PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

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PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL MUNICÍPIO DE CASTELO BRANCO RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO 1

EQUIPA TÉCNICA DA ESTCB Prof. Doutor Rui Amaro Alves (Coordenação) Arq. to José Carlos Mocito Eng.º Sílvio Castanheira Eng.º Sérgio Bispo EQUIPA DA CMCB Vereador Eng.º João Carvalhinho Eng.ª Maria Otília Caetano ESTCB, Janeiro de 2008 2

Índice 1. INTRODUÇÃO... 9 2. CONTEXTO ALARGADO... 10 2.1. INSERÇÃO TERRITORIAL DA ÁREA DE ESTUDO... 10 2.2. CONTEXTO ADMINISTRATIVO E REGIONAL... 11 2.2.1. População e povoamento... 11 2.2.2. Infra-estruturas de transporte... 14 2.2.3. Interdependências territoriais... 15 2.2.4. Base económica regional... 17 2.2.5. Repartição intermodal das deslocações a nível regional e sub-regional... 20 3. CONTEXTO CONCELHIO... 21 3.1. POPULAÇÃO E POVOAMENTO CONCELHIO... 22 3.2. INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE A NÍVEL CONCELHIO... 26 3.3. ACTIVIDADES ECONÓMICAS LOCAIS... 27 3.4. ESTRUTURA TERRITORIAL E FUNCIONAL... 29 3.5. TRANSPORTES PÚBLICOS NO CONCELHO... 31 3.5.1. Oferta de Transportes... 31 3.5.2. Transportes especiais... 39 3.5.3. Táxis... 39 3.5.4. Procura de Transportes públicos... 40 3.6. TRANSPORTE INDIVIDUAL... 41 3.7. SINISTRALIDADE NO CONCELHO... 45 3.7.1. Acidentes e vítimas: evolução... 45 3.7.2. Natureza dos acidentes... 46 3.7.3. Causas dos acidentes... 47 3.7.4. Estrutura territorial... 48 4. ÁREA DE INTERVENÇÃO... 50 4.1. TOPOGRAFIA E CLIMA... 50 4.2. POPULAÇÃO, FAMÍLIAS E ACTIVIDADES ECONÓMICAS... 51 4.3. ESTRUTURA URBANA... 53 4.3.1. Épocas de evolução da cidade... 55 4.3.2. Malha urbana... 55 4.3.3. Estrutura funcional e usos do solo... 59 4.3.4. Estrutura verde urbana... 63 4.4. GRANDES PÓLOS ATRACTORES E GERADORES DE TRÁFEGO... 66 4.5. ARTICULAÇÃO ENTRE O PLANEAMENTO E GESTÃO URBANÍSTICA E OS TRANSPORTES E MOBILIDADE... 68 4.6. INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE... 73 3

4.6.1. Rede viária... 73 4.6.2. Ciclovias... 79 4.6.3. Estacionamento... 80 4.6.4. Sistema de circulação e regulação do tráfego... 85 4.7. OFERTA DE TRANSPORTES... 91 4.7.1. Transportes especiais... 91 4.7.2. Transportes públicos urbanos... 92 4.7.3. Táxis... 108 4.7.4. Linha de Ecobus... 109 4.8. PROCURA DE TRANSPORTES... 110 4.8.1. Principais deslocações... 110 4.8.2. Repartição modal... 112 4.8.3. Circulação pedonal... 114 4.8.4. Circulação cicloviária... 118 4.8.5. Transportes especiais... 118 4.8.6. Transportes públicos... 118 4.8.7. Circulação automóvel... 119 4.9. SINISTRALIDADE NA CIDADE... 131 4.9.1. Acidentes e vítimas: evolução... 131 4.9.2. Natureza dos acidentes... 131 4.9.3. Causas dos acidentes... 133 4.9.4. Estrutura territorial... 135 4.10. AMBIENTE URBANO... 138 4.10.1. Qualidade do ar... 138 4.10.2. Ruído... 139 4.11. HÁBITOS DA POPULAÇÃO... 142 4.11.1. Motivações na escolha do modo... 142 4.12. PRINCIPAIS PROJECTOS / PLANOS EM CURSO... 145 5. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO... 152 5.1. A VISÃO DA POPULAÇÃO... 152 5.1.1. Estacionamento... 155 5.1.2. Restrição à circulação automóvel... 156 5.1.3. Utilização dos transportes colectivos... 156 5.1.4. Uso da bicicleta... 156 5.2. PRINCIPAIS CONDICIONANTES E OPORTUNIDADES À MOBILIDADE SUSTENTÁVEL NA CIDADE DE CASTELO BRANCO... 157 5.3. PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERVENÇÃO... 163 6. BIBLIOGRAFIA... 164 7. ANEXOS... 165 4

INDICE DE QUADROS Quadro I Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004)... 12 Quadro II Evolução da densidade populacional no Centro e Beira Interior Sul... 12 Quadro III Índices-resumo da estrutura etária da população residente na envolvente regional de Castelo Branco (1991/2001)... 14 Quadro IV Migrações pendulares de trabalho no concelho de Castelo Branco (1991/2001)... 17 Quadro V Distribuição das empresas por actividade (%)... 19 Quadro VI Distribuição do pessoal ao serviço por actividade (%)... 19 Quadro VII Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul... 20 Quadro VIII Sistematização da hierarquia dos centros urbanos do concelho de Castelo Branco... 30 Quadro IX Características dos comboios com origem em Castelo Branco... 31 Quadro X Características dos comboios com chegada de Castelo Branco... 32 Quadro XI Tempo de viagem entre a estação de Castelo Branco e as estações e apeadeiros na envolvente regional... 32 Quadro XII Características das carreiras expresso com paragem em Castelo Branco... 33 Quadro XIII Características das carreiras interurbanas que servem o concelho de Castelo Branco... 34 Quadro XIV Características das carreiras intra-concelhias da RBI... 35 Quadro XV Evolução da população residente, famílias e fogos... 51 Quadro XVI Distribuição do emprego na cidade de Castelo Branco... 52 Quadro XVII Indicadores das zonas urbanas... 62 Quadro XVIII Integração dos âmbitos relacionados com o sector dos transportes nos diversos instrumentos de planeamento... 69 Quadro XIX Inclinações nas vias da cidade de Castelo Branco... 74 Quadro XX Largura das faixas de rodagem na cidade de Castelo Branco... 75 Quadro XXI Largura dos passeios na cidade de Castelo Branco... 76 Quadro XXII Largura dos perfis na cidade de Castelo Branco... 77 Quadro XXIII Oferta de estacionamento gratuito em 5 zonas da cidade de Castelo Branco... 81 Quadro XXIV Oferta de estacionamento gratuito em 9 zonas da cidade de Castelo Branco... 82 Quadro XXV Custo de parqueamento no estacionamento da Devesa... 82 Quadro XXVI Custo de parqueamento no estacionamento da Praça... 83 Quadro XXVII Características das carreiras urbanas... 100 Quadro XXVIII Período de funcionamento das carreiras urbanas... 101 Quadro XXIX Frequência das carreiras urbanas que servem a cidade de Castelo Branco... 103 Quadro XXX Tarifário aplicado às carreiras urbanas da cidade de Castelo Branco... 104 Quadro XXXI Locais onde se registaram 10 ou mais acidentes, no período 2001-2006... 136 Quadro XXXII Locais onde houve reincidência de atropelamentos, no período 2001-2006... 136 Quadro XXXIII Principais intervenções previstas e respectivo impacte sobre o sistema de mobilidade... 146 Quadro XXXIV Características das zonas urbanas onde é previsto um acréscimo populacional superior a 1 000 habitantes, segundo o PU... 151 5

