Caracterização estrutural e morfológica de zeólita MCM-22 via síntese hidrotérmica: Influência do Tempo de Cristalização

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Caracterização estrutural e morfológica de zeólita MCM-22 via síntese hidrotérmica: Influência do Tempo de Cristalização Antonielly dos Santos Barbosa *, Meiry Gláucia F. Rodrigues, Everton Ranny F. dos Santos, Aline Cadigena L. Patrício, Romulo Charles N. Leite a Av. Aprígio Veloso 882, Bodocongó/ Unidade Acadêmica de Engenharia Química, Campina Grande, 58429-970, Brasil. *antoniellybarbosa@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho teve como objetivo desenvolver zeólita MCM-22 com uma diminuição no tempo de cristalização. A preparação da zeólita MCM-22 foi realizada seguindo o método de síntese hidrotérmica com tempo de cristalização de 8 dias. O material foi caracterizado por difração de raios X (DRX), análise química por espectrometria de raios X por energia dispersiva (EDX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). A obtenção da zeólita MCM-22 pôde ser confirmada pelo difratograma de raios X, onde podemos observar a presença de picos característicos da zeólita. Através das imagens obtidas por MEV, foi possível analisar que a zeólita é constituída por aglomerados de partículas de forma esféricas. Palavras-chave - MCM-22, síntese hidrotérmica INTRODUÇÂO Zeólitas são aluminossilicatos hidratados e cristalinos do grupo dos metais alcalinos e alcalinos terrosos, cujo arranjo estrutural apresenta cavidades e canais interconectados nos quais estão presentes íons de compensação, como por exemplo, Na +, Ca 2+, Mg 2+, K +, como também a presença da H 2 O. São compostas de uma rede tridimensional de tetraedros [AlO 4 ] 5- e [SiO 4 ] 4- ligados entre si pelos átomos de oxigênio, cada um deles comum a dois tetraedros vizinhos originando assim uma estrutura microporosa. As cargas negativas dos tetraedros AlO 4 são compensadas por cátions alcalinos, que podem ser substituídos por outros cátions por troca iônica. As mesmas apresentam ainda, propriedades de troca catiônica, adsorção/dessorção e elevada seletividade pelo íon NH 4 + (SAWYER, 2000; DUMITRU, 1976; WILSON, 2002). As zeólitas são as peneiras moleculares de maior importância comercial, com grande potencial como catalisadores ou como suportes catalíticos (DAVIS, 2003; MONTEIRO, 1995). Uma característica muito importante das zeólitas é a sua alta porosidade, onde a estrutura é formada por canais e cavidades regulares e uniformes, com dimensões moleculares, permitindo que algumas moléculas tenham acesso ao interior dos cristais e outras não. Esse tipo de estrutura faz com que as zeólitas apresentem uma superfície interna extremamente grande em relação a sua superfície externa (MONTEIRO, 1995; FOLLETO et al., 2000). Em 1990 pesquisadores da Mobil Oil Corporation desenvolveram e patentearam um novo material zeolítico, denominado zeólita MCM-22 (MWW, código IZA - International Zeolite Association). De acordo com sua patente, este novo material pode ser sintetizado numa faixa de razões molares de SiO 2 /Al 2 O 3 entre 10 e 150 (RUBIN; CHU, 1990). Sua estrutura consiste em dois sistemas de canais independentes, ambos acessados por janelas de 10 membros TO 4 (T=Si ou Al). O primeiro sistema é constituído por canais senoidais bidimensionais de 10 membros, cujo diâmetro livre é de 0,40 x 0,59 nm e o outro sistema, tridimensional, são formados pelo empilhamento das camadas lamelares onde se encontram os

