EFEITO DA COBERTURA MORTA E ADUBAÇÃO COM ESTERCO BOVINO NA CULTURA DA ALFACE SILVEIRA, L.H.da 1 ; CAMARGOS, A.E.V. 1 ; MAXIMIANO, A.R. 1 ; FURQUIM, S.G.S. 1 ; SILVEIRA, A.L.da 1 ; PIZOLATO NETO, A. 1 ; VALLONE, H.S. 2 1 Estudante do Curso de Engenharia Agronômica, Instituto Federal do Triângulo Mineiro - Campus Uberaba- MG- Rua João Batista Ribeiro, 4000 Bairro Mercês, fone: (34) 3319 6000, email: luciano_agronomia@hotmail.com; 2 Prof. Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Uberaba- MG- Rua João Batista Ribeiro, 4000 Bairro Mercês, fone: (34) 3319 6000, email: haroldo@iftriangulo.edu.br. RESUMO O atual trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da cobertura morta e das doses de esterco bovino na cultura da alface americana. O experimento está sendo conduzido no setor de Olericultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro campus Uberaba, MG. O delineamento experimental é em blocos casualizados, em esquema fatorial 4X2, totalizando oito tratamentos, sendo testadas quatro doses de esterco bovino (0 kg m -2, 3,6 kg m -2, 7,2 kg m -2 e 10,8 kg m -2 ) em canteiros com ou sem cobertura morta, com três repetições. Serão avaliadas as seguintes variáveis: produção total, número de folhas externas, produção comercial, circunferência da cabeça, número de folhas internas e comprimento do caule. Devido o experimento ainda estar em campo, não houve coleta de dados até o momento. Visualmente percebe-se que o tratamento 10,8 kg m -2 e com cobertura morta tem se sobressaído dos demais tratamentos, apresentando maior tamanho e vigor. Palavras-chave: Lactuca sativa, adubação orgânica, asterácea. INTRODUÇÃO A alface americana (Lactuca sativa L.), pertence à família das asteráceas, possui porte herbáceo e raízes delicadas com bastante exigência de solo. É uma das principais folhosas consumidas e produzidas em várias regiões do país e por isso possui grande interesse econômico. A alface do tipo americana se diferencia dos demais grupos, por apresentar folhas externas de coloração verde-escura, folhas internas de coloração amarela ou branca, imbricadas, semelhantes ao repolho e crocantes e por apresentar maior vida pós-colheita, o que possibilita o transporte a longas distâncias (DECOTEAU et al., 1995). A adubação orgânica com estercos de animais e compostos orgânicos tem sido amplamente utilizada na produção de alface, com o objetivo de reduzir as quantidades de fertilizantes químicos e melhorar as qualidades físicas, químicas e biológicas do solo (KIEHL, 1985, citado por SILVA et al., 2001). Além disso, de acordo com Filgueira, (2000) a adubação orgânica, especialmente com esterco animal, é altamente benéfica a essa cultura que possuí raízes
delicadas e exigentes quanto ao aspecto físico do solo. Outra importante vantagem da adubação orgânica é a reciclagem de resíduos rurais, o que possibilita maior autonomia dos produtores em face do comércio de insumos, e apresenta grande efeito residual (MARCHESINI et al., 1988; SMITH & HADLEY, 1989). Nas últimas décadas várias técnicas têm sido utilizadas no cultivo de hortaliças, uma delas é o uso de cobertura morta sobre o solo, que diminui a perda de água por evaporação e diminui as oscilações da temperatura do solo (BRAGAGNOLO & MIELNICZUK, 1990), além disso, reduz a perda de nutrientes por lixiviação (CARTER & JOHNSON, 1988). A utilização de materiais de origem vegetal na cobertura do solo é uma prática bastante antiga utilizada pelos agricultores com o objetivo de proteger os cultivos e o solo da ação de agentes atmosféricos, os quais, dentre outros efeitos provocam a compactação do terreno, esfriam a terra e causam a lixiviação dos elementos fertilizantes (SGANZERLA, 1991). Segundo Souza & Resende (2003), por meio da cobertura do solo, procura-se influenciar positivamente as qualidades físicas, químicas e biológicas do solo, bem como a diminuição da erosão, criando condições ótimas para o crescimento radicular. Sabe-se que a maioria dos produtores de alface utiliza adubos orgânicos de forma empírica, necessitando de informações precisas para maximizar a produção. Devido às dúvidas enfrentadas pelos produtores da região a respeito do tema, é necessário um maior número de pesquisas nesta área para o esclarecimento das dúvidas. Diante do exposto o atual trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da cobertura morta e das doses de esterco bovino na cultura da alface americana. MATERIAL E MÉTODOS O experimento está sendo conduzido na área experimental do setor de Olericultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro campus Uberaba MG. O mesmo se localiza a 800m de altitude, com latitude de 19º 39 19 S e longitude de 47º 57 27 W. O clima do local, segundo classificação de Köppen é do tipo tropical quente e úmido, com inverno frio e seco (Aw), com precipitação e temperatura média anual de 1500 mm e 21ºC, respectivamente. O solo apresenta características de um Latossolo Vermelho Distrófico. Foram coletadas amostras de solo para análise química que serão enviadas para o Laboratório de Análise do Solo da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) em Uberaba, MG. O experimento está sendo conduzido em um delineamento em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 4X2, totalizando oito tratamentos, sendo quatro doses de adubo: 0 kg m -2, 3,6 kg m -2, 7,2 kg m -2 e 10,8 kg m -2, (correspondente a 0, 30, 60 e 90 t há -1, respectivamente)