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Enquadramento do concelho de Castelo Branco... 10 Figura 2 Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004)... 11 Figura 3 População residente na Beira Interior Sul por dimensão de lugar... 13 Figura 4 Evolução da estrutura etária da Beira Interior Sul... 13 Figura 5 Rede viária nacional e regional do distrito de Castelo Branco... 14 Figura 6 Rede ferroviária nacional Região Centro... 15 Figura 7 Movimentos pendulares por motivo de trabalho com destino ao concelho de Castelo Branco... 16 Figura 8 Movimentos pendulares por motivo de estudo com destino ao concelho de Castelo Branco... 16 Figura 9 Valor acrescentado bruto, por sector e área territorial em 2003... 18 Figura 10 Repartição intermodal das deslocações na região Centro e Beira Interior Sul... 20 Figura 11 Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul... 21 Figura 12 Unidades de paisagem do concelho de Castelo Branco... 21 Figura 13 Evolução da população residente no concelho de Castelo Branco... 22 Figura 14 Densidade populacional nas freguesias do concelho de Castelo Branco... 23 Figura 15 Variação da população nas freguesias do concelho de Castelo Branco... 23 Figura 16 Evolução da população residente por dimensão de lugar... 24 Figura 17 Povoamento no concelho de Castelo Branco... 24 Figura 18 Evolução da estrutura etária da população residente no concelho de Castelo Branco (1991/2001)... 25 Figura 19, 20, 21, 22 Índices resumo da estrutura etária da população residente nas freguesias do concelho de Castelo Branco... 26 Figura 23 Infra-estruturas de transporte no concelho de Castelo Branco... 27 Figura 24 Decomposição da população activa empregada por sector, em 2001... 28 Figura 25 Decomposição da população activa empregada por actividade económica, em 2001... 29 Figura 26 Carreiras expresso com ligação a Castelo Branco... 33 Figura 27 Concelhos abrangidos por carreiras intermunicipais diárias com ligação a Castelo Branco... 34 Figura 28 Carreiras intra-concelhias diárias da RBI... 36 Figura 29 Aglomerados servidos por carreiras diárias com origem/destino na cidade... 37 Figura 30 Distância-tempo em relação à cidade de Castelo Branco em transporte colectivo... 37 Figura 31 Custo da tarifa de transporte público colectivo em relação a Castelo Branco... 38 Figura 32 Táxis existentes no concelho de Castelo Branco... 39 Figura 33 Evolução do número de passes atribuídos e dos passageiros que utilizaram as carreiras inter-urbanas da RBI, em 2006... 40 Figura 34 Evolução da Taxa de Motorização... 41 Figura 35 Tráfego médio diário (2006) na Auto-Estrada A23... 42 Figura 36 Acessibilidade regional a Castelo Branco em transporte individual... 43 Figura 37 Acessibilidade concelhia em transporte individual à cidade de Castelo Branco... 44 Figura 38 e 39 Evolução do número de acidentes com vítimas e sinistrados em Portugal (à direita), e no concelho de Castelo Branco (à esquerda), no período 2002 2006... 45 Figura 40 Evolução do número de acidentes com vítimas e sinistrados, por 1000 habitantes, em Portugal e no concelho de Castelo Branco, no ano 2006... 45 Figura 41 Número de sinistrados, por 1000 habitantes, em Portugal e no concelho de Castelo Branco, em 2006. 46 Figura 42 Natureza dos acidentes registados no concelho de Castelo Branco, no período 2002 2006... 46 Figura 43 Características dos acidentes registados no concelho de Castelo Branco, 2002 2006... 47 Figura 44 Causas dos acidentes ocorridos no concelho de Castelo Branco, no período 2002 2006... 47 Figura 45 Características dos acidentes localizados dentro e fora de localidades no concelho de Castelo Branco, no período 2002 2006... 48 6

Figura 46 Características dos acidentes no concelho, por localização e causa (2002-2006)... 48 Figura 47 Localização dos acidentes no concelho de C.lo Branco (2002-2006)... 49 Figura 48 Características dos acidentes no concelho, por localização (2002 2006)... 49 Figura 49 Enquadramento da cidade de Castelo Branco... 50 Figura 50 Evolução da população residente, famílias e fogos na cidade de Castelo Branco... 51 Figura 51 Estrutura etária da população residente na cidade de Castelo Branco, em 2001... 52 Figura 52 Zonamento da cidade de Castelo Branco... 54 Figura 53 Evolução urbana da cidade de Castelo Branco... 57 Figura 54 Malha urbana (circulares e radiais) da cidade de Castelo Branco... 58 Figura 55 Estrutura funcional da cidade de Castelo Branco... 60 Figura 56 Distribuição dos postos de trabalho na cidade de Castelo Branco... 64 Figura 57 Distribuição dos alunos na cidade de Castelo Branco... 64 Figura 58 Estrutura verde e localização de equipamentos de desporto, educação e cultura... 65 Figura 59 Pontos de contagem ( ) e inquérito O/D ( )... 66 Figura 60 Relação Origem/Destino... 67 Figura 61 Organigrama da Câmara Municipal de Castelo Branco... 72 Figura 62 Inclinações nas vias da cidade de Castelo Branco... 74 Figura 63 Largura média dos passeios na cidade de Castelo Branco... 76 Figura 64 Largura dos perfis na cidade de Castelo Branco... 77 Figura 65 Classificação e estado de conservação das estradas na cidade de Castelo Branco... 78 Figura 66 Rede de ciclovias da cidade de Castelo Branco... 80 Figura 67 Duração média da procura de estacionamento... 83 Figura 68 Tempo de permanência dos utilizadores do Parque de Estacionamento da Devesa (Janeiro de 2006 a Maio de 2007)... 85 Figura 69 Localização dos semáforos na cidade de Castelo Branco... 87 Figura 70 Localização de alguns problemas diagnosticados... 90 Figura 71 Rede de transportes colectivos urbanos de Castelo Branco... 92 Figura 72 Percurso da carreira urbana n.º 1... 93 Figura 73 Percurso da carreira urbana n.º 2... 94 Figura 74 Percurso da carreira urbana n.º 3... 95 Figura 75 Percurso da carreira urbana n.º 4... 96 Figura 76 Percurso da carreira urbana n.º 5... 97 Figura 77 Percurso da carreira urbana n.º 6... 98 Figura 78 Estrutura dos transportes colectivos urbanos da cidade de Castelo Branco... 99 Figura 79 Cobertura da cidade em relação às linhas de transporte colectivo urbano... 99 Figura 80 Cobertura da cidade em relação às paragens de transporte colectivo urbano... 100 Figura 81 Sistema de transportes públicos colectivos na cidade de Castelo Branco... 106 Figura 82 Localização e capacidade das praças de táxi da cidade de Castelo Branco... 108 Figura 83 Principais pares origem/destino... 111 Figura 84 Repartição modal das deslocações na cidade de Castelo Branco... 112 Figura 85 Transporte próprio à disposição... 113 Figura 86 Proporção de uso dos transportes... 113 Figura 87 Uso do automóvel nas deslocações diárias habituais... 114 Figura 88 Áreas e eixos pedonais principais da cidade de Castelo Branco... 115 Figura 89 Circulares, variantes e vias com passeio direito e esquerdo com largura superior a 2 m... 117 Figura 90 Evolução do número de passes atribuídos e dos passageiros que utilizaram as carreiras urbanas da RBI, em 2006... 119 Figura 91 Distribuição do volume de tráfego, entre os períodos da manhã e tarde... 119 7

