PARLAMENTO EUROPEU 2009-2014 Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos 2011/0059(CNS) 6.9.2012 PARECER da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos dirigido à Comissão dos Assuntos Jurídicos sobre a proposta de regulamento do Conselho relativo à competência, à lei aplicável, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria de regimes matrimoniais (COM(2011)0126 C7-0093/2011 2011/0059(CNS)) Relatora: Evelyne Gebhardt AD\911767.doc PE473.957v02-00 Unida na diversidade
PA_Legam PE473.957v02-00 2/19 AD\911767.doc
JUSTIFICAÇÃO SUCINTA A proposta da Comissão Europeia está concebida para regular a competência e a lei aplicável, pois ambas se aplicam à gestão quotidiana do regime de bens dos cônjuges e ao modo como se lida com questões relacionadas com a distribuição dos bens em situações transfronteiriças após o fim da relação de um casal através de divórcio, separação ou morte. O objetivo da Comissão é assegurar uma maior segurança judicial para as partes, a fim de evitar ações paralelas e desincentivar a prática de os requerentes procurarem que o seu litígio seja julgado no tribunal mais provável de fornecer uma sentença favorável («fórum shopping»). O divórcio e a morte de um cônjuge são circunstâncias tratadas de modo diferente. Enquanto os casais têm de acordar entre si que o tribunal competente para regular o divórcio, a separação judicial ou a anulação do casamento tem igualmente competência para analisar as consequências patrimoniais do divórcio, o tribunal competente em matéria de sucessões terá sempre competência nestes casos, embora não seja totalmente claro se tem competência exclusiva. Caso contrário, a competência baseia-se numa hierarquia de elementos de conexão. O artigo 16.º constitui uma inovação, na medida em que se introduz a possibilidade de os cônjuges designarem de comum acordo a lei aplicável no seu processo de divórcio. A relatora é favorável à permissão de os cônjuges escolherem a lei do Estado no qual têm ou tiveram a sua residência habitual comum ou a lei do Estado da nacionalidade de um dos cônjuges. Além disso, a relatora pretende facultar aos cônjuges mais possibilidades para escolherem a lei aplicável ao seu regime matrimonial. Haverá então que assegurar que a opção escolhida pelas partes seja consciente, ou seja, que ambos os cônjuges tenham sido devidamente informados sobre as consequências práticas da sua escolha. Neste aspeto, importa que nos interroguemos sobre a melhor maneira de garantir que sejam comunicadas informações completas e fiáveis aos signatários da convenção de atribuição de competência, antes de o ato ser assinado. Importa igualmente que o acesso às informações seja garantido, independentemente da situação financeira de cada cônjuge. Tem de ser assegurado que ambos os cônjuges recebem informação completa e exata no que concerne às implicações da sua escolha da lei aplicável ao regime matrimonial, principalmente devido à existência de grandes disparidades entre as leis aplicáveis dos Estados-Membros. Além do mais, não sendo o direito imutável, é possível que uma convenção que designa a lei aplicável, assinada num dado momento, já não corresponda às expectativas legítimas das partes no momento em que deveria produzir efeitos, no caso de a legislação do país em causa ter entretanto sido modificada. Por conseguinte, a relatora saúda a proposta da Comissão nessa matéria, na medida em que os casais podem acordar durante o casamento alterar a lei aplicável à regulação do seu regime matrimonial e fazer a sua escolha retroativamente. Contudo, seria ideal que estivessem previstas as mesmas opções que no artigo 16.º. AD\911767.doc 3/19 PE473.957v02-00
