UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FRANCIELE ARNDT DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE HIDRANTES PARA UMA USINA HIDRELÉTRICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Documentos relacionados
Proteção e combate a incêndio

Incêndio É quando o fogo se torna um devastador, fugindo do controle humano. Conceito de fogo PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

TH 030- Sistemas Prediais Hidráulico Sanitários

Prof. Me. Victor de Barros Deantoni

Instalação predial de combate a incêndio: conceitos

Sistema de Hidrantes. O que é sistema de hidrantes: 13ª Edição Janeiro/Fevereiro 2017

DDS Combate a Incêndios. DDS Combate a Incêndios

Memorial Projeto Preventivo de Incêndio

CAPÍTULO 09 COMBATE A INCÊNDIO

DDS Tipos de Incêndios Responsabilidades sobre os Equipamentos de Proteção Individual

Normas adequadas. Introdução. Instalação de gás: normas

RESOLUÇÃO Nº 109, DE 21 DE JANEIRO DE 1993

INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDROSSANITÁRIAS

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA N O 22/01

3. A segurança contra incêndio e o projeto arquitetônico. 21/10/2013 Prof. Dr. Macksuel Soares de Azevedo - UFES 1

18.1 ROCIADOR DE INCÊNDIOS

Aula 9 Desenho de instalações hidrossanitárias: normas, simbologias e convenções

RICARDO AUGUSTO EAD; Curso de Polícia Comunitária pelo CBMPE; Curso de Prevenção e Combate a Incêndio;


INSTALAÇÕES PREDIAIS PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL REGULAMENTO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS NOS LABORATÓRIOS

CÁLCULO DE VAZÃO PARA DIMENSIONAMENTO DA RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO CONSIDERANDO PERDAS DE CARGA. Augusto Gabriel Simon (1), Nestor Back (2)

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

Proteção contra incêndio por chuveiros automáticos NILTON MIRANDA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 16 3ª EDIÇÃO SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES DE INCÊNDIO

parâmetros de cálculo 4. Velocidade 5. Vazão

CURSO BÁSICO DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

- PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

Aplicação dos extintores TIPOS DE EXTINTORES. Objetivo

Instalações Hidráulicas: Água Quente. Prof. Fabiano de Sousa Oliveira Curso: Engenharia Civil FTC/VC

Saneamento Ambiental I. Aula 08 Rede de Distribuição de Água: Parte III

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº.

PRESSÕES MÁXIMAS E MÍNIMAS. Instalações Prediais

ESTUDO DE DADOS DE TERMINAIS TERRESTRES PARA DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO

Termologia utilizada para instalação predial de gás e combate a incêndio

PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 33/2011

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº.

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

PROJETO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES

GIOVANI ARAUJO

Projeto de prevenção e proteção contra incêndio e pânico: principais parâmetros Parte I

Conceitos- Vazão, movimento e regime de escoamento. 1) Determine o regime de escoamento sabendo que o tubo tem um diâmetro de 75 mm e

TEQ Sistemas de Instrumentação e Controle de Processos Lista de Exercícios nº 3 RESPOSTAS

TH 030- Sistemas Prediais Hidráulico Sanitários

Prezado técnico talvez você nunca tenha visto o fenômeno abaixo: O nome da substância é «Oleina»

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA - DADOS PARA PROJETO

Técnicas de Prevenção e Combate ao Princípio de Incêndio. Como o Fogo se Forma?

Instalações Prediais Aula 2

MEMORIAL DESCRITIVO MODELO COMPLETO

Curso de Arrais Amador... CAPÍTULO 6 - COMBATE A INCÊNDIO APRESENTAÇÃO

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA - DETALHES

Fiscalização dos Conselhos Regionais na Modalidade de Engenharia Química

Tubulações necessárias para instalação predial de gás

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA PARTE I 1) PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA (CONTINUAÇÃO)

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 15/2018

RESULTADO = CONFIABILIDADE

Sistema de Proteção Ambiental Contra Derramamento de Óleo de Equipamentos em SE s. Rio de Janeiro, Junho de 2014