Figura 92 Composição do tráfego durante os períodos de contagem da manhã e da tarde... 120 Figura 93 Ocupação dos veículos... 120 Figura 94 Motivos das deslocações, de manhã e de tarde... 121 Figura 95 Frequência das deslocações, de manhã e de tarde... 121 Figura 96 Cargas na rede no período de contagem da manhã (8.00h 10.00h)... 123 Figura 97 Cargas na rede no período de contagem da tarde (17.00h 19.00h)... 124 Figura 98 Hora de ponta (HP)... 125 Figura 99 Tráfego médio diário (TMD)... 126 Figura 100 e 101 Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pelo LARGO DA SÉ... 128 Figura 102 e 103 Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela ROT. DA ESTAÇÃO... 128 Figura 104 e 105 Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela PRAÇA RAINHA D. LEONOR... 129 Figura 106 e 107 Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela AV. 1.º DE MAIO... 129 Figura 108 e 109 Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela AV. DO BRASIL (ROT. DA CARAPALHA)... 130 Figura 110 Evolução do número de acidentes e sinistrados no concelho de Castelo Branco, no período 2002 2006... 131 Figura 111 Natureza dos acidentes registados na cidade de Castelo Branco, no período 2002 2006... 132 Figura 112 Evolução das características dos acidentes registados na cidade de Castelo Branco, por tipo de acidente, no período 2002 2006... 132 Figura 113 Número de vítimas por cada acidente ocorrido na cidade de C.lo Branco entre 2002 2006... 133 Figura 114 Causas dos acidentes ocorridos na cidade de Castelo Branco, no período 2002 2006... 133 Figura 115 Causas dos acidentes com vítimas ocorridos na cidade de Castelo Branco (2002 2006)... 134 Figura 116 Distribuição das vítimas resultantes dos acidentes pelas causas que originaram o acidente na cidade de Castelo Branco, no período 2002 2006... 134 Figura 117 Número de vítimas por acidentes, segundo a causa do acidente, no período 2002 2006... 135 Figura 118 Locais onde se registaram 6 ou mais acidentes e/ou onde se assinalaram atropelamentos... 137 Figura 119 Locais de medição do ar ( ) e ruído ( )... 138 Figura 120 Carta de Ruído Nocturno na cidade de Castelo Branco... 140 Figura 121 Carta de Ruído Diurno na cidade de Castelo Branco... 140 Figura 122 Motivos para usar automóvel (%)... 142 Figura 123 Motivos para não usar automóvel (%)... 143 Figura 124 Motivos para não andar a pé (%)... 143 Figura 125 Motivos para não andar de bicicleta (%)... 144 Figura 126 Motivos para não andar de transportes colectivos (%)... 144 Figura 127 Localização das principais intervenções previstas... 149 Figura 128 Gravidade dos problemas de circulação automóvel... 152 Figura 129 Gravidade dos problemas de estacionamento... 153 Figura 130 Gravidade dos problemas da rede cicloviária... 153 Figura 131 Gravidade dos problemas da rede pedonal... 153 Figura 132 Gravidade dos problemas dos transportes colectivos... 154 Figura 133 Ordenação dos problemas por gravidade... 155 Figura 134 Factores que levariam ao aumento da utilização de transportes colectivos... 156 8

1. INTRODUÇÃO O presente relatório pretende dar resposta à Proposta de Trabalhos apresentada pela ESTCB, no quadro do protocolo estabelecido entre a Agência Portuguesa do Ambiente, a ESTCB/IPCB e a Câmara Municipal de Castelo Branco, no que se refere ao Relatório de Diagnóstico, no quadro do Plano de Mobilidade Sustentável para Cidade de Castelo Branco. O relatório encontra-se organizado em 6 capítulos. O segundo e terceiro capítulos caracterizam os contextos alargado e próximo em que se insere a cidade de Castelo Branco, que coincide com a área de intervenção do estudo. O quarto capítulo caracteriza a área de intervenção em diveros âmbitos, como a topografia e clima, população e socio-ecónomia, estrutura urbana, atracção e geração de tráfego, articulação entre o ordenamanto/urbanismo e a mobilidade e os transportes, infra-estruturas de transporte, oferta e procura de transportes, sinistralidade, ambiente urbano e os principais hábitos da população em termos de mobilidade. O quinto capítulo versa sobre os impactes dos principais projectos/planos em curso no sector da mobilidades e transportes na cidade. No sexto capítulo é efectuada uma síntese do diagnóstico, bem como das principais condicionantes que se colocam à mobilidade sustentável na cidade de Castelo Branco. Para a realização do diagnóstico foram consultadas diversas fontes de informação como estudos e planos existentes sobre a área de intervenção, facultados pela Câmara Municipal de Castelo Branco, ou existentes na ESTCB, referenciados ao longo do texto e na bibliografia; efectuadas reuniões com a equipa da Câmara Municipal, e com outras entidades com relevância para a temática: PSP, GNR, RBI, IPSS, Bombeiros, ACAP, INE, EP, SCUTVIAS, entre outras. Paralelamente, foi estabelecida uma parceria entre a ESTCB e a Câmara Municipal de Castelo Branco para a realização de contagens de tráfego e de inquéritos origem-destino aos automobilistas na cidade, numa segunda-feira. Por outro lado, foram efectuados inquéritos junto da população e das famílias, tendo sido obtidas respostas a 805 inquéritos individuais e a 305 inquéritos aos aglomerados familiares. O volume de recursos humanos envolvidos conjugado com a escassez de meios financeiros disponíveis e o tempo, nem sempre favorável, condicionaram a realização das contagens e dos inquéritos origem-destino, tendo a sua realização sido possível apenas à terceira tentativa, motivo pelo qual a entrega do relatório só agora se tornou possível. A equipa da ESTCB agradece a disponibilidade manifestada e colaboração prestada pelas instituições envolvidas, em especial, à Câmara Municipal de Castelo Branco nas pessoas directamente envolvidas o Sr. Vereador Eng. João Carvalhinho e a Sr.ª Eng.ª Maria Otília Caetano. 9

