CARACTERÍSTICAS DO MUNÍCIPIO DE CASCAVEL COMO PÓLO ECONÔMICO REGIONAL EM COMPARAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS DE MARINGÁ E PONTA GROSSA

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CARACTERÍSTICAS DO MUNÍCIPIO DE CASCAVEL COMO PÓLO ECONÔMICO REGIONAL EM COMPARAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS DE MARINGÁ E PONTA GROSSA Área: CIÊNCIAS ECONÔMICAS Adriana Ireno de Souza Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua Costa e Silva nº135, Alto Alegre, Cascavel- PR, adrinaireno@gmail.com Marcos Pruchaki dos Santos Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua Casemiro de Abreu nº 870, Alto Alegre, Cascavel-PR, mpruchaki@hotmail.com Resumo O Estado do Paraná apresenta em sua formação econômica características de crescimento e desenvolvimento polarizado. Desta forma, buscou-se através deste trabalho demonstrar com uma análise comparativa quais as características do município de Cascavel enquanto pólo econômico regional. Neste aspecto, os municípios de Maringá e Ponta Grossa foram escolhidos para realização deste comparativo, uma vez que, estes municípios se destacam como pólos econômicos em suas respectivas regiões. Levando em consideração o estudo teórico referente a crescimento regional e crescimento polarizado, em conjunto com os dados estatísticos utilizados pôde-se verificar em qual indústria ou atividade motriz o município de Cascavel melhor se enquadra. Com isto, a análise comparativa de dados mostrou que Cascavel se destaca como um grande pólo econômico agroindustrial. Palavras-chaves: polarização; Cascavel; crescimento econômico. 1 INTRODUÇÃO O Estado do Paraná caracteriza-se em sua estrutura e formação econômica por um desenvolvimento e crescimento de certa maneira, polarizado. Entende-se por crescimento polarizado como o produto da economia de aglomeração gerada por atividade ou indústria motriz. No Paraná são inúmeros os exemplos de aglomeração. Nesse sentindo pode-se citar o município de Maringá que surgiu em um momento de auge da produção cafeeira do Estado do Paraná conhecido como período de ouro do ciclo do café. Em seu processo de formação e 1

crescimento apresentou-se num primeiro momento como uma central de desbravamento e posteriormente tornou-se um local para onde os colonos convergiam a fim de receber notícias e correspondências, fazer compras e estabelecer a primitiva rede local de comunicações. Ponta Grossa, outro exemplo de aglomeração, tem seu processo de formação iniciado no século XVIII, pois se localiza num ponto antes conhecido como Caminho das Tropas. Os tropeiros que passavam por este local estabeleceram fazendas nesta região constituindo a primeira aglomeração em Ponta Grossa. Mas foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro no final do século XIX que o município se tornou um centro comercial. Além destes municípios, Cascavel, por sua vez localizado na Mesorregião Geográfica Oeste do Paraná, se destaca como pólo de desenvolvimento regional tornando-se assim, ponto de atração para os demais municípios de sua abrangência. Para valer-se dessa condição de polarização, sua posição geográfica foi fundamental para o seu desenvolvimento, pois o município encontra-se na rota de várias rodovias. Assim, o surgimento do município deriva de um ponto formado pelo entroncamento de várias trilhas abertas pelos ervateiros então denominada encruzilhada. Com a emancipação em 1951, Cascavel teve sua economia assentada basicamente na agricultura e pecuária, além disso, a existência de grandes áreas de pinhais fez com que as primeiras atividades industriais estivessem ligadas à indústria madeireira. Com o fim do ciclo madeireiro a agricultura, que passou por um processo de mecanização na década de 1960, levou o município a um novo ciclo econômico. Desta forma, a Região Oeste e, mais especificamente, o município de Cascavel foram inseridas num contexto de agricultura de exportação, pautada no binômio soja-trigo. Houve a extinção de um ciclo e a formação da