Nos casos em que não tenha sido feita uma escolha, será novamente efetuada uma seleção com base hierárquica, começando pela residência habitual, seguida da nacionalidade comum e passando para a lei do país com o qual o casal tenha uma ligação mais forte. A relatora entende que o local onde foi celebrado o casamento deve ser um critério separado, pois a escolha feita pelas partes de determinado país para celebrar o seu casamento deve presumir igualmente uma possível aceitação implícita da lei desse país. O regulamento estabelece que a lei aplicável ao regime matrimonial será aplicada ao conjunto dos bens dos cônjuges, móveis ou imóveis, independentemente da sua localização. O regulamento proposto prevê um procedimento uniforme para o reconhecimento e a execução de decisões, atos autênticos e transações judiciais relativas a regimes matrimoniais provenientes de outro Estado-Membro. A relatora saúda o facto de a regras relativas à competência, à lei aplicável, ao reconhecimento e à execução seguirem os precedentes de outros instrumentos jurídicos. É provável que determinados benefícios se revertam a favor dos cidadãos europeus em resultado da proposta, em termos da previsibilidade da lei que se irá aplicar a um regime matrimonial e da capacidade de assegurar o reconhecimento e execução de decisões relativas a regimes de bens que anteriormente eram matéria de normas de direito internacional privado de cada Estado-Membro e podiam conduzir a grandes atrasos e despesas na aplicação de direitos de propriedade. Por fim, a relatora lamenta profundamente o facto de terem sido emitidas duas propostas separadas para regulamentos relativos a regimes matrimoniais e a efeitos patrimoniais das parcerias registadas, bem como as diferenças substanciais existentes entre ambas. Segundo a relatora, esta separação constitui uma discriminação em termos de orientação sexual. ALTERAÇÕES A Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos insta a Comissão dos Assuntos Jurídicos, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes alterações no seu relatório: 1 Considerando 11 (11) O âmbito de aplicação do presente regulamento deve abranger todas as questões civis relativas aos regimes de (11) O âmbito de aplicação do presente regulamento deve abranger todas as questões civis relativas aos regimes de PE473.957v02-00 4/19 AD\911767.doc
bens, respeitantes tanto à gestão quotidiana dos bens dos cônjuges como à sua liquidação, decorrentes nomeadamente da separação do casal ou da morte de um dos seus membros. bens, respeitantes tanto à gestão quotidiana dos bens dos cônjuges, móveis ou imóveis, como à sua liquidação, decorrentes nomeadamente da separação do casal ou da morte de um dos seus membros. 2 Considerando 11 (11) O âmbito de aplicação do presente regulamento deve abranger todas as questões civis relativas aos regimes de bens, respeitantes tanto à gestão quotidiana dos bens dos cônjuges como à sua liquidação, decorrentes nomeadamente da separação do casal ou da morte de um dos seus membros. (11) O âmbito de aplicação do presente regulamento deve abranger todas as questões civis relativas aos regimes de bens, respeitantes tanto à gestão quotidiana dos bens dos cônjuges como à sua liquidação, decorrentes nomeadamente da separação do casal, da anulação do casamento, do divórcio ou da morte de um dos seus membros. 3 Considerando 19 (19) A fim de facilitar a gestão dos respetivos bens pelos cônjuges, o presente regulamento dá-lhes a faculdade de escolher a lei aplicável ao seu património, independentemente da natureza ou da localização dos bens, entre as leis que tenham um vínculo estreito com os cônjuges devido à residência ou nacionalidade de cada um deles. Esta escolha pode ser efetuada a todo o tempo, no momento da celebração do casamento mas também ao longo da vida conjugal. (19) A fim de facilitar a gestão dos respetivos bens pelos cônjuges, o presente regulamento dá-lhes a faculdade de escolher a lei aplicável ao seu património, independentemente da natureza ou da localização dos bens, entre as leis que tenham um vínculo estreito com os cônjuges devido à residência ou nacionalidade de cada um deles. Esta escolha pode ser efetuada a todo o tempo, no momento da celebração ou após o casamento mas também ao longo da vida conjugal. AD\911767.doc 5/19 PE473.957v02-00