canais sinusoidais, levando a formação das supercavidades cilíndricas de 12 membros, cujo diâmetro livre é de 0,71 nm e altura de 1,82 nm (Figura 1), onde seus enormes vácuos intracristalinos são acessíveis apenas por aberturas de 10 membros. Cada supercavidade se comunica com as supercavidades vizinhas por seis anéis de 10 membros, cujo diâmetro livre é de 0,40 0,54 nm (MASCARENHAS, 2004). Figura 1. Representação esquemática da estrutura (MWW); (A) representação completa mostrando as duplas camadas ligadas por pontes Si O Si, (B) a grande cavidade MWW, no centro da representação (A) e (C) a pequena unidade de construção indicando os sítios T cristalograficamente distintos. Na síntese hidrotérmica da zeólita MCM-22 são utilizados: a hexametilenoimina (HMI), os cátions inorgânicos compensadores de cargas, a sílica, o aluminato de sódio, a água e o hidróxido de sódio (MARQUES; MONTEIRO; PASTORE, 1999). De acordo com Yamamoto et al. (2002) são necessários tempos longos para uma completa cristalização da zeólita MCM-22, com crescimento gradual dos cristais de 10-14 dias (HE et al., 1998). Se os tempos reacionais de cristalização forem excessivos: respectivamente acima de 14 dias, poderão conduzir à formação de espécies zeolíticas hidrotermicamente mais estáveis, devido à característica metaestável da zeólita MCM-22 (MOCHIDA et al., 1997; TESTA et al., 1999). O objetivo deste trabalho foi estudar a influência da redução do tempo de cristalização (8 dias) na síntese hidrotérmica da zeólita MCM-22. Para tal finalidade foram utilizadas técnicas de caracterização, tais como: DRX, EDX e MEV. EXPERIMENTAL O método utilizado para a síntese da zeólita MCM-22 baseia-se no trabalho de (Rouleau, 2008), onde a síntese consistiu das seguintes etapas. Inicialmente foi preparada uma solução de hidróxido de sódio (NaOH), à temperatura ambiente, em seguida adicionou-se aluminato de sódio (NaAlO 2 ), sob agitação constante por 20 minutos, para total dissolução do sal. Após dissolução do sal o direcionador de estrutura (hexametilenoimina-hmi) foi adicionado, gota a gota por 40 minutos, sob agitação constante. A essa mistura foi dissolvida uma fonte de sílica (SiO 2 ), sob agitação, durante um período de 30 minutos, obtendo uma solução final (em forma de um gel). A solução gel foi envelhecida por 30 minutos sob agitação constante, à temperatura ambiente.

(111) (201) (202) Intensidade(u.a.) (102) (101) (002) (300) (220) (310) (100) (300) (310) (001) Ao final do envelhecimento, a solução foi submetida a tratamento hidrotérmico a uma temperatura de 150 C/8 dias. Após a etapa de cristalização, o material obtido foi filtrado a vácuo, e lavado com água deionizada até atingir ph neutro. O material resultante foi seco a uma temperatura em torno de 70 C. Este material foi submetido à caracterização por Difração de Raios X (DRX) análise química por espectrometria de raios X por energia dispersiva (EDX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Caracterização: Difração de Raios X (DRX) - Os dados foram coletados utilizando o método do pó empregando-se um difratômetro Shimadzu XRD-6000 com radiação CuKT, tensão de 40 KV, corrente de 30 ma, tamanho do passo de 0,020 2U e tempo por passo de 1,000s, com velocidade de varredura de 2º(2U)/min, com ângulo 2U percorrido de 2 a 50º. Análise Química por Espectrometria de Raios X por Energia Dispersiva (EDX) - O equipamento utilizado foi um Espectrômetro de Raios X por Energia Dispersiva - EDX-700 Shimadzu. Esta análise foi realizada no Laboratório de Caracterização de Materiais, Departamento de Engenharia de Materiais - UFCG. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) - O aparelho utilizado foi um microscópio eletrônico de varredura FEI, Quanta 200 FEG. Esta análise foi realizada no Laboratório de Microscopia Eletrônica e Microanálise do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste CETENE, Recife - Pernambuco. RESULTADOS E DISCUSSÃO Difração de Raios X (DRX) A Figura 2 apresenta o difratograma de raios-x referente à amostra da zeólita MCM-22 obtida através do método de síntese hidrotérmica referente ao oitavo dia de cristalização. MCM-22 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Figura 2. Difatograma da zeólita MCM-22 obtido a partir da síntese hidrotérmica com tempo de tratamento de 8 dias. 2

