ELISA MORAES OLIVEIRA DE SOUZA THOMÉ.

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Transcrição:

1 ELISA MORAES OLIVEIRA DE SOUZA THOMÉ. COMPARAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE DIFERENTES MATERIAIS PARA COLAGEM DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS. NITERÓI 2011

2 ELISA MORAES OLIVEIRA DE SOUZA THOMÉ. COMPARAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE DIFERENTES MATERIAIS PARA COLAGEM DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS. Monografia apresentada ao curso de Especialização em Ortodontia do Faculdade Redentor para obtenção do título de Especialista em Ortodontia Fixa. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Ponce NITERÓI 2011

3 COMPARAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE DIFERENTES MATERIAIS PARA COLAGEM DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS. Apresentação da Monografia em 05/12/2011 ao curso de Especialização em Ortodontia pela Faculdade Redentor. COORDENADOR: PROF. DR. ALEXANDRE PONCE Membros: Alexandre Ponce. Ana Luiza Junqueira Ponce. Jose Luis Moñoz Aprovada com nota e menção.

Dedico esta conquista à minha família e melhores amigos: meus pais Francisco e Carmem Lúcia e meu irmão Hugo. 4

5 AGRADECIMENTOS Agradeço... À Deus, que pelo seu infinito amor me permitiu chegar até aqui... Não é apenas um título, mas um degrau a mais na longa caminhada profissional que se segue... Obrigada meu Deus, por ter me dado a oportunidade e a coragem, a força e a sensibilidade para superar todas as dificuldades. Obrigada pela Sua fidelidade incondicional! Aos meus pais, Francisco e Carmem e ao meu irmão Hugo por estarem sempre ao meu lado, me apoiando e incentivando! Amo vocês! À minha amiga Cássia Santos que, em momento algum, poupou esforços para que este trabalho se concretizasse. Obrigada pela sua amizade, disposição em me ajudar e carinho de sempre! À Sergio Ponce, Silvia Ponce, Alexandre Ponce e Ana Luíza Ponce por acreditarem sem conhecer e pela disposição em serem instrumentos de Deus me auxiliando nessa conquista. Obrigada, de verdade... que Deus os honre pela nobre atitude. Aos colegas da melhor turma VI da Orthodontic, que estiveram juntos nas dificuldades, incentivando, ajudando e torcendo... Que Deus abençoe nossa próxima jornada! Agradeço, em especial, àquela que se faz hoje, grande amiga Alessandra Queima Pasch de Oliveira, com quem compartilhei não só conteúdos ortodônticos, mas motivações e sonhos... Obrigada pela amizade e carinho muito importantes para mim... Minha futura sócia, um dia a gente chega lá!!! À todos os professores, pela dedicação, paciência e por todo ensinamento disponibilizado, cada um contribuiu de forma especial para minha formação. Agradeço, em especial aos Professores: Tasso Dorchett, Ricardo Pessoa, Alessandro Veraldo e Ana Luiza Ponce. À todos os funcionários que cuidaram do nosso espaço tornando-o mais agradável, por toda dedicação e disposição em nos atender sempre que necessitamos. Muito Obrigada a todos vocês!

DIRIGE MEUS PASSOS NOS TEUS CAMINHOS, PARA QUE MINHAS PEGADAS NÃO VACILEM... GUARDA-ME COMO À MENINA DO OLHO, ESCONDE-ME À SOMBRA DE TUAS ASAS. (SALMOS 17:5-8) 6

7 RESUMO Considerando os avanços dos materiais utilizados na Ortodontia, atualmente, objetivou-se, através da revisão da literatura, comparar os diferentes materiais utilizados para colagem de braquetes. Avaliando a resistência ao cisalhamento de resinas compostas, cimentos de ionômero de vidro com associação de sistemas adesivos convencionais e auto condicionantes. Considerou-se ainda, o Índice de Remanescente Adesivo em relação ao tipo de fratura (adesiva, coesiva, mista) existente, após a realização dos teste de cisalhamento. Palavras-chave: Ortodontia. Materiais para colagem de braquetes ortodônticos. Resistência ao cisalhamento. Índice de remanescente adesivo.

8 ABSTRACT Considering the advances in materials used in Orthodontic, aimed to, through literature review, compare the different materials used for bonding orthodontics brackets. Evaluating the shear strength of composite resins, glass ionomer cements with a combination of convencional and self etching primer. It is also considered, the adhesive remnant index in relation to type of fracture (adhesive, cohesive, mixed) existing after the completion of the shear test. Keywords: Orthodontics. Materials for bonding orthodontics brackets. Shear Bonding Strength. Index of remaining adhesive.

9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01. Imagem da superficie do esmalte com material de colagem remanescente (IRA).Fonte: Shamsiet al.(2006) p11...27 Figura 02. Visão lateral da máquina de ensaio Instron, antes da descolagem dos braquetes.fonte: Linn et al. (2006) p 09...27 Figura 03. Resinas utilizadas para colagem ortodôntica. Fonte: site do fabricante 3M...28 Figura 04. Esmalte condicionado com ácido fosfórico e cadeia química do ácido. Fonte: site google imagens...28 Figura 05. cadeia do ácido. Fonte: Site google imagens...30 Figura 06. Esmalte condicionado com ácido poliacrílico.fonte: site google imagens...30 Figura 07. Cimento de ionômero de vidro Fuji Ortho LC e Orthocem (FGM) Fonte: site dos fabricantes...42 Figura 08.Sistemas adesivos autocondicionantes e convencionais. Fonte: site do fabricante (3M)...77 Fig. 09.Diferentes tipos de base do braquete. Fonte: Cozza et al. (2006) p 08-09... 105 Fig.10 Braquete Erodonto. Fonte: site google imagens...106 Fig. 11 Braquete Advanced. Fonte: site google imagens...107

10

11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 11 2 PROPOSIÇÃO 13 3 REVISÃO DA LITERATURA 15 3.1 Utilização de resina composta para colagem de braquetes ortodônticos 15 3.2 Utilização de cimento de ionômero de vidro para colagem de braquetes ortodônticos. 30 3.3 Sistemas adesivos convencionais x autocondicionantes. 43 3.4 Procedimentos auxiliares na retenção dos braquetes ortodônticos. 77 3.5 Influência do tipo de base do braquete e de seu tratamento na resistência ao cisalhamento 98 4 DISCUSSÃO 107 5 CONCLUSÃO 114 REFERÊNCIAS 115

