~~ inistério ISSN 1517-2244 ... ~ Comun. téc. NQ 54, Maio/2001, p.1-5



Documentos relacionados
ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO COMPONENTE ÁRBOREO DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA

Tipos de madeiras, cuidados e usos!

CASTANHA DOS QUILOMBOS. construindo um empreendimento sustentável

Madeira na construção

A Tégula é certificada pelo FSC para a cadeia de custódia. Isto significa que toda a madeira proveniente de manejo florestal pode ser rastreada.

Estrutura. Restrições para a restauração florestal. Demandas pela produção de madeira nativa. Limitações de conhecimento sobre silvicultura de nativas

Relatório mensal JULHO/2014. Projeto: Estudo e implantação de floresta para manejo sustentado na Escola Técnica Prof. Dr. Antonio Eufrásio de Toledo.

Resumo MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ANEXO 06 Resultados do Inventário Florestal

ESTUDOS EM MANEJO FLORESTAL Série Técnica n. 1

ACERVO ARBÓREO MADEIREIRO DE UMA FLORESTA ACREANA SOB MANEJO COMUNITÁRIO

150 ISSN Sete Lagoas, MG Dezembro, 2007

Bases Para Uma Indústria Florestal Competitiva no Mato Grosso

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

Projeto aposta no cultivo da seringueira em consorcio com pupunha como fonte de renda e sustentabilidade

Programa de Pesquisa em Biodiversidade Sítio Pernambuco (PEDI) Ana Carolina Lins e Silva anacarol@db.ufrpe.br

PNPCT Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais

UM TIPO DE PREGO PARA CADA APLICAÇÃO.

PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL. Resumo Público

Exercícios Amazônia. Geografia Professor: Claudio Hansen. Material de apoio do Extensivo

Respostas das questões sobre as regiões do Brasil

Rede Amazônia Sustentável. Pesquisas sobre vegetação

o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério

FITOSSOCIOLOGIA ARBÓREA DO MÓDULO IV DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ, BRASIL

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura

FUPEF 2. COLETA DE DADOS

Programa de Adequação Ambiental e Agrícola de Propriedades Rurais, RICARDO RIBEIRO RODRIGUES-ESALQ/USP

Estratégias para evitar o desmatamento na Amazônia brasileira. Antônio Carlos Hummel Diretor Geral Serviço Florestal Brasileiro

Efeitos da mudança do uso da terra sobre a biodiversidade local. Marlúcia B. Martins Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)

Aproveitamento de Resíduos de Madeira em Três Empresas Madeireiras do Estado do Pará

Resolução SMA - 44, de Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

CUMARU (Dipteryx Odorata)

Plantas do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção cultivadas no Jardim Botânico de São Paulo

A importância do continente europeu reside no fato de este ter

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Manejo Florestal Sustentável

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

Uso da Madeira de Florestas Plantadas na Construção Civil e no Mobiliário: Tendências e Perspectivas. MS FLORESTAL, 09 de Junho de 2010

Keywords: Floristics analysis, phytosociological analysis, diversity.

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Naturais, Belém, v. 2, n. 2, p , mai-ago. 2007

DENDROLOGIA Histórico, Conceitos e Importância da Dendrologia

FICHA PROJETO - nº383-mapp

IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE DOSSEL DA REGIÃO PERIURBANA DE BRAGANÇA.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Florestas Energéticas. Alex Carneiro Leal Engenheiro Florestal 22 de maio de 2014

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo

-III Assembléia Mundial pela Saúde dos Povos PHA3. 6 a 11 de julho de 2012 Universidade de Western Cape Cape town, África do Sul

INVENTÁRIO FLORESTAL (Floresta Plantada) Propriedade: Fazenda Alto Limoeiro 4 Timóteo - MG

Inventário Florestal Nacional IFN-BR

Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Centro de Filosofia e Ciências Humanas CFH Departamento de Geociências Curso de Graduação de Geografia


O QUE É O PROAMBIENTE?

