A qualidade ecológica da praia fluvial do Pontilhão da Valeta (Arcos de Valdevez)

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Vieira, Adalberto Presenting Author (PhD Candidate (Food Engineering) Praia, 21 de Janeiro de 2010.

Transcrição:

A qualidade ecológica da praia fluvial do Pontilhão da Valeta (Arcos de Valdevez) Pedro Gomes Susana Pereira Soraia Castro A poluição da água por poluentes de origem fecal pode conduzir a problemas de saúde pública, nomeadamente pela presença de microrganismos infecciosos. Esses microrganismos podem ter origem diversa, nomeadamente a partir de esgotos urbanos e domésticos ou de origem animal. Águas não tratadas provenientes de aglomerados urbanos ou de habitações isoladas são as fontes mais comuns, com carácter mais ou menos crónico. Descarga de chorumes ou de fossas cépticas são também uma fonte usual, embora com carácter agudo (intensidade elevada mas constituindo episódios pontuais que rapidamente desaparecem, desde que a fonte também seja pontual). Para que possam ser utilizadas para fins balneares, a água de um rio não pode constituir um risco para a saúde dos seus utentes. Por isso mesmo, são sujeitas a um controlo apertado de um conjunto de parâmetros padronizadas, nos quais se incluem um conjunto de indicadores sobre a presença de microrganismos de origem fecal potencialmente patogénicos. Na impossibilidade de avaliar todos os microrganismos patogénicos presentes numa água, recorre-se a um conjunto de indicadores que se assume estarem correlacionados com esses patogénicos. Nesses indicadores, está incluída a avaliação dos níveis de estreptococos fecais, enterococos intestinais, Escherichia coli e salmonelas. Embora estejam naturalmente presentes nos rios e ribeiras, a sua densidade por unidade de volume não pode ultrapassar determinados valores, legalmente estabelecidos. O grupo dos enterococos intestinais inclui não só bactérias de origem humana mas também de origem animal. Apesar de analisados conjuntamente (numa análise, apenas é referido o número total de enterococos num dado volume de água), o valor obtido tem que ser analisado com alguma cautela, nomeadamente em ambientes agrícolas, em que é comum o uso de chorumes de origem animal para estrumar terrenos. Com efeito, dentro dos enterococos intestinais, aqueles que acarretam risco para a saúde pública são os de origem humana, sendo mínimo o risco associado aos de origem animal. No que diz respeito às bactérias entero hemorrágicas (como a E. coli), a situação é particularmente preocupante, pois a sua ocorrência em grande número está associada a locais de águas rasas e de circulação reduzida, regra geral com temperaturas mais elevadas, e, por isso mesmo com maior apetência por parte dos banhistas. A fraca circulação da água e as temperaturas elevadas favorecem a multiplicação local desses microrganismos, principalmente quando o teor em matéria orgânica é elevado (consequência também da falta de circulação). Nessas situações, qualquer contaminação pontual alóctone contendo microrganismos fecais/intestinais pode ter consequências locais significativas. A avaliação da qualidade da água de um rio para fins balneares é feita com base num conjunto de critérios estabelecidos por lei, com limites máximos admissíveis para cada parâmetro analisado. Aparentemente o processo é simples, limitando-se a entidade gestora da bacia a utilizar os valores obtidos para classificar as águas de um sector do rio. Se todos os procedimentos desde a colheita até às análises tiverem sido corretos, a tarefa é efetivamente simples. No

entanto, não dispensa o avaliador de alguns cuidados na interpretação dos resultados obtidos. O historial das análises efectuadas num local é um factor que tem que ser obrigatoriamente tido em consideração; a existência de análises complementares efectuadas por outras entidades idóneas é outro. Constitui boa prática na interpretação de séries de dados estranhar qualquer situação que se afaste da sequência normal, nomeadamente quando há acesso a dados históricos. No caso da Praia do Pontilhão da Valeta, a ARHN (atualmente integrada na APA), realizou análises regulares à qualidade bacteriológica da água do rio Vez desde 28, durante o período balnear (Figura 1). 4 3 28 EC EF 4 35 3 25 15 5 29 4 35 3 25 15 5 21 4 35 3 25 15 5 211

