O que acontece com o devedor de alimentos no Novo CPC?

Documentos relacionados
DIREITO PROCESSUAL PENAL

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. ALIMENTOS

Direito Processual Civil

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. ALIMENTOS

Superior Tribunal de Justiça

ALIMENTOS IMPACTOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

Aula 18. Art CPC/73 A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

FASE DE LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO DO NCPC. Prof. Samantha Marques

EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. Arts. 732 a L. 5478/68

Direito Processual Civil

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

2º CURSO POPULAR DE FORMAÇÃO DE DEFENSORAS E DEFENSORES PÚBLICOS. Processo Civil Execução Jordana de Matos Nunes Rolim Defensora Pública de São Paulo

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 03/12/2018. Alimentos.

03/11/2018. Professor Hugo Penna

REFLEXOS DO NOVO CPC NO DIREITO DE FAMÍLIA

Núcleo de Pesquisa e Extensão do Curso de Direito NUPEDIR VIII MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (MIC) 20 de novembro de 2015

O protesto como forma de desafogo do poder judiciário à luz do novo código de processo civil SERGIO LUIZ JOSÉ BUENO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Cumprimento de sentença. Prof. Luiz Dellore

Processo Civil. Tutela Executiva, Tutelas de Urgência e Procedimentos Especiais. ProcessoCivil_vol_8.indb 3 28/10/ :00:15

TEMAS INTRODUTÓRIOS Vídeo: Prisão Parte I do início até 1:29:58

INTRODUÇÃO CAPÍTULO I ASTREINTES: CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA E PREVISÃO LEGAL CAPÍTULO II A ASTREINTE E O DIREITO COMPARADO...

Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário

CURSO DE FÉRIAS SOBRE O NOVO PROCESSO CIVIL

26/04/2019 AULA 8. EXECUÇÃO EM GERAL: conceito, espécies e classificações PRINCÍPIOS GERAIS DA EXECUÇÃO. Denis Domingues Hermida.

Processo de Execução no Direito Previdenciário

DIREITO CONSTITUCIONAL

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Superior Tribunal de Justiça

Cumprimento de Sentença e Execução. Ricardo de Carvalho Aprigliano

Fazenda Pública em Juízo Guilherme Kronemberg Hartmann

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS, conforme artigo 528, ss, do CPC

DIREITO CONSTITUCIONAL

TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO ESPÉCIES DOS MEIOS DE EXECUTIVOS E CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTIVAS

O NOVO CPC E O DIREITO CIVIL: DESAFIOS INICIAIS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 21

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. ALIMENTOS. Observe a peça disponibilizada pelo professor!!!

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. Execução Trabalhista: aula 1. Professora: Maria Inês Gerardo Site:

Aula Cumprimento de sentença - obrigação de alimentos:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA E. FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (20/08/2018) Execução de alimentos.

PARECER JURÍDICO / SEBA ADVOGADOS / 002/2014

Jurisprudência em Teses - N. 65 ALIMENTOS

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

EXECUÇÃO DE ALIMENTOS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS, conforme artigo 528, ss, do CPC

ANDRÉ LUIZ M. BITTENCOURT.

Perspectivas da execução trabalhista com o NCPC

SUMÁRIO PARTE I PROCESSO CIVIL E CAUSAS FAMILIARES

Prof. Darlan Barroso. Caso Prático 2ª Fase OAB abril 2018

SUMÁRIO. Abreviaturas Capítulo I Lei de Alimentos Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 26/06/2018).

Contextualização Necessária

Da Aplicabilidade da Multa Prevista no Art.475-J do CPC Necessidade de Intimação Para Cumprimento da Condenação

DIREITO PROCESSUAL PENAL

PÓS - GRADUAÇÃO LEGALE

Causas Legais. Causas Voluntárias

Fazenda Pública em Juízo Guilherme Kronemberg Hartmann

A necessidade de proteção e efetividade aos direitos humanos, em sede internacional, possibilitou o surgimento de uma disciplina autônoma ao Direito

- A petição inicial é a peça exordial para a inauguração do processo civil, independente do rito.