modernização em uma região que não sofreu processos expressivos de declínio. Neste aspecto, Perroux (1967) afirma que os espaços econômicos definem-se em função da polarização, planificação ou homogeneidade de suas estruturas, ou seja, definem-se pelas relações econômicas entre elementos econômicos. Assim, surge a pergunta: é possível demonstrar e caracterizar por que via o município de Cascavel é efetivamente um pólo econômico regional? Para responder a esta pergunta utilizam-se alguns enfoques analíticos pertinentes a Economia Regional, ou seja, crescimento polarizado e crescimento regional. Utilizando como ponto de partida a análise dos fatores que propiciaram o rápido desenvolvimento de Cascavel, faremos uso da análise de dados para verificar em qual enfoque o município se enquadra levando em consideração as características regionais. Através da teoria do crescimento regional caracterizando a polarização, demonstrar-seá através dos dados como população, população ocupada segundo as atividades econômicas, número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas, PIB 1 per capita e 1 PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os serviços e bens produzidos em um determinado período para uma determinada região sendo, expresso em valores monetários. É um importante indicador da atividade econômica de uma região, representando o crescimento econômico. O PIB per capita é obtido ao dividir-se o PIB pelo número de habitantes. 2

IPDM (Índice IPARDES de Desempenho Municipal), 2 a evolução desses municípios, em que proporção esses indicativos efetivamente apresentam e caracterizam os mesmos enquanto pólos econômicos regionais. Lembrando que os municípios de Ponta Grossa e Maringá foram escolhidos por apresentarem características demográficas e econômicas que se aproximam de Cascavel e se destacam em regiões distintas no estado do Paraná, e servirão apenas como comparativo, pois o enfoque estará concentrado no município de Cascavel. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 - TEORIA DO CRESCIMENTO REGIONAL O crescimento regional é um processo espacialmente desequilibrado, onde o desenvolvimento não acontece de forma homogênea e se dá em detrimento de outra área. Para Myrdal (1972) o jogo das forças de mercado opera no sentindo da desigualdade. O crescimento regional pode estar concentrado em um ou alguns municípios de uma região, quando estabelecida a localização e delimitada em Mesorregião. Hirschman (1958) defendia a idéia de que o surgimento de pólos de crescimento é uma condição necessária para que haja desenvolvimento e desigualdades são condições inevitáveis e concomitantes ao processo de crescimento. Sua análise nos mostra ainda que exista uma tendência de manutenção do quadro de desigualdade, uma vez que as pessoas avessas a riscos limitam o processo de inovação, provocando uma concentração de investimento e conseqüente isolamento das regiões econômicas que não participam do processo. Uma das vertentes referentes ao crescimento regional está fortemente ligada à localização, sendo ela preponderante a dinamização e desenvolvimento do crescimento econômico regional. No modelo de crescimento de Solow (1956) ele procura demonstrar que agentes como investimento, tecnologia e crescimento populacional são três variáveis básicas das quais o crescimento depende. A industrialização não é um item determinante para crescimento, uma vez que a população e a renda per capita podem apresentar crescimentos significativos com uma base de exportação agrícola. Para North (1959) a produção de bens agrícolas destinados à exportação, pode caracterizar-se como principal fator de indução do crescimento econômico de uma cidade ou região. 2.2 TEORIA DO CRESCIMENTO POLARIZADO Essa teoria foi desenvolvida por François Perroux, em 1955, tendo como identificação a estrutura geográfica assim sendo para Perroux (1967, p. 164) o processo de crescimento é 2 O IPDM procura avaliar a situação dos municípios paranaenses, considerando, com igual ponderação, as três principais áreas de desenvolvimento econômico e social: emprego, renda e produção agropecuária; educação; e saúde. 3

