09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju - SE

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Transcrição:

09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju - SE ESTUDO DO REGIME DAS PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS E MÍNIMAS DAS ZONAS CLIMÁTICAS DO LITORAL E SEMIÁRIDO DO ESTADO DE SERGIPE Lucas dos Santos Batista 1, Amanda de Azevedo Gonçalves 1 1 Mestrando em Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, Brasil, e-mail: lucasbaptistaufrb@gmail.com, amanda_engambiental@hotmail.com RESUMO A precipitação é a variável climática com a maior variabilidade no tempo e no espaço. O conhecimento e o entendimento de prováveis alterações climáticas de caráter local ou global são de grande importância para os diversos ramos da pesquisa, em especial os que tratam dos regimes de precipitação, sob a perspectiva de causa e efeito, uma vez que servem de ferramenta para solucionar problemas de interesse da Engenharia, como o controle do escoamento superficial, a previsão de ocorrência de eventos extremos e suas possíveis consequências, a elaboração de projetos de obras hidráulicas tais como vertedores de barragens, o dimensionamento de sistemas de drenagem urbana, rural. O regime pluviométrico é um dos parâmetros meteorológicos mais importantes para a manutenção da vida no planeta, dessa forma, o seu monitoramento é indispensável para se conhecer suas variações ao longo do tempo e espaço. Esse estudo objetivou confrontar o histórico do regime pluviométrico de duas diferentes zona sergipana a fim de verificar padrões ou tendências quanto ao parâmetro estudado. Para a execução do trabalho foram utilizados os dados da EMDAGRO de 1964 até 2008 para os municípios de Estância e Nossa Senhora da Gloria, demostrando na devida ordem às zonas climáticas: litoral e semiárido do estado de Sergipe, os quais foram processados em Excel. De acordo com os resultados, verifica-se que nos meses de junho a agosto foram responsáveis pelos maiores valores de precipitação máxima anual nas devidas zonas climáticas de Sergipe e, quanto às precipitações mínimas, nos meses de novembro a fevereiro apresentaram as menores taxas. Portanto, conclui-se que não existe uma uniformidade nas duas zonas climáticas no Estado de Sergipe, havendo uma redução dos volumes precipitados do litoral para o semiárido. Palavras-chave: Regime pluviométrico, parâmetros meteorológicos, radiação. INTRODUÇÃO Nos últimos anos há uma grande preocupação de pesquisadores em analisar as variabilidades climáticas que estão acontecendo no planeta, principalmente no que se refere a um possível aumento de eventos de precipitações intensas [1]. Na região Nordeste, estudo desse tipo, tem se mostrado muito importante e útil, visto que os benefícios causados pelos resultados podem ser aplicados no dia-a-dia da população [2]. O semiárido nordestino é periodicamente afetado pela ocorrência de secas agrícolas e/ou hidrológicas de elevado grau de severidade, causando perdas parciais ou totais da agropecuária, além de comprometer o abastecimento de água à população. Isso se deve, principalmente, a irregularidade da estação chuvosa na região, caracterizada pela ocorrência de chuvas intensas e de curta duração. O fenômeno da seca corresponde à característica temporária do clima de uma região, decorrente de precipitações pluviométricas abaixo da normal climatológica por certo período, o que não deve ser confundido com aridez, que é uma característica permanente do clima resultante dos baixos níveis pluviométricos. Em geral, as secas são caracterizadas em função dos fatores naturais, tais como o clima da região, as distribuições espacial e temporal das chuvas, a capacidade de armazenamento de água pelo solo, as flutuações dos lençóis freáticos subterrâneos e a quantidade de água armazenada à superfície. Tudo isso torna extremamente difícil à definição consensual de seca [3]. 1