Tecnologias para Extinção de incêndio

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS

DODF Nº de janeiro de 2002 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL PORTARIA Nº 01/2002-CBMDF, DE 15 DE JANEIRO DE 2002

Hidráulica Geral (ESA024A)

Roteiro - Aula Prática Perda de carga:

PREVENÇÃO CONTA SINISTRO E

NR 23, PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA ENGENHARIA AMBIENTAL E CIVIL AULA 4 SISTEMAS ELEVATÓRIOS

NORMA TÉCNICA 04/2014

PROJETO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO DE ACORDO COM A NSCI/94 CBM/SC: ESTUDO DE CASO

BOMBAS. Definições. ALTURA DE SUCÇÃO (H S ) - Desnível geométrico (altura em metros), entre o nível dinâmico da captação e o bocal de sucção da bomba.

Perda de Carga e Comprimento Equivalente

Instalações Prediais Prof Pr. of Dr. Dr Alex Ale andr x e andr Marques Mar Butt But ler

PHD 313 HIDRÁULICA E EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

Extintor de pó químico

3 CONDUÇÃO DE ÁGUA (Cont.)

Página 1

1 VÍCIOS CONSTRUTIVOS, DEFEITOS E DANOS

HIDRODINÂMICA CONDUTOS SOB PRESSÃO

Hidrante Consultoria e Projetos (62) Projetando Instalações Prediais de Combate a Incêndio CONCEITOS E APLICAÇÃO

Prof: Francisco Sallas

DOSSIÊ TÉCNICO. Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃOPAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 37/2018

Roteiro para dimensionamento do. Sistema de Sprinkler

Escoamento Interno Viscoso

Dimensionamento de Chuveiros Autom ticos

Armazéns de mercadoria

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA N O 24/04

HFC-227ea. Benefícios. Agente Extintor. HFC-227ea Nome Químico: Heptafluoropropane Conhecido comercialmente como: FM-200 / FE-227

Proteção e Combate a Incêndios NR-20 e NR-23. Acadêmica: Regiane Ovando

Especificação Técnica de Projeto Nº 013

Manual para Instalação de Redes Internas de Distribuição de Gás Natural e de Aparelhos à Gás Natural.

Água Água potável. Água tratada Água destilada, água condensada

Método de Gretener. Método de Cálculo Simplificado de Avaliação do Risco de Incêndio

INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDROSSANITÁRIAS

Convecção natural. É o termo usado quando o movimento do fluido se dá devido às diferenças de densidade em um campo gravitacional.

Transcrição:

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FRANCIELE ARNDT DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE HIDRANTES PARA UMA USINA HIDRELÉTRICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO São José 2008

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE HIDRANTES PARA UMA USINA HIDRELÉTRICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheira Industrial Mecânica, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação São José. Orientador: Prof. Eduardo G. Reimbrecht São José 2008

FRANCIELE ARNDT DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE HIDRANTES PARA UMA USINA HIDRELÉTRICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Engenheira Industrial Mecânica e aprovada pelo Curso de Engenharia Industrial Mecânica da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de São José. Área de Concentração: Hidráulica São José, 20 de Junho de 2008 Prof. Eduardo G. Reimbrecht UNIVALI CE de São José Orientador Prof. Maurício Nath Lopes UNIVALI CE de São José Membro Prof. Ricardo Monteiro UNIVALI CE de São José Membro

10 1 - INTRODUÇÃO 1.1 - Objetivos 1.1.1 - Objetivo geral Projetar uma rede de hidrantes para uma Usina Hidrelétrica situada no Estado do Rio de Janeiro. 1.1.2 - Objetivo específico Este trabalho visa contribuir com a divulgação de conhecimentos relativos à utilização de sistema de hidrantes em instalações de geração e distribuição de energia elétrica. Por não haver normas específicas que atendam casos particulares como o citado acima, será realizada uma adaptação de normas e conceitos relativos a utilização do sistema no âmbito geral. Normas estas expedidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT e pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Para a determinação da perda de carga será utilizado diferentes métodos de cálculo, avaliando os resultados obtidos. 1.2 - Conceitos básicos 1.2.1 - O fogo O fogo é uma reação físico química de oxidação que libera luz e calor em intensidades variáveis. Para que haja fogo, deve existir a combinação de 3 componentes: o combustível, o calor e o comburente, como apresentado esquematicamente na Figura 1.

