidade aguda em juvenis de piavuçu (Leporinus (

PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ENVIO DE MATERIAL PARA LABORATÓRIO

Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico Nome do produto: Óxido de Zinco Branco

23/07/2014. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados. (At 3:19) Os moluscos (do latim molluscus, mole)

UNIPAC. Universidade Presidente Antônio Carlos. Faculdade de Medicina de Juiz de Fora PATOLOGIA GERAL. Prof. Dr. Pietro Mainenti

Ficha de Dados de Segurança Conforme o Regulamento (CE) Nº 1907/2006 (REACH)

RESULTADO DE EXAMES LABORATORIAIS. Estado: MG

CONCEITO Consiste na coleta de uma amostra de urina com técnica asséptica em um coletor de plástico estéril.

Anais. VI Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Ocidental

PARASITOS DE Rhamdia spp. PROVENIENTES DO MERCADO PÚBLICO DE PELOTAS, RS 1- INTRODUÇÃO

EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES. Profa Msc Melissa kayser

1. IDENTIFICAÇÃO 2. IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS. H290 Pode ser corrosivo para os metais.

56) Rhinelepis strigosa Valenciennes, 1840

Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico - FISPQ

Esplancnologia. Sentido restrito Digestivo Respiratório Urinário Genital masculino Genital feminino. Sentido lato Vascular endócrino

Experimento 6. Célula animal mucosa bucal. (40x) Descrições. Objetivos. Formato: Coloração dos componentes celulares: Número de células por campo:

Isolamento de compostos orgânicos voláteis de fontes naturais

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS

PESQUISA DE ECTO E ENDOPARASITOS EM PEIXES DE TANQUES ARTIFICIAIS DO MUNICÍPIO DE BEBEDOURO, SÃO PAULO.

FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS (FISPQ) Revisão: 03 Aprovação: 17/06/2015 Página 1 de 6 RIZE CHLOR

OFÍCIO CIRCULAR nº. 014/09. Goiânia, 11 de abril de Ilmo(a). Senhor(a) Supervisor(a) de Ações Básicas Administrações Regionais de Saúde

TÉCNICAS PARASITOLÓGICAS DE TF-TEST (THREE FECAL TEST) CONVENTIONAL E MODIFIED

RELATÓRIO FINAL TOXICIDADE ORAL AGUDA EM RATOS DOSE FIXA F C

FICHA DE SEGURANÇA De acordo com a norma NBR :2012

PURIFICAÇÃO DO ACETATO DE ISOPENTILA (PARTE 2)

Preparação do acetato de isopentila

FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA PARA PRODUTOS QUÍMICOS

PROTOCOLO PARA NECRÓPSIA

Exercícios Práticos de Anatomia Veterinária

55) Hoplosternum littorale (Hancock, 1828)

ORGANOGÊNESE FASE EMBRIONÁRIA

ÁCIDO FOSFOROSO Página 1 de 5 FISPQ nº: Ultima Revisão: 11/07/2008

ANESTESIA POR MEIO DE ASPERSÃO NAS BRÂNQUIAS DE TAMBAQUI NÃO INFLUENCIA A INTENSIDADE E A MORFOLOGIA DE MONOGENÉTICOS THE MORPHOLOGY OF MONOGENEANS

Transcrição:

Manual para coleta de Patasltls di pebls Por: Gabriela Tomas Jerônimo - MSC gabriela@cca.ufsc.br Engenheira de Aquicultura; Doutoranda em Aquicultura. UFSC Mauricio Laterça Martins mlaterca@cca.ufsc.br Biólogo - Docente UFSC Arlene Sobrinho Ventura arlenesventura@yahoo.com.br Médica Veterinária Márcia Mayumi Ishikawa marcia@cpao.embrapa.br Médica Veterinária; Pesquisadora Embrapa Agropecuária Oeste Marcos Tavares Dias marcostavares@cpafap.embrapa.br Biólogo; Pesquisador Embrapa Macapá ntre as metodologias para se identificar as doenças em peixes cultivados está a análise parasitológica. No entanto, é importante seguir etapas de forma correta para obtenção dos parasitos e para que posteriormente seja possivel a sua identificação. Assim, é necessário retirar e analisar os ór ãos do peixe onde podemos encontrar os parasitos, seguindo uma sequência de procedimentos que facilite a execução e garanta a preservação dos parasitos (EIRAS et a!. 2006). Sempre que possivel, os peixes deverão ser examinados imediatamente após sua coleta e morte, para observação de parasitos externos (ectoparasitos) e internos (endoparasitos). O objetivo deste artigo é orientar técnicos, estudantes e profissionais da área sobre as metodologias adequadas para coleta de parasitos de peixes, principalmente na piscicultura. O texto foi publicado anteriormente pela Embrapa de Macapá, AP (Circular 39), em maio de 2011. Para conter e sacrificar os peixes podem ser utilizados alguns anestésicos sintéticos como a tricaína metano sulfonato (MS-222) e a benzo caí na, os quais são muito utilizados. Estes anestésicos podem causar efeitos indesejados em algumas espécies de peixes, tais como a perda de muco, irritação das brânquias e danos na córnea (INOUE et ai., 2003), além da perda de ectoparasitos. Outra alternativa é a utilização do óleo de cravo que apresenta algumas vantagens como a praticidade, baixo custo, eficiência em baixas concentrações e rápida metabolização e depuração (CHO; HEAT, 2000; MUNDAY; WILSON, 1997; WATERS- TRAT, 1999). O anestésico a ser utilizado fica a critério do piscicultor. Após anestesiar os peixes, uma maneira simples e eficaz de sacrificar os mesmos, consiste em perfurar a parte superior da cabeça com um instrumento pontiagudo, no qual um pequeno movimento lateral nesta posição causa a comoção cerebral, provocando sua morte. A medida do tamanho e peso do peixe (biometria) deve ser realizada para complementar as informações referentes ao diagnóstico da doença. O comprimento pode ser o total, que vai da boca até a cauda ou o comprimento padrão, que vai da boca até o pendúculo caudal.

Sequência de procedimentos para coleta de parasitos de peixes Coleta de parasitos externos (ectoparasitos) em peixes de pequeno porte: a) Colocar o peixe em um frasco com formalina 1:4000; b) Esperar duas horas e completar com formol (37-40%) até atingir uma concentração aproximada de 5%; c) Etiquetar o frasco com informações do proprietário. a) As narinas devem ser abertas com auxílio de uma tesoura de ponta fina e deve-se realizar a lavagem das suas cavidades com soro fisiológico 0,65% ou formalina 1:4000; b) O conteúdo deve ser colocado em um frasco; c) Adicionar formal a 10% até alcançar a concentração de 5% sobre o conteúdo; d) Etiquetar o frasco contendo o órgão e identificá-lo com informações sobre o peixe analisado (espécie), o local e data de coleta. a) Fazer uma inspeção macroscópica com objetivo de detectar possíveis parasitos visíveis a olho nu; b) Realizar raspagem da pele no sentido cabeça-cauda, não se esquecendo das nadadeiras; c) Colocar o conteúdo obtido da pele em um frasco; d) Adicionar formol a 10% até alcançar a concentração de 5% sobre esse conteúdo; e) Etiquetar o frasco, contendo o órgão, peixe analisado e data. a) Para sacrificar o peixe, após perfurar a parte superior da cabeça com um instrumento pontiagudo, realizar um pequeno movimento LateraL para seccionar a medula. b) Levantar o opérculo, expondo as brânquias (guelras), retirá-las com cuidado e separar cada parte dela, que é chamada de arco. c) Colocar em frasco e banhá-las com água a 60 (, e após aproximadamente 30 minutos, completar o frasco com formal a 10%. d) Etiquetar o frasco, contendo o órgão, peixe analisado e data.

a) Com auxílio de instrumento pontiagudo, externar o globo ocular do peixe; b) Retirar os dois globos oculares; c} Estourar os globos oculares dentro de um frasco; d) Adicionar AFA Frio ou formol a 10%; e) Etiquetar o frasco, contendo o órgão, peixe analisado e data. Necropsia para coleta de parasitos internos (endoparasitos): a necropsia dos peixes consiste na abertura da cavidade visceral e exposição dos órgãos, como mostra a figura abaixo. a) Retirar o órgão desejado (estômago e/ou intestino); b) Individualizá-los em placa de Petri; c) Os órgãos devem ser abertos cuidadosamente. a,b) Fazer uma incisão ventral, começando na região do ânus e prolongando-a até a região anterior; c) Aseguir, rebatem-se as paredes laterais da cavidade visceral; d) Expor os órgãos internos e observar se há parasito aderido à superfície dos órgãos ou na própria cavidade visceral; e) Retirar o órgão desejado. a) Os órgãos devem ser banhados em água a 55 C (estômago e/ou intestino). b) Após 30 minutos completar o frasco com formol 10% ou AFA aquecido a 60 C. O intestino e o estômago devem ser abertos e fixados diretamente no frasco com formol10% ou AFA aquecido a 60 C; c) Etiquetar identificando qual órgão, data, espécie e informações do proprietário; d) Para facilitar a coleta, o conteúdo do estômago e/ou intestino poderão ser lavados em peneiras com malha de 100-15011m de abertura. e) Observar o órgão em estereomicroscópio; OBs: Se a coleta for realizada em laboratório, pode seguir direto para o passo d.