Cumpre deixar claro que essa redação está em conformidade aos princípios do processo civil, em especial os dos art. 4º e 5º, do PL

DIREITO DO CONSUMIDOR

PRISÃO CIVIL PARA O DEVEDOR DE ALIMENTOS E SEU PROCEDIMENTO COMPARADO COM O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

O NOVO CPC E O DIREITO CIVIL: DESAFIOS INICIAIS

DIREITOS HUMANOS. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos. Convenção Americana sobre Direitos Humanos Parte 2

TÍTULOS DE CRÉDITO AÇÕES

PÓS - GRADUAÇÃO LEGALE

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE SOROCABA SP

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

HORÁRIO E LOCAL DE ATENDIMENTO DE ALUNOS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Superior Tribunal de Justiça

Execução contra a Fazenda Pública e o novo CPC

EMPRÉSTIMO BANCÁRIO: - Limitação de Desconto na Folha de Pagamento

3 Institutos fundamentais do direito processual Processo Jurisdição Ação... 36

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PAULO HENRIQUE DOS SANTOS LUCON

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL.

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

DUPLICATA Lei n /68. Título de crédito causal, facultativamente emitido pelo vendedor com base em fatura representativa de compra e venda

Sumário. Introdução. Parte Geral. 1 Normas fundamentais do processo civil. 2 Aplicação das normas processuais

PROCESSO CIVIL V 12/05/2019 AULA 9. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Introdução. Denis Domingues Hermida I- INTRODUÇÃO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Execução I. Prof. Luiz Dellore

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Direito Processual Civil. Da Execução por Quantia Certa

Aula 43. Juros sobre Honorários Advocatícios

XVII EXAME UNIFICADO 2ª Fase Civil #ProfessorAoVivo em 12/1/2016 PROFESSOR AO VIVO. Revisão Prof. Darlan Barroso Estudo Dirigido Execução GABARITO

A Execução Fiscal e o novo CPC. < competência > Prof. Mauro Luís Rocha Lopes

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Execução II defesa do executado. Prof. Luiz Dellore

INFORMATIVOS ESTRATÉGICOS Prof. Lucas Evangelinos - DIREITO TRIBUTÁRIO - DIREITO TRIBUTÁRIO

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e Salário Caracterização e distinções. Parte III. Prof. Cláudio Freitas

Transcrição:

O que acontece com o devedor de alimentos no Novo CPC? Publicado 18 de Maio, 2015 Crédito @fotolia/jotajornalismo Por Luiz Dellore Professor de Direito Processual do Mackenzie, EPD, IEDI e IOB/Marcato Siga Dellore no Twitter C onsiderando a relevância dos alimentos (necessários à sobrevivência do credor), o sistema processual trata esse crédito de forma diferenciada, buscando a satisfação do credor com a maior efetividade possível. Nesse sentido, este breve texto atendendo a pedidos dos leitores [1] da nossa coluna no Jota [2] enfrentará como ficou a execução de alimentos no Novo CPC. E isso será feito sob duas perspectivas: (i) consequências para o devedor de alimentos e (ii) procedimento(s) da execução de alimentos. 1) As consequências para o devedor de alimentos no Novo CPC Tendo em vista as especificidades do crédito alimentar (sobrevivência do alimentando e dever de prover do alimentante) existe, como é notório, a previsão de prisão civil do devedor de alimentos, no caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentar (CF, art. 5º, LXVII3). http://jota.uol.com.br/o que acontece com o devedor de alimentos no novo cpc 1/6

