***I PROJETO DE RELATÓRIO

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1 PARLAMENTO EUROPEU Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos 2014/0202(COD) ***I PROJETO DE RELATÓRIO sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n.º 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro (COM(2014)0382 C8-0040/ /0202(COD)) Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos Relatora: Cecilia Wikström PR\ doc PE v01-00 Unida na diversidade

2 PR_COD_1amCom Legenda dos símbolos utilizados * Processo de consulta *** Processo de aprovação ***I Processo legislativo ordinário (primeira leitura) ***II Processo legislativo ordinário (segunda leitura) iii) Processo legislativo ordinário (terceira leitura) (O processo indicado tem por fundamento a base jurídica proposta no projeto de ato.) Alterações a um projeto de ato Alterações do Parlamento apresentadas em duas colunas As supressões são assinaladas em itálico e a negrito na coluna da esquerda. As substituições são assinaladas em itálico e a negrito na coluna da esquerda e na coluna da direita. O texto novo é assinalado em itálico e a negrito na coluna da direita. A primeira e a segunda linhas do cabeçalho de cada alteração identificam o passo relevante do projeto de ato em apreço. Se uma alteração disser respeito a um ato já existente, que o projeto de ato pretenda modificar, o cabeçalho comporta ainda uma terceira e uma quarta linhas, que identificam, respetivamente, o ato existente e a disposição visada do ato em causa. Alterações do Parlamento apresentadas sob a forma de texto consolidado Os trechos novos são assinalados em itálico e a negrito. Os trechos suprimidos são assinalados pelo símbolo ou rasurados. As substituições são assinaladas formatando o texto novo em itálico e a negrito e suprimindo, ou rasurando, o texto substituído. Exceção: as modificações de natureza estritamente técnica introduzidas pelos serviços com vista à elaboração do texto final não são assinaladas. PE v /12 PR\ doc

3 ÍNDICE Página PROJETO DE RESOLUÇÃO LEGISLATIVA DO PARLAMENTO EUROPEU...5 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS...10 PR\ doc 3/12 PE v01-00

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5 PROJETO DE RESOLUÇÃO LEGISLATIVA DO PARLAMENTO EUROPEU sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n.º 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro (COM(2014)0382 C8-0040/ /0202(COD)) (Processo legislativo ordinário: primeira leitura) O Parlamento Europeu, Tendo em conta a proposta da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho (COM(2014)0382), Tendo em conta o artigo 294.º, n.º 2, e o artigo 78.º, n.º 2, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nos termos dos quais a Comissão apresentou a proposta ao Parlamento (C8 0040/2014), Tendo em conta o artigo 294.º, n.º 3, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu de 15 de outubro de , Tendo em conta o artigo 59.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos (A8-0000/2014), 1. Aprova a posição em primeira leitura que se segue; 2. Requer à Comissão que lhe submeta de novo a sua proposta, se pretender alterá-la substancialmente ou substituí-la por um outro texto; 3. Encarrega o seu Presidente de transmitir a posição do Parlamento ao Conselho e à Comissão, bem como aos Parlamentos nacionais. Alteração 1 Proposta de regulamento Artigo 1 parágrafo -1-A (novo) Regulamento (UE) n.º 604/2013 Considerando 13 1 Ainda não publicada em JO. PR\ doc 5/12 PE v01-00

6 Texto em vigor (13) De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança de 1989, reconhecida pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, o interesse superior do menor deve constituir uma preocupação fundamental dos Estados-Membros ao aplicarem o presente regulamento. Na avaliação do interesse superior do menor, os Estados-Membros deverão, nomeadamente, ter devidamente em conta o bem-estar e o desenvolvimento social do menor, questões relativas à sua segurança e proteção e as opiniões do menor em função da sua idade e grau de maturidade, incluindo o seu meio social e familiar. Além disso, devido à sua especial vulnerabilidade, deverão ser estabelecidas garantias processuais específicas para os menores não acompanhados. Alteração -1-A. O considerando 13 passa a ter a seguinte redação: (13) De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança de 1989 e com a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, o interesse superior do menor deve constituir uma preocupação fundamental dos Estados-Membros ao aplicarem o presente regulamento. Na avaliação do interesse superior do menor, os Estados-Membros deverão, nomeadamente, ter devidamente em conta o bem-estar e o desenvolvimento social do menor, questões relativas à sua segurança e proteção e as opiniões do menor em função da sua idade e grau de maturidade, incluindo o seu meio social e familiar. A avaliação do interesse superior da criança no contexto de uma decisão relativa à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional deve ser efetuada a título individual 1a e antes de ser tomada a decisão quanto ao Estado-Membro responsável. Além disso, devido à sua especial vulnerabilidade, deverão ser estabelecidas garantias processuais específicas para os menores não acompanhados. 1a Comentário Geral n.º 14 (2013) sobre o direito da criança a que o seu interesse superior seja considerado uma prioridade (artigo 3.º, n.º 1), 48 (CRC/CGC/14).» Or. en (A presente alteração pretende modificar uma disposição do ato legislativo em vigor o Considerando 13 a que a proposta da Comissão não faz referência.) PE v /12 PR\ doc