. É predso muito cuidado durante a manipulação dos reagentes indicados para fixação dos órgãos ou parasitos dos peixes. Deve-se usar luvas e máscaras, pois o formol e ácido acético são altamente tóxicos, cancerigenos e irritantes para as vias respiratórias do homem." Principais parasitos de peixes cultivados: Detecção e métodos de fixação Nos peixes de cultivo podem ser encontrados diferentes parasitos nos mais variados órgãos internos e externos, como apresentado na tabela. Estes parasitos, em geral, são identificados por especialistas, mas alguns podem ser coletados por piscicultor bem treinado quando este tiver reagentes químicos como formal, ácido acético e álcool 70% ou álcool absoluto (PA). Nesse caso, o piscicultor deve usar métodos de acordo com cada parasito, como descrito a seguir: Monogeneas - São parasitos que se encontram geralmente nas guelras, narinas e superfície do corpo dos peixes. Podem ser localizadas também no estômago, cavidade visceral, ovidutos e canais urinários do peixe, porém em menores quantidades. A verificação desses parasitos pode ser feita analisando-se peixes vivos, fazendo um raspado da pele e das guelras, ou analisando pequenos pedaços de brânquias colocados entre lâmina e lamínula. Para visualização desses parasitos no estômago, cavidade visceral, ovidutos e canais urinários, deve-se abrir o peixe e retirar o órgão desejado e fixar como recomendado no manual. Digenéticos - Podem ser coletados no trato-gastrointestinal (estômago, órgãos ocos, sistema circulatório ou tecido conjuntivo). Em sua forma larval (metacercárias) podem localizar-se nos olhos, cérebro, musculatura, cavidade visceral e mesentério. É recomendado que os parasitos adultos sejam comprimidos entre lâminas ou entre lâmina e lamínula e fixados com formal 5% ou AFA. Cestóides e nematóides - Em geral, os cestóides e nematóides são encontrados na fase adulta, parasitando o intestino ou a cavidade do corpo dos peixes e quando encontrados devem ser fixados com formol 5% ou AFA quente, para distensão do corpo do verme. Acantocéfalos - Os parasitos adultos são quase sempre encontrados no intestino dos peixes; já as larvas podem ser encontradas em vários órgãos, especialmente no mesentério e fígado. Para fixação, recomenda-se colocar os parasitos em água destilada e mantê-ias em geladeira, a 4 C, para que ocorra a eversão da prabóscide (órgão importante da identificação) e, depois, os parasitos colhidos devem ser fixados em formal 5% ou AFA. Protozoários (Ictio, Piscinodinium e tricodinas) - Esses parasitos podem ser encontrados nas guelras e pele dos peixes. Para identificar estes parasitos, o técnico ou piscicultor precisa de observação de raspados de pele (muco) e fragmentos de guelras colocados entre lâmina e lamínula, e visualizados com auxílio de microscópico. Quando for encaminhar amostras para laboratório, deve-se raspar a pele do peixe e retirar toda guelra do peixe, colocá-ios em frascos separados e fixar com fonnalina a 5%. Myxozoa - Podem ser encontrados nas brânquias, rins, fígado, baço, coração ou músculo. São caracterizados, na sua fase de parasito de peixes, por possuírem esporos, podendo ter folmas e dimensões muito diferentes. A sua observação deve ser feita, tanto quanto possível, imediatamente depois de coletados, colocando os órgãos entre lâmina e lamínula. Se for ímpossível observar os esporas a fresco, então pode proceder-se à fixação dos mesmos em fonnalina tamponada a 4% - 10%. a) Formalina 1:4000 - Formol (37-40). - Água destilada. b) Formol a 5%: - Formol (37-40) - Água destilada c) Formol a 10%: - Formol (37-40) - Água destilada d) Álcool a 70% - Álcool absoluto. - Completar com água destilada f) AFA - Álcool 700GL. - Formol (37-40). - Ácido acético glacial. 1 ml 900 ml 50 ml 950 ml 100 ml 900 ml 700 ml 300 ml 930 ml 50 ml 20 ml

