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Transcrição:

Protozoários Professor Gustavo Propst Biologia

Protozoários Organismos pertencentes ao Reino Protista Seres Eucariontes, heterotróficos, unicelulares ou pluricelulares (formação de colônias rudimentares) Vida livre ou parasitas Divididos de acordo com as diferentes formas de locomoção: Rhizopoda ou Sarcodinea Pseudópodes Ciliophora Cílios Mastigophora Flagelos Sporozoa ou Apicomplexa Não possuem organela de locomoção

Sarcodinea ou Rhizopoda Pseudópodos para a locomoção, que auxiliam também na captura de alimentos Fagocitose Principais representantes: AMEBAS Maioria de vida livre; Ex: Amoeba proteus (água doce) Algumas espécies parasitas Entamoeba hystolitica Disenteria amebiana ou Amebíase Parasita do intestino grosso humano Ingestão de cistos através de alimentos e água contaminados Sintomas: Dores abdominais, forte diarréia Profilaxia: Hábitos de higiene adequados, saneamento básico.

Sarcodinea ou Rhizopoda Algumas espécies possuem carapaças resistentes de sílica ou de carbonato de cálcio, que sustentam e protegem a célula. Exemplos: Foraminíferos, Radiolários e Heliozoários

Rhizopoda

Ciliophora Cílios para a locomoção pequenos e numerosos espalhados pela membrana ou em tufos (cirros) Grande maioria de vida livre Exemplo: Paramecium sp Ciliado de água doce Sulco oral: abertura ciliada que empurra a água com o alimento para o citóstoma ( boca ) Dois núcleos: Macronúcleo (controle do metabolismo) e micronúcleo (reprodução por conjugação) Vacúolo contrátil ou pulsátil bomba que expulsa a água em excesso que entra passivamente por osmose

Ciliophora Paramecium caudatum

Micronúcleo Vacúolo Pulsátil Ciliophora Paramecium caudatum Citóstoma Sulco Oral Macronúcleo

Mastigophora Flagelos como organela de locomoção 1 a 4 Vida livre, parasitas ou simbióticos Simbiose: Triconympha sp vive no intestino de cupins e digere a celulose ingerida por ele. Em contrapartida, o cupim oferece um habitat adequado às condições metabólicas do protozoário.

Doenças causadas por Flagelados DOENÇA DE CHAGAS Carlos Chagas, 1909 Provocada pelo Trypanosoma cruzi e transmitido por percevejos triatomídeos conhecidos como BARBEIROS

Ciclo da doença Barbeiro contrai o T. cruzi de animais silvestres (reservatórios naturais) ou pessoas doentes e o protozoário se aloja em seu intestino Ao picar uma pessoa saudável, o inseto defeca sobre a pele e o protozoário penetra pela ferida. Normalmente a picada ocorre à noite e no rosto, parte descoberta durante o sono e que é bastante vascularizada. A penetração do flagelado pode ocorrer pelo olho, provocando o sinal característico da infecção.

Ciclo da doença O tripanosoma cai na corrente circulatória e se aloja no coração ou no intestino, onde irá se reproduzir. O coração e o intestino aumentam bastante de tamanho (megacólon e megacoração), provocando insuficiência cardíaca e alterações na digestão.

Ciclo da doença Doença grave, sem cura, mas que pode ser controlada e prevenida PROFILAXIA: Evitar morar em casas de sapé ou pau-a-pique, pois as frestas nas paredes são o local ideal para a reprodução dos barbeiros Combater o barbeiro com inseticidas, telas e outros Tratar e isolar os doentes Fiscalizar bancos de sangue para evitar a transmissão por transfusão sanguínea ou transplante de órgãos.

