PRODUTIVIDADE DE MILHO DOCE SOB CRESCENTES DENSIDADES DE SEMEADURA

Documentos relacionados
POPULAÇÃO DE PLANTAS E COMPONENTES DE PRODUÇÃO E DE QUALIDADE FÍSICA DE MILHO DOCE PARA COMERCIALIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO

DENSIDADES POPULACIONAIS E CRESCIMENTO DE MILHO DOCE

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

DESEMPENHO DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA E POPULAÇÕES DE PLANTAS, EM DOURADOS, MS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

INFLUÊNCIA DE BORDADURA NAS LATERAIS E NAS EXTREMIDADES DE FILEIRAS DE MILHO NA PRECISÃO EXPERIMENTAL 1

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

Resposta do Milho Irrigado à Adubação Nitrogenada em Sucessão ao Nabo Forrageiro como Cobertura de Solo no Inverno.

FENOLOGIA E PRODUTIVIDADE DO MILHO PIPOCA EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA SAFRINHA NO NOROESTE DO PARANÁ

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

Palavras-chave: Zea mays L., densidade populacional, nitrogênio, produção.

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

INTERFERÊNCIA DA VELOCIDADE E DOSES DE POTÁSSIO NA LINHA DE SEMEADURA NA CULTURA DO MILHO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

O Perfilhamento Reduz a Resposta do Rendimento de Grãos do Milho ao Arranjo de Plantas

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 965

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS ENTRELINHAS

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

ÉPOCA DE SEMEADURA NA SAFRINHA E PRODUTIVIDADE DE HÍBRIDOS DE MILHO DOCE

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

COMPONENTES PRODUTIVOS DE HÍBRIDOS DE MILHO SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS

Avaliação dos componentes de produtividade do milho sob adubação nitrogenada em área com calagem estabelecida (1)

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA EM AMBIENTES E POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIAS

PRODUTIVIDADE DE SOJA EM RESPOSTA AO ARRANJO ESPACIAL DE PLANTAS E À ADUBAÇÃO NITROGENADA ASSOCIADA A FERTILIZAÇÃO FOLIAR

ANÁLISE ECONÔMICA DA APLICAÇÃO DE DOSES CRESCENTES DE N EM COBERTURA EM DIFERENTES POPULAÇÕES NA CULTURA DO MILHO

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA COM POPULAÇÕES DE PLANTAS DE FORRAGEIRAS PERENES

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

Avaliação de cultivares de milho com e sem pendão visando a produção de minimilho na região Norte do estado de Minas Gerais 1

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA CULTURA DO MILHO. Resumo

ADUBAÇÃO DA MAMONEIRA DA CULTIVAR BRS ENERGIA.

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Densidade de plantas de milho híbrido em semeadura precoce no Rio Grande do Sul

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

DOSES DE SULFATO DE AMÔNIO APLICADAS EM COBERTURA E SEUS REFLEXOS NA PRODUTIVIDADE DO MILHO HÍBRIDO TRANSGÊNICO 2B587PW SEMEADO NA 2ª SAFRA

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

Influência do arranjo espacial e área ocupada pela planta no teor foliar de nutrientes em milho

PRODUTIVIDADE DE VARIEDADES DE MILHO SAFRINHA NA REGIÃO DE DOURADOS MS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA SAFRA E NA SAFRINHA EM SETE LAGOAS MG

Influência de Densidades Populacionais nos Atributos Produtivos de Espigas de Milho Sob Adubação Nitrogenada (1).

ÉPOCA DE SEMEADURA DE MILHO DOCE NA SAFRINHA PARANAENSE

RESPOSTA DE HÍBRIDOS DE MILHO AO NITROGÊNIO EM COBERTURA

DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS À INTERAÇÃO ENTRE ADUBAÇÃO NITROGENADA E DENSIDADE DE SEMEADURA EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

CEP , Aquidauana, MS. 3 UNESP Ilha Solteira, Rua 3, nº 100, CEP , Ilha Solteira, SP.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

Produtividade de milho convencional 2B587 em diferentes doses de Nitrogênio

PRODUÇÃO DE ESPIGAS DE MILHO VERDE EM FUNÇÃO DE EPOÇAS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA

ÉPOCAS E DOSES DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO SOBRE COMPONENTES DO RENDIMENTO DE SEMENTES DO CAPIM- BRAQUIÁRIA