7 Justificação Importa salientar que a regra principal estabelecida no artigo 8.º (n. os 4-A e 4-B) está sujeita a uma exceção baseada no interesse superior da criança, devendo este último ser avaliado pelas autoridades e/ou os tribunais competentes com pleno conhecimento de causa, tendo assim em conta as circunstâncias particulares próprias de cada caso individual. A referida avaliação deve sempre ser efetuada antes de ser tomada ou revista qualquer decisão ao abrigo do artigo 8.º (n.º 4.º-A/n.º 4.º-B). Alteração 2 Proposta de regulamento Artigo 1 parágrafo -1-B (novo) Regulamento (UE) n.º 604/2013 Considerando 15-A (novo) Texto da Comissão Alteração -1-B. É inserido um novo considerando, com a seguinte redação: «(15-A) O presente regulamento tem por objetivo garantir o acesso efetivo a uma avaliação do estatuto de proteção internacional do requerente. Na qualidade de requerentes, os menores não acompanhados constituem uma categoria de pessoas particularmente vulneráveis, pelo que o procedimento de determinação do Estado-Membro responsável não deve ser prolongado para além do que é estritamente necessário e, por conseguinte, tendo principalmente em conta o interesse superior da criança, os menores não acompanhados não devem, em regra, ser transferidos entre Estados-Membros e o seu pedido deve ser analisado pelo Estado-Membro onde o menor não acompanhado se encontra após ter apresentado um pedido. Or. en Justificação Ao estabelecer a norma de princípio segundo a qual a responsabilidade incumbe ao PR\ doc 7/12 PE v01-00

8 Estado-Membro onde o menor tiver apresentado o pedido e onde se encontra, o Tribunal de Justiça propôs uma interpretação sistemática do atual artigo 8.º, n.º 4, que conjuga o mecanismo do Regulamento de Dublim com os princípios que decorrem, em particular, da Carta, partindo do princípio que tal permite estabelecer de forma mais eficaz o interesse superior do menor. Alteração 3 Proposta de regulamento Artigo 1 parágrafo -1-C (novo) Regulamento (UE) n.º 604/2013 Considerando 15-B (novo) Texto da Comissão Alteração -1-C. É inserido um novo considerando, com a seguinte redação: «(15-B) Uma vez que se o artigo 8.º constitui a única disposição que se refere especificamente a menores não acompanhados, esta contém os únicos critérios aplicáveis para a determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado pelos referidos menores não acompanhados, independentemente da fase processual em que se encontrem anteriores pedidos apresentados noutros Estados-Membros ou das situações consideradas noutros artigos do presente regulamento. Este grupo de pessoas vulneráveis não deverá em caso algum ser submetido a deslocações que possam ser evitadas. Aquando da análise do pedido de proteção internacional, a Diretiva 2005/85/CE do Conselho 1a ou a Diretiva 2013/32/UE do Parlamento Europeu e do Conselho 1b devem ser plenamente aplicáveis, em conformidade com as disposições transitórias da Diretiva 2013/32/UE. 1a Diretiva 2005/85/CE do Conselho, de 1 de dezembro de 2005, relativa a normas mínimas aplicáveis ao procedimento de PE v /12 PR\ doc