12 1. INTRODUÇÃO Historicamente, a estratégia inicial de fixação dos acessórios ortodônticos em coroas dentárias foi a multibandagem dos dentes. Segundo Zachirisson (1994), muitas eram as desvantagens da utilização desse aparelho fixo tais como: comprometimento da estética, agressão aos tecidos gengivais, dificuldade de hogoenização, complexidade e a morosidade de sua execução clínica, dentre outras. O advento do ataque ácido, introduzido por Buonocore em 1955, trouxe a possibilidade de adesão entre a base do braquete e a superfície dentaria, criando retenções mecânicas pelo embricamento mecânico da resina nas microporosidades produzidas pelo ácido. Sendo assim, a partir da década de 70, efetivou-se a utilização da resina composta na colagem de braquetes ortodônticos. Entretanto essa prática leva á perda de estrutura do esmalte, em maior ou menor grau, dependendo do tempo de aplicação e concentração da solução ácida condicionadora. Apesar dos principais fatores de sucesso de qualquer terapia ortodôntica serem o diagnostico e o planejamento do caso, o emprego do adesivo odontológico na colagem de acessórios diretamente na superfície do esmalte foi a técnica que revolucionou o tratamento com aparelhos fixos. As vantagens da colagem direta são eliminação de algumas fases do tratamento (bandagem e redução de diastemas) o que reduz o tempo de consulta, eliminação do comprometimento da estética,

13 diminuição da possibilidade do aparecimento de manchas brancas no esmalte e ocorrência de inflamações gengivais, maior facilidade de diagnóstico de lesão cariosa inicial. Atualmente, novos materiais estão sendo desenvolvidos para a utilização específica na Ortodontia. Resinas que apresentam composição similar às resinas restauradoras e ionômeros de vidro com força de adesão mais satisfatória tanto em dentina quanto em esmalte e com capacidade de liberar flúor são alguns dos materiais mais estudados e utilizados. Nas pesquisas realizadas, buscam-se materiais com força de adesão suficiente para suportar os esforços da mastigação e as forças geradas pela mecânica ortodôntica, compatibilidade com o tempo de trabalho clínico, permitindo o posicionamento preciso dos acessórios e remoção dos acessórios ortodônticos sem danificar o esmalte dentário. Com objetivo de simplificar a adesão ao esmalte dentário, os sistemas adesivos de frasco único foram lançados no mercado, apresentam capacidade de diminuir sensibilidade técnica de aplicação e o tempo clínico como afirmaram Carvalho et al. (2002). Os sistemas adesivos convencionais mais utilizados atualmente, no processo de colagem dos acessórios ortodônticos apresentam três agentes: um condicionador ácido de esmalte, um primer e uma resina adesiva. Recentemente, foi lançado um sistema de colagem cujo agente condicionador e o primer se apresentam em uma única solução, denominado self eatching primer (SEP), esse produto dispensa a necessidade de enxague e de fotopolimerização, fazendo com que o processo de

14 colagem seja mais rápido, mais simples e fácil, reduzindo também os custos, quando comparados com a técnica do condicionamento ácido total. A queda dos braquetes em consequência de fatores como falhas na técnica de colagem, pouca retentividade de determinadas bases do braquete, ação da força mastigatória e redução do tamanho das bases do braquete por motivos estéticos constitui problema nas práticas clínicas e resultando em atraso no tratamento. Com o objetivo de minimizar esses problemas, o jateamento da base do braquete com óxido de alumínio foi introduzido recentemente no arsenal odontológico como um dispositivo condicionador micromecânico microetcher, utilizado acoplado ao equipo odontológico. Essa técnica também pode ser utilizada com finalidade de reciclar braquetes e facilitar a colagem em dentes restaurados ou com coroas metálicas ou cerâmicas, pois possibilita a silanização e ligações da resina composta à liga metálica e selamento de cicatrículas e fissuras. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico avaliando a resistência ao cisalhamento da união de braquetes metálicos utilizando diferentes materiais para colagem de acessórios ortodônticos, ressaltando vantagens e desvantagens dos mesmos e o índice de remanescente adesivo (IRA) após remoção dos acessórios.

15 2. PROPOSIÇÃO O presente trabalho teve por objetivo, através de um levantamento bibliográfico, avaliar: A) As resinas compostas e os cimentos de ionômeros de vidro como materiais para colagem de braquetes ortodônticos; B) A resistência ao cisalhamento da união desses materiais; C) Índice de remanescente adesivo de cada material avaliado (força coesiva e adesiva);

16 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1. UTILIZAÇÃO DE RESINA COMPOSTA PARA COLAGEM DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS. Pereira et al. (2006), avaliaram resistência `a tração de duas resinas utilizadas para colagem de acessórios para tracionamento dentário. Para realização deste estudo, foram utilizados 40 molares, sendo 20 utilizados para resina Fill Magic (Vigodent) e 20 para resina Concise (3M). Os elementos foram armazenados em formalina a 10%, dos 40 dentes, 20 foram subemtidos a forca de tração horizontal/cisalhamento (tiveram suas coroas separadas das raízes para sua fixação em resina acrílica e a retenção feita nas proximais do dente) e os outros 20 foram submetidos a forca de tração vertical (tiveram as retenções feitas nas raízes). As retenções foram feitas com pontas diamantadas e serviu de apoio para o encaixe de haletas de aço as quais foram confeccionadas a fim de proporcionar maior retenção, quando incluídos em resina. Todos os corpos-de-prova foram submetidos a previa profilaxia com pedra-pômes e lavados com água abundante, antes da realização da colagem. A colagem dos braquetes foi realizada com as instruções do fabricante, ou seja, para resina Concise, as superfícies foram submetidas ao condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 60 segundos, lavados com água por 30 segundos, seca com ar da seringa tríplice até que a superfície apresentasse aparência de branco leitoso. As duas resinas para adesão A e B (pastas da Concise) foram misturadas, homogeneamente, em recipiente adequado e aplicadas na superfície desmineralizada, após o tempo necessário para polimerização, as duas resinas (pasta e base) foram misturadas numa proporção 1:1 em um bloco de papel próprio do material. A mistura homogênea foi aplicada sobre a superfície retentiva do