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

Influência do espaçamento entre linhas e da densidade populacional no desempenho do híbrido de milho 30F53 RESUMO

CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS E DE PRODUÇÃO NA CULTURA DO MILHO

EVAPOTRANSPIRAÇÃO E COEFICIENTES DE CULTIVO DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE MATO GROSSO DO SUL

DESEMPENHO PRODUTIVO DO MILHO EM RELAÇÃO AO ESPAÇAMENTO ENTRE FILEIRAS E DENSIDADE DE PLANTAS SOB IRRIGAÇÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 593

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 585

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA EM POPULAÇÕES DE PLANTAS DE MILHO E DE BRAQUIÁRIA

XXX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO Eficiência nas cadeias produtivas e o abastecimento global

Doses e épocas de aplicação do nitrogênio no milho safrinha.

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO MAIS FÓSFORO APLICADOS NO PLANTIO

Efeito da Densidade de Plantas nas Características Biométricas e na Produtividade de Grãos de Milho no Sul de Minas Gerais

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Azospirillum E NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

CARACTERES AGRONÔMICOS DE MILHO (Zea mays L.) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES PROFUNDIDADES DE SEMEADURA

PRODUÇÃO DE MILHO SILAGEM SUBMETIDO A DIFERENTES ESPAÇAMENTOS ENTRE PLANTAS

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

Transcrição:

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN 978-85-8084-055-1 PRODUTIVIDADE DE MILHO DOCE SOB CRESCENTES DENSIDADES DE SEMEADURA Renan Soares de Souza 1, Odair José Marques 2, Dyane Coelho Queiroz 3, Rafael Verri Tavore 4, Pedro Soares Vidigal Filho 5 RESUMO: O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da densidade populacional de plantas sobre a produtividade de dois híbridos de milho doce durante dois anos agrícolas. Os tratamentos constituíram-se da combinação entre os níveis dos fatores híbridos (Tropical Plus e RB-6324) e densidades populacionais (40.000, 55.000, 70.000, 85.000 e 100.000 plantas ha -1 ), em dois anos agrícolas (2009 e 2010), utilizandose, desta forma, o fatorial 2 x 5. O delineamento experimental foi blocos completos casualizados com quatro repetições. Foi possível a realização da análise conjunta de experimentos, para as variáveis resposta produtividade média total de espigas despalhadas (t ha -1 ) e produtividade média de espigas comerciais sem palha (t ha -1 ). De maneira geral, as boas condições climáticas, além de uma irrigação e adubação adequadas, e a precocidade dos híbridos de milho doce, fizeram com que, no ano de 2009 e 2010, a produtividade total de espigas despalhadas, assim como o rendimento de espigas comerciais sem palha, apresentasse tendência de crescimento, com o incremento na população de plantas. PALAVRAS-CHAVE: Milho especial, população de plantas, produtividade de espigas, Zea mays L. 1 INTRODUÇÃO O milho doce (Zea mays L. grupo saccharata) difere do milho comum não por características taxonômicas, mas sim por características químicas dos grãos, em função do alto teor de açúcares e baixo teor de amido (Araújo et al., 2006). A obtenção de maior produtividade de milho está intimamente relacionada à escolha do arranjo espacial de plantas na área, que pode ser feito com a alteração do espaçamento entre ou dentro das linhas de plantio, gerando diferentes densidades populacionais (Almeida et al., 2000). De acordo com Sangoi et al. (2002), pelo fato do milho ser uma espécie protândrica, a diferenciação do pendão, que cresce e se desenvolve no ponto de crescimento da planta, acontece antes da diferenciação das espigas, que, por sua vez, crescem e se desenvolvem nas gemas laterais. A utilização de densidades populacionais mais elevadas tende a aumentar o período entre a diferenciação das estruturas reprodutivas. Como o período de liberação de pólen da planta é curto e definido, o 1 Doutorando em Agronomia da Universidade Estadual de Maringá UEM, Maringá Paraná. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). nansoares86@hotmail.com 2 Doutorando em Agronomia da UEM, Maringá Paraná. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). ojmarques@gmail.com 3 Mestre em Agronomia, Cruz das Almas Bahia. dyanecq@hotmail.com 4 Mestrando em Agronomia da UEM, Maringá Paraná. Bolsista da CAPES. tverri_rafael@hotmail.com 5 Orientador, Professor Doutor do Curso de Graduação e Pós-graduação em Agronomia, e Pós-graduação em Genética e Melhoramento da UEM, Maringá Paraná. vidigalfilhop@gmail.com