9 concessão e retirada do estatuto de refugiado nos Estados-Membros (JO L 326 de , p. 13). 1b Diretiva 2013/32/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, relativa a procedimentos comuns de concessão e retirada do estatuto de proteção internacional (JO L 180 de , p. 60).» Or. en Justificação No processo C-648/11, o Tribunal de Justiça determinou que, sempre que tenha sido rejeitado um anterior pedido apresentado num outro Estado-Membro pelo menor não acompanhado, o Estado-Membro em que o menor não acompanhado apresentou outro pedido e onde se encontra continua a ser responsável pela análise do referido pedido. O Tribunal de Justiça considerou não ter relevância se o processo noutro Estado-Membro se encontra em situação pendente ou se está concluído. Contudo, as autoridades competentes podem proceder à devida aplicação de todas as disposições relativas aos procedimentos de asilo (DPA). O artigo 8.º deve ser considerado como uma espécie de «código especial» para os menores não acompanhados, que dá resposta a todas as situações em que estes se possam encontrar, guiando-se pelo interesse superior da criança e pelos objetivos de clareza e celeridade preconizados no que diz respeito ao procedimento de Dublim. Alteração 4 Proposta de regulamento Artigo 1 parágrafo 1 Regulamento (UE) n.º 604/2013 Artigo 8 n.º 4-D parágrafo 1 parte introdutória Texto da Comissão 4-D. O Estado-Membro considerado responsável nos termos do n.º 4-A deve informar os seguintes Estados-Membros, conforme o caso: Alteração 4-D. O Estado-Membro considerado responsável nos termos do n.º 4-A ou do n.º 4-B deve informar os seguintes Estados-Membros, conforme o caso: Or. en PR\ doc 9/12 PE v01-00

10 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Durante as negociações sobre a reformulação do Regulamento Dublim II, que foi formalmente adotado em junho de 2013 como parte do Sistema Europeu Comum de Asilo, os colegisladores não conseguiram chegar a acordo sobre um texto final para o artigo 8.º, n.º 4. O Parlamento estava convencido de que, caso um menor não acompanhado sem familiares na União apresentasse um pedido num Estado-Membro, deveria competir ao Estado-Membro em que se encontra o menor a responsabilidade pela análise do pedido de proteção internacional, para, no supremo interesse da criança, evitar transferências desnecessárias deste menor. Tal foi igualmente sugerido na proposta da Comissão para a reformulação do Regulamento de Dublim, de 3 de dezembro de 2008 (COM(2008) 820 final). O Conselho estava convencido de que o menor não acompanhado deveria ser enviado para o Estado-Membro onde apresentou o primeiro pedido de asilo. O acordo político final alcançado nessa altura manteve o artigo 8.º, n.º 4 1, inalterado relativamente à versão anterior do Regulamento de Dublim (ou seja, ao artigo correspondente, o artigo 6.º), excetuando o facto de o PE ter conseguido acrescentar ao novo artigo 8.º, n.º 4, o aditamento «desde que tal seja no interesse superior do menor». No entanto, uma vez que o processo C-648/11 estava pendente no Tribunal de Justiça e que o resultado do referido processo estabeleceria o princípio orientador para definir a regra do artigo 8.º, n.º 4, os colegisladores concordaram em que a decisão relativa à regra a aplicar que o Tribunal de Justiça viesse a tomar acabaria por se tornar a nova norma do artigo 8.º, n.º 4. Este acordo político traduziu-se numa declaração feita pelas três instituições e anexada ao ato legislativo, bem como publicada no Jornal Oficial juntamente com o ato legislativo. [«O Conselho e o Parlamento Europeu convidam a Comissão a considerar, sem prejuízo do seu direito de iniciativa, a possibilidade de rever o artigo 8.º, n.º 4, da reformulação do Regulamento de Dublim quando o Tribunal de Justiça tiver proferido um acórdão sobre o Processo C-64811/11 MA e outros c/ Secretary of State for the Home Department ou, o mais tardar, nos prazos previstos no artigo 46.º do Regulamento de Dublim.( )»] Na sequência desta declaração e do compromisso assumido pelas três instituições, a Comissão publicou, em 26 de junho de 2014, uma proposta para tornar o conteúdo do artigo 8.º, n.º 4, coerente com os efeitos da nova jurisprudência. Processo C MA e outros c/ Secretary of State for the Home Department - 6 de 1 Teor do artigo 8.º n.º 4 do Regulamento de Dublim em vigor: «Na ausência de um membro da família, irmão ou outro familiar referido nos n. os 1 e 2, o Estado-Membro responsável será aquele em que o menor não acompanhado tenha apresentado o seu pedido de proteção internacional, desde que tal seja no interesse superior do menor.» O artigo correspondente (artigo 6.º) no Regulamento de Dublim anterior tem a seguinte redação: «Na ausência de um membro da família, é responsável pela análise do pedido o Estado-Membro em que o menor apresentou o seu pedido de asilo.» PE v /12 PR\ doc

