- TEORIA USIAL - Sistema Harmônico Tonal Tradicional - Parte 1 Teórico usical: Flaviandekson Pereira Teixeira www.asasdaalva.com 2015
"A universalidade não pode, portanto, ser compreendida como o que abarca tudo para sempre." e "Sabe-se, hoje, que as teorias são provisórias, sendo cada uma progressivamente integrada a teorias mais abrangentes e fortes." (La Taille, 1992, p. 102)
3 HARONIA Segundo o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano p. 496, harmonia é á ordem ou a disposição finalista das partes de um todo. Quando buscamos o significado em outros dicionários, encontramos definições como: combinação de elementos diferentes e individualizados, mas ligados por uma relação de pertinência que produz uma sensação agradável e de prazer; ausência de conflitos; conformidade, concordância. Na música, conjunto de sons relacionados, de acordo com uma ordem estabelecida. Nas artes plásticas, proporção de cores ou formas. O que podemos observar em comum entre essas definições é o fato de diferentes elementos relacionarem-se de maneira a produzir um "todo". Observações: 1. O termo "tradicional", mencionado anteriormente, faz referência ao sistema harmônico do século XVII ao XIX, e foi pautado sobre as seguintes escalas: Diatônica aior e Diatônica enor. 2. A pauta musical é escalonada de terça em terça, assim como, os acordes no sistema harmônico tonal tradicional. 3. O desenvolvimento do sistema harmônico tonal se deu a partir da música ficta. AORDE É o soar simultâneo de duas ou mais notas; é a unidade básica do sistema harmônico tonal tradicional. TÔNIA Nota que nomeia a tonalidade (escala). É o primeiro grau, a nota principal da escala diatônica. A tríade construída sobre esta nota. TONALIDADE Termo que designa a série de relações entre notas, em que uma em particular, a "tônica", é central. O termo se aplica mais comumente ao sistema utilizado na música erudita ocidental, do século XVII ao XX. Nesse sistema, diz-se que a música tem uma determinada tonalidade quando as notas predominantemente utilizadas formam uma escala maior ou menor; a tonalidade é a da tônica, ou nota final dessa escala, e é maior ou menor segundo as alturas das notas que a escala abrange. "Tonalidade" também tem implicações mais amplas, especialmente no que diz respeito às relações funcionais de outras notas e acordes com a tônica. A palavra às vezes é usada para abranger os modos (maior ou menor) e para descrever grupos de notas ligados por consonâncias em uma hierarquia. A palavra "tonalidade" também é a representação direta da palavra "escala". TO Altura em que se realiza a tonalidade. A qualidade de uma passagem ou composição musical que leva o ouvinte a senti-la como que gravitando no sentido de uma determinada nota, chamada de tônica. No cantochão, "tom" indica uma fórmula de recitação. No vocabulário da acústica, "tom" é usado para som de frequência regular.
4 FUNDAENTAL É a nota mais grave quando o acorde está estruturado em terças sobrepostas. É a nota que nomeia o acorde. BAIXO É a nota mais grave de um acorde. A nota base de um acorde, a parte mais grave de uma estrutura polifônica. As notas mais graves do sistema musical. Em uma composição, refere-se à parte mais grave de qualquer combinação sonora e, desde o século XVI vem desempenhando papel fundamental na técnica de encadeamento harmônico desenvolvida na música ocidental. No sistema harmônico tonal tradicional, os acordes são classificados de duas formas; Tríade e Tétrade. TRÍADE É um acorde composto de três notas a intervalos de terças sobrepostas. Se ambas as terças forem maiores ( - ), será uma tríade maior com quinta aumentada = ; se a terça inferior for maior e a