17 braquete e o conjunto levado em posição e mantido estático por cerca de 2 minutos e 30 segundos. A resina fotopolimerizável Fill Magic, foi aplicada após condicionamento ácido e lavagem/secagem da mesma forma que com o material anteriormente citado, a resina então, foi aplicada na superfície do braquete, levada em posição e polimerizada com luz monocromática azul por 40 segundos. Os dentes foram incluídos em corpos de resina acrílica e, posteriormente, o conjunto foi incluído em tubos de PVC ¾, previamente preparados com 2.5 cm de altura para os 20 dentes que foram submetidos às forcas verticais e 3.5cm para aqueles que foram submetidos às forças horizontais. O tracionamento foi feito na máquina universal de ensaios a 0,5mm/min. Até que o braquete fosse removido do dente, com ou sem remanescente de resina. Concluiu-se nessa pesquisa, que a resina fotopolimerizável Fill Magic tem indicação para os procedimentos de tração de dentes retidos, pois a força para a movimentação ortodôntica é menor do que a necessária para remoção do braquete e o tempo dispensado para a colagem do mesmo foi menor ao utilizá-la. Em relação ao Índice de Remanescente Adesivo, observou-se que a adesividade da resina ao esmalte foi muito maior do que a resina no braquete. Pithon et al. (2006) compararam a resistência ao cisalhamento da colagem e o índice de remanescente adesivo (IRA) entre compósitos Concise e Fill Magic Orthodontic. Foram utilizados 24 incisivos inferiores bovinos, a coroa desses dentes e parte da raiz foram incluídas em resina acrílica autopolimerizável com apoio de uma placa de vidro, para planificar a face vestibular. Os dentes foram submetidos a um tratamento com lixa d agua a fim de se ter uma superfície de esmalte uniforme, em seguida, foram incluídos em tubo de PVC com gesso pedra tipo IV, ficando suas faces vestibulares perpendiculares a base do troquel. Os procedimentos para

18 colagem foram realizados após profilaxia com pedra-pômes e água por 10 segundos, utilizando-se micromotor de baixa rotação e taca de borracha. Em seguida, lavou-se a superfície por 10 segundos e secou-se por 20 segundos com utilização de jato de ar. Após a secagem, realizou-se o condicionamento com acido ortofosfórico a 37% por 20 segundos, seguido de lavagem e secagem por 20 segundos. Os 24 dentes utilizados foram divididos em dois grupos de 12 elementos, no grupo 1, fez-se a colagem utilizando-se Concise (3M do Brasil) e no grupo 2 utilizou-se o compósito Fill Magic Orthodontic (Vigodent); os braquetes utilizados foram do tipo standard da Morelli, código 20.30.201. Após o procedimento de colagem e remoção dos excessos de compósito, os braquetes foram submetidos a forca de cisalhamento, na maquina de ensaio Instron com velocidade de 1mm por minuto para avaliação de sua resistência. Em seguida, cada superfície do esmalte foi classificada de acordo com o escore da IRA ( o= nenhum material aderido a superfície; 1= menos da metade do material aderido a superfície; 2= mais da metade do material aderido a superfície; 3= todo material aderido a superfície, inclusive a impressão da malha do braquete. O IRA dos grupos onde utilizou-se o compósito Concise foi 1.60 e Fill Magic foi 2.26; sendo assim, conclui-se que não houve diferença estatística significante; quanto a resistência ao cisalhamento, observou-se que os dois materiais testados apresentaram resultados semelhantes, não havendo diferenças estatisticamente significativas; quanto ao IRA, os dois materiais testados apresentaram resultados semelhantes não havendo diferenças estatisticamente significativas; concluiu-se que ambos os materiais satisfazem plenamente as necessidades clinicas para colagem de braquetes. Pithon et al. (2008) avaliaram a resistência ao cisalhamento de braquetes

19 metálicos colados com o compósito Orthobond (Dental Morelli Ltda), em diferentes condições da superfície de esmalte. Nesse estudo, os autores utilizaram 90 incisivos inferiores permanentes, devidamente limpos, armazenados em solução de formol a 10% e estocados em temperatura de 6 0 C. Os corpos de prova foram incluídos em tubos de PVC (Tigre Joenville, Brasil) com resina acrílica (Clássico São Paulo, Brasil) de tal forma que apenas suas coroas ficassem expostas. Na inclusão dos dentes, as superfícies vestibulares dessas coroas foram posicionadas perpendicularmente à base do troquel a fim de possibilitar um correto ensaio mecânico. Previamente à colagem, as superfícies vestibulares foram submetidas a profilaxia com taça de borracha (Viking, KG Sorensen) e pedra-pômes extrafina (SS White) e água por 15 segundos. Em seguida, procedeu-se a lavagem com spray ar/agua por 15 segundos e secagem com jato de ar livre de óleo e umidade pelo mesmo tempo. Após a profilaxia, os corpos de prova foram divididos, aleatoriamente, em seis grupos (n=15). Foram utilizados braquetes de incisivos centrais superiores (Abzil Lancer, São José do Rio Preto, Brasil) com área de base de 13.8mm². Todos os grupos foram condicionados com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavagem e secagem pelo mesmo período de tempo. O grupo 1 (controle): fez-se aplicação do XT primer, colagem dos braquetes com Transbond XT (3M Unitek, Monrovia USA), remoção dos excessos com sonda exploradora Duflex, Juiz de Fora, Brasil), fotopolimerização por 40 segundos, sendo 10 segundos em cada face, á distância de 1mm da superfície com aparelho XL1500 (3M, Dental Products, Monrvia, USA) com intensidade de lâmpada de 450mw/cm², como em todos os outros grupos; grupo 2: fez-se aplicação de Orthoprimer (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, Brasil), na base do braquete, posterior posicionamento e remoção dos excessos; grupo 3: fez-se aplicação de Transbond Plus Self etching primer (3M,

20 Unitek, Monrovia, USA) esfregado por 30 segundos sobre o esmalte, leve jato de ar para espalhar o material, colocação do compósito ORTHOBOND (Dental Morelli, Ltda Socoraba, Brasil) na base do braquete, posicionamento e remoção dos excessos; grupo 4: fez-se aplicação do compósito, ORTHOBOND (Dental Morelli Ltda Socoraba, Brasil) na base do braquete, posicionamento e remoção de excessos; grupo 5: fez-se aplicação do Orthoprimer (Dental Morelli Ltda, Brasil) na superfície condicionada, contaminação da mesma com sangue(obtido através de flebotomia da veia radial do antebraço direito) saliva, misturados em igual quantidade de saliva (20ml), secagem, colocação do compósito Orthobond (Dental Morelli, Ltda Socoraba, Brasil) na base do braquete, posicionamento do mesmo e remoção dos excessos; grupo 6 : fez-se homogeneização do compósito Orthobond (Dental Morelli Ltda Socoraba, Brasil) na proporção de 1g de compósito /1 gota de Orthoprimer (Dental Morelli Ltda, Brasil) colocação do compósito na base do braquete, posicionamento e remoção dos excessos. Após a colagem, os corpos de prova foram armazenados em água destilada e mantidos em estufa durante 24horas, a temperatura de 37 0 C. O cisalhamento das peças foi realizado em uma máquina universal EMIC DL 10.000 (São José dos Pinhais, Brasil), operada em uma velocidade de 0,5mm/min, através da ponta ativa em cinzel. Após realização do ensaio a superfície vestibular de cada corpo foi avaliada em lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Gottingen, Alemanha) com aumento de oito vezes, para ser qualificado o índice de remanescente de adesivo (IRA). Os resultados do teste de resistência ao cisalhamento foram submetidos á analise de variância (ANOVA) e, posteriormente, ao teste de Tukey, para comparação do controle com os demais tratamentos. Na avaliação dos escores do índice de remanescente de adesivo, utilizou-se o teste de Kruskal Wallis. Com a realização dessa pesquisa, concluíram que o Orthobond