em canteiros com ou sem cobertura morta e com três repetições em cada tratamento. Os tratamentos estão descritos na Tabela 1. A cultivar utilizada é a Novax com ciclo de aproximadamente 50 dias após o transplante. Foi realizada a semeadura em bandejas de poliestireno com 288 células com substrato comercial, colocadas em uma estufa para mudas e irrigadas diariamente até os 30 dias. O transplante foi realizado no mês de agosto de 2009, em três canteiros. Cada canteiro possui oito parcelas experimentais com 12 plantas por parcela, distribuídas em 1,2m de comprimento e 1,0m de largura, com espaçamento de 0,3m entre plantas. Como plantas úteis (coleta de dados) serão consideradas as seis plantas centrais. As características a serem avaliadas serão: a) produção total (após a colheita, as plantas serão pesadas), b) número de folhas externas (serão contadas as folhas não comerciais), c) produção comercial (será determinada a partir da pesagem das cabeças, ou seja, a parte de interesse comercial), d) circunferência da cabeça (será medida com uma trena após o desfolhamento das plantas), e) número de folhas internas (contadas após a colheita) e f) comprimento do caule (que será medido com uma trena). Os dados obtidos serão submetidos à análise de variância (teste F), usando se o software estatístico SISVAR. Para as doses de esterco bovino será realizado um estudo de regressão polinomial e para a cobertura morta será feito teste de média (Skott-Knot). Tabela 1. Descrição dos tratamentos estudados. Tratamentos Descrição 1 0 kg m -2 - com cobertura morta 2 0 kg m -2 - sem cobertura morta 3 3,6 kg m -2 - com cobertura morta 4 3,6 kg m -2 - sem cobertura morta 5 7,2 kg m -2 - com cobertura morta 6 7,2 kg m -2 - sem cobertura morta 7 10,8 kg m -2 - com cobertura morta 8 10,8 kg m -2 - sem cobertura morta RESULTADOS E DISCUSSÃO (PARCIAIS) Devido o experimento ainda estar em campo não houve coleta de dados até o momento. Visualmente percebe-se que o tratamento 10,8 kg m -2 e com cobertura morta, tem se sobressaído dos demais tratamentos, apresentando maior tamanho e vigor. Observa-se também que quanto maior a quantidade de adubo orgânico, melhor o desenvolvimento das
plantas. Vários autores relatam que a aplicação de adubos orgânicos proporciona aumentos na produtividade e qualidade da alface. Segundo Schneider (1983) foram obtidos aumentos lineares no peso da cabeça com doses de até 10,8 kg m -2 de esterco bovino. Estes resultados poderão se confirmar no final do experimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS No mês de outubro de 2009 será realizada a colheita da cultura e em seguida a análise dos dados. Com estes resultados, espera-se, determinar a melhor dose de adubo orgânico para a cultura da alface americana, para as condições de Uberaba-MG, bem como verificar a viabilidade técnica do uso de cobertura morta. O resultado final desta pesquisa, em forma de resumo expandido, será submetido à apresentação no Congresso Brasileiro de Olericultura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGAGNOLO, N.; MIELNICZUK, J. Cobertura do solo por palha de trigo e seu relacionamento com a temperatura e umidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 14, n. 3, p. 369-374, 1990. CARTER, I.; JOHNSON, C. Influence of different types of mulches on eggplant production. Hortscience, Alexandria, v. 23, n. 1, p. 143-145, 1988. DECOTEAU, D.R.; RANWALA, D.; McMAHON, M.J.; WILSON, S.B. The lettuce growing handbook: botany, field procedures, growing problems, and postharvest handling. Illinois: Oak Brook, 1995. 60 p. FILGUEIRA, F. A. R.. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2 ed. rev. amp. Viçosa: UFV, 2000. MARCHESINI, A.; ALLIEVI, L.; COMOTTI, E.; FERRARI, A. Long-term effects of quality-compost treatment on soil. Plant and Soil, Dordrecht, v. 106, p. 253-261, 1988. SILVA, F.C.; BOARETTO, A.E.; BERTON, R.S.; ZOTELLI, H.B.; PEXE, C.A.; BERNARDES, H.M. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.36, n.5, p.831-840, 2001. SGANZERLA, E. Nova Agricultura: a fascinante arte de cultivar com os plásticos. Plasticultura Gaúcha, 4.ed.Porto Alegre,.1991.303 p. SMITH, S. R.; HADLEY, P. A comparison of organic and inorganic nitrogen fertilizers: their nitrate-n and ammonium-n release characteristics and effects on the growth response of lettuce (Lactuca sativa L. cv. Fortune). Plant and Soil, v. 115, n. 1, p. 135-144, 1989.
SOUZA, J. L.; RESENDE, P. Manual de horticultura orgânica. Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 564 p. SCHNEIDER, L. Rendimento e qualidade de alface em função da adubação nitrogenada, orgânica e mineral. 1983. 69 p. (Tese mestrado), UFRGS, Porto Alegre.