De acordo com o difatograma podemos observar que ocorre o início da formação da zeólita MCM-22 nas regiões correspondentes a 2θ = 12 25 e 2θ = 26-29º, onde os picos característicos apresentam uma distância interplanar basal estreita. He et al., 1998, quando estudaram a Síntese, caracterização e atividade catalítica da peneira molecular MCM-36 também observaram a existência da região correspondente ao material MCM-22, situada entre 2θ = 12 25. O difratograma referente à Figura 2, obtida por tratamento hidrotérmico, encontra-se em concordância com os relatados na literatura, porém com tempo de cristalização menor (RUBIN; CHU, 1990; PERGHER; CORMA; FORNÉS, 2003a) cujas características são correspondentes a materiais cristalinos e sem a presença de fases secundárias. Análise química por espectrometria de raios X por energia dispersiva (EDX) A partir do resultado analisado de DRX, observamos que o tratamento hidrotérmico foi eficaz no tempo de cristalização utilizado. Tabela 1. Composição química da zeólita MCM-22. Componente SiO 2 (%) Al 2 O 3 (%) Impurezas (%) SiO 2 /Al 2 O 3 MCM-22/ Cristalização (8 dias) 91.47 7.02 1.50 13.03 A cristalização da zeólita mostrou-se eficiente, considerando o fato de que a razão SiO 2 /Al 2 O 3 encontram-se próximas aos valores nominais previsto. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) A Figura 3 mostra as imagens obtidas a partir da microscopia eletrônica de varredura da zeólita MCM-22 com tempo de tratamento hidrotérmico de 8 dias, na magnitude de 4000x e 10000x, respectivamente. Figura 3. Micrografia da zeólita MCM-22, obtida a partir do método de síntese hidrotérmica com tempo de tratamento de 8 dias. De acordo com os resultados, para a zeólita MCM-22 obtida com tempo de tratamento de 8 dias, é possível observar a formação de aglomerados de partículas variando na ordem de 3,6μm 46,2μm, considerando a magnitude de 4000x.

CONCLUSÃO De acordo com a análise de DRX observou-se que o tratamento hidrotérmico utilizado para sintetizar a zeólita MCM-22 foi eficaz durante o tempo de cristalização utilizado (8 dias). É possível observar a partir do EDX, que a amostra em estudo apresenta alto percentual de sílica (SiO 2 ) e baixo teor de alumina (Al 2 O 3 ) na estrutura zeolítica, o que lhes confere uma alta razão SiO 2 /Al 2 O 3 característico da estrutura MWW. A análise de MEV mostrou que a morfologia da zeólita MCM-22 apresenta-se de forma esférica. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao REUNI/CAPES pelo apoio financeiro concedido. REFERNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAVIS, R. J., New perspectives on basic zeolites as catalysts and catalyst supports, Journal of Catalysis, v. 216, p. 396-405, 2003. DUMITRU, T.; Thermal Analysis of Minerals. ABACUS PRESS, Romênia, 1976. FOLLETO, E. L., KUHNEN, H. J., JOSÉ, H. J., Síntese da zeólita ZSM-5 e suas propriedades estruturais após troca iônica com cobre. Cerâmica, v. 46, p. 210-213, 2000. MARQUES, A.L.S.; MONTEIRO, J.L.F.; PASTORE, H.O. Static crystallization of zeolites MCM-22 and MCM-49. Microporous and Mesoporous Materials, v. 32, p. 131-145, 1999. MASCARENHAS, A. J. S. Utilização dos catalisadores zeolíticos Fe-, Co- e Cu-MCM-22 na decomposição dos óxidos de nitrogênio. Tese. Campinas, UNICAMP, 2004. MOCHIDA, I.; EGUCHI, S.; HIRONAKA, M.; NAGAO, S.; SAKANISHI, K.; WHITEHURST, D. D. The effects of seeding in the synthesis of zeolite MCM-22 in the presence of hexamethyleneimine. Zeolites, v. 18, p. 142-151, 1997. MONTEIRO, J. L. F. Introdução a peneiras moleculares. In: CURSO IBEROAMERICANO SOBRE PENEIRAS MOLECULARES, São Carlos: UFSCar, p. 1-18, 1995. PERGHER, S.B.C.; CORMA, A.; FORNÉS, V. Preparación y caracterización de la zeolita MCM-22 y de su precursor laminar. Qímica Nova, v. 26, n. 6, p. 795-802, 2003a. ROULEAU, L.; PIRNGRUBER, G.; GUILLOU, F.; VALTCHEV, V. Supported zeolite composite membranes synthesized by controlling the penetration or gelation of the precursor into the support pores. Zeolites and Related Materials: Trends, Targets and Challenges, 2008. RUBIN, M. K., CHU, P., Composition of Synthetic Porous Cristalline Material, Its Synthesis and Use. U.S. Patent 4, 959, 325, 1990. SAWYER Cl - Química para Ing. Ambiental 4 ta edición. Mc Grawhill-Colombia, p. 295-297, 2000. TESTA, F., CREA, F.; DIODATI, G.D; PASQUA, L.; AIELLO, R., LENTZ, P., NAGY, J. B., Synthesis and characterization of Fe- and [Fe,Al]-MCM-22 zeolites. Microporous and Mesoporous Materials, v. 30, p. 187, 1999. WILSON M. J. Clay Mineralogy:Spectroscopic and Chemical Determinative Methods Head, Division of Soils, FRSE, New York, p. 45-49, 2002.