21 (Dental Morelli Ltda, Sorocaba Brasil) obteve bons resultados nos testes realizados quando colado em superfície condicionada com ácido fosfórico a 37%, se comparado ao Transbond XT (3M Unitek, Monrovia, USA) colado de maneira convencional. Nos demais, o Orthobond (Dental Morelli Ltda, Sorocaba, Brasil) demonstrou valores de resistência condizentes com a necessidade clínica. Pithon et al. (2008) avaliaram a resistência ao cisalhamento da união de braquetes metálicos colados com o compósito Right-on, em diferentes condições de superfície. Neste estudo, foram utilizados 45 incisivos inferiores permanentes bovinos, devidamente limpos, armazenados em solução de formol a 10% e estocados em geladeira à temperatura aproximada de 6 0 C Os dentes foram incluídos em anéis de PVC rígido (TIGRE, Joenville, Brasil) com gesso pedra especial (Durone Dentsply, Petropólis, Brasil) de tal forma que apenas as suas coroas ficassem expostas. A face vestibular dos dentes foi posicionada perpendicular à base do troquel com auxílio de um esquadro de vidro com ângulo de 90 0 buscando um correto ensaio mecânico. Os corpos, após a cristalização do gesso, foram armazenados em água destiladas e estocados em geladeira. Antes da realização da colagem, fez-se a profilaxia das superfícies vestibulares utilizando-se taça de borracha (Viking, KG Sorensen, Barueri, Brasil), pedra pomes extrafina (SSWhite, Juiz de Fora, Brasil) e água por 15 segundos, em seguida, lavou-se com spray ar/água por 15 segundos e secou-se com jato de ar livre de óleo e umidade pelo mesmo tempo. A cada cinco profilaxias, a taça de borracha era substituída para padronização do procedimento. Após a profilaxia, dividiu-se os elementos em 3 grupos de forma aleatória, sendo cada um deles com 15 componentes. No grupo 01, grupo controle, os braquetes de incisivos centrais superiores( Morelli, Sorocaba,

22 Brasil) foram colados com compósito Transbond XT (3M Unitek, Monrovia, USA) e nos grupos 02 e 03 com compósito Right-on (TP Ortho, Tokyo, Japão). No grupo 01 foi realizado condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavagem e secagem pelo mesmo tempo, aplicação de XT primer e colagem dos barquetes com Transbond XT, após a remoção dos excessos, fotopolimerizou-se por 40 segundos (10 segundos em cada face), a uma distância de 1mm do braquete com aparelho XL 1500 (3M, Dental Products, Monrovia, USA) com intensidade da lâmpada de 400mw/cm 2, aferida regularmente com radiômetro (Demetron, Danburry, CT, USA). No grupo 02 fez-se condicionamento da superfície com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavagem e secagem pelo mesmo período de tempo, aplicouse o primer Right-on na base do braquete e na superfície condicionada, colocou-se o compósito Right-on na base do braquete, posicionou-se o mesmo e removeu-se os excessos. No grupo 03, aplicou-se Transbond Plus Self Etching Primer, esfregou-se por 3 segundos sobre o esmalte, aplicou-se leve jato de ar para espalhar o material sobre a superfície dentaria, aplicou-se o primer Right-on na base do braquete, colocou-se o compósito Right-on na base do braquete, fez-se o posicionamento do mesmo e removeu-se os excessos. A área dos braquetes para incisivos centrais superiores (Morelli, Sorocaba, Brasil) foi determinada em 14,02mm 2. Após o procedimento de colagem, os corpos de prova foram armazenados em água destilada e mantidos em estufa durante 24 horas, à temperatura de 37%. Foi utilizada uma máquina universal de ensaios mecânicos (Instron, Corporation, Canton, USA) para realização dos testes de cisalhamento, operando a uma velocidade de 0.5mm/min., através da ponta ativa em cinzel. Os resultados foram obtidos em Kgf, transformados em Newton e dividos pela área da base do braquete, obtendo um resultado em megapascal Mpa. Utilizou-se lupa estereoscópica (Carl

23 Zeiss, Gottingen, Alemanha) para avaliação da superfície após os ensaios realizados, utilizou-a com aumento de 8 vezes para ser quantificado o IRA índice de remanescente adesivo, preconizado por Artun e Bergland, sendo os escores: 0- nenhuma quantidade de compósito aderido, 1- menos da metade do compósito aderido, 2- mais da metade do compósito aderido e 3 para todo o compósito aderido ao esmalte. Os resultados foram submetidos a analise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey para comparação do controle para os demais tratamentos. Concluiu-se que o Transbond XT convencional e o Right on obtiveram bons resultados de resistência ao cisalhamento, quando colados seguindo as orientações do fabricante; no grupo onde foi feita alteração na técnica de colagem a resistência ao cisalhamento foi inferior e em todos os grupos, a maioria das fraturas ocorreu na interface braquete/compósito, restando materil aderido ao esmalte após a colagem. Pithon et al. (2008) avaliaram a força de resistência da resina composta quimicamente ativada Superbond 1, com e sem prévia homogeneização, sob diferentes tempos de condicionamento ácido (15 e 30 segundos). Utilizou-se, neste estudo, 150 dentes bovinos, acondicionados inicialmente, em recipientes de vidro, contendo solução de formol a 10%. Os dentes foram lavados em água corrente, suas coroas foram recortadas com ponta diamantada em alta rotação, na região do terço média e mergulhadas em solução de cloramina T a 1%. As facetas obtidas foram incluídas em resina epóxi, visando obter 150 corpos de prova. Estes foram lavados em água corrente e as facetas de esmalte foram expostas foram limpas com jatos do aparelho Profi II (Dabi Atlante) e, posteriormente, secas com jato de ar; em seguida, foram divididos, aleatoriamente, em 6 grupos de 25 dentes, cada. Os