O objetivo não é a prisão em si, mas sim compelir o devedor a que arque com o débito alimentar. Essa forma coercitiva é tratada, no âmbito do CPC/73, no art. 733, especificamente no 1º: 1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. Apesar da omissão do texto legislativo, essa prisão é cumprida em regime fechado. Durante a tramitação do NCPC no Congresso Nacional, muito se debateu se o regime fechado seria o melhor meio para se lograr o cumprimento do crédito alimentar. Cogitou-se se melhor não seria fazer com que o devedor de alimentos trabalhasse durante o dia (para, exatamente, obter recursos capazes de permitir o adimplemento do débito alimentar), com o recolhimento à prisão apenas durante a noite. Essa proposta, aliás, constou de versões preliminares do projeto de novo Código. Nessa perspectiva, o relatório do Deputado Sérgio Barradas trazia a seguinte previsão [4]: A prisão será cumprida em regime semiaberto; em caso de novo aprisionamento, o regime será o fechado. Ou seja: chegou o NCPC a prever a prisão pelo regime fechado apenas no caso de reiteração de prisão. Porém, a inovação não foi bem recebida por muitos setores [5] e, ainda na Câmara dos Deputados, foi alterada a previsão legislativa, de modo a constar expressamente a prisão civil do devedor de alimentos em regime fechado. O texto sancionado (L. 13.105/15) regula o assunto no art. 528, e tem a seguinte redação: 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. E, tal qual no Código anterior, a prisão não afasta o débito, conforme prevê o mesmo artigo: 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. Além disso, foi inserido no Código o que já constava da Súmula 309/STJ, no sentido de somente ser possível a prisão civil em relação às últimas três parcelas devidas. A previsão, novamente, está no art. 528: 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. Portanto, em relação à prisão civil do devedor, nada mudou no Novo CPC. Apesar disso, há inovações no tocante ao objetivo de se buscar maior efetividade no cumprimento da obrigação alimentar. http://jota.uol.com.br/o que acontece com o devedor de alimentos no novo cpc 2/6

De um lado, determina o Novo CPC, no caso de inadimplemento, o protesto da decisão não adimplida de alimentos: Art. 528, 1º Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. Ou seja, antes mesmo da prisão civil, sejam alimentos fixados de forma definitiva ou alimentos provisórios [6], o juiz determinará o protesto da decisão que fixou os alimentos Trata-se de novo mecanismo coercitivo, pois o protesto (e consequente nome sujo no mercado) pode trazer problemas na vida cotidiana do devedor de alimentos. Em um país onde as pessoas, de modo geral, realizam muitas compras a crédito (o que depende de nome limpo ), trata-se de bem-vinda alteração legislativa que, aliás, poderá ser utilizada em relação a qualquer decisão judicial condenatória [7]. Mas vale destacar distinções entre o protesto da decisão de alimentos e das demais: (i) nas outras decisões condenatórias, há necessidade de trânsito em julgado; nas decisões de alimentos, não especialmente para a situação dos alimentos provisórios e (ii) nas demais decisões condenatórias, o protesto é feito a requerimento da parte; no caso dos alimentos, é de ofício determinado pelo juiz. Além disso, há outra inovação interessante: a possibilidade de desconto dos vencimentos do devedor (no caso, por óbvio, de devedor assalariado ou que receba aposentadoria ou pensão) em até 50% de seus vencimentos líquidos. Art. 529, 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. Assim, se um devedor de alimentos passa a receber salário, poderá haver, além do desconto em folha das parcelas mensais, um desconto adicional em relação às parcelas devidas. Pensando na situação mais usual, um devedor que tenha de pagar 30% de seus vencimentos mensalmente (quanto à parcela mensal, os alimentos vincendos), poderá ter mais 20% de desconto para o pagamento parcelado dos alimentos vencidos. Portanto, em síntese, o Novo CPC prevê o seguinte em relação ao inadimplemento de débito alimentar: (i) protesto da decisão judicial; (ii) prisão civil, em regime fechado; (iii) possibilidade de desconto de até 50% dos vencimentos líquidos, no http://jota.uol.com.br/o que acontece com o devedor de alimentos no novo cpc 3/6