2. CONTEXTO ALARGADO 2.1. INSERÇÃO TERRITORIAL DA ÁREA DE ESTUDO O concelho de Castelo Branco faz parte de um importante eixo de desenvolvimento do interior do continente, corredor de fluxos de transporte de importância nacional e ibérica. A cidade de Castelo Branco constitui um dos principais centros do eixo urbano da Beira Interior. Região Centro Beira Interior Sul 0 100 km 0 50 km 0 10 km Adaptado de: PNPOT Figura 1 Enquadramento do concelho de Castelo Branco 10

2.2. CONTEXTO ADMINISTRATIVO E REGIONAL Do ponto de vista administrativo o concelho de Castelo Branco é constituído por 25 freguesias, insere-se na Região Centro (NUT II), na sub-região Beira Interior Sul (BIS - NUT III) e no distrito de Castelo Branco, confrontando com os concelhos de Idanha-a-Nova, Fundão, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, bem como com a fronteira político-administrativa luso espanhola (Figura 1). 2.2.1. População e povoamento A região é caracterizada pelo despovoamento humano resultante de um contexto demográfico regressivo que persiste desde 1960; densidades populacionais relativamente baixas onde apenas os concelhos de maior dimensão urbana revelam capacidades de atracção sobre os envolventes e sobre outras regiões do país. A população residente da BIS é estimada em cerca de 76 000 habitantes, tendo perdido mais de 10 000 habitantes (cerca de 12%) nas duas últimas décadas. No concelho de Castelo Branco residem mais de 72% dessa população (55 034 habitantes). Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 2 Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004) Apenas o concelho de Castelo Branco tem mantido uma população relativamente estável com oscilações em torno dos 55 000 habitantes, registando os restantes municípios perdas acentuadas de população. 11

Unidade Territorial População Residente Variação da População (%) 1981 1991 2001 2004 81/91 91/01 01/04 Região Centro 1 763 119 1 721 650 1 782 178 2 376 609-2,4 3,5 33,4 Beira Interior Sul 86 138 81 015 78 123 75 925-5,9-3,6-2,8 Castelo Branco 54 908 54 310 55 708 55 034-1,1 2,6-1,2 Idanha-a-Nova 16 101 13 630 11 659 10 929-15,3-14,5-6,3 Penamacor 9 524 8 115 6 658 6 160-14,8-18,0-7,5 Vila Velha de Ródão 5 605 4 960 4 098 3 802-11,5-17,4-7,2 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro I Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004) As densidades populacionais são muito baixas. Apenas o concelho de Castelo Branco regista valores superiores a 30 hab/km 2 e evolução temporal estável. Unidade Territorial Densidade Populacional (hab/km 2 ) 1981 1991 2001 2004 Região Centro 74,5 72,7 75,3 84,3 Beira Interior Sul 23,0 21,7 20,9 20,3 Castelo Branco 38,1 37,7 38,7 38,3 Idanha-a-Nova 11,4 9,7 8,3 7,7 Penamacor 17,1 14,6 12,0 10,9 Vila Velha de Ródão 17,0 15,0 12,4 11,5 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro II Evolução da densidade populacional no Centro e Beira Interior Sul Embora a população a residir em aglomerados com menos de 1 000 habitantes, em 2001, representasse ainda 40% do total da região, ela tende a concentrar-se cada vez mais em pequenas parcelas do território, designadamente as cidades de pequena e média dimensão. A população a residir na cidade de Castelo Branco representava já 39% do total da população da BIS. 12

Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 3 População residente na Beira Interior Sul por dimensão de lugar Este processo de despovoamento tem assumido consequências drásticas ao nível do grau de envelhecimento da população, apresentando actualmente um profundo desequilíbrio, muito superior ao dos territórios mais vastos onde se insere, a Região Centro e o Continente. A proporção da população residente na BIS com mais de 65 anos em 2001 era de 27,5% atingindo em alguns concelhos valores superiores a 40%, como são os casos de Idanha-a- -Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 4 Evolução da estrutura etária da Beira Interior Sul 13

Nas últimas décadas tem-se verificado um acelerado agravamento do índice de envelhecimento demográfico quer no topo quer na base, com impactes sociais complexos. A relação idosos/jovens, em 2001 era de 2,3 idosos por cada jovem residente na Beira Interior Sul, o índice de dependência dos idosos era de 45,4%, valores estes duas vezes superiores aos do continente. Índice de Envelhecimento Demográfico Índice de Dependência dos Jovens Índice de Dependência dos Idosos Índice de Dependência Total Área Geográfica 1991 2001 1991 2001 1991 2001 1991 2001 Beira Interior Sul 160,1 229,0 24,6 19,8 39,4 45,4 64,1 65,2 Região Centro 87,0 129,6 29,3 22,9 25,5 29,7 54,9 52,6 Continente 69,5 104,5 29,6 23,3 20,6 24,4 50,1 47,7 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro III Índices-resumo da estrutura etária da população residente na envolvente regional de Castelo Branco (1991/2001) 2.2.2. Infra-estruturas de transporte A região é atravessada por importantes eixos rodo e ferroviários de carácter nacional e internacional. A auto-estrada A23 atravessa a região no sentido Norte-Sul e estabelece ligações com o litoral (Área Metropolitana de Lisboa - AML, Região Centro e litoral Norte) e com Espanha. As principais ligações regionais e transversais são garantidas através do IC8 e de um conjunto de estradas regionais (ER112, ER233 e ER240). Está prevista a construção do IC31, com perfil de auto-estrada, que estabelecerá a ligação a Espanha no concelho de Idanha-a-Nova. Fonte: Estradas de Portugal Figura 5 Rede viária nacional e regional do distrito de Castelo Branco 14

