CONCURSO PÚBLICO Nº 01/2014 PARA PROVIMENTO DE VAGAS E FORMAÇÃO DE CADASTRO DE RESERVA PARA O CARGO DE DELEGADO DE POLÍCIA DA CARREIRA DE POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL PROVA DE VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM DO CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RECURSOS DESPROVIDOS I. INTRODUÇÃO De forma individualizada, a Fundação Universa apresenta as seguintes justificativas para manutenção do gabarito preliminar e desprovimento dos recursos administrativos em relação às Questões números 54, 58, 62, 63, 69, 70, 73, 82, 93, 95 e 97, do Núcleo Específico. QUESTÃO nº 54 Em síntese, pretende-se a anulação da questão ao argumento que a alternativa (D) teria reduzido em demasia o conceito de reunião inicial. Referido termo encontra-se na página 39 da apostila e refere-se, na verdade, a um marco para o início dos trabalhos relativos à fase ostensiva das diligências policiais. A doutrina (SANTOS, p. 62) procura descrever quais acontecimentos ocorrem neste momento. Desta forma, não se trata de um conceito, mas sim de um detalhamento sobre algumas das ações constantes nesta etapa. Neste sentido, o gabarito apresenta algumas das atividades a serem desenvolvidas durante a reunião inicial. Por outro lado, busca-se também a anulação da questão sob a alegação da existência de uma suposta dubiedade de redação em relação a alternativa (D), visto que teria sido empregado o termo sintético para abranger também as ações a serem realizadas pelas equipes na reunião inicial. Além disso, é afirmado que a alternativa (B) também estaria correta, tendo em vista que, no cumprimento dos mandados judiciais, ao menos um dos agentes de polícia que acompanhou a investigação dever ser responsável por planejar, coordenar e controlar a execução desta. Não há que se falar em dubiedade da alternativa (D), visto que a abrangência do termo sintético está restrita às informações relativas à investigação nos moldes do que está descrito na apostila. Não se pode entender que a expressão também alcança as ações a serem realizadas tendo em vista a menção existente na própria alternativa, de que estas informações compreendem deste a saída das equipes até a liberação final dos policiais. Em relação à alternativa (B), o item é falso pelo fato de não ser atribuição do agente de polícia o planejamento e a coordenação do cumprimento dos mandados judiciais, cabendo tais tarefas ao Delegado Chefe ou o Delegado de Polícia que preside a investigação. A apostila consigna na página 38 que a fase ostensiva corresponde à implementação do plano operacional, ou seja, a execução das diligências, predominantemente ostensivas, planejadas e autorizadas pela chefia da Delegacia de Polícia e do escalão superior.... (negritei). Outro não pode ser o entendimento quando da interpretação sistemática do comando constitucional previsto no artigo 144, 4º, da Carta
Magna, que assim dispõe: Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. No mesmo sentido, o artigo 13 do Código de Processo Penal prescreve que cabe à autoridade policial o cumprimento dos mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias. É certo que a apostila apresenta, de forma clara, que é recomendável a participação do agente responsável pela investigação, entretanto, em nenhum momento é dito que cabe ao agente de polícia o planejamento e a coordenação de operações policiais, funções precípuas da autoridade policial. QUESTÃO nº 58 Nas razões recursais sustenta-se que existem duas alternativa corretas. Dessa forma, a alternativa (E) também estaria correta, pois o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado tem obrigação de depor. De acordo com o descrito na página131 da apostila, os ascendentes, descendentes, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que separado judicialmente e o irmão do suspeito/indiciado, ao contrário do que descreve a alternativa (E), são dispensados da obrigação de depor. Referido comando está previsto no artigo 206 do Código de Processo Penal que assim dispõe: A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. (negritei) Verifica-se que a regra é a dispensa do depoimento dessas pessoas, e a exceção seria o testemunho quando não houver outro meio de obtenção da prova. A alternativa (E), porém, menciona a obrigatoriedade do depoimento das referidas pessoas, sem qualquer ressalva, o que torna o item falso. É consignado, ainda, que a Questão deve ser anulada porque existem duas alternativas corretas, ou seja, a alternativa D também estaria correta, visto que, toda testemunha tem o dever de prestar compromisso. Em conformidade com o descrito na página 131 da apostila, em regra, toda testemunha tem o dever de prestar compromisso, entretanto, estão dispensadas desta obrigação, os doentes e deficientes mentais e os menores de 14 anos e as pessoas dispensadas da obrigação de depor (o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado). Referida conclusão tem amparo no comando normativo previsto nos artigos 206 e 208 do Código de Processo Penal, o que torna a alternativa D falsa.