Na medida em que as ações de divórcio e a resolução relativa ao regime matrimonial não têm necessariamente de ocorrer ao mesmo tempo, a escolha da lei aplicável deve cobrir igualmente o período após o casamento. 4 Considerando 21 (21) Na ausência de escolha da lei aplicável e a fim de conciliar a previsibilidade e o imperativo da segurança jurídica, dando especial atenção à realidade da vida do casal, o presente regulamento deve prever normas de conflitos de leis harmonizadas com base numa escala de elementos de conexão sucessivos, que permitam determinar a lei aplicável ao conjunto dos bens dos cônjuges. Assim, a primeira residência habitual comum dos cônjuges após o casamento deve constituir o primeiro desses elementos, antes da lei da nacionalidade comum dos cônjuges no momento do casamento. Se nenhum destes elementos se verificar, ou na ausência de primeira residência habitual comum em caso de dupla nacionalidade comum dos cônjuges no momento do casamento, deve ser aplicado como terceiro elemento a lei do Estado com o qual os cônjuges tenham conjuntamente os vínculos mais estreitos, atendendo a todas as circunstâncias do caso e nomeadamente ao lugar de celebração do casamento, precisando que são os vínculos existentes no momento da celebração do casamento que devem ser tidos em consideração. (21) Na ausência de escolha da lei aplicável e a fim de conciliar a previsibilidade e o imperativo da segurança jurídica, dando especial atenção à realidade da vida do casal, o presente regulamento deve prever normas de conflitos de leis harmonizadas com base numa escala de elementos de conexão sucessivos, que permitam determinar a lei aplicável ao conjunto dos bens dos cônjuges. Assim, a primeira residência habitual comum dos cônjuges após o casamento deve constituir o primeiro desses elementos, antes da lei da nacionalidade comum dos cônjuges no momento do casamento. Se nenhum destes elementos se verificar, ou na ausência de primeira residência habitual comum em caso de dupla nacionalidade comum dos cônjuges no momento do casamento, deve ser aplicado como terceiro elemento a lei do Estado com o qual os cônjuges tenham conjuntamente os vínculos mais estreitos, atendendo a todas as circunstâncias do caso. Para cada caso individual devem ser tidas em consideração as circunstâncias individuais, de modo a determinar os vínculos mais estreitos dos cônjuges. Na medida em que os locais onde os casamentos são celebrados tendem a ser escolhidos por motivos que não a lei aplicável, PE473.957v02-00 6/19 AD\911767.doc
não há razão para salientar a probabilidade dessa escolha. 5 Considerando 21-A (novo) (21-A) O conceito de «residência habitual» deverá ser interpretado em conformidade com o objetivo do presente regulamento. O seu significado deverá ser determinado pelo juiz, caso a caso, com base em factos. Esta expressão não remete para um conceito de direito nacional, mas sim para um conceito autónomo, próprio do direito da União. Há que estabelecer uma definição de «residência habitual», de modo a evitar, tanto quanto possível, interpretações arbitrárias. Cabe ao tribunal, como é evidente, apreciar todos os factos relevantes, antes de aplicar a definição. 6 Considerando 24 (24) Atendendo à importância da escolha da lei aplicável ao regime matrimonial, o regulamento deve introduzir determinadas garantias destinadas a assegurar que os cônjuges ou futuros cônjuges tenham consciência das consequências da escolha que fizerem. Esta escolha deve seguir a forma prevista para o contrato de casamento pela lei do Estado escolhido ou do Estado de redação do ato e ser, pelo menos, formalizada por escrito, datada e assinada pelos dois cônjuges. Por outro lado, devem ser respeitadas as eventuais exigências formais suplementares previstas (24) Atendendo à importância da escolha da lei aplicável ao regime matrimonial, o regulamento deve introduzir determinadas garantias destinadas a assegurar que os cônjuges ou futuros cônjuges tenham consciência das consequências da escolha que fizerem. Esta escolha deve seguir a forma prevista para o contrato de casamento quer pela lei ou do Estado escolhido quer pela ou do Estado de redação do ato e ser, pelo menos, formalizada por escrito, datada e assinada pelos dois cônjuges. Por outro lado, devem ser respeitadas as eventuais exigências AD\911767.doc 7/19 PE473.957v02-00