11 Figura 1 Tetraedro do fogo. O combustível, ou agente redutor, é toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão. O combustível pode ser líquido, sólido ou gasoso, porém, a grande maioria precisa passar pelo estado gasoso para combinar-se com o oxigênio. A passagem de um combustível sólido para o estado gasoso dar-se-há pela pirólise, que é a decomposição química através do calor. Para um combustível líquido, esta passagem dar-se-há pela vaporização. A velocidade de queima de um combustível depende de sua capacidade de reagir com o comburente mediante adição de calor. [OLIVEIRA, 2005, p.18] O calor é uma forma de energia que se transfere de um sistema para outro em função da diferença de temperatura. É a energia que eleva a temperatura e é gerada através da transformação de outra forma de energia através de processos físicos ou químicos [Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, 2004, p.105; OLIVEIRA, 2005, p.19] O comburente, ou agente oxidante, é toda substância que cede oxigênio ou outros gases oxidantes durante uma reação química. É ele que intensifica a combustão. O comburente mais comum e que está presente em abundância na natureza é o oxigênio. A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Com o desenvolver de uma reação de combustão, esta consome o oxigênio de forma contínua. Quando a concentração de oxigênio diminuir de 21% para valores entre 16% a 8%, a combustão torna-se mais lenta e as chamas dão lugar as brasas. Quando a concentração de oxigênio no ambiente for reduzida a valores inferiores a 8%, a combustão deixará de existir. [OLIVEIRA, 2005, p.17]

12 1.2.2 - Classes de incêndio Os incêndios são classificados da seguinte forma: [OLIVEIRA, 2005, p. 38; ZARZUELA; ARAGÃO, 1999, p. 283] Classe A Destinada à incêndios envolvendo combustíveis sólidos comuns, como por exemplo, madeira, papel, tecido, borracha, plásticos, etc. A queima ocorre em superfície e em profundidade. Classe B Destinada à incêndios envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como por exemplo, a gasolina. A queima ocorre em superfície e não deixa resíduo. Classe C Destinada à incêndios envolvendo equipamentos elétricos energizados, como por exemplo, quadros elétricos. Ao ser desligada a rede elétrica, os equipamentos, agora desenergizados, devem ser considerados como classe A. Classe D Destinada a incêndios envolvendo materiais pirofóricos, como por exemplo, o magnésio. 1.2.3 - Meios de extinção do fogo Segundo Oliveira [2005], os meios de extinção do fogo podem ser agrupados da seguinte forma: Retirada do material Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo assim a alimentação da combustão. Esta é a forma mais simples de extinção do fogo. Resfriamento Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando o que, consequentemente, reduz a liberação de gases e/ou vapores inflamáveis. Este é o método mais utilizado. Abafamento

13 Método que consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o combustível. Não havendo comburente para reagir, não haverá fogo. A diminuição do oxigênio em contato com o combustível torna a combustão mais lenta até sua completa extinção. Quebra da reação química em cadeira Consiste na introdução de determinadas substâncias na reação de combustão com o propósito de inibi-la e, com isso, criar uma condição em que o combustível e o comburente perdem suas capacidades de manter o processo da reação química em cadeia. Um exemplo deste meio de extinção é a utilização de espuma mecânica na extinção de incêndio em líquidos combustíveis e inflamáveis. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo [2004], a espuma tem a propriedade de cobrir e aderir a superfície desses líquidos, formando uma camada resistente e continua que o isola do ar, impedindo a liberação de vapores inflamáveis. 1.2.4 - Sistemas de combate a incêndio Os sistemas de combate a incêndio são divididos da seguinte forma: [Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, 2004, p.105] Extintores Consiste de um aparelho de operação manual constituído de recipiente e acessórios contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio. Hidrantes Sistema destinado a conduzir e distribuir saídas de água ao longo de uma edificação. Sua finalidade é combater princípios de incêndio onde os extintores se tornam insuficientes. Mangotinho Sistema cujos princípios de dimensionamento e funcionamento são semelhantes aos hidrantes. Recomendados em locais onde o manuseio do sistema é realizado por pessoas não habilitadas. Sprinklers (chuveiros automáticos) Sistema de chuveiros automáticos composto por uma rede hidráulica pressurizada contendo diversos dispositivos para dispersão da água, sendo estes associados a um