A linha ferroviária da Beira Baixa, recentemente electrificada até Castelo Branco, estabelece as ligações à AML e aos principais eixos ferroviários do país na plataforma do Entroncamento. Lardosa Castelo Branco Adaptado de: CP Comboios de Portugal Figura 6 Rede ferroviária nacional Região Centro 2.2.3. Interdependências territoriais Nas últimas décadas os fenómenos de polarização dos concelhos urbanos, o alargamento das áreas de influência dos centros urbanos principais e as interdependências territoriais inter e intra-regionais registaram incrementos muito significativos, tendo como resultado uma articulação acrescida entre Castelo Branco e os concelhos das regiões envolventes no domínio dos fluxos pendulares. 15

1991 N 2001 N mero de Movimentos 20-50 51-100 101-150 151-200 201-300 301-400 401 e + Fonte: INE (Sem escala) Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 7 Movimentos pendulares por motivo de trabalho com destino ao concelho de Castelo Branco 1991 N 2001 N mero de Movimentos 20-50 51-100 101-150 151-200 201-300 301-400 401 e + Fonte: INE (Sem escala) Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 8 Movimentos pendulares por motivo de estudo com destino ao concelho de Castelo Branco 16

Entre 1991 e 2001 o volume de migrantes activos pendulares que têm como destino/origem o concelho de Castelo Branco mais que duplicaram. Os movimentos pendulares com origem fora do concelho de Castelo Branco passaram de 1 057, em 1991, para 2 482 em 2001, (+135%), enquanto os movimentos pendulares com origem no concelho de Castelo Branco passaram de 919 em 1991 para 2 256 em 2001 (+145%). Origem dos activos Destino dos activos Saldo Concelhos 1991 2001 1991 2001 1991 2001 v.a. % v.a. % 91/01 91/01 % v.a. % 91/01 Castelo Branco 19.545 94,9 21.333 89,6 9,1 19.545 95,5 21.333 90,4 9,1 1,0 1,0 Covilhã 47 0,2 217 0,9 361,7 52 0,3 128 0,5 146,2 0,9 1,7 Fundão 288 1,4 491 2,1 70,5 90 0,4 180 0,8 100,0 3,2 2,7 Idanha-a-Nova 122 0,6 155 0,7 27,0 171 0,8 126 0,5-26,3 0,7 1,2 V. Velha Ródão 235 1,1 237 1,0 0,9 194 0,9 231 1,0 19,1 1,2 1,0 Outros 365 1,8 1.382 5,8 278,6 412 2,0 1.591 6,7 286,2 0,9 0,9 TOTAL 20.602 100 23.815 100 15,6 20.464 100 23.589 100 15,3 1,0 1,0 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro IV Migrações pendulares de trabalho no concelho de Castelo Branco (1991/2001) Esta dinâmica do contexto regional gera um acréscimo significativo de fluxos de tráfego rodoviário e necessidades acrescidas de transportes de passageiros e mercadorias. 2.2.4. Base económica regional A desvitalização demográfica e social acima referida tem como consequência a diminuição da população activa, um menor dinamismo empresarial e do emprego, degradação do poder de compra, e, em geral, da base económica regional, quando comparado com outros espaços territoriais. A dimensão urbana do concelho e o estatuto de cidade capital do distrito de Castelo Branco, onde estão presentes os factores de primazia e as condições mais favoráveis ao desenvolvimento das actividades económicas, bem como uma representação muito significativa da administração pública, sobressaem de forma clara no contexto regional. Por outro lado, estes factores de desenvolvimento manifestam uma clara tendência de aprofundamento nos últimos anos. Segundo as Contas Regionais do INE, a contribuição da BIS para o Produto Interno Bruto (PIB) e Valor Acrescentado Bruto (VAB) nacionais, em 2003, era de apenas 0,6%. O Poder de Compra Concelhio (PCC) da BIS, em 2005, era de apenas 87,75% da média nacional enquanto o concelho de Castelo Branco apresentava um valor semelhante à média nacional (100%). 17

Ainda segundo a mesma fonte, e relativo ao ano de 2004, no concelho de Castelo Branco localizavam-se 82,3% do pessoal ao serviço nas sociedades, 74,5% das empresas e 82,2% dos estabelecimentos empresariais da BIS, o que é revelador da importância de Castelo Branco na economia regional. Em termos sectoriais, destaca-se o sector dos serviços com cerca de 59% da população activa em 2001, 51,6% do emprego e 61% do VAB regional em 2003, valores muito semelhantes aos da região centro e inferiores aos do país. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 9 Valor acrescentado bruto, por sector e área territorial em 2003 As actividades de comércio e restauração (G+H) representam a parcela mais importante do sector com 46,3% do total das empresas e 31,0% do total pessoal ao serviço, em 2004. No concelho de Castelo Branco, estas actividades apresentam um peso ainda maior com 47,2% do total das empresas e 32,3% do pessoal ao serviço. No sector secundário, com 28% do VAB regional e 26,4% do emprego, predomina a indústria transformadora no que se refere ao volume de emprego (32,7% do total) e a construção civil em número de empresas (16,9% do total). O sector primário apresenta ainda uma forte peso na economia regional muito superior ao da região centro e do país. Em 2001, a população activa no sector primário representava ainda 9,2% do total e, em 2003, o emprego situava-se ainda em torno dos 22%, enquanto o VAB regional andava próximo de 11% e o número de empresas rondava os 12%. 18

Actividades Portugal Centro Beira Interior Sul Castelo Branco A + B 6,0 7,2 11,4 7,4 C 0,2 0,2 0,2 0,2 D 9,8 9,8 7,8 7,9 E 0,0 0,0 0,1 0,0 F 17,4 20,9 16,9 17,8 G 33,5 33,6 33,4 35,2 H 10,3 9,6 12,9 12,0 I 3,0 3,1 3,0 2,8 J 2,4 2,3 2,8 3,3 K 10,7 7,7 5,9 6,9 M a O 6,6 5,5 5,6 6,5 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro V Distribuição das empresas por actividade (%) Actividades Portugal Centro Beira Interior Sul Castelo Branco A + B 1,6 2,7 4,9 2,6 C 0,5 0,8...... D 27,5 37,2 32,7 32,6 E 0,6 0,3 0,7... F 12,9 14,5 14,1 14,8 G 21,6 21,7 24,1 26,3 H 6,7 4,7 6,9 6,0 I 6,3 5,5 5,4 6,0 J 2,9 0,5... 0,2 K 12,9 6,3 6,1 5,5 M a O 6,6 5,9 4,6 5,3 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro VI Distribuição do pessoal ao serviço por actividade (%) Legenda: A - Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura; B - Pesca; C - Indústrias Extractivas; D - Indústrias Transformadoras; E - Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água; F - Construção; G - Comércio por Grosso e a Retalho, Reparação de Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens de Uso Pessoal e Doméstico; H - Alojamento e Restauração; I - Transportes, Armazenagem e Comunicações; J - Actividades Financeiras; K - Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas; L - Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória; M - Educação; N - Saúde e Acção Social; O - Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais; P - Famílias com Empregados Domésticos; Organismos Internacionais e Outras Instituições Extraterritoriais. O concelho de Castelo Branco apresenta também uma estrutura sectorial distinta da envolvente mais rural, com um peso muito superior do sector terciário (61,3% da população activa no sector dos serviços em 2001, 66,7% do total das empresas e 49,6% do pessoal ao serviço em 2004). 19