pela lei do Estado escolhido ou do Estado de redação do ato quanto à validade, à publicidade e ao registo desses contratos. formais suplementares previstas pela lei do Estado escolhido ou do Estado de redação do ato quanto à validade, à publicidade e ao registo desses contratos. 7 Considerando 32 (32) O presente regulamento respeita os direitos fundamentais e observa os princípios reconhecidos pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em especial nos artigos 7.º, 9.º, 17.º, 21.º e 47.º, relativos, respetivamente, ao respeito pela vida privada e familiar, ao direito de contrair casamento e de constituir família nos termos das legislações nacionais, ao direito de propriedade, à proibição de qualquer discriminação e ao direito à ação e a um tribunal imparcial. O presente regulamento deve ser aplicado pelos tribunais dos Estados-Membros respeitando estes direitos e princípios. (32) O presente regulamento respeita os direitos fundamentais e observa os princípios reconhecidos pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em particular nos artigos 7.º, 9.º, 17.º, 20.º, 21.º, 23.º e 47.º, relativos, respetivamente, ao respeito pela vida privada e familiar, ao direito a contrair casamento e constituir família segundo as disposições nacionais previstas, ao direito de propriedade, à igualdade perante a lei, à proibição de discriminação, à igualdade entre homens e mulheres e ao direito à ação efetiva e a um tribunal imparcial. O presente regulamento deve ser aplicado pelos tribunais dos Estados-Membros no respeito destes direitos e princípios consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em especial os princípios de igualdade perante a lei, de nãodiscriminação em razão do sexo ou orientação sexual e de igualdade entre homens e mulheres. Embora reconheça os resultados da avaliação do impacto dos direitos fundamentais realizada pela Comissão, a relatora salienta que tem de ser dada particular atenção aos princípios de igualdade perante a lei (artigo 20.º da Carta dos Direitos Fundamentais), de não-discriminação (artigo 21.º da Carta) e igualdade entre homens e mulheres (artigo 23.º da Carta) quando os tribunais aplicam o Regulamento. 8 PE473.957v02-00 8/19 AD\911767.doc
Considerando 32 (32) O presente regulamento respeita os direitos fundamentais e observa os princípios reconhecidos pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em especial nos artigos 7.º, 9.º, 17.º, 21.º e 47.º, relativos, respetivamente, ao respeito pela vida privada e familiar, ao direito de contrair casamento e de constituir família nos termos das legislações nacionais, ao direito de propriedade, à proibição de qualquer discriminação e ao direito à ação e a um tribunal imparcial. O presente regulamento deve ser aplicado pelos tribunais dos Estados-Membros respeitando estes direitos e princípios. (32) O presente regulamento respeita os direitos fundamentais e observa os princípios reconhecidos pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em particular nos artigos 7.º, 9.º, 17.º, 20.º, 21.º, 23.º, 24.º e 47.º, relativos, respetivamente, ao respeito pela vida privada e familiar, ao direito a contrair casamento e constituir família segundo as disposições nacionais previstas, ao direito de propriedade, à igualdade perante a lei, à proibição de discriminação, à igualdade entre homens e mulheres, ao direito dos menores e ao direito à ação efetiva e a um tribunal imparcial. O presente regulamento deve ser aplicado pelos tribunais dos Estados-Membros respeitando estes direitos e princípios. 