PROJETO ESTRUTURANTE DE COSMÉTICO DE BASE FLORESTAL DA AMAZÔNIA ESTUDO USO DE INSUMOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS NA AMAZÔNIA

LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES DE CUPINS ATACANDO RESIDÊNCIAS NOS BAIRROS DO MUNICIPIO DE GURUPI TO.

A atividade agrícola e o espaço agrário. Prof. Bruno Batista

Prova bimestral 5 o ano 2 o Bimestre

UM MATERIAL A PROVA DO TEMPO MADEIRA

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25. Profº André Tomasini

Mobilização - construir parcerias e articulações integradas às dimensões ambientais: social, cultural e econômica.

Fonte: Rondônia Rural Disponível em: Rondônia Rural.com

Data: /08/2014 Bimestre: 2. Nome: 8 ANO B Nº. Disciplina: Geografia Professor: Geraldo

Povos tradicionais e locais; Acesso a conhecimento tradicional; Panorama legal nacional e internacional; Repartição de benefícios;

As Questões Ambientais do Brasil

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

Um dos grandes problema agrários do Brasil é a sua estrutura fundiária: de um lado, um pequeno número de grandes proprietários de terras

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS LCF-1581

MAMÃOZINHO-DE-VEADO (Jacaratia corumbensis O. kuntze): CULTIVO ALTERNATIVO PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO NORDESTE

A AGRICULTURA EM MACHADINHO D OESTE & O CÓDIGO FLORESTAL EVARISTO DE MIRANDA

Critérios Socioambientais para Concessão de Crédito na CAIXA Ação Madeira Legal. Juan Carlo Silva Abad GN Meio Ambiente SUDES / VIGOV

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO

Fiscalização Ambiental de fontes de consumo e estradas no Estado de São Paulo. 24 de Setembro de 2009 marcosdiniz@polmil.sp.gov.br

PROGRAMAÇÃO ESCOLA DE VERÃO INTERNACIONAL NA AMAZÔNIA 2007 Belém-PA, 17 a 28 de Setembro de 2007

Infantil, Fundamental e Ensino Médio SGAS, B/G Brasília / DF CEP: (61)

Região Norte e Amazônia não são sinônimos

Histórico. Os Incentivos Fiscais

A importância da gestão para o pequeno e médio produtor florestal

1 (0,5) Dos 3% de água doce que estão na superfície terrestre, onde estão concentradas as grandes parcelas dessas águas? R:

Promover o desenvolvimento rural sustentável no Estado de São Paulo, ampliando as oportunidades de emprego e renda, a inclusão social, a preservação

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8

I Fórum Sustentabilidade da Cadeia do Cacau

B I O G E O G R A F I A

APLICATIVO MOBILE CATÁLOGO DE PÁSSAROS - PLATAFORMA ANDROID/MYSQL/WEBSERVICE

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

Corte seletivo e fogo fazem Floresta Amazônica perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

PLANIFICAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS (8.º ANO) 2015/2016 Docentes: João Mendes, Madalena Serra e Vanda Messenário

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL

PROJETO DE PESQUISA ESTUDO DOS COMPONENTES LENHOSOS NA COBERTURA VEGETAL DA ENCOSTA DA FACULDADE MACHADO SOBRINHO, JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, BRASIL

8º. Curso de Atualização em Eucaliptocultura. Adequação Legal da Propriedade Rural

Rede Biomassa Florestal: Foco de PD&I no Manejo de Florestas Naturais para mais 30 anos

LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA. Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos

REGIÃO NORTE: MAIOR REGIÃO BRASILIERA EM EXTENSÃO. 45% do território nacional

Povos Tradicionais e Indígenas da Amazônia Brasileira

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC)

Fitogeografia do Brasil.

