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Transcrição:

Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 155 - Data 24 de junho de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO RELATIVA A RENDIMENTOS DE PERÍODOS ANTERIORES. O rendimento auferido a título de honorários advocatícios pela atuação em ação cuja sentença originou o recebimento acumulado, pelo cliente, de benefícios previdenciários de exercícios anteriores é tributável na fonte, no mês do recebimento, com a aplicação da tabela progressiva do mesmo mês, e na declaração de ajuste. Dispositivos Legais: art. 12-A Lei nº 7.713, de 1988; art. 44 da Lei nº 12.350, de 2010; arts 38, parágrafo único, 45, I, 106, 110, 111 e 640 do Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99). Relatório O interessado, advogado, formulou consulta a esta Secretaria relativa à legislação do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), indicando o art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, incluído pelo art. 44 da Lei nº 12.350, de 2010; a Instrução Normativa RFB nº 1.127, de 7 de fevereiro de 2011; e os princípios de equidade tributária e similaridade de rendimentos como o teor da consulta. 2. O interessado relatou ter apresentado sua declaração de ajuste anual relativa ao exercício de 2011, ano-calendário 2010, recepcionada sob o nº, e procedido à sua retificação em de 2012, por meio da declaração recepcionada sob o nº. Justificou a retificação em alegada mudança de critério legal, com relação a rendimentos recebidos acumuladamente relativos a exercícios anteriores. 3. Alegou que teria declarado o montante de R$, indevidamente e a maior, como rendimentos tributáveis, embora devesse tê-lo classificado como rendimento recebido acumuladamente, por ser o mesmo parte integrante e referente a ação judicial de benefícios previdenciários pertinentes ao período de 1979 a de 1998, e ter sido fixado por sentença, como fruto de seu trabalho neste período, que condenara o Instituto Nacional de 1

Fls. 3 Seguridade Social (INSS) ao pagamento dos valores apurados no processo, os quais vieram a ser pagos em de 2010, por meio de precatório. 4. Ressaltou ter continuado a trabalhar no processo, após a sentença transitada, para liquidação do precatório, o qual fora recebido em 2010. Esclareceu que anexo àquele processo encontrar-se-ia contrato de resultante firmado com seu cliente no início do processo, em que o interessado passaria a fazer parte inerente ao processo. Acrescentou que prestara seus serviços durante todo o transcurso da ação e faria juz aos honorários como pagamento pelos trabalhos desenvolvidos em todo o andamento do processo, não tendo sido cobrado do cliente qualquer outro valor. 5. Transcreveu trechos do art. 12-A já citado e do manual da DIRPF para argumentar que haveria similaridade entre os pagamentos das parcelas mensais e atrasadas referentes ao período de 1979 a 1998 e os honorários por ele recebidos, pois parte das parcelas corresponderiam a honorários contratuais. 6. Questionou: 6.1. se a remuneração pelos trabalhos prestados durante o andamento do processo judicial, legalmente amparados por contrato formal entre as partes, em que fique devidamente estipulado que o pagamento de honorários ocorrerá no final do processo, calculados mês a mês sobre o montante devido, por isonomia e igualdade legal, devem ser considerados como rendimentos recebidos acumuladamente referentes a períodos anteriores; e 6.2. se os honorários, por se tratarem de rendimentos do trabalho recebidos acumuladamente, seriam tributáveis exclusivamente na fonte ex vi legis. Fundamentos 7. Os arts. 38, parágrafo único, 106, 110, 111 e 640 Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) dispõem: Art. 38. A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título (Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, 4º). Parágrafo único. Os rendimentos serão tributados no mês em que forem recebidos, considerado como tal o da entrega de recursos pela fonte pagadora, mesmo mediante depósito em instituição financeira em favor do beneficiário. Art. 106. Está sujeita ao pagamento mensal do imposto a pessoa física que receber de outra pessoa física, ou de fontes situadas no exterior, rendimentos que não tenham sido tributados na fonte, no País, tais como (Lei nº 7.713, de 1988, art. 8º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 24, 2º, inciso IV): I - os emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros, quando não forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos; 2

Fls. 4 II - os rendimentos recebidos em dinheiro, a título de alimentos ou pensões, em cumprimento de decisão judicial, ou acordo homologado judicialmente, inclusive alimentos provisionais; III - os rendimentos recebidos por residentes ou domiciliados no Brasil que prestem serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas ou a organismos internacionais de que o Brasil faça parte; IV - os rendimentos de aluguéis recebidos de pessoas físicas. Art. 110. Constitui base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto a diferença entre os rendimentos de que tratam os arts. 106 e 107 e as deduções previstas nos arts. 74 a 79, observado o disposto nos arts. 47, 48 e 50 (Lei nº 7.713, de 1988, arts. 2º, 3º, 1º, e 8º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º). 1º As deduções a que se referem os arts. 74, 77 e 78 somente poderão ser efetuadas quando não tiverem sido deduzidas de outros rendimentos sujeitos à tributação na fonte. 2º As deduções a que se refere o art. 75 aplicam-se somente a rendimentos do trabalho não-assalariado de que trata o art. 45 (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º). Art. 111. O imposto de renda incidente sobre os rendimentos de que trata este Título será calculado de acordo com as seguintes tabelas progressiva em Reais: I - relativamente aos fatos geradores que ocorrerem durante os anos-calendário de 1998 e 1999 (Lei nº 9.532, de 1997, art. 21); BASE DE CÁLCULO EM R$ ALÍQUOTA % PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO EM R$ Até 900,00 Acima de 900,00 até 1.800,00 Acima de 1.800,00 --- --- 15 135,00 27,5 360,00 II - relativamente aos fatos geradores que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2000 (Lei nº 9.250, de 1995, art. 3º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 21, parágrafo único). BASE DE CÁLCULO EM R$ ALÍQUOTA % PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO EM R$ Até 900,00 Acima de 900,00 até 1.800,00 Acima de 1.800,00 --- --- 15 135,00 25 315,00 Parágrafo único. O imposto será calculado sobre os rendimentos recebidos em cada mês (Lei nº 9.250, de 1995, art. 3º, parágrafo único). Art. 640. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto na fonte incidirá sobre o total dos rendimentos pagos no mês, inclusive sua atualização monetária e juros (Lei nº 7.713, de 1988, art. 12, e Lei nº 8.134, de 1990, art. 3º). 3