Doenças causadas por Flagelados DOENÇA DO SONO Provocada pelo Trypanosoma brucei e transmitido pela picada da mosca Glossina palpalis ou tsé-tsé

DOENÇA DO SONO Restrita à região central da África, não foram registrados casos no Brasil Invasão do sistema nervoso central, provocando sonolência contínua e enfraquecimento do corpo Morte

Doenças causadas por Flagelados LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Úlcera de Baurú Leishmania braziliensis Transmitido pela picada de mosquitos fêmeas da família dos flebotomídeos (Gênero Lutzomia) Mosquito palha

Penetração através da picada do mosquito reprodução intensa na pele Lesões de pele, mucosa da boca, nariz e faringe Deformações Se tratadas a tempo, há regressão das lesões Profilaxia: Evitar o contato com os mosquitos 100m das matas (voo curto) Tratar e isolar os doentes

Lesões por Leishmaniose Tegumentar Americana

Distribuição dos casos de Leishmaniose Tegumentar no Paraná

Doenças causadas por Flagelados LEISHMANIOSE VISCERAL Calazar Leishmania chagasi Transmitida também pelo mosquito palha (Lutzomya sp) Febre, anemia e esplenomegalia (aumento do baço) Se não tratada, pode levar à morte

Doenças causadas por Flagelados TRICOMONÍASE Trichomonas vaginalis Mulher: inflamação na uretra e na vagina, corrimento branco-amarelado ASSINTOMÁTICA no homem, porém ainda é transmitida à mulher durante o ato sexual AMBOS devem ser medicados PROFILAXIA: Preservativo e cuidado na utilização de objetos ou sanitários públicos sobrevivência do parasita por até 6 horas em ambientes úmidos

Doenças causadas por Flagelados GIARDÍASE Giardia lamblia Infecções no intestino delgado e diarréias Desidratação Doença muito comum em crianças de creches públicas Transmissão pela ingestão de água e alimentos contaminados com os cistos da Giardia

SPOROZOA Não possuem organelas de locomoção e são parasitas intracelulares Podem causar doenças nos seres humanos MALÁRIA TOXOPLASMOSE

MALÁRIA Impaludismo, maleita ou sezão Países tropicais e África, principalmente Brasil Região Amazônica Causada pelo esporozoário Plasmodium sp e transmitida pela picada das fêmeas do mosquitoprego (Anopheles sp) Dois hospedeiros: HOMEM (hospedeiro intermediário) e MOSQUITO (hospedeiro definitivo) Anopheles sp

MALÁRIA CICLO DA DOENÇA Pela picada, penetram no sangue os ESPOROZOÍTOS, a forma infectante do Plasmodium Fígado e baço reprodução assexuada do parasita (esquizogonia) Formação de MEROZOÍTOS Invasão das hemáceas reprodução acentuada do parasita: Rompimento da célula FEBRE ALTA, TREMORES e SUDORESE. Algumas hemáceas não se rompem aparecimento dos GAMETÓCITOS no interior delas ingeridos pelo mosquito, originam gametas no tubo digestivo (reprodução sexuada) Fecundação, produção de novos ESPOROZOÍTOS, que migram para as glândulas salivares do mosquito e podem ser novamente inoculados no ser humano, retomando o ciclo.

MALÁRIA CICLO DA DOENÇA

ÁREAS DE RISCO DE MALÁRIA NO BRASIL

MALÁRIA GRAVIDADE Depende da espécie do Plasmodium: P. vivax: Febre a cada 48 horas (terçã benigna) P. malarie: Febre a cada 72 horas (quartã benigna) P. falciparum: Varia a cada 36 a 48 horas SINTOMAS: Danos no fígado, ANEMIA, cansaço, desânimo, falta de ar e diminuição da capacidade de trabalho.

MALÁRIA TRATAMENTO e PROFILAXIA Medicamentos que matam o parasita no fígado e no sangue Prevenção: Combate aos mosquitos adultos com INSETICIDAS, combate às larvas com LARVICIDAS ou peixes que se alimentem delas ou ainda drenagem de terrenos alagados. Uso de telas e cortineiros Cuidados com sangue contaminado: transfusões, seringas, agulhas e no parto.

TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii Transmitido pela ingestão de cistos presentes nas fezes de gatos (solo, areia ou pelo do animal) Poucos ou nenhum sintoma: febre e aumento dos linfonodos desaparecem sem deixar seqüelas Mulheres grávidas: transmissão ao feto Lesões cerebrais e em outros órgãos PREVENÇÃO: Não beijar animais nem deixá-los lamber o rosto Lavar as mãos após o contato com eles Mulheres que pretendem engravidar: exame específico