superior menor ( - m), será uma tríade maior = (); se a terça inferior for menor e a superior maior (m - ), será uma tríade menor = (m); se ambas as terças forem menores (m - m), será uma tríade menor com quinta diminuta =. Resumindo a afirmativa expressa logo acima, os tipos de tríades são: 1. aior com Quinta Aumentada = 2. aior = () 3. enor = (m) 4. enor com Quinta Diminuta = Acorde maior com quinta aumentada = Dó maior com quinta aumentada 3 E 3 G# Acorde maior = () Dó maior 3 E G Acorde menor = (m) Dó menor Eb 3 G m Acorde menor com quinta diminuta = Dó menor com quinta diminuta Eb Gb m
Questão 1: Dada a fundamental e o tipo de tríade, escreva as notas que faltam para completar o acorde, e também, a cifra cordal (cifra popular) correspondente. 5 Observações: 1. A letra (a) já está respondida, serve como modelo. 2. Outro possível modelo de resposta, fora da pauta musical, é, p. ex.: questão 1a) G + B + D# = G a) G b) c) d) e) m f) g) h) i) j) m Questão 2: Dado o tipo e um membro da tríade, escreva as notas que faltam para completar o acorde, e também, a cifra cordal correspondente. a) b) c) d) e) Terça Quinta m Fundamental Quinta Terça f) g) h) i) j) Quinta m Fundamental Terça Fundamental Quinta Questão 3: Preencha os espaços em branco Ex. a) b) c) d) e) f) g) h) i) Quinta F _ D# _ G# # Terça D G Gb E F# _ Fundamental Bb Ab _ F Tipo m m m ifra ordal Bb _
6 TÉTRADE É um acorde composto de quatro notas a intervalos de terças sobrepostas. É um acorde formado por três terças sobrepostas. É uma tríade acrescida de uma terça acima da quinta. Por exemplo: tríade maior com sétima maior. É um acorde com sétima. Os tipos de tétrades são: 1. ( 7) = aior com sétima maior = 3ª + 3ªm + 3ª = m 2. ( 7 ) = aior com sétima menor = 3ª + 3ªm + 3ªm = mm 3. ( m7 ) = enor com sétima menor = 3ªm + 3ª + 3ªm = mm 4. ( ) = eio diminuta = 3ªm + 3ªm + 3ª = mm 5. ( ) = Diminuta = 3ªm + 3ªm + 3ªm = mmm Acorde maior com sétima maior = 7 Dó com sétima maior 3 E G 3 B 7 Acorde maior com sétima menor = 7 Dó com sétima 3 E G Bb 7 Acorde menor com sétima menor = m7 Dó menor com sétima Eb 3 G Bb m7 Acorde meior diminuto = Dó meio diminuto Eb Gb 3 Bb Acorde diminuto = Dó diminuto Eb Gb Bbb
Questão 1: Dada a fundamental e o tipo de tétrade, escreva as notas que faltam para completar o acorde, e também, a cifra cordal correspondente. 7 a) b) c) d) e) 7 m7 7 f) g) h) i) j) 7 m7 Questão 2: Dado o tipo e um membro da tétrade, escreva as notas que faltam para completar o acorde, e também, a cifra cordal correspondente. a) b) c) d) e) Sétima menor m7 f) Quinta justa m7 g) Sétima maior 7 h) Terça menor i) Sétima diminuta j) Quinta justa m7 Sétima maior 7 Fundamental Terça maior 7 Sétima diminuta Questão 3: Preencha os espaços em branco Ex. a) b) c) d) e) f) g) h) i) Sétima B Bbb Quinta G Db Eb G# Terça E Gb G# Fundamental F# Bb Tipo 7 m7 7 7 7 m7 ifra ordal 7
8 AORDE INVERTIDO No sistema harmônico tonal tradicional, acorde invertido, é o acorde reestruturado sem mudança de classe ou tipo, porém, há mudança de estado (o estado de um acorde é determinado pela nota mais grave, ou seja, pelo baixo). Observação: qualquer nota do acorde pode ser o baixo. Os possíveis estados das tríade e tétrades são: Estado 1: Estado fundamental (a fundamental é o baixo) Estado 2: Primeira inversão (a terça é o baixo e a fundamental se encontra uma sexta acima do baixo) Estado 3: Segunda inversão ( a quinta é o baixo e a fundamental se encontra uma quarta acima do baixo) Estado 4. Terceira inversão ( a sétima é o baixo e a fundamental se encontra uma segunda acima do baixo) TRÍADE /E /G# TRÍADE () /E /G
9 TRÍADE (m) m m/eb m/g TRÍADE m m(5d/eb m/gb TÉTRADE (7) 7 7/E 7/G Est. 4 7/B