24 corpos de prova foram trabalhados em vários dias com dez elementos cada grupo, permitindo a simulação da aplicação clínica, esperando que o material retornasse às suas características de um dia para o outro, sendo este conservado em geladeira como uma rotina de um consultório. Os grupos foram os seguintes: A (condicionamento de 15 segundos sem homogeneização), B (15 segundos sem homogeneização), C (30 segundos sem homogeneização), D (30 segundos com homogeneização), E (15 segundos sem homogeneização e utilizando o material de final da bisnaga) e F (30 segundos, sem homogeneização e final de bisnaga). Foi realizado o condicionamento ácido em todos os corpos, os quais foram lavados com jatos de água pelo mesmo tempo empregado no respectivo condicionamento e secos com jatos de ar. Aplicou-se o primer que acompanha o Kit de resina Superbond (Aditek), simulando uma quantidade igual de dentes sendo trabalhados simultaneamente. Aplicou-se o adesivo tanto no esmalte de cinco corpos de prova, como na malha metálica de cinco braquetes, de acordo com as recomendações do fabricante. Para colagem dos acessórios foram necessários dois conjuntos de Superbond para obtenção de 6 grupos de estudo. Nos grupos A e C, a pasta foi aplicada sem prévia homogeneização, diretamente da bisnaga para a malha dos braquetes. Nos grupos B e D, a pasta foi transferida para recipientes plásticos para homogeneização do material previamente à sua aplicação. Nos grupos E e F, o material foi obtido do final da bisnaga, também sem previa homogeneização. Os braquetes foram posicionados com o auxilio de uma pinça clínica, posteriormente, aplicou-se a ponta da agulha Gilmore de 454g no centro do braquete objetivando uniformizar o peso de compressão. Foram removidos os excessos do material com sonda exploradora. Esperou-se 10 minutos, tempo necessário para polimerização, colocou-se os corpos de prova em seis vidros rotulados com respectivos nomes dos

25 grupos, contendo solução de cloramina T a 1%. O teste de cisalhamento foi realizado em uma máquina universal EMIC. As análises estatísticas foram feitas envolvendo os cálculos de desvio padrão (Kgf) para força de resistência dos seis grupos (análise descritiva) e a aplicação do teste de análise de variância (ANOVA) (analise indutiva), utilizou-se em alguns casos o teste de Tukey para identificar grupos com diferença estatisticamente significante. Concluiu-se que não houve diferença estatisticamente significante quanto à força de resistência nos tempos de condicionamento de 15 e 30 segundos; o condicionamento da superfície de esmalte por 15 segundos apresentou adequada força de resistência em um tempo eficiente e mínimo de exposição ao ácido; os resultados obtidos não apresentam diferença estatisticamente significante para os diferentes grupos, em relação à previa homogeneização ou não da resina composta; os grupos que empregaram o material final da bisnaga tiveram o mesmo comportamento dos outros grupos testados anteriormente. Rastelli et al (2010) avaliaram a resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos colados com resinas contendo flúor, comparando-as a uma resina convencional; analisaram a quantidade de adesivo remanescente na superfície do esmalte. Para realização deste estudo, foram utilizados 60 pré molares permanentes recém extraídos, todos foram limpos com lâmina n 0 11, espátula Lecron e jato de bicarbonato, lavados e armazenados em água destilada, refrigerada e trocada, semanalmente. Antes de serem confeccionados os corpos de provas, os dentes foram colocados em solução cloramina a 0,5% para sua desinfecção, conforme indicação da ISSO/TS 11405 (2003), durante 48horas, em recipiente fechado. Os elementos escolhidos para esse estudo eram hígidos e livres de qualquer alteração

26 que pudesse comprometer a adesão. As amostras foram preparadas com utilização de um esquadro em acrílico para promover um paralelismo ao longo eixo do dente e do PVC ao qual foi adaptado, cada dente foi posicionado ao esquadro com cera pegajosa, mantendo a face vestibular paralela a superfície do mesmo, durante a aplicação da força de cisalhamento, tendo a junção cemento esmalte como limite inferior; em seguida, o conjunto dente-esquadro foi fixado, com cera pegajosa, ao tubo de PVC. A coroa estando centralizada e a raiz, completamente, inserida no interior do tubo, o qual foi preenchido com gesso tipo IV (SS White, Rio de Janeiro, Brasil). As amostras foram limpas dos resíduos de cera pegajosa e gesso e mantidas em água destilada por 24horas em recipiente fechado. Previamente à colagem, realizou-se profilaxia nos dentes com utilização de taça de borracha, pasta de pedra-pômes e água, em seguida foram lavados com jato de água por 15 segundos e secos com jato de ar durante 15 segundos. O condicionamento da superfície de esmalte foi realizado com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos, em todos os grupos. Em seguida, a superfície vestibular dos elementos foram lavadas com jatos de ar e água durante 20 segundos e secas com jato de ar durante 10 segundos. Os braquetes utilizados foram metálicos pré angulados, com torque de -7 0, angulação de 0 0 e área de base de 13.02mm 2 obtidos automaticamente, por meio do software Solidworks (Solidworks Corp., USA)de acordo com o fabricante; foram colados com as seguintes resinas: grupo 1: CONSICE (3M /ESPE, Dental products Divisin, St Paul Minnesota, USA lote n 0 17093), Grupo 2: ULTRABOND com flúor (Aditek do Brasil, Cravinhos, São Paulo, lote n 0 9776) e a Grupo 3: Relua-Bond com flúor, em 3 grupos de 20 unidades amostrais, de acordo com a resina ortodôntica utilizada. O selante adesivo aplicado no esmalte foi o especificado pelo fabricante de cada material de colagem utilizado. Para posicionar os braquetes

27 metálicos utilizou-se o posicionador ABZ 0179 (Ormco Corp, EUA) a uma distância de 4mm da oclusal até o slot, para padronizar a posição dos braquetes com uma pressão (força) padrão de 300g durante a colagem, em todos os dentes, por meio do dinamômetro Correx (Haag-Streit, Suiça). O excesso de resina foi removido com uma sonda exploradora. Após a polimerização, fez-se a armazenagem das amostras em um recipiente com água destilada, mantida a uma temperatura ambiente, em seguida foi realizada a termociclagem das amostras na máquina na MSCT 3 (Marcelo Nucci ME, São Carlos, Brasil). Após um intervalo de 48horas, contadas a partir do termino a termociclagem, as amostras foram submetidas ao ensaio mecânico de cisalhamento, na direção oclusocervical, com o cinzel posicionado na interface dente braquete. Os testes seguiram a norma ISSO/TS 11405 (2003) e foram realizados numa maquina eletrônica universal para ensaios mecânicos (MTS 810, MTS System Corp., EUA), com célula de carga de 1KN e velocidade de carga de 0.5mm;min. Após a descolagem, os dentes com suas respectivas braquetes foram armazenados em saco plástico individual e examinados, posteriormente, com auxílio de uma lupa estereomicroscópica, com aumento de 40 vezes e classificados de acordo com o Índice de Adesivo Remanescente (IAR) proposto por Artum e Bergland com escores característicos. Análise de Variância foi utilizada para avaliar a resistência ao cisalhamento de braquetes colados com as 3 diferentes resinas citadas e foi completada pelo teste de Tukey para comparação múltipla. De acordo com os resultados obtidos, percebeu-se que todos os materiais testados apresentam resistência ao cisalhamento adequada para suprir as necessidades clinicas. Entretanto, a resina Concise apresentou-se resistência maior do que as resinas Rely-a-Bond e Ultrabond. Em relação ao IAR, não houve diferença entre os grupos e, apesar das fraturas terem ocorrido na interface adesivo-esmalte, não foi