irregular, pois o crescimento não surge em toda parte ao mesmo tempo; manifesta-se com intensidades variáveis, em pontos ou pólos de crescimento; propaga-se, segundo vias diferentes e com efeitos finais variáveis, no conjunto da economia. Neste contexto Souza (1993, p. 33) apresenta a idéia de que a teoria dos pólos de crescimento é produto das economias de aglomeração geradas pelos complexos industriais, que são liderados pelas indústrias motrizes. Caracterizando-se deste modo, a indústria motriz e a indústria movida. Uma vez que a indústria motriz, além de ancorar sua contribuição própria ao crescimento global do produto, também induz um ambiente de crescimento que pode ser atribuído às relações que estabelece com as indústrias movidas. Perroux (1955, p. 154) procura demonstrar então que um pólo industrial complexo seria capaz de modificar seu meio geográfico imediato e mesmo a estrutura inteira da economia nacional em que estiver situado, uma vez que se registram efeitos de intensificação das atividades econômicas devido ao surgimento e série de novas necessidades coletivas. A indústria motriz é aquela que mais cedo do que as outras se desenvolvem segundo formas que são as da grande indústria moderna (PERROUX, 1967, p. 166), pois esta possui inúmeras ligações locais de insumo-produto (através das compras e vendas de insumos), cresce a taxas superiores em contrapartida a média da indústria nacional, possui grande poder de mercado influenciando preço dos produtos bem como de insumos, apresenta-se como uma atividade inovadora e produz para o mercado nacional e ou internacional. Já a indústria movida é aquela que oferta insumos ou serviços à empresa motriz, caracterizando a inter-relação que existe entre ambas. Com base nas informações apresentadas, a definição de complexo industrial se dá a partir da composição de três elementos principais: indústria motriz, regime de não concorrência no complexo (compreendido por indústria motriz e movida) e concentração territorial do complexo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Através de um comparativo entre os municípios de Cascavel, Maringá e Ponta Grossa serão analisadas quais variáveis são determinantes e preponderantes para caracterizar o município de Cascavel como um pólo de desenvolvimento regional e econômico, partindo da premissa que as cidades de Maringá e Ponta Grossa já se caracterizam como pólos econômicos regionais. Neste item serão verificados dados referentes à população, população ocupada segundo as atividades econômicas, número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas, PIB per capita e IPDM (Índice IPARDES de Desempenho Municipal). 3.1 ANÁLISES COMPARATIVAS PARA OS MUNICÍPIOS DE CASCAVEL, MARINGÁ E PONTA GROSSA ATRAVÉS DE DADOS DEMONSTRATIVOS A Tabela - 1 apresenta a população nos municípios de Cascavel, Maringá e Ponta Grossa nos anos de 1991 e 2000. A partir destes dados verifica-se que os três municípios comparados apresentaram crescimento significativo. O município de Cascavel no ano de 1991 4

possuía uma população de 193.502 habitantes e no ano de 2000, 245.369 habitantes. Comparando os dois períodos pode-se constatar que o número de habitantes aumentou em 21,14 %. Tabela 1 - População Total por Município Municípios População Total 1991 População Total 2000 Cascavel (PR) 193.502 245.369 Maringá (PR) 240.292 288.653 Ponta Grossa (PR) 231.704 273.616 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil O município de Maringá a exemplo de Cascavel teve um crescimento significativo no número de habitantes. Com uma população de 240.292 habitantes em 1991 o município passou a ter 288.653 habitantes em 2000. Com relação a Cascavel o número de pessoas que cresceu foi menor. Enquanto Cascavel aumentou 21,14 % habitantes, Maringá cresceu 16,75%. Com relação à Ponta Grossa sua população que em 1991 era de 231.704 habitantes passou para 