10 TÉTRADE (7) 7 7/E 7/G Est. 4 7/Bb TÉTRADE (m7) m7 m7/eb m7/g Est. 4 m7/bb TÉTRADE ( )
11 /Eb /Gb Est. 4 /Bb TÉTRADE ( ) /Eb /Gb Est. 4 /Bbb Segundo andé (2001, vol.1 p. 279), constata-se, desde as primeiras notações polifônicas, que os ingleses praticam uma espécie de órgano em que as partes não procedem mais por oitavas, quintas ou quartas, como no continente, senão por terças paralelas; é o que se chama de gymel (gemellum ou cantus gemellus). Essa prática, anterior à conquista normanda, é provavelmente de origem céltica. Ela impregnou a polifonia inglesa do século XIII e, sem dúvida, foi a origem do "fabordão" (sucessão de acordes de três sons em sua primeira inversão). Fabordão inglês (c. 1300)
Questão 1: Dada a fundamental, o tipo e o estado, escreva as notas que faltam para completar o acorde, e também a cifra cordal correspondente. 12 a) b) c) d) 7 Est. 3 7 Est. 4 e) f) g) h) m 7 i) j) k) l) m7 Est. 4 Est. 4 7 IFRAGE GRADUAL O Tratado de Harmonia de Jean-Philippe Rameau (1683-1764) ompositor e teórico francês, de 1722 (f. a edição de 1971, traduzida para a língua inglesa), deu início a uma renovação da teoria musical, assim como introduziu a nomenclatura dos algarismos romanos e da inversão de acordes. A cifragem por numerais romanos ligou o Baixo Fundamental com a sobreposição de terças das tríades e tétrades sobre cada grau das escalas maiores e menores, foi introduzida por Gottfried Weber (1779-1839) em seu Versuch einer geordneten Theorie der Tonsetzkunst (1817-21) (uma teoria da harmonia com importantes aplicações pedagógicas e presente ainda hoje na harmonia tonal tradicional e contemporânea). I algarismos romanos i SÍBOLO DE ESTADO (Símbolo de Inversão) Em seu Lehrbuch der Harmonie, de 1853. E.F. Richter combinou a numeração romana da Teoria dos Graus com os algarismos arábicos do Baixo ontínuo. - algarismos arábicos - classificação numérica ifragem gradual com numeração romana e algarismos arábicos 3ª 5ª 5 I 3 5 3 5 3 símbolo de estado i
13 Exemplos de tríades e tétrades cifradas com cifra gradual e seu respectivo símbolo de estado. Observações: 1. Algumas situações não necessitam de símbolo de estado 2. Não confundir símbolo de tipo de acorde p. ex., com símbolo de estado p. ex. 6 3 Exemplo 1a) ifra gradual completa ifra gradual abreviada Exemplo 1b) 3ª 5ª I 3 5 I Exemplo 1c) 3ª 6ª I 3 6 I 6 4ª 6ª I 4 6 I 4 6 Exemplo 2a) Exemplo 2b) 3ª 5ª I 3 5 I 3ª 6ª I 3 6 I 6 Exemplo 2c) 4ª 6ª I 4 6 I 4 6 Exemplo 3a) 3ª 5ª i 3 5 i Exemplo 3b) 3ª 6ª i 3 6 i 6 Exemplo 3c) 4ª 6ª i 4 6 i 4 6
14 Exemplo 4a) 3ª 5ª i 3 5 i Exemplo 4b) 3ª 6ª i 3 6 6 i Exemplo 4c) 4ª 6ª i 4 6 i 4 6 Exemplo 5a) 3ª Exemplo 5b) 5ª 7ª I (7) 3 57 I 7 Exemplo 5c) 3ª 5ª 6ª I (7) 3 56 I (7) 5 6 3ª 4ª 6ª I (7) 3 46 I (7) 4 Exemplo 5d) Est. 4 2ª 4ª 6ª I (7) 2 46 I (7) 2 Exemplo 6a) 3ª Exemplo 6b) 5ª 7ª I (7) 3 57 I 7 3ª 5ª 6ª I (7) 3 56 I (7) 5 6 Exemplo 6c) 3ª 4ª 6ª I (7) 3 46 I (7) 4
Exemplo 6d) Est. 4 15 2ª 4ª 6ª I (7) 2 46 I (7) 2 Exemplo 7a) 3ª Exemplo 7b) 5ª 7ª i (7) 3 57 i 7 3ª 5ª 6ª i (7) 3 56 i (7) 5 6 Exemplo 7c) 3ª 4ª 6ª i (7) 3 46 i (7) 4 Exemplo 7d) Est. 4 2ª 4ª 6ª i (7) 2 46 i (7) 2 Exemplo 8a) 3ª Exemplo 8b) 5ª 7ª i3 57 i 3ª 5ª 6ª i3 56 i5 6 Exemplo 8c) 3ª 4ª 6ª i3 46 i 4 Exemplo 8d) Est. 4 2ª 4ª 6ª i2 46 i 2 Exemplo 9a) 3ª 5ª 7ª i3 57 i
16 Exemplo 9b) 3ª 5ª 6ª i3 56 i5 6 Exemplo 9c) 3ª 4ª 6ª i3 46 i 4 Exemplo 9d) Est. 4 2ª 4ª 6ª i2 46 i 2 Questão 1: Dada a fundamental e a cifra gradual, escreva as notas que faltam para completar o acorde, e também a cifra cordal correspondente. a) b) c) d) 6 i I (7) 4 i5 6 I (7) 2 e) f) g) h) i (7) 4 i I (7) 2 I i) j) k) l) i 4 6 i5 6 I 4 6 I 6 m) n) o) p) i 2 I 6 i5 6 i 6 q) r) s) t) I (7) 4 i i 7 6 i