28 observado nenhum dano na superfície do esmalte após descolagem, exceto em duas amostras do grupo I (Concise) no qual observou-se fratura de esmalte. Fig.01: imagem mostrando superfície do esmalte com material de colagem remanescente (IRA índice de remanescente adesivo). Fonte: Shamsi, 2006, p.11. Fig. 02: Visão lateral da máquina de ensaio Instron antes da descolagem dos braquetes. Fonte: Linn, 2006, p 09.

29 Fig. 03: Resinas utilizadas para colagem de braquetes (Concise Ortodontico e Fill Magic Ortodontica e Transbond XT, respectivamente). Fig. :04: esmalte condicionado com ácido fosfórico. Fonte: site google

30 imagens (cadeia química do ácido fosfórico). Fig.: 05: Cadeia química ácido poliacrílico. Fonte: site google imagens. imagens. Fig.06: esmalte condicionado com ácido poliacrílico.fonte: site Google 3.2. UTILIZAÇÃO DE CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO PARA COLAGEM DE BRAQUETES ORTODONTICOS. Kawasaki et al. (2003) determinaram o efeito do uso do Multibond, um novo cimento resinoso baseado em metilmetacrilato (META) com primer autocondicionante na resistência ao cisalhamento de braquetes ortodônticos comparado com Superbond C&B. Foram utilizados 72 incisivos bovinos extraidos

31 para este estudo. Foram divididos, aleatoriamente, em grupos contendo 18 elementos. As raízes dos dentes foram cortadas e as coroas armazenadas. Os dentes foram embutidos em resina acrilica de modo que as faces vestibulares ficassem expostas para a colagem. Apos a polimerização das resinas, as superficies dos dentes foram limpas e polidas com pedra pomes e taça de borracha para profilaxia, por 10 segundos. Braquetes metálicos ortodônticos (stainless steel, Standard Edgwise 100-1000, Dentply-Sankin K.K., Tokyo, Japão) e braquetes estéticos (policarbonato com fibra de vidro, Clear braquete, Twin Standard 150-1000, Dentsply-Sankin K.K., Tokyo, Japao) foram usados neste estudo. A área da base de superfície do braquete foi determinada em 9.64mm 2 para os braquetes metálicos e 11.29mm 2 para braquetes estéticos. Tanto os estéticos quanto os metálicos foram colados nos dentes com Superbond C&B ou Multibond, de acordo dom as instruções do fabricante. Os dentes foram condicionados com ácido fosfórico a 65%, por 30 segundos, lavados por 20 segundos, e secos com jato de ar. A pasta catalisadora oxidada com tri-n-butil (TBB) foi adicionada ao líquido monômero e foi misturado, usou-se para colagem dos braquetes metálicos e estéticos usando a técnica brush dip. O monômero misturado foi 4-metacriloxietil trimetilato anidro e MMA foi polimerizado por pasta inibidora oxidada TBB. Primer A e Primer B foram misturados de forma que o primer autocondicionante contendo éster metacrilato fosfórico, acetona, agua e pasta catalisadora. O primer foi colocado no esmalte por 30 segundos. O excesso do material foi evaporado usando uma compressão de ar. Então os braquetes metálicos e estéticos foram colados no esmalte pela mistura do polímero em pó e do monômero em liquido. Cada braquete foi sujeito a uma força de 300g, o excesso do material foi removido com sonda exploradora. Depois da polimerização da resina, todos os espécimes foram estocados em água destilada a

32 37 0 C por 24 horas. A resistência ao cisalhamento foi medida de acordo com o método de Noguchi, usando a maquina de teste (TCM-500CR, Shinkon, Tokyo, Japão) a uma velocidade de 2mm/min. Após a descolagem, os dentes e os braquetes foram submetidos a um exame com 10 vezes de aumento da imagem, para determinação de remanescentes do material na superfície de colagem de acordo com IRA com escores variando de 0 a 3. Devido ao número limitado de amostras de esmalte humano, a resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos colados com Superbond C & B foi examinado pelo mesmo método descrito acima. Dez amostras humanas de esmalte foram incluídos em resina acrílica. A superfície do esmalte dental humano foi polida com pedra-pomes e profilaxia com taça de borracha, por 10 segundos. Depois de 30 segundos, fez-se condicionamento com ácido fosfórico, a superfície condicionada foi lavada e secada. Braquetes metálicos foram colados com Superbond C & B, e as forças de resistência ao cisalhamento foram arquivadas, após a imersão em água a 37 C por 24 horas. A análise estatística foi feita da seguinte forma, dezoito amostras foram testadas para cada procedimento. A resistência de união foi analisada usando duas vias de análise de variância (ANOVA) e teste de Scheffe para comparações múltiplas dos meios. O teste chi-square (χ2) foi utilizado para determinar diferenças significativas nos escores do IRA entre os quatro procedimentos. Significância para todos os testes estatísticos foi pré estabelecido em P <0,05. No caso de uma diferença significativa na χ2 teste, exames complementares foram pré-formados para determinar as diferenças entre os grupos. As superfícies de esmalte bovino foram limpas e depois polidas com pedra-pomes e taças de borracha profilática como descrito acima. Em um espécime, a superfície do dente bovino foi condicionada com o agente de condicionamento ácido fosfórico incluído no Superbond C & B, por 30 segundos e