aumento do período alométrico, entre antese e espigamento, promovida por densidades de semeadura elevadas, contribui de maneira significativa para reduzir o número de espiguetas fertilizadas, sendo decisivo para a redução no rendimento potencial da cultura (Sangoi e Salvador, 1998). Considerando a carência de informações referentes à influência da densidade populacional na resposta fenotípica do milho doce, o presente estudo objetivou avaliar os efeitos da população de plantas sobre sua produtividade, no período de cultivo de Verão, na região Noroeste do Paraná. 2 MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos de campo foram conduzidos na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), de propriedade da Universidade Estadual de Maringá (UEM), situada no Distrito de Iguatemi, no município de Maringá, região Noroeste do Paraná. A instalação e a condução dos experimentos ocorreram nos anos agrícolas de Verão dos anos de 2009 e 2010. Nestes, os experimentos foram instalados em área de ocorrência de solo Nitossolo Vermelho distrófico (Embrapa, 2006), de textura argilosa, sob clima classificado por Köppen como sendo do tipo Cfa, isto é, do tipo subtropical. Em ambos os anos agrícolas, foram realizadas análises de material de solo, em situação prévia à semeadura, nas profundidades de 0 a 0,20 m e de 0,20 a 0,40 m. As médias de precipitação pluvial e de temperaturas máximas e mínimas, durante o período de condução dos experimentos, foram monitoradas, conforme dados coletados pela estação meteorológica do Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da FEI. Os tratamentos foram constituídos por dois genótipos de milho doce, Tropical Plus e RB-6324, ambos da Syngenta Seeds Ltda. e precoces, combinados com cinco populações de plantas (40.000, 55.000, 70.000, 85.000 e 100.000 plantas ha -1 ), utilizando-se de um único espaçamento entre linhas, de 0,90 m, avaliados em dois anos agrícolas (2009 e 2010). Ajustou-se cada densidade populacional através da variação do espaçamento entre plantas na linha de plantio, isto é, do número de plantas por metro linear de plantio. O delineamento experimental adotado foi blocos completos casualizados, com quatro repetições, em esquema fatorial de 2 x 5. Efetuou-se calagem a lanço, com a aplicação de 1,37 t ha -1 (2009) e 1,93 t ha -1 (2010) de calcário dolomítico (PRNT 80%) e a adubação de semeadura foi realizada, em ambos os anos agrícolas, com doses de 20, 80 e 60 kg ha -1 de N, P 2 O 5 e K 2 O, nas formas de Sulfato de Amônio, Superfosfato Triplo e Cloreto de Potássio, respectivamente. A dessecação pré-semeadura de plantas daninhas, sete dias antes da semeadura, e o tratamento de sementes, este último para controle das pragas e doenças iniciais, foram realizados conforme recomendações de Andrei (2005), e o preparo do solo foi o convencional, tanto em 2009 quanto em 2010. Nestes, a semeadura foi manual, efetuada por meio de matracas, colocando-se duas sementes por cova. Posteriormente, quando as plantas atingiram o estádio fenológico V 2, realizou-se o desbaste, deixando-se somente uma planta por cova, e no estádio V 4, realizou-se a adubação nitrogenada de cobertura com 90 kg ha -1 de N, na forma de Sulfato de Amônio. Durante os períodos experimentais, ocorreu o fornecimento de água suplementar para a cultura, por meio da irrigação (aspersão), e o controle de pragas, doenças e plantas daninhas foi efetuado de acordo com recomendações de Andrei (2005). As variáveis resposta avaliadas, por ocasião da colheita (estádio de grãos leitosos), foram: produtividade média total de espigas despalhadas (t ha -1 ) e produtividade média de espigas comerciais sem palha (t ha -1 ). Foram consideradas espigas comerciais as de comprimento maior que 15 cm e diâmetro maior que 3 cm. Inicialmente, a homocesdaticidade foi verificada, por meio da análise de variância individual dos dados experimentais. A seguir, realizou-se a análise de variância conjunta, a fim de observar o efeito das interações entre os fatores investigados sobre os componentes de produção