9 Artigo 4 parágrafo 1 Os tribunais de um Estado-Membro em que foi instaurada uma ação de divórcio, separação judicial ou anulação do casamento dos cônjuges, nos termos do disposto no Regulamento (CE) n.º 2201/2003, são igualmente competentes, caso haja acordo dos cônjuges, para decidir as questões ligadas ao regime matrimonial relacionadas com o pedido. Os tribunais de um Estado-Membro em que foi instaurada uma ação de divórcio, separação judicial ou anulação do casamento dos cônjuges, nos termos do disposto no Regulamento (CE) n.º 2201/2003, são igualmente competentes, caso haja acordo dos cônjuges, para decidir as questões ligadas ao regime matrimonial. 10 Artigo 4 parágrafo 1 AD\911767.doc 9/19 PE473.957v02-00
Os tribunais de um Estado-Membro em que foi instaurada uma ação de divórcio, separação judicial ou anulação do casamento dos cônjuges, nos termos do disposto no Regulamento (CE) n.º 2201/2003, são igualmente competentes, caso haja acordo dos cônjuges, para decidir as questões ligadas ao regime matrimonial relacionadas com o pedido. Os tribunais de um Estado-Membro em que foi instaurada uma ação de divórcio, separação judicial ou anulação do casamento dos cônjuges, nos termos do disposto no Regulamento (CE) n.º 2201/2003, são igualmente competentes, caso haja acordo dos cônjuges, para decidir as questões ligadas ao regime matrimonial relacionadas com o pedido. O acordo entre os cônjuges sobre as questões patrimoniais não deve prejudicar o interesse dos filhos menores. 11 Artigo 4 parágrafo 2 Este acordo pode ser concluído em qualquer momento, incluindo durante o processo. Se for concluído antes de iniciado o processo, deve ser formalizado por escrito, datado e assinado por ambas as partes. Este acordo pode ser concluído em qualquer momento, incluindo durante o processo. Deve ser formalizado por escrito, datado e assinado por ambas as partes. Na medida em que as ações de divórcio e a resolução relativa ao regime matrimonial não têm necessariamente de ocorrer ao mesmo tempo, a escolha da lei aplicável deve cobrir igualmente o período após o casamento. 12 Artigo 5 nº 1 frase introdutória 1. Fora dos casos previstos nos artigos 3.º e 4.º, são competentes para apreciar as ações relativas ao regime matrimonial dos 1. Fora dos casos previstos nos artigos 3.º e 4.º, são competentes para apreciar as ações relativas ao regime matrimonial dos PE473.957v02-00 10/19 AD\911767.doc
cônjuges os tribunais do Estado-Membro: cônjuges, por ordem decrescente, os tribunais do Estado-Membro: 13 Artigo 5 n.º 1 alínea d-a) (nova) d-a) da nacionalidade do requerido ou, no caso do Reino Unido e da Irlanda, do seu domicílio. Alargar a competência fora dos casos previstos nos artigos 3.º e 4.º para apreciar as cações relativas ao regime matrimonial dos cônjuges conduz a uma aplicação menos frequente dos artigos 6.º e 7.º da presente proposta. 14 Artigo 5 n.º 2 parágrafo 2 Este acordo pode ser concluído em qualquer momento, incluindo durante o processo. Se for concluído antes de iniciado o processo, deve ser formalizado por escrito, datado e assinado por ambas as partes. Este acordo pode ser concluído em qualquer momento, incluindo durante o processo. Deve ser formalizado por escrito, datado e assinado por ambas as partes. Por motivos de segurança jurídica, todos os acordos nos termos do artigo 5.º da presente proposta devem ser formalizados por escrito, datados e assinados por ambas as partes. 15 Artigo 15 AD\911767.doc 11/19 PE473.957v02-00
A lei aplicável ao regime matrimonial por força dos artigos 16.º, 17.º e 18.º aplica-se ao conjunto dos bens dos cônjuges. A lei aplicável ao regime matrimonial por força dos artigos 16.º, 17.º e 18.º aplica-se ao conjunto dos bens móveis ou imóveis dos cônjuges, independentemente da sua localização. É oportuno fazer referência à escolha do regime unitário que permita tratar todas as questões relativas aos bens dos cônjuges com um único procedimento. 16 Artigo 16 n.º 1 alínea c-a) (nova) c-a) a lei do Estado-Membro em que o casamento tenha sido celebrado; ou A lei de um país em que o casamento tenha sido celebrado deve ser reconhecida como uma opção de lei aplicável para regimes matrimoniais. 17 Artigo 16 n.º 1 alínea c-b) (nova) c-b) a lei do Estado com o qual os cônjuges tenham os vínculos mais estreitos; ou Deve ser dada aos cônjuges uma ampla variedade de escolhas para a lei aplicável no âmbito da presente proposta. PE473.957v02-00 12/19 AD\911767.doc