33 lavados, por 20 segundos. Após a lavagem, a amostra foi desidratado através de uma série graduada de etanol, secos em um aparato crítico de secagem, e revestido com íons de platina, de acordo com o método de Itoh et al. Em outra amostra, a superfície do dente foi tratada com uma mistura de um primer A e primer B (autocondicionante solução primer) de Multibond, por 30 segundos. Excesso de solução foi, então, evaporado com ar comprimido. O espécime foi também desidratado, seco, e revestido de íon usando o mesmo método descrito acima. A superfície fosca condicionada pelo ácido fosfórico e as amostras de dentes com adesivo autocondicionantes, foram observadas usando um FE-SEM (JSM-6340F, JEOL, Tóquio, Japão). A aparência da superfície do esmalte polido com pedrapomes e taças de borracha profiláticas também foi observada. Concluiu-se que um cimento de resina recém-introduzidas MMA-baseado com auto-condicionante Multibond tem um potencial para uso clínico braquetes metallicos ou estéticos, com a vantagem de minimizar a quantidade de perda de esmalte e reduzir o número de passos clínicos durante a ligação. Shamsi et al. (2006) compararam a resistência ao cisalhamento e determinaram a área de resina residual nos dentes após a descolagem de braquetes metálicos que foram colados com dois tipos diferentes de resina adesiva. Foram usados neste estudo 60 pré molares superiores recém extraidos, todos por razões ortodônticas. Os dentes foram avaliados quanto a presença de lesões cariosas, presença de fraturas causadas na extração, pré tratamento com agentes quimicos e face vestibular intacta, determinando assim, a possibilidade de usa-los no estudo. As raízes dos dentes foram removidas usando caneta de baixa rotação (Buehler, Lake Bluff, III), para colocar os dentes centralmente em moldes (troquel) os dentes foram

34 embebidos em resina acrilica, após a polimerização foram armazenados em água destilada para minimizar a alta temperatura liberada na reação exotérmica da resina ortodontica. Os dentes foram limpos com pasta de pedra pomes nao fluoretada e taça de borracha para profilaxia, por 10 segundos, lavados e secos com água e ar. Os dentes foram cuidadosamente, divididos em grupos de 30 elementos. No grupo 01, utilizou-se braquetes para pre molares de metal (Victory Series, 3M Unitek GmbH, Seefeld, Germany) com slot de 0.022. A medida da área da base dos braquetes foi determinada em 10.5mm 2. Os dentes foram condicionados com Fuji Ortho LC condicionador (solução de ácido poliacrílico a 10%), por 20 segundos, lavados com água por 20 segundos, uma fina camada de água ficou na superficie do esmalte. Fuji Ortho LC adesivo foi misturado e aplicado de acordo com as instruções do fabricante. Cada braquete foi posicionado na superficie do esmalte e foi submetido a uma força constante de 3kg. O excesso de adesivo foi removido das margens do braquete com instrumental, fotopolimerizou-se segundos instruções do fabricante. No grupo 02, braquetes metalicos para pre molar, revestidos com adesivo (APC TM Braquete, Victory Series, 3M Unitek GmbH) com slot 0.022 foram usados. O esmalte foi condicionado com áciod fosfórico a 37%, por 30 segundos, cuidadosamente lavado com água por 30 segundos e seco com jato de ar livre de óleo. Os braquetes foram posicionados segundos instruções do fabricante e cada um deles foi submetido a força de 3kg. O excesso de resina foi removido das margens do braquete, a fotopolimerização foi realizada segundo instruções do fabricante. Fez-se a identificação das especimes com numero acoplado em cada corpo de prova, foram estocados em água a 37 0 C por 24 horas antes do teste. A descolagem dos braquetes foi realizada 24 horas após a colagem. A máquina de instrumento para o teste (2000S Lloyds Instruments, Fareham, England) a uma

35 velocidade de 1mm/min. A superficie vestibular do dente ficou perpendicular à palheta da maquina e a lingual paralela a aplicação de forças. A força foi regustrada em Newtons e foi dividida pela área da base do braquete (10.5mm 2 ), converteu-se o resultado em Megapascal. Após a descolagem dos braquetes, as superficies dentarias foram avaliadas e escaneadas utilizando-se imagem através de 3D laser scanner, as imagens resultantes foram examinadas para determinação do tipo de falha na interface dente/braquete. Utilizou-se do IRA para determinar os remanescentes na superficie do esmalte, com escores variando de 0 a 3. Os excessos de material na base do braquete nao foram considerados. A resistência ao cisalhamento dos dois grupos foi avaliada e comparada usando o teste Mann- Whitney. O adesivo remanescente foi comparado usando o teste chi-square. Concluiu-se que ambos os sistemas de colagem fornecem resistência adesiva adequada. Houve resistência de união significativamente maior entre braquetes e esmalte após o condicionamento de ácido ortofosfórico 37% e colagem com compósito (grupo 2) em comparação com o condicionamento com ácido poliacrílico a 10% e cimento RMGI (grupo 1); Fuji Ortho LC poderia ser útil quando a superfície do esmalte está contaminado com água antes da aplicação de materiais de colagem. O resultado ARI para Fuji mostrou que a região do braquete de com falha predominante foi na interface esmalte/adesivo; a ligação química entre os mais fracos RMGI e o esmalte facilita os profissionais quanto a limpeza o adesivo na superfície do esmalte após a descolagem; a avaliação de adesivo residual e o exame de interface quanto a falha pode ser quantificado por esta nova técnica de varredura a laser; este estudo sugere um benefício no uso de Fuji Ortho LC (cimento) como o revestimento sobre suportes pré-revestidas. Isto pode ser considerado pelos fabricantes de braquetes ortodônticos.

36 Pithon et al.(2006) avaliaram, comparativamente, a resistência ao cisalhamento da união de braquetes metálicos colados com os cimentos de ionômero de vidro reforçados com resina Fuji ORtho LC (GC America Corporation, Tókio, Japan) e Ortho Glass LC ( DFL, Rio de Janeiro Brasil) em esmalte sem e com condicionamento fosfórico a 37%. Foram utilizados 75 incisivos inferiores permanentes bovinos, devidamente limpos, armazenados em solução de formol a 10%. Os dentes foram incluídos em um tubo de PVC rígido (Tigre, Joenville, Brasil) com gesso pedra especial (Durone, Dentsply, Petrópolis, Brasil), de tal forma que apenas as coroas ficassem expostas e com suas superfícies vestibulares posicionadas perpendicularmente à base do troquel, para isso, utilizou-se um esquadro de vidro em ângulo de 90 0 para a obtenção de um correto ensaio mecânico. As superfícies vestibulares dos dentes foram submetidas à profilaxia com pedra-pômes extrafina (SSWhite, Juiz de Fora, Brasil) e taça de borracha (Viking, KG Sorensen, Barueri, Brasil) e água por 15 segundos, em seguida, fez-se lavagem com água e secagem com jato de ar livre de óleo, ambos por 15 segundos. Após a profilaxia, os corpos-de-prova foram divididos em 5 grupos de 15 dentes. No grupo 1 (controle), fez-se condicionamento do esmalte com ácido fosfórico 37% por 15 segundos, lavagem e secagem pelo mesmo período de tempo, aplicação do XT primer e colagem dos braquetes com Transbond XT (3M Unitek, Monrovia, EUA); nos grupos 2 não foi realizado o condicionamento ácido, fez-se a colagem dos braquetes com Ortho Fuji LC (CIVRR GC America Corporation, Tókio, Japan); no grupo 3 fez-se o condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavagem e secagem por 15 segundos, colagem dos braquetes com Ortho Fuji LC (CIVRR GC America Corporation, Tókio, Japan); no grupo 4, não foi realizado condicionamento ácido, fez-se a colagem dos braquetes com Ortho Glass (CIVRR