Fls. 5 Parágrafo único. Poderá ser deduzido, para fins de determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, o valor das despesas com ação judicial necessárias ao recebimento dos rendimentos, inclusive com advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização (Lei nº 7.713, de 1988, art. 12). (grifos não constam do original) 8. Observa-se nos artigos acima transcritos, que o regime de caixa é a regra geral aplicável ao rendimento relativo a honorários advocatícios. Por outro lado, o art. 12-A da Lei nº 7.713, de 1988, incluído pelo art. 44 da Lei nº 12.350, de 2010, apresenta exceção à regra: Art. 12-A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anos-calendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010) 1º O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. 2º 9º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará o disposto neste artigo. (grifos não constam do original)) 9. Esta Secretaria, em atenção ao 9º acima apresentado, editou a Instrução Normativa RFB nº 1.127, de 7 de fevereiro de 2011, cujos arts. 1º a 3º, 7º e 8º preveem: Art. 1º Na apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente (RRA), deve ser observado o disposto nesta Instrução Normativa. Art. 2º Os RRA, a partir de 28 de julho de 2010, relativos a anos-calendário anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, quando decorrentes de: I - aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; e II - rendimentos do trabalho. 1º Aplica-se o disposto no caput, inclusive, aos rendimentos decorrentes de decisões das Justiças do Trabalho, Federal, Estaduais e do Distrito Federal. 2º Os rendimentos a que se refere o caput abrangem o décimo terceiro salário e quaisquer acréscimos e juros deles decorrentes. 3º 4

Fls. 6 Art. 3º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se referem os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. Art. 7º O somatório dos rendimentos de que trata o art. 2º, recebidos no decorrer do ano-calendário, observado o disposto no art. 4º, poderá integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do anocalendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte. I Art. 8º Os RRA que não decorram do previsto nos incisos I e II do art. 2º estarão sujeitos: I - quando pagos em cumprimento de decisão da Justiça: a) Federal, mediante precatório ou requisição de pequeno valor, à regra de que trata o art. 27 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003; e b) do Trabalho, ao que dispõe o art. 28 da Lei nº 10.833, de 2003 ; e II - nas demais hipóteses, ao disposto no art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988. 10. Ou seja, para que rendimentos do trabalho sejam tributados na forma do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 1988, é necessário que os mesmos refiram-se a períodos anteriores ao do recebimento. Os honorários advocatícios têm a natureza de rendimentos do trabalho não assalariado, conforme disposto no art. 45, I, do RIR/99: Art. 45. São tributáveis os rendimentos do trabalho não-assalariado, tais como (Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, 4º): I - honorários do livre exercício das profissões de médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser assemelhadas; II (grifos não constam do original) 11. Por outro lado, os honorários advocatícios recebidos pelo interessado em decorrência dos serviços prestados em sua atuação na ação cuja sentença originou o recebimento acumulado de benefícios previdenciários pelo cliente não correspondem a anos-calendário anteriores ao do recebimento. Trata-se de verba remuneratória dos serviços prestados pelo advogado. Não têm qualquer relação com os anos relativos aos citados benefícios (período de de 1979 a de 1998), nem com o período do andamento do processo. 12. O próprio interessado declarou que os honorários só se tornariam devidos ao término do processo. São rendimentos do trabalho não assalariado, tributáveis no mês do recebimento, na 5

Fls. 7 forma do art. 38, parágrafo único, 106 e 111, parágrafo único, do RIR/1999. Além disso, devem integrar a declaração de ajuste anual, na forma do art. 109 do mesmo Regulamento. 13. A segunda pergunta formulada pelo interessado ficou prejudicada, tendo em vista que os honorários não se enquadram como rendimentos do trabalho recebidos acumuladamente relativos a anos anteriores. Conclusão 14. O rendimento auferido a título de honorários advocatícios pela atuação em ação cuja sentença originou o recebimento acumulado, pelo cliente, de benefícios previdenciários de exercícios anteriores é tributável na fonte, no mês do recebimento, com a aplicação da tabela progressiva do mesmo mês, e na declaração de ajuste. PAULO JOSÉ FERREIRA MACHADO E SILVA Auditor Fiscal da RFB De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Cotir. JOSÉ CARLOS SABINO ALVES Auditor Fiscal da RFB - Chefe da Disit07 De acordo. Ao Coordenador-Geral da para aprovação. Ordem de Intimação CLÁUDIA LÚCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA Auditor Fiscal da RFB- Coordenador da Cotir Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da IN RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao interessado. FERNANDO MOMBELLI Coordenador-Geral da 6