18 Artigo 16 n.º 1 alínea c-c) (nova) c-c) a lei do Estado da última residência habitual comum; ou 19 Artigo 16 n.º 1 alínea c-d) (nova) c-d) a lei do Estado da primeira residência habitual comum dos cônjuges depois do casamento. 20 Artigo 16 n.º 1-A (novo) Por «residência habitual» entende-se o local em que a pessoa tem o seu domicílio normal. Há que estabelecer uma definição de «residência habitual», de modo a evitar, tanto quanto possível, interpretações arbitrárias. Cabe ao tribunal, como é evidente, apreciar todos os factos relevantes, antes de aplicar a definição. AD\911767.doc 13/19 PE473.957v02-00
21 Artigo 17 nº 1 frase introdutória 1. Na falta de escolha por parte dos cônjuges, a lei aplicável ao regime matrimonial é: 1. Na falta de escolha por parte dos cônjuges, a lei aplicável ao regime matrimonial é, por ordem decrescente: 22 Artigo 17 n.º 1 alínea c) (c) a lei do Estado com o qual os cônjuges tenham em conjunto vínculos mais estreitos, atendendo a todas as circunstâncias, nomeadamente ao lugar de celebração do casamento. (c) a lei do Estado com o qual os cônjuges tenham em conjunto vínculos mais estreitos, atendendo a todas as circunstâncias ou, se essa lei não puder ser determinada, Para cada caso individual devem ser tidas em consideração as circunstâncias individuais, de modo a determinar os vínculos mais estreitos dos cônjuges. Na medida em que os locais onde os casamentos são celebrados tendem a ser escolhidos por motivos que não a lei aplicável, não há razão para salientar a probabilidades dessa escolha. 23 Artigo 17 n.º 1 alínea c-a) (nova) c-a) a lei do Estado em que o casamento tenha sido celebrado. A escolha de um país pelas partes, para nele celebrarem o seu casamento, deveria levar à presunção legítima de que tal também implica a possível aceitação da lei desse país. PE473.957v02-00 14/19 AD\911767.doc
24 Artigo 17 n.º 1-A (novo) 1-A. Por «residência habitual» entende-se o local em que a pessoa tem o seu domicílio normal. Há que estabelecer uma definição de «residência habitual», de modo a evitar, tanto quanto possível, interpretações arbitrárias. Cabe ao tribunal, como é evidente, apreciar todos os factos relevantes, antes de aplicar a definição. 25 Artigo 18 parágrafo 1 Os cônjuges podem, em qualquer momento da vida conjugal, submeter o regime matrimonial a uma lei diferente da inicialmente aplicável. Só podem escolher uma das seguintes leis: (a) a lei do Estado da residência habitual de um dos cônjuges no momento da escolha; (b) a lei do Estado da nacionalidade de um dos cônjuges no momento da escolha. Os cônjuges podem, em qualquer momento da vida conjugal, submeter o regime matrimonial a uma lei diferente da inicialmente aplicável. Só podem escolher uma das leis enumeradas no artigo 16.º do presente regulamento. Aquando da alteração da lei aplicável aos seus regimes matrimoniais, os cônjuges devem ter as mesmas escolhas que as apresentadas no artigo 16.º (relativas às escolhas iniciais de regimes matrimoniais). AD\911767.doc 15/19 PE473.957v02-00