14 elemento termosensível. O rompimento deste elemento aciona e permite o funcionamento do sistema. Espuma Mecânica Sistema que consiste em misturar à água uma espuma cuja propriedade principal é a de aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis formando uma camada resistente, evitando o contato dos vapores voláteis destes líquidos com o ar. 1.2.5 - Classes de risco de incêndio De acordo com a Resolução nº 109 do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, as edificações podem ser classificadas, quanto ao seu risco de incêndio, da seguinte forma: Risco Pequeno Compreende as edificações unifamiliares, multifamiliares (sem serviços como lavanderia, restaurante, etc), garagens de edificações multifamiliares (servidas por rampas) e edificações mistas (com comércio somente no piso térreo). Risco Médio Compreende as edificações multifamiliares com serviços, como por exemplo, hotéis, hospitais, orfanatos, asilos, bibliotecas, garagens em estabelecimentos comerciais, estabelecimentos comerciais, edificações de reunião de público, museus, prisões, quartéis, depósitos de alimentos e produtos industrializados, comércio ou indústria de produtos incombustíveis, edifício garagem, shopping e mercados. Assim como grandes estabelecimentos industriais, tais como fábricas de cimento, de laticínio, de jóias, de cerveja e refrigerante, de abrasivos, de alimentos em conserva, de motores, de produtos de fumo, de instalações de galvanoplastia, entre outros. Risco Grande Compreende os moinhos de cereais, as usina de beneficiamento de arroz, as plantas de torrefação de café, as destilarias de alcatrão, os hangares de avião, os estúdios de televisão e cinematográficos, as fábricas ou comércio de produtos em couro. Assim como, fábricas de cola, de vassouras e escovas, de papel e papelão, de borracha, de plásticos, de espuma, de produtos de fibra natural, de produtos de madeira, de produtos têxteis e similares, de produtos de cêra, de produtos de sisal, de produtos de juta, de óleos combustíveis, de bebidas alcoólicas, de fósforo, de produtos de cortiça e derivados, de produtos de

15 celulóide e derivados, de fogos de artifício, de tintas e solventes inflamáveis, de produtos petroquímicos, de explosivos, entre outros. Além da classificação indicada acima, existem também três parâmetros para avaliação do risco. Parâmetros estes que são utilizados para classificar o risco de edificações que não foram citadas, bem como, para ajustar a classe de risco de edificações que foram citadas. Fator de natureza estrutural O risco é avaliado considerando a situação da edificação, o tipo de material usado na estrutura e nos fechamentos interno e externo, a forma de compartimentação, o escape ordinário e alternativo e a cota máxima da edificação. Fator de natureza ocupacional O risco é avaliado considerando a densidade de carga de incêndio em razão da massa de combustível por unidade de área, combustibilidade do material, processamento comercial ou industrial dos produtos e forma de estocagem. Fator de natureza humana O risco é avaliado considerando a população fixa e transitória, a atividade exercida e as características inerentes ao público. 1.2.6 - Sistema de combate a incêndio por hidrante Sistema utilizado para o combate de incêndios no qual a água deve apresentar pressão e vazão suficiente que assegure o seu funcionamento por um tempo mínimo pré-determinado. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo [Instrução Técnica nº 02/2004, p. 122] e a ABNT (NBR 13714), o sistema é composto dos seguintes componentes: Reservatório de água ou Reserva Técnica de Incêndio (RTI): reservatório com volume que varia de acordo com o risco e a área a ser atendida. Este deve ser para utilização exclusiva do sistema de incêndio. Bomba de incêndio: utilizada e dimensionada a propiciar um reforço de pressão e vazão, de acordo com o dimensionamento hidráulico e de forma que o sistema necessita. Quando os desníveis estático entre o reservatório e o hidrante mais desfavorável são suficientes para fornecer tais pressão e vazão, a utilização da bomba pode ser dispensada.