avaliados. O estudo do desdobramento da densidade populacional foi efetuado mediante o emprego da análise de regressão polinomial, observando-se a significância dos coeficientes de regressão, de acordo com o teste t de Student. As análises estatísticas foram realizadas por meio do programa estatístico Sisvar. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na análise de variância conjunta, embora a interação entre fatores tenha sido não significativa, para ambas as variáveis respostas, os desdobramentos da densidade populacional dentro de ambos os híbridos e anos agrícolas utilizados foram significativos, a não ser para Tropical Plus em 2009 com relação à produtividade de espigas comerciais despalhadas (Tabela 1). Para os desdobramentos significativos, a análise de regressão apresentou modelos polinomiais que explicaram a variável resposta, significativamente, em função do aumento na densidade de plantas (Figuras 1 e 2). Tabela 1: Resumo da análise de variância conjunta referente à produtividade média total de espigas despalhadas (PTED) e à produtividade de espigas comerciais sem palha (PECSP) de dois híbridos de milho doce em cinco densidades populacionais e dois anos agrícolas. Fonte de variação Graus de liberdade Quadrados médios PTED PECSP P x H x Ano 4 0,388806 ns 0,263751 ns P / H1 Ano 1 4 1,071902 * 0,690203 ns P / H2 Ano 1 4 1,772776 * 0,911141 * P / H1 Ano 2 4 3,317826 * 2,479573 * P / H2 Ano 2 4 1,783050 * 1,181409 * Bloco/Ano Resíduo 6 0,485435 ns 0,263716 ns 54 0,306031 0,318014 Média Geral (t ha -1 ) 8,76 6,36 C.V. (%) 12,63 17,71 *Significativo (P<0,05) e ns não significativo (P>0,05), pelo teste F. (P) Densidade Populacional; (H) Híbrido; (H1) Tropical Plus; (H2) RB-6324; (Ano 1): 2009 e (Ano 2): 2010. No primeiro ano, notou-se, tanto para Tropical Plus quanto para RB 6324, que houve tendência de aumento linear da produtividade total de espigas despalhadas, conforme o incremento do número de plantas por unidade de área. A cada 10.000 plantas ha -1 adicionadas à lavoura de milho doce, observou-se acréscimo de 0,38 e 0,56 t ha -1, para o primeiro e segundo híbrido, respectivamente (Figura 1). Comportamento semelhante foi constatado para os mesmos híbridos, no ano de 2010, entretanto, ao invés de um aumento linear, notou-se aumento quadrático do componente de produção, por meio do incremento na densidade populacional. Esse aumento quadrático ocorreu a partir dos mínimos valores observados, de 7,78 e 9,32 t ha -1, em 51.848 e 57.648 plantas ha -1, para Tropical Plus e RB 6324, respectivamente, até 100.000 plantas ha -1 (Figura 1). Resultados semelhantes foram obtidos por Sangoi et al. (2005) e Silva et al. (2010). No primeiro ano agrícola, para RB - 6324, o comportamento da produtividade média de espigas comerciais despalhadas foi semelhante ao total de espigas sem palha, isto é, a variável resposta cresceu linearmente, conforme o aumento na densidade populacional. Ocorreu um acréscimo de 0,38 t ha -1 a cada 10.000 plantas ha -1 adicionadas à lavoura de milho doce (Figura 2). Em 2010, a tendência de aumento do componente de produção, em função do incremento na população de plantas, também foi semelhante ao do rendimento total, sendo que, para Tropical Plus, a resposta foi linear, todavia, para RB 6324, a resposta foi quadrática. Para o primeiro híbrido, a cada variação de 10.000 plantas ha -1 houve acréscimo de 0,60 t ha -1 na produtividade de espigas comerciais despalhadas, enquanto que, para o segundo híbrido, notou-se aumento quadrático da característica, de 58.616 plantas ha -1, em que foi encontrado o menor valor de rendimento