5 Objetivos Principais

Relatório Plante Bonito Patrocinador: Colégio Palmares Ambiental Viagens e Turismo Área: Estância Mimosa Ecoturismo

COMPLEXOS REGIONAIS A AMAZÔNIA

APRESENTAÇÃO A BIOEC

Transcrição:

ISSN 1517-2244... ~ ~~ inistério da Agricultura e do Abastecimento Amazonia Oriental Ministério da Agricultura e do Abastecimento Trav. Dr. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48, Fax: (91) 276.9845, Fone: (91) 299-4544 CEP 66.095-100 e-mail: cpatu@cpatu.embrapa.br www.cpatu.embrapa.br Comun. téc. NQ 54, Maio/2001, p.1-5 IMPORTANCIA ECOLÓGICA E ECONÓMICA E USO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EXISTENTES EM UMA FLORESTA PRIMÁRIA NA ÁREA DO IGARAPÉ DO MONDRONGO, MUNICíplO DE ORIXIMINÁ, PARÁ1 Wanderléa da Costa Almeida 2 Joao Olegário Pereira de Carvalho 3 Maria do Socorro Gonc;:alves Ferreira 4 Lia Cunha de Oliveira 5 Ima Célia Guimaraes Vieira 6 Ivana Lobato Miranda 2 Márcio Hofmann Mota Soares 2 Dulce Helena Martins Costa 7 José Ribamar de Souza Pantoja B Aproximadamente sete mil remanescentes de quilombos encontram-se distribuídos em 21 comunidades rurais, ao longo do rio Trombetas e seus afluentes, no município de Oriximiná, Pará. As áreas ocupadas pelos quilombolas sao de floresta tropical úmida, com grandes extens6es de mata pouco exploradas, possuindo uma valiosa biodiversidade de espécies vegetais e animais. Segundo Andrade (1995), os remanescentes dos quilombos, que vivem nessa regiao, s~o descendentes dos escravos que nos séculos XVIII e XIX fugiram das fazendas de gado e cacau, localizadas no 8aixo Amazonas. Este estudo te ve o objetivo de determinar a importancia ecológica e económica, assim como os usos das principais espécies arbóreas em uma floresta primária. A área estudada está localizada as margens do Igarapé do Mondrongo, afluente do rio Trombetas. O clima é quente e úmido, com temperatura média anual de 26 C, mínima de 22 C e máxima de 31 C. A precipita<;ao anual é de 2.000 mm, com o trimestre mais 'Trabalho gerado pelo Projeto Estrutura de Florestas (08.2000.024), através do Convenio Embrapa Amazonia Oriental, Faculdade de Ciencias Agrárias do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Comissao Pró-índio de Sao Paulo e Associa9ao das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná - ARQMO, com apoio do CNPq. 2Eng.-Ftal., Bolsista Embrapa/ CNPq, Embrapa Amazonia Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66 017-970, Belém, PA. e-mail: walmeida@cpatu.embrapa.br;marcio@cpatu.embrapa.br; ivana@cpatu.embrapa.br 3Eng.-Ftal., Ph.D., Pesquisador da Embrapa Amazonia Oriental, email : olegario@cpatu.embrapa.br 4Eng.- Ftal, M.Sc., Pesquisador da Embrapa Amazonia Oriental. email: socorro@cpatu.embrapa.br 5Eng.-Ftal., M.Sc., Professor da Faculdade de Ciencias Agrárias do Pará, email: lia@cpatu.embrapa.br 6Eng.-Agr., Ph.D., Pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, email: ima@museu-goeldi.br 7Eng.-Ftal., M.Sc., Banco da Amazonia, Av. Presidente Vargas, 800, Belém, PA. BEng.-Ftal., B.Sc., Tv. 9 de janeiro, 333 - CEP 6060-370. Patrocínio: ~BANCQDA ~AMAZONIA O~ e~~.k~