273.616 habitantes em 2000. Dos três municípios analisados este foi o que apresentou o menor crescimento populacional. Sua população aumentou em números percentuais 15,32 %. Ao se analisar separadamente as microrregiões de cada um dos três municípios pode-se perceber conforme Tabelas 2, 3 e 4 que cada município apresenta características distintas de crescimento populacional. A microrregião de Cascavel conforme Tabela 2 é a que possui o maior número de municípios dezoito no total. Nesta microrregião verifica-se que na maioria dos municípios o número de habitantes reduziu significativamente as únicas exceções foram os municípios de Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Catanduvas e Santa Tereza do Oeste. Esta redução pode ser explicada pelo fato de Cascavel ter como característica a capacidade de atração da população das cidades vizinhas. Isto se deve ao fato de o município concentrar a maior parte das atividades econômicas sem que ocorra, necessariamente um movimento de espraiamento destas atividades nos municípios vizinhos. Desta forma, a população em idade de serviço vai para o centro maior em busca de melhores empregos. 5

Tabela 2 - População Total por Município Microrregião de Cascavel Municípios População Total 1991 População Total 2000 Anahy (PR) 3.508 3.011 Boa Vista da Aparecida (PR) 10.370 8.423 Braganey (PR) 8.069 6.191 Cafelândia (PR) 8.093 11.143 Campo Bonito (PR) 5.059 5.128 Capitão Leônidas Marques (PR) 12.961 14.377 Cascavel (PR) 193.502 245.369 Catanduvas (PR) 9.821 10.421 Corbélia (PR) 15.780 15.803 Diamante do Sul (PR) 4.515 3.659 Guaraniaçu (PR) 21.497 17.201 Ibema (PR) 6.106 5.872 Iguatu (PR) 3.014 2.255 Lindoeste (PR) 6.877 6.224 Nova Aurora (PR) 15.494 13.641 Santa Lúcia (PR) 4.883 4.126 Santa Tereza do Oeste (PR) 6118 10.754 Três Barras do Paraná (PR) 14.982 11.822 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil A microrregião de Maringá é composta por cinco municípios e pode-se observar através da Tabela 3 que o crescimento populacional nesta microrregião se deu de forma mais ordenada, ou seja, todos os municípios apresentaram taxas de crescimento em suas populações. Com significativo destaque para o município de Sarandi que apresentou um aumento de 32,82% em 2000 no número de habitantes. Esta melhor distribuição decorre, a princípio, do fato de que Maringá consegue espraiar para os municípios de seu entorno as atividades econômicas. Isto mostra que o município se torna um impulsor regional, ou seja, possibilita aos demais se beneficiarem do seu crescimento e desenvolvimento. Nota-se aí que embora menor em número de municípios o crescimento na microrregião de Maringá é mais homogêneo que na microrregião de Cascavel. Tabela 3 - População Total por Município Microrregião de Maringá Municípios População Total 1991 População Total 2000 Mandaguari (PR) 28.086 31.395 Marialva (PR) 22.625 28.702 Maringá (PR) 240.292 288.653 Paiçandu (PR) 22.197 30.764 Sarandi (PR) 47.981 71.422 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 6

Na microrregião de Ponta Grossa como na de Maringá ocorreu um crescimento populacional em todos os municípios de 1991 para 2000. Das três regiões analisadas é a que possui o menor número de municípios quatro no total. Porém, esse crescimento não foi tão acentuado como em Cascavel e Maringá no mesmo período. Na Tabela 4 pode-se observar que o município polo Ponta Grossa foi o que apresentou maior crescimento populacional. Esse baixo crescimento se deve ao fato de que a região não consegue manter as pessoas que vão trabalhar nestas cidades morando nestes munícipios. Isto pode ser explicado pelo fato de o município estar próximo à Região Metropolitana de Curitiba e da microrregião de Guarapuava que são grandes centros de polarização. Tabela 4 - População Total por Município Microrregião de Ponta Grossa Municípios População Total 1991 População Total 2000 Carambeí (PR) 11.501 14.860 Castro (PR) 54.838 63.581 Palmeira (PR) 29.046 30.847 Ponta Grossa (PR) 231.704 273.616 