2.2.5. Repartição intermodal das deslocações a nível regional e sub-regional Segundo o Censo de 2001 quase metade das deslocações da população residente (47,9%) na BIS era efectuada em automóvel ligeiro particular e as deslocações a pé apresentavam elevada importância, com 35,4% do total das deslocações. Região Centro Beira Interior Sul Automóvel ligeiro particular Transporte colectivo de empresa ou escola Autocarro Motociclo ou ciclomotor Comboio A pé Outro meio Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 10 Repartição intermodal das deslocações na região Centro e Beira Interior Sul Em Castelo Branco as deslocações em automóvel ligeiro particular eram superiores a todos os outros modos enquanto nos concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor as deslocações a pé eram maioritárias, com 45,2% e 40,1%, respectivamente. Castelo Branco Idanha-a-Nova Penamacor V. V. Ródão Automóvel ligeiro particular 15 659 1 463 828 771 Transporte colectivo de empresa ou escola 934 352 211 76 Autocarro 3 109 428 323 219 Motociclo ou bicicleta 341 83 20 67 Comboio 88 3 3 8 A pé 10 487 1 952 947 467 Outro meio 185 33 32 25 TOTAL 30 803 4 314 2 364 1 633 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro VII Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul 20

Automóvel ligeiro particular Transporte colectivo de empresa ou escola Autocarro Motociclo ou bicicleta Comboio A pé Outro meio Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 11 Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul 3. CONTEXTO CONCELHIO O concelho de Castelo Branco possui uma área de 1 438,2 Km 2 com uma densidade populacional de 38 hab/km 2. Desenvolve-se entre a zona montanhosa a norte e a oeste e uma zona pouco acidentada que tem como limite sul o rio Tejo, sendo marcado essencialmente por três unidades de paisagem: a charneca ou pinhal, o campo e a campina. km Figura 12 Unidades de paisagem do concelho de Castelo Branco 21

A zona do pinhal, a oeste, desenvolve-se nas vertentes a sul das serras da Gardunha e do Moradal, apresenta altitudes compreendidas entre os 700 m e os 1 200 m, com topografia acidentada. O povoamento é caracterizado por um elevado número de pequenos aglomerados relativamente próximos uns dos outros, com densidades populacionais por freguesia inferiores a 40 hab/km 2. A zona central, campo, sulcada pelo Rio Ocreza, desenvolve-se em plataforma quase plana com altitudes que oscilam em torno dos 300 metros, onde se situam os principais aglomerados do concelho incluindo a cidade de Castelo Branco, e a densidade populacional por freguesia ultrapassa os 180 hab/km 2. Mais de 80% da população concelhia e a quase totalidade da actividade económica dos sectores do comércio, serviços e indústria localizam-se nesta zona. A zona de campina a sudeste, quase plana, sulcada pelo rio Ponsul e seus afluentes onde o povoamento é do tipo concentrado em aglomerados com alguma dimensão no contexto concelhio e afastados uns dos outros, com baixas densidades populacionais ao nível da freguesia (menos de 5 hab/km 2 ). 3.1. POPULAÇÃO E POVOAMENTO CONCELHIO Desde 1970 que a evolução da população do concelho de Castelo Branco oscila em torno dos 55.000 habitantes. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 13 Evolução da população residente no concelho de Castelo Branco 22

A distribuição da população pelo território revela profundas assimetrias entre a zona central, que regista ganhos progressivos de população e polarização urbana de dimensão apreciável, e as zonas periféricas afectadas pelo despovoamento e envelhecimento da população, com densidades populacionais relativamente baixas, inferiores 20 hab/km 2. km Densidade populacional 2001 (hab/ Km 2 ) Inferior a 5 Entre 5 e 15 Entre 15 e 30 Entre 30 e 50 Entre 50 e 75 Entre 75 e 100 Superior a 100 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 14 Densidade populacional nas freguesias do concelho de Castelo Branco Variação da população 1991-2001 Inferior a 25% Entre 25% e 20% Entre 20% e 10% km Entre 10% e 0% Entre 0 e 10% Entre 10% e 15% Superior a 15% Figura 15 Variação da população nas freguesias do concelho de Castelo Branco 23

A estrutura do povoamento é reveladora desta assimetria. Dos 113 aglomerados identificados, 77 apresentavam dimensão populacional inferior a 100 habitantes e 17 entre os 100 e os 250 habitantes. A cidade de Castelo Branco detinha nesta altura quase 55% do total da população residente; juntando-lhe os 3 aglomerados do escalão imediatamente a seguir localizados na zona central - Alcains, Cebolais de Cima e Escalos de Cima - esta proporção atingia cerca de 67% do total da população residente. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 16 Evolução da população residente por dimensão de lugar Até 249 hab. 250 499 hab. 500 999 hab. 1 000 1 999 hab. 2 000 2 999 hab. 3 000 3 999 hab. 4 000 4 999 hab. km Mais de 30 000 hab. Figura 17 Povoamento no concelho de Castelo Branco 24

Outro facto relevante neste processo é que em relação ao período 1991/2001, das 25 freguesias apenas 3 registaram acréscimos de população, 6 freguesias registaram acréscimos de famílias e 9 de alojamentos. Em relação aos 113 aglomerados, apenas em 4 deles se registaram acréscimos populacionais, em 8 nas famílias e em 46 nos alojamentos. A estrutura etária da população residente revela um menor desequilíbrio que a envolvente regional todavia preocupante no contexto nacional e da macro região centro. 85 e + 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 -2200-2000 -1800-1600 -1400-1200 -1000-800 -600-400 -200 0 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 Homens 1991 2001 Mulheres Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 18 Evolução da estrutura etária da população residente no concelho de Castelo Branco (1991/2001) A relação entre idosos/jovens, em 2001 era de 1,7 idosos por cada jovem residente e o índice de dependência dos idosos era de 34,4%. Este fenómeno de envelhecimento assume valores particularmente preocupantes nas zonas mais periféricas do concelho onde o índice de dependência dos idosos atingia naquele ano valores superiores a 60% (Almaceda, Sarzedas, Malpica do Tejo e Monforte da Beira). 25