Comun.téc.54 Maio/2001 p.1-2 COMUNICADO TÉCNICO chuvoso correspondente aos meses de manto a maio (SUDAM, 1984). Os solos dominantes sao o Podzólico Vermelho-Amarelo Alico, em associacao com o Latossolo Vermelho-Amarelo Álico (EMBRAPA, 1998).. Foram amostradas 60 parcelas de 1 hectare (20 m x 500 m). Todos os indivíduos com DAP (diametro a 1,30 m do solo) maior ou igual a 20 cm foram mensurados e identificados pelo seu nome vulgar. Foi coletado material botanico dos indivíduos que nao puderam ser identificados na floresta, para identifica9ao no Laboratório de Botanica da Embrapa Amazonia Oriental. O processamento dos dados foi feito através do Software SFC - Sistema de Inventário Contínuo. Foram encontradas 8.083 árvores em toda a área inventariada (134,72 árvores por hectare). Desse total, 27,3% sao indivíduos de espécies que tem a madeira comercializada, 39,8% tem madeira com características potenciais para comercializa9ao, 18,7% oferecem produtos nao-madeireiros e 14,2% sem usos conhecidos. Na Tabela 1 sao relacionadas as principais espécies ocorrentes na área, considerando o número de indivíduos, volume de madeira comercializável e principais usos. As características de algumas dessas espécies sao descritas, aseguir. Os usos sao informados com base nas características tecnológicas (Instituto... 1981 a, 1981 b, 1988)~ em informa90es prestadas pelos próprios quilombolas e em feiras ou mercados regionais. As espécies mais abundantes na área sao apresentadas, a seguir, de acordo com os quatro grupos acima citados. ESPÉCIES QUE POSSUEM MADEIRA PRÓPRIA PARA COMERCIALlZACAO Pouteria guianensís Aubl. - Sapotaceae (abiurana-vermelha) apresenta 8,48 árvores por hectare e maior volume de madeira (12,32 m 3 /ha) na área. A madeira é utilizada em assoalhos, pontes, postes, estacas, escoras, dormentes, cruzetas, treli9as, vigamentos, carrocerias, moiroes, escadas, andaimes, ripas, tábuas, lambris, molduras, rodapés, portas, janelas, forros, venezianas, batentes, móveis, artigos domésticos decorativos e torneados. Goupia glabra Aubl. - Goupiaceae (cupiúba) - com 2,05 árvores por hectare e um volume de 6,10 m 3 /ha. A madeira é bem comercializável na regiao e pode ser utilizada, principalmente, em constru90es civil e naval e na confec9ao de móveis. Couratari guianensis Aubl. - Lecythidaceae (tauari) - destaca-se com terceiro maior volume (3,87 m 3 /ha); produz madeira utilizada nas constru90es civil e naval, móveis, artigos decorativos, utensnios domésticos, brinquedos, instrumentos musicais, caixas, engradados, embalagens, pe9as encurvadas, laminas e compensados. Manilkara bidentata (A. OC.) Sapotaceae (balata) está entre as mais abundantes espécies na área, fornecendo excelente madeira para serrados. Além da madeira, a espécie produz um látex transformado em borracha nao-elástica, comercializada em pequena escala.

