AMEI Escolar Língua Portuguesa 9º Ano Conhecimento Explícito da Língua Funções sintácticas Constituintes Essenciais da Frase SUJEITO Palavra ou conjunto de palavras que expressa o ser sobre o qual se diz alguma coisa. Ex: A Maria comeu uma maçã. Simples Ex: A Maria comeu uma maçã. / Elas comeram uma maçã. Composto Ex: A Maria e a Joana comeram uma maçã. Subentendido ou Omitido Ex: (ela) Comeu uma maçã. Indeterminado Ex: Diz-se (alguém) que vai chover amanhã. Inexistente Ex: Choveu muito PREDICADO Palavra ou conjunto de palavras que expressa o que se diz acerca do sujeito, traduzindo a acção praticada. Ex: A Maria comeu uma maçã. Predicado Verbal Constituído por um verbo transitivo (que precisa de complementos) ou intransitivo (que não precisa de complementos). Ex: A Maria comeu uma maçã. / Os Castelhanos fugiram. Predicado Nominal Constituído por um verbo copulativo (ser, estar, parecer, permanecer, continuar, ficar, andar, aparecer). Ex: A Maria estava triste. Complementos Acessórios da Frase COMPLEMENTO DIRECTO Representado por um ou mais nomes ou por um pronome e indica-nos o ser ou o objecto sobre o qual recai a acção que o verbo exprime. Responde à pergunta O quê? ou Quem?. Ex: A Maria comeu a maçã. / A Maria comeu-a. / A Maria abraçou o João. COMPLEMENTO INDIRECTO Liga-se ao verbo através da preposição a, indicando-nos o destinatário da acção expressa pelo verbo. Responde à pergunta A quem?. Ex: A Maria deu a mação à Joana. / A Maria deu-lhe a maçã. COMPLEMENTOS CIRCUNSTANCIAIS São advérbios, locuções adverbiais ou conjuntos de palavras que exprimem as circunstâncias em que decorre a acção. Modo Como? Ex: Eles passaram alegremente pelo Tempo Quando? Ex: Hoje eu vou ao Lugar Onde? Ex: Fui a casa da Causa Porquê? Ex: Por estar tanto frio, o Conteúdos desta unidade: Funções Sintácticas; A subordinação; História da Língua: fenómenos de evolução fonética; Recursos estilísticos. Companhia Com quem? Ex: Vou com a Mariana passar
parque. cinema. Cristina. Francisco adoeceu. férias. Matéria Meio Feito com quê? De que meio? Ex: As armaduras de Ex: Alguns metal protegeram os Portugueses portugueses. combateram a cavalo. Fim Para quê? Ex: A Catarina comprou baunilha para fazer um bolo. Assunto De que assunto? Ex: O Rei falou da nobre valentia dos seus súbitos. PREDICATIVO DO SUJEITO Palavra ou expressão que estabelece uma relação de sentido com o sujeito (através de um verbo copulativo), do qual indica uma característica. Utiliza-se com o predicado nominal. Ex: A maçã era suculenta. PREDICATIVO DO COMPLEMENTO DIRECTO Coloca-se geralmente a seguir ao complemento directo, caracterizando-o e concordando com ele em género e em número. Pode por vezes ser precedido de como ou por. Ex: Encontrei os meus amigos pensativos. A minha mãe achou-me doente. ATRIBUTO O atributo é um adjectivo que se junta ao nome para o caracterizar. Ex: Estas lindas flores foram-me oferecidas pelo João. VOCATIVO Identifica o destinatário do enunciado. Pode surgir no inicio, no meio ou no fim da frase. Ex: António, está atento! / Repara, Cristina, este exercício está incorrecto! / Senhor António, viu a professora de Inglês? / Estudaste para o teste, Artur? APOSTO OU CONTINUADO Elemento que acrescenta a um nome, a um pronome ou a um equivalente destes, para os completar com uma explicação suplementar. Ex: Maria, a minha irmã mais nova, comeu a maçã. AGENTE DA PASSIVA Complemento de um verbo conjugado na voz passiva e que se designa o ser que pratica a acção sofrida pelo sujeito. É geralmente introduzido pela preposição por ou pela preposição de. Ex: A maçã foi comida pela Maria. COMPLEMENTO DETERMINATIVO O complemento determinativo é um complemento do nome. Trata-se de uma expressão constituída por um substantivo, ligado pela preposição de a outro substantivo, caracterizando-o mediante relações de posse, parentesco, tempo, matéria, Ex: A mochila da Joana é nova. (posse) / A Rita é prima do Manuel. (parentesco) / O meu irmão teve um exame de 90 minutos. (tempo) /Comprei um vestido de algodão. (matéria)
