Nova Resolução ANVISA RDC nº 38/2013, Programas de Acesso Expandido, Uso Compassivo e Fornecimento Pós-Estudo



Documentos relacionados
Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO - RDC Nº 38, DE 12 DE AGOSTO DE 2013

ResoluçãodaANVISARDCNº38,de 12 de agosto de 2013: Aprova o regulamento para os programas de. fornecimento de medicamento pósestudo.

Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 38, DE 12 DE AGOSTO DE 2013.

2 As contribuições recebidas serão públicas e permanecerão à disposição de todos no sítio da Anvisa na internet.

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA DA FACULDADE UNIGRAN CAPITAL

Inspeção dos Centros de PesquisapelaANVISA

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 03/2015 ATIVIDADES DE BOLSISTAS DO PROGRAMA DE DOUTORADO SANDUÍCHE NO EXTERIOR CAPES (PDSE)

RESOLUÇÃO - RDC Nº 23, DE 4 DE ABRIL DE 2012

RESOLUÇÃO - CEPEC Nº 1286

PORTARIA Nº 219/SUMED/ANVISA, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2015

NORMA INTERNA DE TREINAMENTO FAUUSP

Nova RDC 09/15 para a realização de ensaios clínicos com medicamentos no Brasil

Normas de regulamentação para a certificação de. atualização profissional de títulos de especialista e certificados de área de atuação.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRESIDÊNCIA CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO PLENO RESOLUÇÃO Nº 007/2010

EDITAL Nº 01/2009-DPPG

FEFISA FACULDADES INTEGRADAS DE SANTO ANDRÉ REGULAMENTO COORDENAÇÃO DE TCC 2014/2015

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública n 05, de 28 de janeiro de 2015 D.O.U de 29/01/2015

APRESENTAÇÃO 1 OBJETIVOS. 1.1 Objetivo Geral

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

PROGRAMA DE INTERCÂMBIO INTERNACIONAL DA FESPSP. Edital de Seleção Universidade Autônoma de Barcelona

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA COE COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIOS

RESOLUÇÃO DO CONSELHO SUPERIOR Nº 52/2011, DE 13 DE SETEMBRO DE 2011

RESOLUÇÃO - RDC Nº 40, DE 26 DE AGOSTO DE 2015

REGULAMENTAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO. CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA e CURSO TÉCNICO EM REDES DE COMPUTADORES

REGULAMENTO DA DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DOS CURSOS SUPERIORESDE GRADUAÇÃO DO CEFET-PR. Capítulo I DO ESTÁGIO E SUAS FINALIDADES

Norma para Concessão de Bolsa de Pesquisa

NORMAS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL (ESTRUTURAS) DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS DA USP

PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO PARA ESTRANGEIROS DA FIOCRUZ (PRINTE/PG)

Agência Nacional de Vigilância Sanitária REGISTRO DE MEDICAMENTOS

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Manual de Orientação de Atividades Complementares

Critérios para certificação de Sites SciELO: critérios, política e procedimentos para a classificação e certificação dos sites da Rede SciELO

DOCUMENTOS E ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA TRANSPLANTES COM DOADOR VIVO EM RELAÇÃO A CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 9, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2011

PPGTAS-PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO TECNOLOGIA, AMBIENTE E SOCIEDADE

Manual do Sistema para abertura de curso de extensão pelos docentes EACH - USP

PORTARIA Nº 876/GM, DE 16 DE MAIO DE p. DOU, Seção1, de , págs. 135/136

REGULAMENTO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DE CERTIFICADO DE ÁREA DE ATUAÇÃO EM DOR PEDIATRAS

GUIA PARA O RECONHECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

ANEXO II REGULAMENTO DAS ATIVIDADES CURRICULARES COMPLEMENTARES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO - BACHARELADO

CÓPIA NÃO CONTROLADA. DOCUMENTO CONTROLADO APENAS EM FORMATO ELETRÔNICO. PSQ PROCEDIMENTO DO SISTEMA DA QUALIDADE

Plano de Controle de Qualidade. Resolução 3.954

GUIA PARA REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO E TCC - LOGÍSTICA

TEMA: Temozolomida para tratamento de glioblastoma multiforme

MINUTA DE RESOLUÇÃO Nº 00, DE XX DE XXXXX DE 2015.