Comun.téc.54 Maio/200 1 p.1-3 COMUNICADO TÉCNICO T ABELA 1. Espécies arbóreas mais importantes na Área do Igarapé do Mondrongo, Oriximiná, PA, considerando o número de árvores (N/ha) e o volume (m 3 /ha) de madeira. GE Nome comum Nome científico N/ha m 3 /ha Abiurana-vermelha Pouteria guianensis Aubl. 8,48 12,32 Angelim-pedra Dinizia excelsa Ducke 0,65 2,52 Balata Manilkara bidentata (A. DC.) A. Cheval. 1,35 1,62 Cupiúba Goupia glabra Aubl. 2,05 6,10 Itaúba Mezilaurus itauba (Mies.) Taub. ex Mez. 0,77 1,28 Louro-preto Licaria can ella (Meissn.) Kosterm. 1,33 1,85 COM Louro-rosa Aniba burchell,i Kosterm. 1,15 1,32 Mac;:aranduba Manilkara huberi (Ducke) Standley 0,58 2,82 Pau-amarelo Apuleia molaris Spruce, ex Benth. 0,73 0,87 Tauari Couratari guianensis Aubl. 1,45 3,87 Tauari-vermelho Cariniana micrantha Ducke 1,20 1,33 Ucuúba Virola cuspidata Warb. 0,52 0,59 Abiurana Pouteria paraensis (Standley) Baehni 2,88 8,42 Abiurana-branco Neoxythece elegans (A. DC.) Aubrév. 1,95 2,57 Abiurana-preta Pradosia granulosa Pires & T. D. Pennington 1,13 1,97 Breu-branco Protium heptaphyllum March. 6,33 4,13 Breu-preto Protium opacum Swart 4,55 3,16 POT Caripé Licania octandra O. Kuntze 1,40 1,23 Caripé-de-cotia Licania kunthiana Hook. f. 1,92 2,16 Cramurim Neoxythece oppositum (Ducke) Aubrév. 2,02 2,51 Matamatá-jibóia Eschweilera apiculata (Miers) AC. Smith 1,22 1,87 Guariúba Clarisia racemosa Ruiz & Pav. 1,97 4,90 Sambichuga Brosimum sp. 1,17 1,34 Arac;:á-preto Psidium sp. 0,58 0,29 Cebeira Protium pallidum Cuatrec 2,55 1,59 Cramiri Pouteria sp. 2,48 2,56 Envira-preta Guatteria poeppigiana Mart. 2,33 3,48 PNM Envira-surucucu Duguettia echinophora R. E. Fries 0,97 0,50 Ingá-xixica Inga heterophylla Willd. 2,33 2,55 Matamatá Eschweilera sp. 3,47 5,42 M atamatá-vermelho Lecythis idatimon Aubl. 0,78 1,44 Pajurá Parinarium excelsum Sabine 0,38 1,98 Ouinarana Geissospermum sericeum Benth. & Hook. f. 0,70 1,14 Seringueira Hevea brasiliensis Muell. Arg. 1,42 1,66 Cumate Myrcia atramentifera Barb. Rodr. 1,60 2,02 Gaivota Croton sacaquinha Croizat 1,17 1,04 SEM Jará Glycoxylon pedicellatum Ducke 1,38 1,75 Paraputaca Sloanea sp. 2,03 5,48 Paraputaca-da-mata Sloanea sp. 0,75 3,39 Urucurana Sloanea dentata L. 2,17 3,07 (GE-grupo de espécies; COM-madeira comercializada; POT -madeira com características potenciais para comercializac;:ao; PNM-produtos nao-madeireiros; SEM-espécies sem uso conhecido).

Comun.téc.54 Maio/2001 p.1-4,...---------------------- COMUNICADO TÉCNICO Licaría can ella (Meissn.) Kostern - Lauraceae (louro-preto) - também entre as mais importantes na área, tem madeira utilizada em estruturas, postes, moiroes, dormentes, vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para assoalho, portas, venezianas, batentes, caixilhos, carrocerias e vagoes. ESPÉCIES -QUE POSSUEM MADEIRA COM POTENCIAL PARA COMERCIALlZACAO Protium heptaphyllum (Aubl.) March - Burseraceae (breu-branco) destaca-se em abundancia e volume; tem madeira com potencial para ser utilizada em diversos tipos de constru9ao, acabamentos, divisórias e móveis utilitários. Protium opacum Swart. - Burseraceae (breu-preto) também destaca-se em volume e abundancia; pode ser utilizada em assoalhos, pontes, postes, estacas, escoras, dormentes, cruzetas, treli9as, vigamentos, carrocerias, moiroes, escadas, andaimes, ripas, tábuas, lambris, molduras, rodapés, portas, j~melas, forros, venezianas, batentes, barcos, navios, canoas, móveis, artigos domésticos decorativos e utilitários, brinquedos, laminados e compensados, caixas, engradados e implementos agrícolas. Pouteria paraensis (Stand ley) Baehni - Sapotaceae (abiurana) é a espécie potencial com maior volume (8,42 m 3 /ha) e a terceira em abundancia, utilizada na constru- 9ao de casas nos meios rurais e outros servi90s que nao exijam grande durabilidade. Muitas espécies de abiurana produzem frutos comestíveis, alguns de excelente sabor. C/arisia racemosa Ruiz. et Pav. - Moraceae (guariúba) apresenta elevado volume de madeira; pode ser utilizada na fabrica9ao de móveis de luxo, objetos de adorno, constru90es internas e externas, dormentes, torneados e laminados decorativos. Licania octandra O. Kuntze - Chrysobalanaceae (caripé) - utilizada na constru9ao civil como vigas, caibros, ripas e outros, e na constru9ao naval é usada como estacas marítimas, trapiches e outros. ESPÉCIES DE VALOR NAO-MADEIREIRO Eschweilera sp. - Lecythidaceae (matamatá) apresenta maior abundancia (3,47/ha) e maior volume de madeira (5,42m 3 /ha) entre as espécies de valor nao-madeireiro na área. É utilizada em constru9ao civil estruturas, postes, mouroes, dormentes, cruzetas, vigas, caibros e ripas, estacas marítimas e trapiches. Protium sp. - Burseraceae (cebeira) é a segunda espécie de valor nao-madeireiro em abundancia (2,55/ha) e a quinta em volume (1,59 m 3 /ha). Pode ser utilizada em constru9ao civil (acabamento interno) para confec9ao em rodapés, guarni90es, molduras, cordao e outros, pe9as torneadas (objeto de adorno, pés de móveis, cabos de talheres, puxadores, forma de sapatos e outros), cabos de ferramenta e implementos agrícolas.