A precipitação, e consequentemente a disponibilidade hídrica, é um dos fatores mais importantes para a determinação das condições de tempo e clima de uma região, além de indicar a disponibilidade de água para seus diversos usos, como consumo humano, processos industriais e atividades agropecuárias [4]. Conhecer a precipitação esperada também é importante porque ela pode causar erosão do solo, causa inundações em áreas rurais e urbanas, entre outras calamidades. Para o dimensionamento de obras hidráulicas, tanto urbanas, como rurais, é necessário conhecer a precipitação esperada, de modo que a estrutura planejada possa resistir adequadamente. No caso de obras rurais, esse tipo de conhecimento é necessário para o planejamento de sistemas de terraceamento agrícola, drenagem em estradas e implantação de barragens para atenuação de cheias [5]. OBJETIVO Comparar o histórico do regimento pluviométrico em duas diferentes zonas climáticas do estado de Sergipe a fim de analisar quanto ao parâmetro estudado. MATERIAIS E MÉTODOS O Estado de Sergipe, localizado entre os paralelos 9º31 54" e 11º34 12" de latitude sul e os meridianos 36º 24 27" e 38º 11 20 de longitude oeste, apresenta um clima tropical que varia de úmido, sub úmido ao semiárido, onde as temperaturas são elevadas durante todo o ano, com médias térmicas anuais em torno de 24ºC[6]. Segundo a classificação climática de Köppen, predomina o clima tropical com estação seca de verão (As). O período chuvoso é compreendido entre abril e agosto com concentração nos meses de maio, junho e julho. Apresenta baixa umidade do ar e grande variação térmica entre o dia e a noite. Ao presente trabalho foram utilizados dados históricos de precipitação mensal obtidos da EMDAGRO (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), do ano de 1954 até 2008 para os municípios de Estância e Nossa Senhora da Gloria, representando respectivamente as zonas climáticas: litoral e semiárido sergipano (Figura 1), os quais foram trabalhados utilizando o Excel 2007 e o sistema de informação geográfica (SIG) ArcGIS para a elaboração do mapa de localização por meio dos dados do mapa digital [7]. Figura 1. Localização das cidades Nossa Senhora da Glória e Estância. 2

RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Figuras 2 e 3 observa-se a ocorrência da precipitação nas cidades de Estância e Nossa Senhora da Gloria, validando como perfil da zona climática litorânea e do semiárido respectivamente. Verifica-se que, os regimes pluviométricos nessas duas regiões concentram-se entre os meses de março a agosto. Já, de outubro a fevereiro foi identificado os menores indicies pluviométrico comportamento caracterizado a mudança da estação climática. De acordo com [8], o período chuvoso nessa região é compreendido entre abril e agosto com concentração nos meses de maio, junho e julho. Figura 2. Distribuição pluviométrica no município de Estância/SE Figura 3. Distribuição pluviométrica no município de Nossa Senhora da Glória/SE Os resultados explícitos na Figura 4 mostram o somatório dos dados históricos pluviométricos do ano 1964 a 2008 totalizando 45 anos analisados. Logo é possível verificar que a maior precipitação ocorreu no ano de 1968 com 2852,1 mm e a menor em 2004 com 923,4 mm de chuva para a cidade de Estância. Já para a cidade de Nossa Senhora da Glória, o ano de 1964 ocorreu o maior volume pluviométrico com 1452 mm e o menor em 1983 com 285,5 mm. De acordo [8] no estado de Sergipe a faixa litorânea, com relevo de baixas altitudes, os ventos alíseos que vêm do Atlântico penetram no continente propiciando totais pluviométricos mais elevados, entre 1.200 e 1.600 mm, diminuindo em direção ao interior. Na área sertaneja o clima é o semiárido, onde as temperaturas são elevadas e as taxas pluviométricas mais reduzidas, variando em torno de 500 a 800 mm, assim apresentando baixa umidade do ar e grande variação térmica entre o dia e a noite. 3