26 Artigo 18 parágrafo 2 Na ausência de indicação expressa das partes em contrário, a alteração da lei aplicável ao regime matrimonial durante a vida conjugal só produz efeitos para o futuro. (Não se aplica à versão portuguesa) 27 Artigo 19 n.º 2 2. Sem prejuízo do disposto no n.º 1, a escolha deve ser pelo menos expressa e formalizada por um ato escrito, datado e assinado pelos cônjuges. 2. Sem prejuízo do disposto no n.º 1, a escolha deve ser pelo menos expressa e formalizada por um ato escrito, datado e assinado pelos cônjuges e que exprima a sua vontade comum. É necessário garantir que a decisão seja tomada de comum acordo para proteger o interesse de ambas as partes. 28 Artigo 19 n.º 3 3. Além disso, se a lei do Estado-Membro em que os dois cônjuges têm a residência habitual comum no momento da escolha prevista no n.º 1 exigir requisitos formais suplementares para o contrato de casamento, estes devem ser respeitados. 3. Além disso, se a lei do Estado-Membro prevista no n.º 1 exigir requisitos formais suplementares para o contrato de casamento, estes devem ser respeitados. PE473.957v02-00 16/19 AD\911767.doc
29 Artigo 20 n.º 2 2. Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o contrato de casamento deve ser pelo menos reduzido a escrito, datado e assinado por ambos os cônjuges. 2. Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o contrato de casamento deve ser pelo menos reduzido a escrito, datado e assinado por ambos os cônjuges, e ser expressão da sua vontade comum. É necessário garantir que a decisão seja tomada de comum acordo para proteger o interesse de ambas as partes. 30 Artigo 22 Norma imperativa Artigo 22 Suprimido O âmbito das exceções permitidas por este artigo é praticamente ilimitado, possibilitando que os Estados-Membros ignorem qualquer disposição contida no presente regulamento. Na medida em que o artigo 23.º já prevê uma exceção de ordem pública em casos específicos, este artigo deve ser suprimido. 31 Artigo 37 n.º 3 3. A Comissão faculta ao público as informações comunicadas em conformidade com os n.os 1 e 2 através dos meios adequados, nomeadamente 3. A Comissão faculta ao público as informações de uma forma simples através dos meios adequados, através dos meios adequados, de um sítio Web multilingue AD\911767.doc 17/19 PE473.957v02-00
através do sítio Web da Rede Judiciária Europeia em Matéria Civil e Comercial. que complementa o da Rede Judiciária Europeia em Matéria Civil e Comercial, de modo a assegurar que os casais e os cônjuges podem exercer os seus direitos de uma forma informada. 32 Artigo 37 n.º 3-A (novo) 3-A. A Comissão deve estabelecer um instrumento de informação e de formação para os tribunais competentes e os profissionais da justiça, através da criação de um sítio Internet interativo em todas as línguas oficiais da União, nomeadamente um sistema de intercâmbio de práticas e de competências técnicas profissionais. PE473.957v02-00 18/19 AD\911767.doc
PROCESSO Título Referências Comissão competente quanto ao fundo Data de comunicação em sessão Parecer emitido por Data de comunicação em sessão Relator(a) de parecer Data de designação Decisões em matéria de regimes matrimoniais COM(2011)0126 C7-0093/2011 2011/0059(CNS) JURI 10.5.2011 LIBE 10.5.2011 Evelyne Gebhardt 24.5.2011 Exame em comissão 21.3.2012 3.9.2012 Data de aprovação 3.9.2012 Resultado da votação final +: : 0: 45 4 0 Deputados presentes no momento da votação final Suplente(s) presente(s) no momento da votação final Suplente(s) (nº 2 do art. 187º) presente(s) no momento da votação final Jan Philipp Albrecht, Edit Bauer, Simon Busuttil, Philip Claeys, Carlos Coelho, Agustín Díaz de Mera García Consuegra, Ioan Enciu, Frank Engel, Cornelia Ernst, Kinga Gál, Kinga Göncz, Nathalie Griesbeck, Sylvie Guillaume, Anna Hedh, Salvatore Iacolino, Lívia Járóka, Teresa Jiménez-Becerril Barrio, Timothy Kirkhope, Juan Fernando López Aguilar, Baroness Sarah Ludford, Monica Luisa Macovei, Véronique Mathieu, Anthea McIntyre, Louis Michel, Antigoni Papadopoulou, Georgios Papanikolaou, Carmen Romero López, Judith Sargentini, Birgit Sippel, Rui Tavares, Nils Torvalds, Axel Voss, Renate Weber, Josef Weidenholzer, Cecilia Wikström, Auke Zijlstra Anna Maria Corazza Bildt, Cornelis de Jong, Evelyne Gebhardt, Monika Hohlmeier, Franziska Keller, Ádám Kósa, Marian-Jean Marinescu, Antonio Masip Hidalgo, Jan Mulder, Raül Romeva i Rueda, Glenis Willmott Justas Vincas Paleckis, Iuliu Winkler AD\911767.doc 19/19 PE473.957v02-00