4 35 3 25 15 5 212 Figura 1: Resumo das análises bacteriológicas realizadas pela ARHN entre 28 e 211 (EC: Escherichia coli; EF: Enterococus fecais). Segundo a legislação, os valores máximos admissíveis para águas balneares são de 18 para EC e 66 para EF. Observando os resultados da Figura 1, constata-se que entre 28 e 212, com exceção de casos muito pontuais, os parâmetros bacteriológicos permanecem bem abaixo dos valores máximos admissíveis, com exceção pontuais em 28, 29 e 211. Nas análises de 213 divulgadas até à data, as condições bacteriológicas mantêm-se bem abaixo dos níveis máximos admissíveis para águas balneares, podendo assumir-se que o rio Vez não oferece qualquer risco para a saúde pública. Os parâmetros bacteriológicos refletem situações agudas, correspondentes a alterações pontuais das condições ambientais da zona envolvente ao rio ou do próprio rio. Como tal, a sua resposta é muito rápida, o que se reflete numa densidade pontualmente elevada dos organismos indicadores (neste caso, E. coli e Enterococos). Desaparecendo a fonte de perturbação, a capacidade de autodepuração do rio é suficiente para fazer desaparecer os sinais da existência dessa perturbação. Essa rapidez na resposta é vantajosa na detecção rápida de situações anómalas mas a sua capacidade de detecção está fortemente dependente da coincidência temporal das colheitas com os episódios agudos de perturbação. Em águas correntes, umas descargas pontuais ou intermitentes correm o risco de não ser detectadas por esses métodos, que não são válidos, por si, na avaliação do estado ecológico de um curso de água. Na Diretiva Quadro da Água, para além de parâmetros físico-químicos e bacteriológicos, preconiza-se a utilização das comunidades de macroinvertebrados aquáticos para a avaliação acima referida. Com efeito, esses invertebrados (maioritariamente larvas de insectos) são a base das cadeias tróficas dos rios e, além disso, apresentam ciclos de vida relativamente longos na água e têm uma mobilidade relativamente reduzida. Ou seja, pode associar-se um determinado elenco faunístico a um conjunto apertado de condições ambientais; mudando essas condições, muda também o elenco faunístico. Essa associação está na base dos índices de qualidade da água em que, em função das

comunidades de invertebrados encontradas, é atribuído um valor numérico aos locais onde as recolhas foram efectuadas. Partindo-se do pressuposto de que conjuntos de organismos específicos estão associados a locais onde as condições ambientais, ao longo de todo o seu período de vida e não apenas num dado instante, se mantêm dentro de limites compatíveis com estes, é possível com um conjunto de recolhas avaliar as condições ecológicas de um troço de rio num espaço temporal passado alargado. Ou seja, as comunidades de macroinvertebrados refletem as condições passadas, antes da recolha da amostra, enquanto que os restantes tipos de análises apenas dizem respeito às condições momentâneas existentes na altura das colheitas. Dos vários índices utilizáveis, o BMWP (Alba Tercedor e Sánchez-Ortega, 1988) é correntemente utilizado na Península Ibérica para quantificar a qualidade ecológica de rios e ribeiras. A ordenação dos taxa recolhidos (ao nível das famílias) é feita com base numa tabela que os ordena ao longo de um gradiente de menor a maior tolerância à contaminação. A cada família corresponde uma pontuação (1 a 1), o que permite comparar a situação relativa entre locais de amostragem. O índice final é obtido pela soma das pontuações de cada família recolhida que é depois associado a uma determinada classe de qualidade. (Tabela 1). Tabela 1: Classes de qualidade e significado dos valores do índice BMWP (Alba Tercedor 1996) Classe Qualidade Valor Significado I Boa > 15 11-12 Águas muito limpas Águas não contaminadas ou não alteradas de forma sensível II Aceitável 61-1 Evidência de alguns efeitos de contaminação III Duvidosa 36-6 Águas contaminadas IV Crítica 16-35 Águas muito contaminadas V Muito crítica < 15 Águas fortemente contaminadas Para avaliar a qualidade ecológica do rio Vez, no dia 27 de Junho de 213 uma equipa do CBMA/SPVS, Universidade do Minho realizou um conjunto de 3 amostras de macroinvertebrados bentónicos, segundo a metodologia preconizada por Alba Tercedor (1996). Os locais amostrados estão representados no excerto da Carta Militar 1:25 reproduzido na Figura 2 e permitem controlar a situação a montante da praia (Local 1, situação de referência), o início da praia fluvial (Local 2) e as condições do rio Vez após passagem através da vila de grande parte do miolo urbanos de Arcos de Valdevez.