Figura 4. Regime pluviométrico dos municípios de Estância e Nossa Senhora da Glória. Observa-se que durante os 45 anos analisados as precipitações máximas mensais registradas foram de 392,65 mm e 171,92 mm para as cidades de Estância e Nossa Senhora da Glória respectivamente. Já no estudo das mínimas precipitações há um destaque nos períodos de estiagem, que dos 45 anos estudados, 7 não foi verificado precipitações na cidade de Estância e em Nossa Senhora da Glória foram 30 anos sem ocorrência de chuva. Segundo [9], tais caracterizações dentro do Estado de Sergipe possuem um caráter primordial principalmente na gestão pública relacionadas aos recursos hídricos bem como das atividades econômicas das populações, tendo em vista que há variações de precipitação em cada zona climática. Então [10] relata que, em regiões semiáridas o monitoramento da precipitação, principalmente durante o período chuvoso, é muito importante para tomada de decisões que possam trazer benefício para a população a fim amenizar os problemas relacionados aos períodos de escassez de água. Figura 5. Precipitações máximas nas cidades de Estância e Nossa Senhora da Glória. 4

Figura 6. Precipitações mínimas nas cidades de Estância e Nossa Senhora da Glória. CONCLUSÃO Com base no presente trabalho, pode-se concluir que: O regime pluviométrico das cidades de Estância e Nossa Senhora da Glória concentra-se entre os meses de março a agosto; A maior quantidade de precipitação ocorreu no ano de 1968 com 2852,1 mm e menor em 2004 com 923,4 mm de chuva para a cidade de Estância; A cidade de Nossa Senhora da Glória em 1964 ocorreu o menor indicie de precipitação com 1452 e a menor precipitação em 1983 com 285,5 mm; A variabilidade das precipitações máximas e mínimas mensais não é uniforme para as duas zonas climáticas do estado de Sergipe, havendo uma redução dos volumes precipitados do litoral para o interior. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]J.C. BERTONI & C.E.M. TUCCI. Precipitação Org. Hidrologia: Ciência e Aplicação, In. Tucci, C. E. M, Edição 3., UFRGS, ABRH, Porto Alegre RS, Cap. 5, p. 177-2000. 1993. [2]D.F. SILVA & A.B. SOUZA. Detecção de Tendências Climáticas no Estado de Alagoas. Revista Brasileira de Geografia Física V. 06, N. 03 (2013) 442-455. [3]D.O. FELIX, I.F. SOUZA, P.J.S.S. NASCIMENTO, D.N. SANTOS. Avaliação da Tendência de Precipitação Pluviométrica Anual no Estado de Sergipe. In: XVI Congresso brasileiro de meteorologia. Belém Pará. 2010. [4]J. DOORENBOS, A.H. KASSAM. Efeito da água no rendimento das culturas. Tradução Gheyi, H. R. e outros. Campina Grande: UFPB; FAO, 1994. 306 p. (Estudos FAO, Irrigação e Drenagem 33). [5]W.O. MESQUITA, N.P. GRIEBELER, L.F.C. OLIVEIRA. Precipitações máximas diárias esperadas para as regiões central e sudeste de Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical v. 39, n. 2, p. 73-81, abr./jun. 2009. [6]SERGIPE. As Bacias Hidrográficas em Sergipe. Disponível em: <http://www.semarh.se.gov.br/comitesbacias/modules/tinyd0/index.php?id=20>. Acesso em JULHO de 2015. [7]SEMARH, Atlas Digital. BASE DE DADOS GEOESPACIAL DE SERGIPE. Sergipe em dados, 2014. Sergipe, 2014. [8]M.A.S. CRUZ. Regionalização de precipitações médias e prováveis mensais e anuais no estado de Sergipe Aracaju : Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2009. [9]J.B.de Jesus & J.H.D.A. de Goes. Comparação das precipitações máximas e mínimas nas diferentes zonas climáticas de Sergipe. Anais VII Encontro de Recursos Hídricos em Sergipe - 19 e 20 de março de 2014, Aracaju-SE. [10], R. M. Medeiros; C. K. Borges; L. J. V. Santos; P. R. M. Francisco, Análise climatológica da precipitação no município de bananeiras-pb no período de 1930-2011 como contribuição a agroindústria. V JORNADA NACIONAL DA AGROINDÚSTRIA. 5