11 junho de 2013 A decisão judicial fornece indicações claras relativamente à interpretação do antigo artigo 6.º que constitui o texto correspondente ao atual artigo 8.º, n.º 4, recorrendo para tal ao princípio fundamental, válido para toda a legislação da União: o interesse superior da criança, imposto pela Carta (artigo 24.º, n.º 2), a que se refere o considerando 15 e o próprio artigo 6.º. O acórdão do Tribunal de Justiça afirma claramente que a aplicação eficaz do interesse superior da criança deve evitar transferências e prolongamentos desnecessários do procedimento de determinação do Estado-Membro responsável, bem como garantir o acesso imediato ao procedimento de determinação do estatuto de refugiado. Na sua decisão final, o Tribunal de Justiça conclui que sempre que um menor não acompanhado por qualquer membro da família presente legalmente na União apresentar um pedido de asilo em mais do que um Estado-Membro, é responsável pela análise do procedimento de determinação o Estado-Membro em que o menor se encontra após a apresentação do seu pedido. A proposta da Comissão No âmbito do seu exercício de interpretação da lei, o Tribunal de Justiça tentou estabelecer uma regra geral. A proposta da Comissão transpõe essa regra: a responsabilidade pela análise do processo de determinação incumbe ao Estado-Membro onde o menor se encontrar após ter apresentado o seu pedido. A proposta da Comissão prevê a obrigação de um Estado-Membro de informar um menor não acompanhado que se encontre no seu território sem aí ter apresentado um pedido de que tem o direito de apresentar um pedido, devendo proporcionar-lhe a possibilidade de o apresentar, de modo a não discriminar entre os menores não acompanhados informados e os menores não acompanhados mal informados, bem como de assegurar que estes disponham da mesma proteção, uma vez que, pela sua natureza, estes constituem um grupo muito vulnerável de requerentes. Relatora A relatora considera que o acordo político firmado no termo das anteriores negociações previa aderir à decisão do Tribunal de Justiça e à sua linha orientadora. A decisão do Tribunal de Justiça é coerente com a posição unânime do PE, articulada ao longo das negociações, bem como com a reformulação inicial da proposta da Comissão para o artigo 8.º, n.º 4. Por conseguinte, a relatora recomenda vivamente que os princípios estabelecidos na nova proposta da Comissão sejam respeitados, uma vez que refletem plenamente o espírito subjacente ao acórdão do Tribunal de Justiça correspondente. O Tribunal de Justiça mantém que a norma de princípio é aplicável a todas as situações em que se encontrem os menores não acompanhados, independentemente da fase que percorre o procedimento de determinação num Estado-Membro em que um anterior pedido tenha sido apresentado. Além disso, o Tribunal de Justiça sustenta que o Estado-Membro em que o PR\ doc 11/12 PE v01-00

12 menor se encontra é responsável por tratar do processo do menor, mesmo que tenha sido proferida uma decisão definitiva noutro local, permitindo, contudo, evidentemente, que os Estados-Membros façam uso de toda a gama de possibilidades oferecida pela Diretiva «Procedimentos de Asilo», a fim de tratar sem demora destes casos. Por conseguinte, o Tribunal de Justiça determinou de forma consciente que evitar deslocações de menores tinha precedência sobre todas as outras considerações relacionadas com procedimentos pendentes noutros locais. A relatora propõe que o relatório clarifique estes princípios estabelecidos pela decisão judicial. Além disso, o interesse superior da criança prevalece sempre com base numa análise individual do caso. Assim, se, num caso específico houver razões particulares para derrogar à presunção geral de que o Estado-Membro em que se encontra o menor deve proceder à análise, nesse caso específico, o interesse superior da criança sobrepor-se-á ao princípio geral. O ónus da prova de que uma transferência seria do interesse superior do menor não acompanhado recai sobre o Estado-Membro onde este se encontra. PE v /12 PR\ doc