16 Conjunto de peças hidráulicas e acessórios: composto por registros (gaveta, angular e recalque), válvula de retenção, esguichos, etc. Tubulação: responsável pela condução da água até as saídas de hidrantes. Seu dimensionamento deve ser determinado por cálculo hidráulico. Quando instaladas aparente, estas devem ser totalmente pintadas na cor vermelho. Forma de acionamento do sistema: quando o sistema possuir bomba, estas podem ser acionadas por botoeiras, pressostatos, chaves de fluxo ou por bomba auxiliar (jockey 1 ). 1.3 - Método de cálculo para determinação da perda de carga Para este cálculo, será realizado um comparativo entre as fórmulas de Hazen-Williams e a Universal. De acordo com Colebrook, a perda de carga em uma tubulação é dada pela seguinte equação: h f 2 Lequiv V = f (1) D 2g Onde: h f é a perda de carga, em metros de coluna d água (mca); f é o fator de atrito, coeficiente adimensional que depende da rugosidade do tubo, do material e do fluido; Lequiv é o comprimento equivalente da tubulação (tubos, conexões, válvulas, etc), em metros; D é o diâmetro interno da tubulação, em metros; V é a velocidade do fluido, em metros por segundo; g é a aceleração da gravidade, em metros por segundo ao quadrado; De acordo com Hazen William, a perda de carga em uma tubulação é dada pela seguinte equação: 1 Bomba de alta pressão e baixa vazão. Utilizada para reposição de pressão, em uma rede de tubulações, em caso de perda por vazamentos, etc.

17 1,85-1,85-4,87 J = 10,643 Q C D (2) Onde: J é a perda de carga, em metro de coluna d água (mca) por metro de tubulação; Q é a vazão, em metro cúbico por segundo; C é o coeficiente adimensional que depende da natureza das paredes do tubo; D é o diâmetro interno da tubulação, em metros;

70 3 - Conclusão Na determinação da perda de carga, os resultados obtidos pelos métodos de Hazen-Williams e Universal foram semelhantes. Pela maior facilidade de cálculo apresentada, considera-se o método de Hazen-Williams o mais indicado. O projeto foi aprovado junto ao Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, o que comprova que a adaptação para Usinas Hidrelétricas, da norma existente para subestações de energia, foi considerada adequada. Desta forma, este trabalho serve como base para futuros projetos de sistemas de hidrantes para Usinas Hidrelétricas. Também fica evidente a funcionalidade do sistema de hidrantes projetado.

71 4 - Referências AZEVEDO NETTO, José M. de, Manual de Hidráulica. 8ª edição atualizada São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1998. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Resolução nº 109, de 21 de Janeiro de 1994. Disponível em: http://www.cbmerj.rj.gov.br/documentos/coscip/resolucao_sedec_nr_109_-_21-01-1993_-_ficam_aprovadas_as_normas_tecnicas_nr_emg_bm-7_001_e_002-1993.pdf. Acesso em: 07 de maio de 2008. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Resolução nº 142, de 15 de março de 1994. Disponível em: http://www.defesacivil.rj.gov.br/documentos/coscip/resolução_nº_142_de_15_ DE_MARÇO_DE_1994.pdf. Acesso em: 27 de abril de 2007. CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Instrução Técnica nº 02/2004 Conceitos Básicos de Segurança Contra Incêndio. Disponível em: http://www.ccb.polmil.sp.gov.br/its/instrucao_tec.htm. Acesso em: 23 de abril de 2008. OLIVEIRA, Marcos de. Manual de estratégias, táticas e técnicas de combate a incêndio estrutural. Florianópolis: Ediograf, 2005. ZARZUELA, José L.; ARAGÃO, Ranvier F. Química legal e incêndios. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1999. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13714: Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000. CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 1978.