Índice de Envelhecimento Demográfico Índice de Dependência dos Jovens Índice de Dependência dos Idosos Índice de Dependência Total Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 19, 20, 21, 22 Índices resumo da estrutura etária da população residente nas freguesias do concelho de Castelo Branco 3.2. INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE A NÍVEL CONCELHIO As ligações rodoviárias do concelho de Castelo Branco são estabelecidas: - pela A23 que o atravessa na direcção norte-sul, numa extensão de cerca de 31 km, com acesso a partir desta em 7 locais diferentes; - por uma estrada nacional ainda não municipalizada EN3 (antigo IP2, com uma extensão de cerca de 10 km); 26

- por três estradas regionais (anteriores EN240, EN112 e EN233) com extensão de cerca de 75 km; - por uma rede municipal asfaltada com uma extensão de cerca de 400 km dos quais 230 km em estrada e 170 km em caminhos municipais. Todos os aglomerados do concelho dispõem de acesso por uma via asfaltada. A rede de estradas apresenta uma estrutura radial, convergente na cidade de Castelo Branco. O concelho apresenta uma densidade de 0,37 km de estrada por km 2 de superfície. O concelho é ainda atravessado pela Linha Ferroviária da Beira Baixa, recentemente electrificada até Castelo Branco. O acesso a esta infra-estrutura é estabelecido em 3 estações (Castelo Branco, Alcains e Lardosa), 2 apeadeiros (Retaxo e Benquerenças) e três terminais de mercadorias (Alcains, Benquerenças e Castelo Branco). Na cidade de Castelo Branco e nas imediações desta existem ainda dois heliportos (hospital distrital e bombeiros) e um aeródromo para aeronaves de pequeno porte, com uma pista de extensão de 870 metros com alargamento previsto para uma extensão de 1600 metros. km Figura 23 Infra-estruturas de transporte no concelho de Castelo Branco 3.3. ACTIVIDADES ECONÓMICAS LOCAIS As actividades económicas podem ser caracterizadas por dois aspectos essenciais. 27

O primeiro de ordem funcional. A dimensão urbana e populacional do concelho e a natureza de capital administrativa do distrito conferem à cidade de Castelo Branco uma área de influência regional. As vantagens locativas que daqui decorrem em relação à envolvente rural, traduzem- -se num tecido produtivo com maior peso das actividades dos serviços (61,3% da população activa, em 2001), sobretudo dos de natureza social e de apoio à população (33,2% no mesmo ano) e com reduzida expressão do sector primário. A segunda de carácter espacial. Um padrão espacial extremamente concentrado na zona central e polarizado na cidade de Castelo Branco. Segundo estimativa dos estudos da revisão do PDM, mais de 96% do emprego nos sectores secundário e terciário localizava-se na zona central dos quais 86% na cidade de Castelo Branco e 7% na vila de Alcains. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 24 Decomposição da população activa empregada por sector, em 2001 Em termos sectoriais, o sector dos serviços releva o peso das actividades relacionadas com a Administração Pública e o Estado Social por via da localização de importantes equipamentos com área de influência distrital hospital distrital, instituto politécnico, escolas secundárias e profissionais, outros serviços administrativos de defesa e segurança, entre outros e elevada representação das actividades relacionadas com o comércio e actividades conexas (cerca de 16% do total da população activa empregada em 2001). A indústria transformadora constitui o ramo mais representativo, fruto da existência de uma Área de Localização Empresarial nas imediações da cidade e de uma zona industrial junto à vila de Alcains, ambas geridas pela CMCB, com cerca de 20,7% da população activa empregada em 2001. 28

O sector da construção civil e das actividades imobiliárias apresenta um forte dinamismo pois no conjunto ultrapassavam os 13% da população activa empregada em 2001. Legenda: Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 25 Decomposição da população activa empregada por actividade económica, em 2001 3.4. ESTRUTURA TERRITORIAL E FUNCIONAL Tendo por base aspectos relacionados com a dotação funcional, populacional e demográfica, a dinâmica económica e social e o nível administrativo dos aglomerados, bem como as relações de proximidade entre eles, entre outros, os estudos da revisão do PDMCB, estabelecem os seguintes níveis hierárquicos: - Nível sub-básico Nele se incluem os pequenos aglomerados e lugares do concelho com um conjunto muito reduzido de funções caracterizado pelo comércio local (nem sempre presente), por vezes algumas associações recreativas e culturais, função religiosa e pouco mais. A sua maioria encontra-se em acelerada regressão demográfica e regista uma fraca ou nula dinâmica funcional e capacidade atractiva; - Nível básico caracterizado pela grande maioria das sedes de freguesia em geral onde a função administrativa desempenhada pela Junta de Freguesia funciona como um upgrade funcional em relação aos anteriores e acaba por ser um factor de promoção da diversificação funcional. Normalmente, a esta estão acopladas a função saúde, ensino, apoio à terceira idade e à infância, cultura e desporto. Em alguns casos assiste-se a um certo dinamismo económico, social e cultural de carácter endógeno como sejam as pequenas oficinas, as agro-indústrias, as indústrias que transformam recursos naturais, actividades consumidoras de grande espaço, 29

algum comércio ocasional e por vezes raro, associações culturais e recreativas com dinamismo, etc. Em alguns o seu dinamismo está relacionado com a proximidade de Castelo Branco. A situação destes centros urbanos é muito contrastada; alguns apresentam algum dinamismo populacional enquanto outros se caracterizam pela acelerada regressão demográfica. Numa grande parte dos casos o nível funcional é por vezes superior ao da população residente. A sua capacidade atractiva corresponde à freguesia que constituem; - Nível supra-básico São Vicente da Beira: este aglomerado distingue-se dos anteriores por apresentar um perfil funcional mais diversificado e de nível superior. A função escolar e os efeitos multiplicadores que ela desencadeia ao nível do comércio local desempenham aqui um papel fundamental. As actividades económicas não agrícolas de base endógena e o dinamismo cultural e recreativo constituem também factores de diferenciação. A sua capacidade atractiva corresponde à própria freguesia e às envolventes (neste último caso, apenas para determinadas funções); - Nível infra-concelhio Alcains: este aglomerado distingue-se claramente dos anteriores por apresentar um perfil funcional relacionado com uma dimensão populacional apreciável e um conjunto de actividades económicas diversificado seja ao nível dos serviços de apoio às empresas seja ao nível do comércio ocasional e raro ou da dinâmica institucional. A sua área de atracção corresponde à própria freguesia e às envolventes (excepção feita à freguesia de Castelo Branco); - Nível concelhio/regional Castelo Branco: esta definição baseia-se na importância administrativa da cidade, concentrando e polarizando todo o funcionamento municipal e até supra municipal (comércio, serviços privados, equipamentos e serviços públicos de nível superior, entre outros). Esta dotação confere-lhe uma capacidade de atracção elevada com uma área de influência que extravasa largamente o âmbito concelhio, situando-se em algumas funções aos níveis regional e sub-regional. Aglomerados N.º Aglomerados Pop. urbana concelho (%) Nível concelhio Castelo Branco 1 56,2 Nível infra-concelhio Alcains 1 8,7 Nível supra-básico São Vicente da Beira 1 1,1 Nível básico Restantes sedes de Freguesia 22 23,6 Nível sub-básico Restantes aglomerados 88 10,3 Quadro VIII Sistematização da hierarquia dos centros urbanos do concelho de Castelo Branco 30