(6,32 t ha -1 ), até 100.000 plantas ha -1 (Figura 2). Resultados contrastantes foram obtidos por Vieira (2007) e Rocha (2008). Figura 1: Produtividade média total de espigas despalhadas dos híbridos de milho doce Tropical Plus (H1) e RB-6324 (H2), em função da densidade populacional de plantas, no ano agrícola de 2009 (esquerda) e 2010 (direita). *Significativo (P<0,05) pelo teste t de Student. Não houve ajuste significativo de modelos lineares e não-lineares para Tropical Plus, no primeiro ano agrícola. Entretanto, foi possível observar, por meio da estatística descritiva, que com 55.000 plantas ha -1, aproximadamente, ocorreu estabilização do rendimento médio de espigas comerciais despalhadas, em torno de 6 t ha -1 (Figura 2). Figura 2: Produtividade média de espigas comerciais despalhadas dos híbridos de milho doce Tropical Plus (H1) e RB-6324 (H2), em função da densidade populacional de plantas, no ano agrícola de 2009 (esquerda) e 2010 (direita). *Significativo (P<0,05) pelo teste t de Student. Ainda que fosse esperado um efeito negativo do incremento populacional, conforme descrito por Sangoi et al. (2002), este não foi constatado no presente trabalho. Neste caso, as boas condições climáticas observadas, a precocidade dos híbridos, além da adubação adequada e irrigação, podem ter contribuído para que ocorresse maximização da interceptação da radiação solar, assim como otimização da conversão desta em energia de fotoassimilados, que resultou em aumento da produtividade total de espigas despalhadas, conforme o incremento na densidade de plantas. 4 CONCLUSÃO Em maiores populações de plantas, foi possível a obtenção de maiores rendimentos de espigas despalhadas, total e de espigas comerciais, de híbridos de milho doce, como Tropical Plus e RB 6324.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, M.L.; MEROTTO JR.; A.; SANGOI, L.; ENDER, M.; GUIDOLIN, A.F. Incremento na densidade de plantas: uma alternativa para aumentar o rendimento de grãos de milho em regiões de curta estação estival de crescimento. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, p. 23-29, 2000. ANDREI, E. Compêndio de defensivos agrícolas. 7. ed. São Paulo: Andrei Editora, 2005, 1133 p. ARAÚJO, E.F.; ARAÚJO, R.F.; SOFIATTI, V.; SILVA, R.F. Qualidade fisiológica de sementes de milho-doce colhidas em diferentes épocas. Bragantia, Campinas, v. 65, n. 4, p. 687-692, 2006. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema de classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informações; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p. ROCHA, D.R. Desempenho de cultivares de milho verde submetidas a diferentes populações de plantas em condições de irrigação. Tese (Doutorado em Agronomia). Jaboticabal: Universidade Estadual Paulista (UNESP). 2008. 106 p. SANGOI, L.; ALMEIDA, M.L.; GRACIETTI, M.A.; HORN, D.; SCHWEITZER, C.; SCHIMITT, A.; BIANCHET, P. Rendimento de grãos, produção e distribuição de massa seca de híbridos de milho em função do aumento da densidade de plantas. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 11, n. 1, p. 25-31, 2005. SANGOI, L.; ALMEIDA, M.L.; SILVA, P.R.F.; ARGENTA, G. Bases morfo-fisiológicas para a maior tolerância dos híbridos modernos de milho a altas densidades de plantas. Bragantia, Campinas, v. 61, n. 2, p. 101-110, 2002. SANGOI, L.; SALVADOR, R.J. Influence of plant height and leaf number on maize production at high plant densities. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, n. 3, p. 297-306, 1998. SILVA, P.R.F.; PIANA, A.T.; MAASS, L.B.; SERPA, M.S.; SANGOI, L.; VIEIRA, V.M.; ENDRIGO, P.C.; JANDREY, D.B. Adequação da densidade de plantas à época de semeadura em milho irrigado. Revista de Ciências Agroveterinárias, v. 9, n. 1, p. 48-57, 2010. VIEIRA, M.A. Cultivares e população de plantas na produção de milho verde. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2007. 78 p.