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil Outro aspecto que pode ser analisado é a população ocupada segundo as atividades econômicas no ano de 2000. Após analisar população pode-se verificar em quais atividades econômicas estas pessoas estão empregadas. Estes dados serão apresentados na Tabela 5 abaixo. Tabela 5 - População Ocupada Segundo as Atividades Econômicas 2000 ATIVIDADES ECONÔMICAS Nº DE PESSOAS CASCAVEL MARINGÁ PONTA GROSSA Agricultura, pecuária, silvicultura, exploração 8.027 4.697 4.596 florestal e pesca Indústria extrativa, distribuição de eletricidade, gás 645 850 710 e água Indústria de transformação 13.424 21.060 16.426 Construção 8.014 10.095 9.697 Comércio, reparação de veículos automotivos, 24.891 31.901 21.387 objetos pessoais e domésticos Alojamento e alimentação 4.452 6.874 3.664 Transporte, armazenagem e comunicação 6.524 6.895 7.170 Intermediações financeiras, atividades imobiliárias, 7.226 12.622 7.075 aluguéis, serviços prestados a empresas Administração pública, defesa e seguridade social 5.084 5.798 5.063 Educação 5.501 9.719 6.477 Saúde e serviços sociais 3.825 5.937 3.667 Outros serviços coletivos sociais e pessoais 4.146 6.726 4.072 Serviços domésticos 8.953 8.998 8.307 Atividades mal definidas 4.796 1.394 2.551 Total 105.508 133.566 100.862 Fonte: IBGE - Censo Demográfico - Resultados da amostra 7

Na Tabela 5, observa-se que o município de Cascavel empregava em 2000 o maior número de pessoas em atividades ligadas a agropecuária que engloba agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca (8.027) em conjunto com a indústria de transformação (13.424) e transporte, armazenagem e comunicação (6.524). É nesta atividade que se encontra a maior parte da população economicamente ativa. Outras atividades que merecem destaque são as que se referem a bens e serviços em especial às ligadas ao comércio, reparação de veículos automotivos, objetos pessoais e domésticos (24.891) juntamente com a construção (8.014) e serviços domésticos (8.953). Desta forma, conclui-se que o município de Cascavel tem como vocação a agroindústria que emprega a maioria da população e gera a maior parte da renda no município. Com isto, pode-se considerar que o município de Cascavel se enquadra como um polo economicamente agrícola. Com relação ao município de Maringá nota-se que a população economicamente ativa está empregada nas atividades relacionadas à produção industrial e nas que estão ligadas a bens e serviços. Com isto observa-se que a população está empregada na sua maioria nas atividades relacionadas à indústria de transformação (13.424), comércio, reparação de veículos automotivos, objetos pessoais e domésticos (24.891), construção (8.014), serviços domésticos (8.953) e agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca (8.027). Ao verificar estes dados tem-se que o município de Maringá se caracteriza como um polo industrial e de serviços. Isto se deve a sua vocação econômica que é a indústria têxtil. Desta forma, conclui-se que Maringá se enquadra como um polo economicamente têxtil. O último município analisado Ponta Grossa é o que tem uma característica bastante diferente. Por estar no caminho entre o interior do Estado do Paraná e o porto de Paranaguá o município se destaca como um importante centro industrial e de prestação de serviços do estado. Pode-se observar isto ao considerar que a maior parte da população economicamente ativa está empregada nas atividades ligadas a comércio, reparação de veículos automotivos, objetos pessoais e domésticos (21.387), indústria de transformação (16.426) e transporte, armazenagem e comunicação (7.170). Assim, com o maior parque industrial do interior do Paraná o município de Ponta Grossa apresenta-se como um importante pólo industrial e de prestação de serviços. Para explicar a conclusão referente às vocações de cada município toma-se por base o número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas para cada município referentes ao ano de 2010. Considerando que o período analisado anteriormente é o de 2000 e o que está sendo analisado agora se refere a 2010 pode-se confirmar que as características econômicas vocacionais permaneceram praticamente as mesmas. Os dados que serão utilizados estão apresentados na Tabela 6. 8