3.5. TRANSPORTES PÚBLICOS NO CONCELHO 3.5.1. Oferta de Transportes O concelho de Castelo Branco é servido por 3 operadores de transporte público colectivo rodoviário. As ligações interurbanas de nível intra-concelhio e regional são asseguradas pela Rodoviária da Beira Interior e pela Auto-Transportes do Fundão. Ao nível inter-regional é a Rede Expresso que assegura o transporte público colectivo. A CP Comboios de Portugal explora os comboios que circulam diariamente na linha da Beira Baixa. Ligações em funcionamento Transporte Ferroviário O concelho de Castelo Branco é servido diariamente por sete comboios regionais e seis intercidades (com as características expostas nas tabelas seguintes) e ainda cinco comboios de mercadorias (nºs: 75351, 75353, 75530, 75532 e 75534) que percorrem, diariamente, a Linha da Beira Baixa estabelecendo a ligação entre Lisboa e a Covilhã. As paragens obrigatórias em Abrantes e no Entroncamento estabelecem ligações às linhas do Leste, Beira Alta e do Norte. Destino Lisboa Entroncamento Covilhã Tipo / Composição Hora de partida de C. B. Hora de chegada ao destino Duração da viagem Notas IC / 540 8:25h 11:11h - IC / 542 16:11h 19:00h 2:46h a - ) IC / 544 19:15h 22:00h - R / 5600 5:56h 9:41h 3:45h - R / 5622 10:17h 12:21h 2:04h Ligação a Lisboa R / 5624 14:26h 16:29h pelas composições 2:03h n. os 4420, 4428 e R / 5626 18:22h 20:25h 4436 IC / 541 11:28h 12:23h - IC / 543 16:16h 17:10h 0:54h a - ) IC /545 22:25h 23:19h - R / 5673 6:25h 7:50h 1:25h - R / 5675 10:09h 11:31h 1:22h Ligação à Guarda R / 5679 14:42h 16:11h 1:29h pelas composições n. os 5677 e 5681 R / 5683 19:48h 21:10h 1:22h - Fonte: CP Comboios de Portugal Quadro IX Características dos comboios com origem em Castelo Branco Origem Tipo / Composição Hora de partida da origem Hora de chegada a C. B. Duração da viagem Lisboa IC / 541 8:18h 11:12h 2:50h - Notas 31

Entroncamento Covilhã IC / 543 13:18h 15:59h a ) - IC / 545 19:18h 22:09h - R / 5601 16:18h 19:40h 3:22h - R / 5621 7:46h 9:57h 2:11h Possibilidade de R / 5623 11:54h 13:50h 1:56h origem em Lisboa pelas R / 5625 19:43h 21:49h 2:06h composições n. os 4403, 4411 e 515 IC / 540 7:14h 8:09h 0:55h - IC / 542 15:01h 15:55h a - 0:54h ) IC /544 18:05h 18:59h - R / 5670 4:35h 5:50h 1:15h R / 5674 8:47h 10:04h 1:17h - Possibilidade de origem na Guarda pela composição n.º 5672 R / 5676 12:53h 14:10h - R / 5680 18:27h 19:44h - Fonte: CP Comboios de Portugal Quadro X Características dos comboios com chegada de Castelo Branco O comboio desempenha um papel pouco relevante nas deslocações entre Castelo Branco e os municípios vizinhos (V. V. Ródão, Fundão e Covilhã) e quase insignificante nas deslocações intra-concelhias entre as estações e apeadeiros possíveis (Lardosa, Alcains, Castelo Branco, Retaxo e Benquerenças). V. V. Retaxo Benquerenças Alcains Lardosa Fundão Covilhã Guarda Ródão (ap.) (ap.) Intercidades 0:23h - - - - 0:37h 0:54h - Regional 0:28h 0:09h 0:06h 0:10h 0:18h 1:00h 1:25h 2:51h Fonte: CP Comboios de Portugal Quadro XI Tempo de viagem entre a estação de Castelo Branco e as estações e apeadeiros na envolvente regional Com a recente electrificação da linha da Beira Baixa até Castelo Branco as viagens tornaram- -se mais cómodas embora não se tenham registado melhorias significativas nos tempos de deslocação (inferiores a 15%) por via das limitações das características da linha. Rede Expresso O serviço regular de carreiras expresso assegura a ligação de Castelo Branco a diversas sedes de concelho de outras regiões do país através de cinco carreiras diárias. CARREIRAS Origem Destino Paragens intermédias Frequência diária Castelo Branco Lisboa Nisa, V. V. Ródão, Gavião e Abrantes 6 Guarda Lisboa Castelo Branco, Fundão e Covilhã 10 32

Castelo Branco Braga Castelo Branco Coimbra Faro Fafe Proença-a-Nova, Sertã, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Guarda, Celorico da Beira, Mangualde, Viseu, Porto, V. Nova de Famalicão, Portalegre, Estremoz, Évora, Portel, Vidigueira, Beja, Castro Verde, Ourique e Albufeira Guarda, Covilhã, Fundão, Viseu, Porto, Famalicão, Braga e Guimarães Fonte: RBI Rodoviária da Beira Interior Quadro XII Características das carreiras expresso com paragem em Castelo Branco 7 3 2 Braga Fafe Guarda Coimbra CASTELO BRANCO Lisboa Linhas da rede de expressos Guarda C. Branco Lisboa C. Branco Coimbra C. Branco Lisboa Faro 0 50 km C. Branco Fafe Braga C. Branco Faro Fonte: RBI Rodoviária da Beira Interior Figura 26 Carreiras expresso com ligação a Castelo Branco Interurbanas a nível regional Castelo Branco mantém ligações diárias através de 9 carreiras de transporte público colectivo da Rodoviária da Beira interior com os centros urbanos mais importantes dos concelhos da sua 33