37 DFL, Rio de Janeiro Brasil); no grupo 5, fez-se condicionamento com ácido fosfórico 37% por 15 segundos lavagem e secagem por 15 segundos, e colagem dos braquetes com Ortho Glass (CIVRR DFL, Rio de Janeiro Brasil). Foram utilizados braquetes de incisivos centrais superiores (Morelli, Sorocaba, Brasil) com área de base de 13, 8mm 2. Todas as colagens foram realizadas pelo mesmo operador e fotopolimerizadas por 40 segundos, sendo 10 segundos em cada face à distancia de 1mm do braquete com aparelho Ultralux (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, São Paulo) com intensidade de lâmpada de 550mw/cm2, aferida regularmente com radiômetro ( Demetron, Danburry, CT, USA). Após a colagem, os corpos de prova foram armazenados em água destilada e mantidos em estufa durante 24 horas, a 37graus C. O teste de resistência ao cisalhamento foi realizado em uma máquina universal Instron (Corporation Canton, USA) operando a uma velocidade de 0.5mm/min. através da ponta ativa do cinzel. Após a realização do teste, a superfície foi avaliada com lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Gottingen, Alemanha) com aumento de 8 vezes para ser qualificado o IRA (Índice de remanescente adesivo), conforme os critérios padronizados. Os resultados do teste foram submetidos a análise de Variância (ANOVA) em esquema fatorial 2x3 (material x condições) com um tratamento de controle. Para comparação entre os fatores, utilizou-se o teste de Tukey e teste de Dunnett e na avaliação dos escores de IRA utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis. Concluiu-se que o Transbond XT convencional e o Fuji Ortho LC obtiveram bons resultados de resistência ao cisalhamento, quando colados em superfície condicionadas com ácido fosfórico a 37%; em esmalte sem condicionamento ácido, os dois CIVs alcançaram baixos valores adesivos; os valores médios alcançados pelo Fuji Ortho LC foram superiores ao Ortho Glass LC, independente do tipo de superfície; nos grupos com maiores valores médios de

38 resistência, a maioria das fraturas ocorreu na interface braquete compósito. Rosenbach et al. (2007) avaliaram a influência da resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos colados com resina reforçada com cimento de ionômero de vidro. Os pacientes foram examinados e incluídos no estudos aqueles que necessitavam de fazer extrações dos 4 pré molares por razões ortodônticas, independente da idade, raça, gênero e má oclusão. Após obtenção da aprovação do comitê de ética iniciou-se o estudo. Após a extração, braquetes de Edgwise (American Orthodontics, Sheboygan, Wis) foram colados na superfície vestibular de cada um dos 60 dentes pré molares. A superfície da base do braquete foi determinada em 13.98mm 2. Os dentes foram divididos em 2 grupos com números iguais de primeiros e segundos pré molares, tanto superiores quanto inferiores, em cada grupo. Todos os materiais foram misturados e aplicados segundo as instruções do fabricante por um único operador. No grupo 01, os dentes foram condicionados com ácido fosfórico a 37% (3M ESPE, St. Paul, MN) por 15 segundos, foram exaguados com água por 15 segundos e secos. Os braquetes ortodônticos foram colados com Fuji Ortho LC. No grupo 02, os dentes não foram submetidos ao condicionamento ácido, as superfícies foram secas com jato de ar livre de óleo e os braquetes foram colados com Fuji Ortho LC. Uma firme pressão foi usada para adaptar o braquete na superfície dentaria, fez-se remoção do excesso de cimento após a colagem. Fez-se a fotopolimerização em cada braquete, com Ortholux XT Visible Light Curing Unit (3M Unitek, Monrovia, Calif) por 60 segundos, sendo 15 segundos em cada uma das 4 faces. Os pré molares, com os braquetes colados, foram mantidos na boca dos pacientes até completar 30 dias antes da extração. Os dentes foram extraídos usando instrumentos cirúrgicos para evitar o contato com os

39 braquetes. Todavia, 7 braquetes foram, acidentalmente descolados durante a cirurgia. Os dentes extraídos foram lavados e mantidos em solução a 0.1% de timol. Os espécimes foram montados em anéis de plástico preenchidos com resina acrílica, uma montagem padrão foi utilizada a fim de alinhar a base do braquete paralela ao fundo do molde e perpendicular a força aplicada durante o teste de cisalhamento. A máquina Universal de Instron (São Paulo, SP, Brasil) foi usada para aplicar uma carga sobre o braquete que produziu uma força de cisalhamento na interface do braquete. O computador conectado à máquina registrou os resultados de cada teste em megapascal. As forças de resistência ao cisalhamento foram medidas a uma velocidade de 0.5mm/min. Após a descolagem, os dentes foram examinados com um aumento de 10 vezes para analisar a quantidade de resina remanescente em cada dente. O índice de remanescente adesivo (IRA) foi utilizado para determinar a quantidade de material remanescente em cada dente; esse índice faz a determinação seguindo o critério de variação de 0 a 3, sendo eles: 0 não existe remanescente adesivo na superfície dentaria, 1 menos da metade da superfície foi coberta com o adesivo, 2 mais da metade da superfície foi coberta pelo adesivo, 3- a superfície que recebeu o braquete foi totalmente coberta pelo adesivo. Descrição estatística incluindo média, desvio padrão, valor mínimo e máximo foram calculados pra cada grupo testado. Os dados de resistência de união foram testadas quanto à normalidade de acordo com o método Shapiro-Wilk. O Mann- Whitney U-test foi usado para checar as diferenças entre os grupos. Análise de Weibull com relatos de probabilidade de falha quanto a carga aplicada também foi realizada. O teste chi-square foi usado para avaliar as diferenças entre o IRA entre os grupos. Todas as análises estatísticas foram realizadas com 5% de nível de significância. Concluiu-se que nas condições da investigação, os resultados não