, Comun.téc.54 Maio/2001 p.1-5 r---------------------- COMUNICADO TÉCNICO Pouteria sp. -'- Sapotaceae {cramiri) - destaca-se em abundancia (2,48/ha) e volume (2,56 m 3 /ha); a madeira é utilizada para partes internas da constru<;ao civil: vigas, caibros, ripas, e outros, tacos e tábuas para assoalho. Guatteria poeppigiana Mart. - ~nnonaceae (ehvira-preta) - apresenta uma abundancia de 2,33/ha e é a segunda em volume (3,48m 3 /ha). Produz uma envira muito forte utilizada para amarrilhos, artesanatos e outros. A madeira pode ser utilizada em constru<;oes leves e miolo de laminados e compensados. Inga heteraphylla Willd. - Leg. - Mimosoidae (ingá-xixica) - tem a abundancia igual a espécie anterior (2,33/ha) e é a quarta em volume (2,55 m 3 /ha). Produz frutos comestíveis, que também sao encontrados nas feiras livres, embora nao cheguem a alcan<;ar pre<;os altos. A madeira tem características tecnológicas indicadas para usos diversos (constru<;oes civil e rural, arma<;ao de móveis e torneados). ESPÉCIES SEM USO CONHECIDO.. Sloanea dentata L. - Elaeocarpaceae (urucurana); Sloanea sp. - Elaeocarpaceae (paraputaca); Myrcia atramentifera Barb. Rodr.- Myrtaceae (cumate); Glycoxylon pedicellatum Ducke - Sapotaceae (jará); eraton sacaquinha Croizat - Euphorbiaceae (gaivota) e Sloanea sp. - Elaeocarpaceae (paraputaca-da-mata). A área estudada apresenta grande diversidade de espécies vegetais, que pode justificar a explora<;ao sustentada dos recursos florestais madeireiros e nao-madeireiros, através de plano de manejo, que será de suma importancia para a comunidade local, visto propiciar retorno economico-social. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, L.M.M. Os quilombos da Bacia do Rio Trombetas: breve histórico. Revista de Antropologia, v.38, n.1, p.79-99, 1995. EMBRAPA, Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazonia Oriental (Belém, PA). Levantamento de recursos naturais como apoio de zoneamento agroecológico em áreas de remanescentes de quilombos na regiao do rio Trombetas, PA: relatório técnico. Belém: Embrapa-CPATU/CPI-SP/ARQMO, 1998. 30p. INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL.(Brasília, DF). Madeiras da Amazonia: características e utiliza<;ao. Brasília: IBDF/CNPq, 1981 a, 113p. v.1: Floresta Nacional do Tapajós. INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL (Brasília, DF). Madeiras da Amazonia: características e utiliza<;ao. Brasília, 1988, 236p. v.2: Esta<;ao Experimental de Curuá-Una. INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL (Brasília, DF). Madeiras de Tucuruí: características e utiliza<;ao. Brasília, 1981 b. Nao paginado. SUDAM. Projeto de Hidrologia e Climatologia da Amazonia. (Belém, PA). Atlas climatológico da Amazonia brasileira. Belém, 1984. 125p. (SUDAM. Projeto de Hidrologia e Climatologia da Amazonia. Publica<;ao, 39).