Parasito Local de preferência Boca Muco e Músculo e Brânquias Olhos nadadeiras mesentério Intestino Demais órgãos internos Ichthyophthirius - + + multifiliis (Ictio) - - Piscinoodinium pi/lulare + + - - Tricodinas + + - - Mixosporideos + + + + + + Monogenóides + + - + Lernaea - + + (larvas e adultos) - - Perulernea + + + + - - ArguluslDo/ops - + +. - Larvas de molusco + + - - Larvas de digenéticos + + + + Larvas de cestóides - - + + + Larvas de nematóides -.. - + + + Digenéticos, cestóides e - -.. + + nematóides adultos Acantocéfalos + + Tabela. Principais órgãos dos peixes onde os parasitos de peixes podem ser encontrados É necessário muito cuidado durante a manipulação dos reagentes indicados para fixação dos órgãos ou parasitos dos peixes. Recomenda-se utilizar sempre luvas e máscaras para manipulação dos reagentes, pois o formol e ácido acético são altamente tóxicos, cancerígenos e irritantes para as vias respiratórias do homem. Esses produtos quando entram em contato com a pele, podem causar irritação nos olhos, nariz e nas mucosas e em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonia e laringite. Os sintomas mais frequentes no caso de inalação são: fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem e dificuldade para respirar. O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial. O ácido acético quando concentrado pode causar queimaduras graves na pele e olhos. Forma correta de transporte de peixes para análise de parasitos em laboratório uma melhor alternativa é enviar peixes com problemas para um laboratório de diagnóstico. Para isso, os peixes podem ser enviados em saco plástico com gelo (Figuras a e b) ou preferencialmente em saco plástico com água do viveiro (Figura c). A coleta de parasitos de peixe pode ser realizada, preferencialmente no Laboratório, no entanto, pode também ser realizada na piscicultura, quando o produtor se sentir seguro para isso. Neste caso, o material deve estar acondicionado em frasco com formol, seguindo a concentração e a quantidade recomendada anteriom1ente, para que a amostra fique totalmente coberta. Assim, um fixador deve ser usado de 5 a 10 vezes o volume do órgão dos parasitos colhidos para análise. Além disso, junto com a amostra deverá ser encaminhado ao Laboratório, algumas informações complementares sobre o material a ser enviado: - ome, endereço e telefone do proprietário da piscicultura; - Data em que foi realizada a coleta dos parasitos ou do peixe; - Nome da espécie de peixe; - Ração utilizada e a frequência que é oferecida aos peixes; - Data em que começou a mortalidade dos peixes; - Se foi utilizado algum tipo de tratamento no viveiro, informar qual o produto usado. Como muitas vezes o técnico ou piscicultor não está treinado para coletar parasitos e não dispor também de regentes, Agradecimentos: Os autores agradecem ao CNPq e Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), pelo apoio financeiro ao Projeto Aquabrasil e Projeto MAPA/CNPq (Proc. 578159/2008-2). Referências Bibliográficas: CHO, G. K.; HEAT, D. D. Comparison of tricaine methanesulphonate (MS222) and clove oil anaesthesia effects on the physiology of juvenile Chinook salmon Oncorhynchus tshawytscha (Walbaum). Aquaculture Research, Oxford, n. 31, p. 537-546, 2000. EIRAS, J. c.; TAKEMOTO,R. M.; PAVANELLI,G. C. Métodos de estudo e técnicas laboratoriais em parasitologia de peixes. 2. ed. Maringá: Eduem, 2006.199 p. INOUE, L. A. K. A.; SANTOS-NETO,c.; MORAES,G. Clove oil as anaesthetic for juveniles of matrinxã Brycon cephalus (Günther, 1869). Ciência Rural, Santa Maria, v. 33, n. 5, p. 943-947, 2003. MUNDAY,P. L.; WILSON,S. K. Comparative efficacy of clove oil and other chemicals in anaesthetization of Pomacentrus amboinensis, a coral reef fish. Journal of Fish Biology, London, v. 51, p. 931-938, 1997. WATERSTRAT, P. R. Induction and recovery from anaesthesia in channel catfish Ictalurus punctatus fingerlings exposed to clove oil. Journal of World Aquaculture Society, Baton Rouge, v. 30, n. 2, p. 250-255, 1999. I,I Panorama da AQÜICULTURA, maio,junho, 2011 C 2_9 (~