Tabela 6 - Número de Estabelecimentos e Empregos Segundo as Atividades Econômicas 2010 CASCAVEL MARINGÁ PONTA ATIVIDADES ECONÔMICAS GROSSA A* B** A* B** A* B** Indústria de extração de minerais 6 145 2 101 21 266 Indústria de produtos minerais não metálicos 54 463 71 778 36 404 Indústria metalúrgica 155 1.289 219 1.957 128 2.310 Indústria mecânica 79 1.472 120 1.548 60 784 Indústria de materiais elétricos e de comunicação 14 138 47 1.005 9 66 Indústria de materiais de transporte 30 2.133 71 816 20 446 Indústria da madeira e do mobiliário 117 1.182 206 1.900 146 4.393 Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 85 1.039 171 1.419 42 637 Indústria da borracha, fumo, couros, peles e 52 444 113 1.406 31 1.017 indústrias diversas Indústria química, farmacêutica, veterinária, 88 1.740 129 1.880 37 992 perfumaria, sabões, velas e materiais plásticos Indústria têxtil, do vestuário e artefatos de 131 1.697 617 7.556 65 1.131 tecidos Indústria de calçados 4 52 7 35 1 2 Indústria de produtos alimentícios, de bebida e 137 7.035 246 9.731 115 3.105 álcool etílico Serviços industriais de utilidade pública 11 325 18 124 10 215 Construção civil 682 6.255 972 8.627 421 4.259 Comércio varejista 3.319 18.608 5.357 30.528 3.096 18.393 Comércio atacadista 525 6.034 1.076 6.921 293 1.806 Instituições de crédito, seguro e de capitalização 124 1.490 199 2.948 98 1.117 Administradoras de imóveis, valores mobiliários, 912 6.831 2.037 11.163 725 7.037 serviços técnicos profissionais, auxiliar de atividades econômicas Transporte e comunicações 467 5.499 698 9.697 511 6.716 Serviços de alojamento, alimentação, reparo, 812 4.907 1.534 11.394 785 7.075 manutenção, radiodifusão e televisão Serviços médicos, odontológicos e veterinários 451 3.749 813 6.405 362 2.705 Ensino 143 4.460 225 8.932 113 3.868 Administração pública direta e indireta 14 7.083 10 8.855 11 6.132 Agricultura, silvicultura, criação de animais, 583 3.076 281 681 500 1.927 extração vegetal e pesca Total 8.995 87.146 15.239 136.407 7.636 76.803 Fonte: MTE - RAIS NOTA: Posição em 31 de dezembro. A* - Estabelecimentos B** - Empregos Ao observar os dados do município de Cascavel vê-se que o maior número de estabelecimentos e empregos em 2010 é os diretamente relacionados à agroindústria. Isto pode ser visto quando se observam os dados. Tomando como base a indústria de produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico (137) e agricultura, silvicultura, criação de animais, 9

extração vegetal e pesca (583) vê-se que o número de estabelecimentos é bem considerável. Verificando estes dados em comparação com o número de empregos referentes a estas atividades, (7.035) e (3.076) pessoas, respectivamente, fica claro que a ideia de que Cascavel se configura como um grande pólo agroindustrial do Paraná se confirma. Para o município de Maringá o número de estabelecimentos referentes às atividades de indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos (617), comércio varejista (5.357) e comércio atacadista (1.076) em 2010, demonstra qual a atividade que se configura como dinamizadora no município. Nestas atividades o município emprega grande parte de sua população, (7.556), (30.528) e (6.921) pessoas, respectivamente. Considerando que as atividades de comércio varejista e atacadista estão diretamente relacionadas com a comercialização e distribuição da produção pode-se desta forma afirmar que o município de Maringá se caracteriza como um importante pólo têxtil do estado do Paraná. No que se refere ao município de Ponta Grossa, tem-se que os estabelecimentos que possuem significativa relevância no ano de 2010, se referem à agricultura, silvicultura, criação de animais, extração vegetal e pesca (500), indústria de produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico (115), indústria da madeira e do mobiliário (146), indústria metalúrgica (128), comércio varejista (3.096) e transporte e comunicações (511). Estas atividades empregam (6.132), (3.105), (4.393), (2.310), (18.393) e (6.716) pessoas, respectivamente. Com estes dados pode-se dizer que Ponta Grossa configura-se como um importante pólo industrial e de prestação de serviços do Paraná. Após apresentar e caracterizar os três municípios faz-se uso do PIB per capita para verificar como cada um dos municípios apresentaram crescimento. A Tabela 7 mostra qual foi o PIB per capita para os municípios de Cascavel, Maringá e Ponta Grossa nos anos de 2007 e 2008. Tabela 7 - Produto Interno Bruto 2007-2008 Municípios Per Capita (R$) 2007 2008 Cascavel (PR) 14.003 15.214 Maringá (PR) 18.914 18.559 Ponta Grossa (PR) 16.096 16.137 Fonte: IBGE/IPARDES Observando estes dados verifica-se que o PIB per capita de Cascavel aumentou de 2007 para 2008, Maringá teve uma pequena redução e Ponta Grossa a exemplo de Cascavel teve um relativo aumento. Comparando este dado com o IPDM (Índice IPARDES de Desempenho Municipal) apresentado na Tabela 8, observa-se que estas variações no PIB se deram em decorrência do desempenho econômico de cada município no período citado. 10

Tabela 8 - Índice IPARDES de Desempenho Municipal (IPDM) 2007-2008 Municípios Índices 2007 2008 Cascavel (PR) 0,7017 0,7223 Maringá (PR) 0,7542 0,7411 Ponta Grossa (PR) 0,6997 0,6810 Fonte: IPARDES Comparando estes dados temos que Cascavel de 2007 para 2008 teve um aumento tanto no PIB per capita quanto no IPDM. O município de Maringá apresentou redução em ambos os índices. A exceção foi o município de Ponta Grossa que teve aumento no PIB per capita e queda no IPDM. Analisando separadamente os componentes do IPDM os dados mostram conforme Tabela 9 que embora as áreas de educação e saúde tenham aumentado em todos os municípios a área que engloba renda e emprego apresentou crescimento apenas no município de Cascavel. Os municípios de Maringá e Ponta Grossa tiveram significativa redução nesta área. Tabela 9 - Índice IPARDES de Desempenho Municipal (IPDM) 2007-2008 RENDA E EMPREGO EDUCAÇÃO SAÚDE Municípios 2007 2008 2007 2008 2007 2008 Cascavel (PR) 0,7017 0,7223 0,7664 0,7749 0,7959 0,8030 Maringá (PR) 0,7542 0,7411 0,8233 0,8410 0,8747 0,8813 Ponta Grossa (PR) 0,6997 0,6810 0,7202 0,7328 0,6746 0,6928 Fonte: IPARDES Em Cascavel, o aumento do PIB per capita de 2007 para 2008 pode ser explicado pelo fato de o município apresentar crescimento nas três áreas de desenvolvimento econômico e social que compõem o IPDM no mesmo período. Este aumento comprova que o município é um importante polo econômico de sua região, pois conforme exposto anteriormente concentra as atividades econômicas sem realizar o movimento de espraiamento em seu entorno. O município de Maringá diferentemente de Cascavel apresentou redução no PIB per capita de 2007 para 2008. Esta queda pode ser decorrente do fato de o município ter apresentado redução no IPDM. Embora Maringá tenha apresentado aumento nas áreas de educação e saúde a queda na renda e emprego fez com que o município apresentasse queda em seu índice final. Como dito anteriormente, Maringá consegue realizar o movimento de espraiamento em sua região e esta queda na área renda e emprego pode ser explicada pela maior distribuição das atividades econômicas entre os municípios de sua microrregião. Demonstrando desta forma que Maringá consolida-se como município impulsor de sua região. O município de Ponta Grossa foi quem apresentou variação inversa entre PIB per capita e IPDM. O PIB per capita do município apresentou um pequeno aumento enquanto que o IPDM apresentou queda no período de 2007 e 2008. Analisando individualmente as áreas que compõe o IPDM observa-se que Ponta Grossa apresentou aumento nas áreas que se referem à educação e saúde e queda na área renda e emprego. No caso deste município está 11