Figura 2: Localização das recolhas de macroinvertebrados bentónicos efectuadas em 27 de junho de 213, com vista à determinação da qualidade ecológico do rio Vez Os resultados obtidos figuram nas Tabelas 2 a 4 e a interpretação dos valores obtidos é feita na Tabela 5.

Tabela 2: Famílias de macroinvertebrados bentónicos recolhidos segundo a metodologia preconizada por Alba Tercedor (1996) para o Local 1 e respectiva pontuação. Local 1 Família Nº individuos Pontuação Brachycentridae 6 1 Leptoceridae 16 1 Beraeidae 1 1 Perlidae 11 1 Leptophlebiidae 13 1 Siphlonuridae 1 1 Heptageniidae 9 1 Aphelocheiridae 2 1 Capniidae 6 1 Blephariceridae 1 1 Glossosomatidae 2 8 Calopterygidae 1 8 Polycentropodidae 15 7 Rhyacophilidae 28 7 Ephemerellidae 54 7 Simuliidae 68 5 Hydropsychidae 85 5 Baetidae 73 4 Anthomyidae 1 4 Ceratopogonidae 3 4 Caenidae 1 4 Nepidae 1 3 Gerridae Presente 3 Mesoveliidae 1 3 Hydrophilidae 2 3 Chironomidae 44 2 Pontuação total: 177

Tabela 3: Famílias de macroinvertebrados bentónicos recolhidos segundo a metodologia preconizada por Alba Tercedor (1996) para o Local 2 e respectiva pontuação. Local 2 Família Nº individuos Pontuação Brachycentridae 11 1 Lepidostomatidae 2 1 Leptoceridae 63 1 Beraeidae 3 1 Leptophlebiidae 15 1 Aphelocheiridae 4 1 Heptageniidae 8 1 Capniidae 1 1 Glossosomatidae 4 8 Ephemerellidae 57 7 Rhyacophilidae 22 7 Polycentropodidae 6 7 Coenagrionidae 1 6 Hydropsychidae 4 5 Simuliidae 42 5 Baetidae 3 4 Ceratopogonidae 1 4 Dytiscidae 1 3 Hirudidae 5 3 Hydrophilidae 2 3 Chironomidae 37 2 Pontuação total: 144

Tabela 4: Famílias de macroinvertebrados bentónicos recolhidos segundo a metodologia preconizada por Alba Tercedor (1996) para o Local 3 e respectiva pontuação. Local 3 Família Nº individuos Pontuação Perlidae 1 1 Leptoceridae 41 1 Brachycentridae 17 1 Aphelocheiridae 2 1 Siphlonuridae 1 1 Leptophlebiidae 2 1 Capniidae 1 1 Heptageniidae 5 1 Calopterygidae 3 8 Rhyacophilidae 7 7 Polycentropodidae 1 7 Ephemerellidae 34 7 Coenagrionidae 1 6 Ancylidae 2 6 Simuliidae 55 5 Hydropsychidae 13 5 Tabanidae 1 4 Baetidae 37 4 Hygrobiidae 3 3 Hirudidae 1 3 Hydrophilidae 1 3 Chironomidae 15 2 Pontuação total: 15 Tabela 5: Classificação dos locais amostrados em função da pontuação obtida e de acordo com os critérios definidos por Alba Tercedor (1996) Local Classe Qualidade Valor Significado 1 I Boa 177 Águas muito limpas 2 I Boa 144 Águas muito limpas 3 I Boa 15 Águas muito limpas Ou seja, a estrutura ecológica do rio Vez, no troço estudado, está em muito bom estado de conservação. Os resultados obtidos podem ser extensíveis no passado a um período mais alargado (final da Primavera, no mínimo) e são compatíveis

com as amostras microbiológicas efectuadas durante 212 e as que já se encontram disponíveis no portal da Agência Portuguesa do Ambiente.