QUESTÃO nº 62 É alegado que a alternativa (A) também representaria um erro em relação à tomada de decisão e desta forma não haveria resposta correta para a questão. Ocorre que o item 1.1 constante na página 63 da apostila não deixa dúvida que uma decisão errada é melhor que nenhuma decisão, portanto, não representa um erro cometido em relação à tomada de decisão. Senão vejamos: Um gestor não pode conviver com a indecisão, especialmente com a sua própria. Quando a ação é necessária, a ausência da decisão constitui omissão, negligência. O tempo não irá resolver a situação, irá apenas agravar. É preferível uma decisão errada a nenhuma. A decisão errada sempre poderá ser corrigida porque já desencadeou o processo e, portanto, poderá ser mais facilmente revista para se adequar ao resultado. Pior é a indecisão que não leva a nenhum resultado, apenas provocando perplexidade, imobilidade e indefinição. QUESTÃO nº 63 Segundo o registro feito nas razões recursais, a alternativa (B) também estaria correta, visto que, apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente não apresentar qualquer vedação para a oitiva da criança pela delegacia circunscricional que investiga o caso, seria aconselhável que a criança fosse ouvida na Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente, o que atenderia ao princípio do melhor interesse do menor. A alternativa (B) apresenta uma clara incorreção. Não há qualquer vedação no Estatuto da Criança e do Adolescente ou em qualquer outro diploma normativo que impeça a criança de ser ouvida pela delegacia que apura o caso. QUESTÃO nº 69 É alegado, ainda, que a alternativa (E) também estaria incorreta por ter utilizado terminologias distintas da constante na apostila, prejudicando a análise da assertiva. A alternativa (E) assim dispõe: As decisões não programadas são aquelas relacionadas a uma situação completamente nova, nunca antes ocorrida, em que não existe qualquer termo de comparação, onde a tomada de decisão não pode ser baseada na experiência, em regras, ou tão pouco existe uma linha que conduza à solução do problema ou às alternativas existentes.
A divergência supostamente existente seria no emprego da expressão a tomada de decisão não pode ser baseada na experiência, em vez de a tomada de decisão não é baseada na experiência. A dúvida suscitada, porém, não altera em nada o conteúdo e a compreensão da assertiva. QUESTÃO nº 70 Nessa parte específica, é afirmado que a Questão apresenta duas alternativas corretas. Com isso, a alternativa (D) também estaria correta. Ocorre que, conforme previsto no item 2.2.3.2 da página 164 da apostila, a aplicação do princípio da compartimentação sigilosa requer um protocolo de compartimentação que irá definir os procedimentos que serão adotados para a preservação deste princípio, como, por exemplo, a definição dos investigadores que terão acesso aos dados. Desta forma, o compartilhamento de informações entre distintas unidades policiais é compatível com o princípio da compartimentação sigilosa, havendo inclusive a possibilidade de empréstimo da prova ainda na fase inquisitorial. QUESTÃO nº 73 Segundo o recorrente, a alternativa (E), apesar de ter sido extraída literalmente da apostila, teria uma duplicidade de interpretação o que a tornaria incorreta. A parte final da assertiva complementa a expressão comportamento normal, não havendo outra interpretação possível para a sentença. QUESTÃO nº 82 Buscar uma solução satisfatória para as partes não representa um passo para a negociação integrativa e sim a função do mediador (Leia-se página 53 da apostila). De uma forma geral, todos os métodos de resolução de conflitos buscam satisfazer ambas as partes e fazer justiça, mas essa busca é o objetivo final da negociação e não um dos principais passos.
QUESTÃO nº 93 As diligências referidas na alternativa (A) são ordenadas mediante despacho (Cf. página 219 da apostila). Dentre as mencionadas diligências pode estar a ordem de missão que é formalizada pelo escrivão de polícia. O termo de depoimento realmente só é formalizado perante a testemunha compromissada. Nos demais casos, ouve-se em termo de declaração. QUESTÃO nº 95 A realização de exames em local de incêndio e explosão com vítima é de atribuição da Seção de Crimes Contra a Pessoa SCPe (a propósito, página 275 da apostila). Nos locais em que não há vítima os exames podem ser feitos pela SPCa ou SINEX. QUESTÃO nº 97 Por meio do recurso, busca-se a alteração do gabarito preliminar, da alternativa (C) para a alternativa (B). Ocorre que, originalmente, a alternativa correta já é letra (B). II. FINAL Foram desprovidos todos os recursos administrativos interpostos visando à impugnação das Questões referidas, que integram a prova de verificação de aprendizagem do Curso de Formação Profissional para o cargo de Delegado de Polícia da carreira de Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Brasília, DF, 20 de setembro de 2016. Coordenação Pedagógica Diretoria de Concursos Fundação Universa