A subordinação As conjunções são palavras invariáveis que servem para relacionar/ligar duas orações ou dois elementos semelhantes da mesma oração. As conjunções subordinativas relacionam duas orações, uma das quais completa o sentido da outra. As orações podem ser assim classificadas em orações subordinantes ou subordinativas, consoante a presença de conjunções subordinativas nas frases. As orações subordinativas podem ser classificadas em: Classificação Conjunções Locuções Causais (exprimem a causa) Finais (designam o fim) Temporais (exprimem o tempo) Comparativas (estabelecem a comparação) Condicionais (exprimem a condição) Consecutivas (introduzem orações consecutivas) Concessivas (introduzem orações concessivas) Integrantes ou Completivas (introduzem uma oração que é porque, pois, como (= porque),, porquanto quando, enquanto, apenas, mal, como, segundo, conforme, qual, se, caso embora, conquanto,, se visto que, pois que, já que, por isso que, uma vez que, por isso mesmo que, para que, a fim de que, para quem, por que antes que, depois que, logo que, assim que, desde que, até que, primeiro que, sempre que, todas as vezes que, à medida que, ao passo que, como assim, assim como assim, assim como assim também, mais do que, menos do que, tão (tanto) como, como se, que nem, segundo (conforme, consoante) assim, bem como, como assim, ao passo que a não ser que, desde que, no caso de (que), contanto que, excepto se, salvo se, a menos que, de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte que, ainda que, posto que, mesmo que, se bem que, por mais que, por menos que, apesar de que, nem que, ainda quando,
sujeito ou complemento de outra. completam o sentido da acção subordinante e são introduzidas por verbos declarativos (dizer, perguntar, responder, exclamar, ) * A conjunção subordinativa que pode ser classificada em diferentes tipos. Consulta o quadro para conseguires fazer a distinção. Conjunção subordinativa que Significado porque para que desde que ainda que (quando aparece depois das seguintes expressões: de tal modo, de tal maneira, de tal forma, tão, tanto, ) (quando está inserida num complemento da frase anterior) Classificação Causal Final Temporal Concessiva Consecutiva Integrante ou completiva As orações relativas As orações subordinadas relativas podem ser restritivas ou explicativas. São introduzidas pelo pronome relativo: que, cuja, cujo, cujas, cujos, entre outros. Orações subordinadas relativas restritivas Não são colocadas entre vírgulas. Introduzem uma restrição de sentido. São indispensáveis ao sentido da frase, por isso não podem suprimir-se. Se retiradas da frase alteram o seu sentido. Ex: O rapaz que partiu o vidro teve de o pagar. Orações subordinadas relativas explicativas Devem ser colocadas entre vírgulas. Não são indispensáveis ao sentido da frase, pelo que, se forem retiradas, não alteram o sentido da oração subordinante. O seu objectivo é apenas o de acrescentar alguma informação. Ex: Esta menina, que fala inglês, perdeu-se dos pais. História da Língua: fenómenos de evolução fonética As palavras que hoje constituem o nosso léxico sofreram uma evolução lenta ao longo dos séculos. Assim sendo, registam-se vários processos de transformação fonéticos, podendo ser fenómenos de adição, queda e permuta.
Fenómeno fonético ADIÇÃO QUEDA PERMUTA Denominação Conceito Exemplos Prótese Adição de fonemas no início da palavra. lembrar>alembrar (pop.) Epêntese Adição de fonemas no meio da palavra. abaxa>abaixa (pop.) Paragoge Adição de fonemas no fim da palavra. ante>antes Aférese Queda de fonemas no início da palavra. avantagem>vantage m Síncope Queda de fonemas no meio da palavra. vinrá>virá Apócope Queda de fonemas no fim da palavra. faze>faz Metátese Transposição de um fonema no interior de semper>sempre Assimilação uma palavra. Um fonema influencia outro e o transforma. Pode ser completa (se o transforma num fonema igual) ou incompleta (se o transforma noutro fonema). Pode ser progressiva (se transforma o fonema seguinte) ou regressiva (se transforma o fonema anterior). persicu>pêssego nostru>nosso ad sic>assim traversu>travesso aversu>avesso Dissimilação Dois fonemas iguais tornam-se diferentes. liliu>lírio Vocalização Transformação das consoantes c, l ou b em actu>auto vogais. Sonorização Transformação de um fonema surdo (p, t, c) em sonoro (b, d, g). napu>nabo totu>todo Nasalação Desnasalação Palatalização Contracção lacu>lago Transformação de um fonema oral em nasal. manu>mão Transformação de um fonema nasal em oral. luna>lua Passagem de um grupo consonântico (ou consoante seguida de i) a palatal. Crase: Aglutinação de duas vogais numa só. Sinérese: Aglutinação de duas vogais num ditongo. clave> chave oclu>olho flama>chama filiu>filho teer>ter ree>rei Recursos estilísticos Os recursos expressivos servem para enriquecer um texto e transmitir melhor a mensagem. Têm muita importância, pois tornam a linguagem bastante expressiva e, através deles, conseguimos visualizar toda a situação, como se nela tivéssemos participado.