EDITAL DE SELEÇÃO 2016 PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

ANEXO I DA RESOLUÇÃO CONSU Nº /2014

PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO

ORDEM DE SERVIÇO Nº 001.1/2008

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RESOLUÇÃO RDC Nº 2, DE 17 DE JANEIRO DE 2012

INSTRUÇÃO NORMATIVA No-48, DE 10 DE SETEMBRO DE 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE DIREITO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO AMBIENTAL REGIMENTO. I Da Proposta do Curso e seus Objetivos

REGULAMENTO. Art. 1º - O Programa de inclusão educacional BOLSAS EDUCAR tem os seguintes objetivos:

Faculdade HSM Núcleo de Prática Acadêmica (NPA) Manual de orientações para o cumprimento das horas de Atividades Complementares

Acordo sobre o Aquífero Guarani

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

REGULAMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES FORMATIVAS DO CURSO DE ODONTOLOGIA (Projeto Pedagógico 2010/1) Resolução Nº 002/2011 da Pró-reitoria de Graduação

Programa CI-BRASIL RN-009/2010

Resolução PPGECM nº 01/06 (Modificada, para atender a Resolução COLAC nº 001 de 13/02/07, DOERJ 12/03/08 nº 048, Parte I)

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional

ORIENTAÇÕES GERAIS AOS PESQUISADORES

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA ATIVIDADES ACADÊMICAS, CIENTÍFICAS E CULTURAIS DO CURSO DE LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA

INSTRUÇÃO NORMATIVA/FUNDAÇÃO UNITINS/GRE/N 004/2012.

MODELO DA AVALIAÇÃO CURRÍCULAR. (Atualizado)

AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR

POLÍTICA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

MANUAL DE ORIENTAÇÃO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Resolução SE 55, de

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA UNILA CONSELHO UNIVERSITÁRIO

RESOLUÇÃO Nº 25/11-CEPE R E S O L V E:

Serviço Público Federal Conselho Regional de Farmácia do Estado de Santa Catarina - CRF/SC

RESOLUÇÃO NORMATIVA RN N XXX, DE XX DE XXXXXXXXX DE 2010.

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

Normas Aplicáveis ao Curso de Graduação em Administração Da Transferência de Alunos de Outros Estabelecimentos de Ensino

FACULDADES ADAMANTINENSES INTEGRADAS CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO EDITAL 013/15

SECRETARÍA DEL MERCOSUR RESOLUCIÓN GMC Nº 26/01 ARTÍCULO 10 FE DE ERRATAS ORIGINAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA PORTARIA Nº 467, DE 19 DE SETEMBRO DE 2014

EDITAL 02/2015 EDITAL DE CONCESSÃO DO AUXÍLIO EVENTOS

ENSINO PROFISSIONALIZANTE, IDIOMAS E PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS REGULAMENTO

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

RESPOSTA RÁPIDA 396/2013 Naprix, Vastarel, Lasix, Carvedilol, Atorvastatina, Aspirina

POP 010: MONITORAMENTO DE LABORATÓRIOS DA REDE NACIONAL DE LABORATÓRIOS AGROPECUÁRIOS

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Juarez Sabino da Silva Junior Técnico de Segurança do Trabalho

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade CNEC

Oferta de Disciplinas na Modalidade Semipresencial. Profª. Noeli A. Pimentel Vaz Prof. Valter Júnior

NORMAS PARA AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

Cotação de Passagens Aéreas Nacionais e Internacionais

Regulamento Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica Sênior do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

INSTRUÇÃO NORMATIVA SOBRE FLUXO DA PESQUISA NA FACULDADE DE MEDICINA

Transcrição:

Nova Resolução ANVISA RDC nº 38/2013, Programas de Acesso Expandido, Uso Compassivo e Fornecimento Pós-Estudo PATRÍCIA FERRARI ANDREOTTI Coordenação de Pesquisa, Ensaios Clínicos e Medicamentos Novos - COPEM Gerência de Avaliação de Segurança e Eficácia - GESEF

OBJETIVOS - Regulamentar a prática do Uso Compassivo e Fornecimento de Medicamento Pós Estudo; - Diferenciar o Programa de Acesso Expandido do Uso Compassivo; - Padronizar conceitos e critérios com diretrizes internacionais; - Aumentar a transparência da prática regulatória da ANVISA na distinção dos processos por meio da organização dos conceitos e critérios.

CONCEITOS Programa de Acesso Expandido: programa de disponibilização de medicamento novo, promissor, ainda sem registro na Anvisa ou não disponível comercialmente no país, que esteja em estudo de fase III em desenvolvimento ou concluído, destinado a um grupo de pacientes portadores de doenças debilitantes graves e/ou que ameacem a vida e sem alternativa terapêutica satisfatória com produtos registrados;

CONCEITOS Programa de Uso Compassivo: disponibilização de medicamento novo promissor, para uso pessoal de pacientes e não participantes de programa de acesso expandido ou de pesquisa clínica, ainda sem registro na Anvisa, que esteja em processo de desenvolvimento clínico, destinado a pacientes portadores de doenças debilitantes graves e/ou que ameacem a vida e sem alternativa terapêutica satisfatória com produtos registrados no país;

CONCEITOS Programa de fornecimento de medicamento pós-estudo: disponibilização gratuita de medicamento aos sujeitos de pesquisa, aplicável nos casos de encerramento do estudo ou quando finalizada sua participação;