caso de execução de assalariado ou aposentado. 2) Procedimento(s) no caso de inadimplemento da obrigação alimentar Inova o Novo CPC em relação ao trâmite da execução de alimentos. No CPC/73, há um duplo regime: execução pelo art. 732 (sob pena de penhora) ou execução pelo art. 733 (sob pena de prisão). Com a Lei 11.232/05 (que criou a fase de cumprimento de sentença), o sistema acabou por ficar incongruente. Isso porque o legislador reformista simplesmente ignorou o dever de prestar alimentos quando da edição dessa lei [8]. Mas, de forma sintética, após debates doutrinários e divergência jurisprudencial, prevaleceu no STJ a seguinte posição9: os alimentos previstos em sentença são pleiteados de duas formas distintas: (a) execução autônoma para as hipóteses do art. 733 e (b) cumprimento de sentença para a hipótese do art. 732 (CPC, art. 475-I e ss.). Diferentemente do que ocorreu na reforma de 2005, o legislador do Novo CPC não negligenciou o dever de prestar alimentos. Ao contrário, trouxe uma série de inovações. Assim, agora há quatro possibilidades para se executar os alimentos devidos. A distinção se em relação ao tipo de título (judicial ou extrajudicial) e tempo de débito (pretérito ou recente): (i) cumprimento de sentença, sob pena de prisão (arts. 528/533); (ii) cumprimento de sentença, sob pena de penhora (art. 528, 8º); (iii) execução de alimentos, fundada em título executivo extrajudicial, sob pena de prisão (arts. 911/912); (iv) execução de alimentos, fundada em título executivo extrajudicial sob pena de penhora (art. 913). Como se percebe, há importantes inovações: a criação do cumprimento de sentença sob pena de prisão; o fim da necessidade de citação do executado para a prisão da sentença de alimentos; a previsão expressa de cumprimento de sentença sob pena de penhora (já utilizada no CPC/73, mas sem previsão legal) e a criação da execução de alimentos fundada em título executivo extrajudicial (sob pena de prisão ou sob pena de penhora conforme tratar-se de débito recente ou débito pretérito), o que afasta as dúvidas quanto à possibilidade de fixação de alimentos e prisão civil decorrentes de acordo extrajudicial (especialmente, mas não só, via escritura pública). O assunto débito alimentar recebeu atenção do legislador e está bem regulado. Assim, é possível acreditar que o acesso à Justiça do credor de http://jota.uol.com.br/o que acontece com o devedor de alimentos no novo cpc 4/6

alimentos seja menos árido e árduo do que hoje é. Contudo, ainda que o sistema esteja melhor, é certo que, infelizmente, não se obterá a plena efetividade das decisões judiciais alimentícias. Isso porque a questão envolvendo os alimentos é um problema mais social e de respeito ao próximo do que efetivamente jurídico. Leia as colunas anteriores *Luiz Dellore é Mestre e Doutor em Direito Processual pela USP. Mestre em Direito Constitucional pela PUC/SP. Professor de Direito Processual do Mackenzie, EPD, IEDI e IOB/Marcato e professor convidado de outros cursos em todo o Brasil. Advogado concursado da Caixa Econômica Federal. Exassessor de Ministro do STJ. Membro da Comissão de Direito Processual Civil da OAB/SP, do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Processual) e diretor do CEAPRO (Centro de Estudos Avançados de Processo). - [1] Recebi mensagens de leitores, via redes sociais, sugerindo tratar desse assunto; caso seja do seu interesse a análise de um tema específico do Novo CPC, entre em contato com qualquer um dos colunistas, sugerindo a análise de determinado aspecto do Código. [2] A qual tenho a honra e alegria de dividir com os amigos processualistas Andre Roque, Fernando Gajardoni, Marcelo Machado e Zulmar Duarte. [3] Vale relembrar que a outra hipótese de prisão civil prevista na CF (depositário infiel) foi afastada pelo STF, considerando a previsão de prisão civil no Pacto de San José da Costa Rica apenas para o devedor de alimentos. Isso está consolidado na Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. [4] Na Consolidação Barradas (como ficou conhecida a versão final do relatório do referido deputado), datada de julho de 2012, o tema constava do art. 514, 3º. [5] Com destaque para a bancada feminina da Câmara, que se uniu contra a inovação, apontando que a efetividade do cumprimento das decisões de alimentos seria reduzida com a modificação proposta. [6]Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios. [7] Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. [8] O assunto foi tratado, com vagar, em artigo com a minha coautoria (DELLORE, Luiz; TARTUCE, Fernanda. Alimentos via cumprimento de sentença: novo regime de execução?. In: Gilberto Gomes Bruschi; Sérgio Shimura. (Org.). Execução civil e cumprimento da sentença 2. São Paulo: Método, 2007, p. 05-57.). [9] REsp 1177594/RJ, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, http://jota.uol.com.br/o que acontece com o devedor de alimentos no novo cpc 5/6

julgado em 21/06/2012, DJe 22/10/2012 acórdão que reproduz parte do texto mencionado na nota de rodapé anterior. http://jota.uol.com.br/o que acontece com o devedor de alimentos no novo cpc 6/6