Cada autor utiliza uma linguagem própria e cria o seu estilo pessoal através dos recursos expressivos. RECURSO ESTILÍSTICO Personificação Metáfora Comparação Repetição Enumeração Hipérbole Adjectivação Expressiva Aliteração Anáfora Repetição anafórica DEFINIÇÃO Consiste em atribuir a seres inanimados ou irracionais sentimentos e acções próprios de pessoas. Consiste na substituição de um termo por outro com o qual apresenta semelhanças. É uma espécie de comparação abreviada pela omissão da partícula comparativa ou desta e do primeiro termo. Consiste na aproximação entre dois termos ou expressões através de uma conjugação, locução subordinativa (como, assim como, bem como, ) ou de um verbo com função semelhante (parecer, lembrar, sugerir, assemelharse, ). Consiste em repetir/retomar a mesma palavra ou expressão. É a apresentação sucessiva de vários elementos. É o exagero da realidade, para a tornar mais evidente. Utilização expressiva de adjectivos. Repetição de um ou mais fonemas consonânticos em sílabas próximas. Repetição da mesma palavra ou expressão no início de frases ou versos sucessivos. Repetição da mesma palavra ou expressão no início de frases ou versos EXEMPLO O vento corria pela pradaria como nunca tinha corrido até então. A Ana tem uma voz de anjo. Este quadro é como um jardim colorido. Sei lá, eu sei lá! Não te esqueças de trazer açúcar, leite, ovos e pão da mercearia! Ela é alta como uma torre. Essa camisola é muito gira. (adjectivação simples) Adoro comer morangos doces e deliciosos. (dupla adjectivação) Hoje está um dia agradável, quente e seco. (tripla adjectivação) Estes dias têm sido muito divertidos, animados, agradáveis e alegres. (adjectivação abundante) Que um fraco Rei faz fraca a forte gente Que excedem os sonhados, fabulosas/que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro Vós, poderoso Rei, cujo, alto império/o Sol, logo em nascendo, vê
Anástrofe ou Inversão Antítese Antonomásia Apóstrofe ou Invocação Perífrase Pleonasmo ou Redundância Sinédoque Hipérbato Gradação Assonância Polissíndeto Metonímia não sucessivos. Alteração da ordem normal das palavras no interior da frase ou verso. Aproximação de palavras ou expressões contrárias, resultando numa oposição de ideias. Substituição de um nome próprio por uma expressão sugestiva, uma qualidade ou atributo. Interrupção do discurso para interpelar alguém ou algo (seres inanimados). Utilização de muitos termos para exprimir o que se pode dizer numa só palavra. Repetição de uma palavra ou ideia já expressa. Emprego da parte pelo todo, do singular pelo plural, do género pela espécie, da matéria pela forma ou viceversa. Inversão da ordem das palavras na frase. Consiste na descrição de uma ideia ou quadro, dando-se uma certa ordem, crescente ou decrescente, às palavras ou ideias. Consiste na repetição de sons vocabulares. Emprego repetido de conjunções coordenativas, especialmente das aditivas. Designação de uma realidade/ entidade através de um nome que se atribui normalmente a outra realidade/entidade, mas com a qual estabelece uma estreita relação. primeiro;/( )/Vós, que esperamos jugo e vitupério Se neles achar posso a piedade/ Que entre peitos humanos não achei De quem se ganha a vida, com perdê-la Cessem do sábio grego e do Troiano = Cessem de Ulisses e de Eneias Bem puderas, ó Sol, da vista destes,/teus raios apartar aquele dia Pelo neto gentil do velho Atlante = Por Mercúrio Vi, claramente visto, o lume vivo Que, da Ocidental praia Lusitana = Que, de Portugal Qual Austro fero ou Bóreas ( ) / Rompendo os ramos vão da mata escura / Com impíto e braveza desmedida = Qual Austro fero ou Bóreas ( ) / Com impíto e braveza desmedida / Vão rompendo os ramos da mata escura. Que te custava ter-me neste engano / Ou fosse monte, nuvem, sonho ou nada? Brilham com brilhos sinistros Ocupados como quem lavra a existência, e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come. Comprou um Picasso autêntico! (O autor é referido em vez da obra) Beba um copo. (refere-se o continente, o copo, em vez do conteúdo, o líquido)