queda no IPDM pode não ter afetado o crescimento do PIB per capita. Esta variação inversa demonstra conforme mostrado anteriormente que Ponta Grossa apresenta por característica não conseguir fazer com que parte das pessoas que vão trabalhar no município fixe residência. Embora Ponta Grossa se caracterize como polo regional isto se torna um problema porque parte da renda gerada não permanece no município. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após fazer as análises comparativas entre os Municípios de Cascavel, Maringá e Ponta Grossa observou-se, que os municípios analisados se caracterizam com relação a seu desenvolvimento da seguinte maneira: Cascavel apresenta-se como um importante pólo agroindustrial, Maringá como pólo têxtil e, Ponta Grossa se caracteriza como pólo industrial e de prestação de serviços. Desta forma têm-se a resposta para a pergunta: É possível demonstrar e caracterizar por qual via o município de Cascavel é efetivamente um pólo econômico regional? Sim, partindo de um município pautado na produção agroindustrial, e por apresentar características pertinentes quando se fala em crescimento e desenvolvimento regional, os dados mostram que Cascavel teve aumento populacional, bem como aumento no PIB per capita e IPDM, que são variáveis que permitem o apontamento, ou melhor, demonstram que o Município efetivamente cumpre seu papel enquanto pólo econômico Regional. Estes dados demonstram que Cascavel possui alto índice de crescimento e desenvolvimento o que o coloca como um dos principais municípios do Estado do Paraná. O comparativo com outros municípios permitiu demonstrar que Cascavel apresenta características de polarização constituindo-se como pólo regional que atrai para o município empresas e população de municípios vizinhos. Neste aspecto cabe ressaltar que a condição de pólo mostrou que o município não realiza o movimento de espraiamento para os municípios de sua microrregião não se constituindo como pólo dinamizador na região de sua abrangência. Isto pode ser constatado nos dados referentes à população que foram analisados no início deste trabalho, constituindo-se desta forma como um problema regional. Pode-se considerar que o trabalho elaborado conseguiu alcançar seu objetivo ao mostrar através do comparativo de dados entre municípios que Cascavel se configura como um importante pólo econômico regional de caráter agroindustrial. Esta atividade possibilitou ao município crescer e se desenvolver de forma acelerada o que fez de Cascavel o principal município da Mesorregião Geográfica do Oeste do Paraná. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Instituto de Desenvolvimento Humano Sustentável Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. <http://ead01.virtual.pucminas.br/idhs/02_pnud/relatorios.htm>. Acesso em 18 jun. 2011. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). <http://www.ipardes.gov.br/cadernoestatiticocascavel>. Acesso em 27 mai. 2011. 12

<http://www.ipardes.gov.br/cadernoestatisticomaringa>. Acesso em 03 jun. 2011. <http://www.ipardes.gov.br/cadernoestatisticopontagrossa>. Acesso em 03 jun. 2011. HIRSCHMAN, Albert O. Estratégia do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. (Edição original: 1958) MYRDAL, Gunnar. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1960. (Edição original: 1957) NORTH, Douglass C. Teoria da localização e crescimento econômico regional. In: SCHWARTZMAN, Jacques. Economia Regional: Textos escolhidos. Belo Horizonte: Cedeplar, 1977. PERROUX, François. O conceito de Pólo de crescimento. In: SCHWARTZMAN, Jacques. Economia Regional: Textos escolhidos. Belo Horizonte: Cedeplar, 1977. SILVA, J. R. A teoria dos pólos de desenvolvimento: uma discussão teórica dos pólos de desenvolvimento do Paraná (Monografia de graduação). UNIOESTE/Campus de Toledo, 1996. SOUZA, Nali de Jesus. Teoria dos Pólos, regiões inteligentes e sistemas regionais de inovação. Porto Alegre: Análise, 2005. VARGAS, Cilos R. Paraná: desenvolvimento e transportes (Dissertação de mestrado). UFPR/Campus de Curitiba, 2005. 13