CONCEITOS Doença Debilitante Grave: aquela que prejudica substancialmente os seus portadores no desempenho das tarefas da vida diária e doença crônica que, se não tratada, progredirá na maioria dos casos, levando a perdas cumulativas de autonomia, a sequelas ou à morte;

AUTORIZAÇÕES Art. 3º A presente Resolução se aplica aos programas de acesso expandido e uso compassivo, dos quais se exige a análise da Agência Nacional - Anvisa e subsequente emissão do comunicado especial específico para acesso expandido (CEE-AE) ou comunicado especial específico para uso compassivo (CEE-UC). 1º Esta norma se aplica também ao fornecimento de medicamento pósestudo. 2º Na hipótese do 1º a Anvisa não emitirá o comunicado especial específico, e sim um ofício autorizando o fornecimento.

CRITÉRIOS DE ANÁLISE Art. 5º As solicitações de anuência dos programas de acesso expandido e uso compassivo serão analisadas de acordo com os seguintes critérios: I - gravidade e estágio da doença; II - ausência de alternativa terapêutica satisfatória no país para a condição clínica e seus estágios; III - gravidade do quadro clínico e presença de co-morbidades;e IV - avaliação da relação risco benefício do uso do medicamento solicitado.

TEMPO DE FORNECIMENTO Art. 6º Deverá ser garantido o fornecimento do medicamento autorizado nos programas de acesso expandido, uso compassivo e fornecimento de medicamento pós-estudo nos casos de doenças crônicas enquanto houver benefício ao paciente, a critério médico. Parágrafo único. No caso de tratamento de duração definida no protocolo descrito no documento 9 do item I do Anexo I desta Resolução, deverá ser fornecido o produto necessário para o tratamento completo do paciente.

Art. 8º Os programas de acesso expandido e uso compassivo não devem retardar a execução dos ensaios clínicos. Parágrafo único. Sempre que possível, os pacientes candidatos aos programas de acesso expandido e uso compassivo devem ter prioridade na inclusão em ensaios clínicos. Art. 9º O patrocinador ou sua entidade representativa deverá apresentar os dados de eficácia e segurança existentes para a mesma indicação clínica que se pretende utilizar nos programas de que trata esta Resolução.

DO PROGRAMA DE ACESSO EXPANDIDO Art. 11. Para o programa de acesso expandido, a anuência da Anvisa é destinada a um grupo de pacientes. 1º Os pacientes incluídos no programa a que se refere este Capítulo são aqueles que não entraram no ensaio clínico por falta de acesso ou por não atenderem aos critérios de inclusão e/ou exclusão e para os quais o médico assistente julgue necessário o acesso ao tratamento. 2º Após a anuência do programa de acesso expandido é possível incluir outros participantes no respectivo programa. Art. 12. O medicamento a ser disponibilizado deverá ter pelo menos um estudo de fase III em desenvolvimento ou concluído para a mesma indicação solicitada para os pacientes.

DO PROGRAMA DE USO COMPASSIVO Art. 13. Para o uso compassivo, a anuência da Anvisa é pessoal e intransferível. Parágrafo único. O uso compassivo não admite formação de grupos e/ou inclusão de pacientes na mesma solicitação. Art. 14. O medicamento disponibilizado deverá apresentar evidência científica para a indicação solicitada ou estar em qualquer fase de desenvolvimento clínico, desde que os dados iniciais observados sejam promissores e que se comprove a gravidade da doença e a ausência de tratamentos disponíveis.

DO PROGRAMA DE FORNECIMENTO PÓS- ESTUDO Art. 15. O fornecimento gratuito de medicamentos após o término do ensaio clínico será disponibilizado aos sujeitos de pesquisa, enquanto houver benefício, a critério médico. 1º A avaliação do benefício ao paciente em relação ao uso do medicamento em investigação é de responsabilidade do médico responsável e deverá ser baseada nos riscos previstos. 2º O disposto no caput deste artigo abrange também o fornecimento gratuito de medicamento por finalização precoce do estudo.

DO MONITORAMENTO Art. 17. O patrocinador ou ORP contratada deverá encaminhar à Anvisa relatórios sobre os programas de acesso expandido, uso compassivo e fornecimento de medicamento pós-estudo, com periodicidade anual a contar da anuência do processo e um relatório final, o qual deve ser apresentado em até 90 (noventa) dias após o encerramento do programa. 1º No caso do acesso expandido e do fornecimento de medicamento pós-estudo o relatório deverá ser referente ao programa em questão e não individualizado por paciente. 2º Caso o tratamento seja descontinuado antes do período previsto e aprovado pela Anvisa, o patrocinador deverá notificar a Agência sobre as razões para descontinuação em até 60 (sessenta) dias após a suspensão do tratamento.

OBRIGADA!